Os destaques e as decepções da primeira fase da Copa
DAEJEON, Coréia do Sul - Três países campeões do mundo eliminados, dois asiáticos classificados pela primeira vez para as oitavas-de-final, uma goleada de 8 a 0, outra surpresa africana que encanta o mundo... A primeira fase da Copa 2002, que terminou nesta sexta-feira, já entra para a história por uma série de resultados surpreendentes.
Foram 15 dias de competição até o momento, com 130 gols marcados (média de 2,7 por partida). Alguns jogos, é verdade, deram sono, mas muitos outros conseguiram prender a atenção dos torcedores madrugada adentro. E para resumir o que aconteceu de melhor e pior nestes 48 confrontos iniciais, a Globonews.com e o Globo On Line selecionaram os destaques da etapa classificatória da Copa. Veja os resultados.
Melhor seleção: Alemanha - Logo de cara, aplicou 8 a 0 na Arábia Saudita. A goleada está entre as cinco maiores da história dos Mundiais. Sofreu um gol aos 47 minutos do segundo tempo e acabou empatando em 1 a 1 com a Irlanda, perdendo a chance de se classificar antecipadamente. No jogo seguinte, no entanto, bateu Camarões por 2 a 0 e garantiu o primeiro lugar no Grupo E. Os 11 gols marcados deram à Alemanha o melhor ataque da primeira fase, ao lado do Brasil, outra seleção que se destacou nessa etapa.
Pior seleção: China - Nunca tinha participado de uma Copa do Mundo e deixou a impressão de que nem chegou a estrear. Perdeu os três jogos que disputou e não conseguiu fazer sequer um gol. Entrou para o pequeno clube de países que nunca balançaram as redes adversárias em Mundiais, juntando-se a Zaire (atual República Democrática do Congo), Canadá, Austrália, Grécia e Índias Holandesas (atualmente Indonésia).
Seleção que decepcionou: França - A líder do ranking da Fifa chegou à Coréia do Sul com o status de grande favorita ao título. Saiu sem obter nenhuma vitória e sem marcar gols. A ausência de Zidane nos dois primeiros jogos pode servir de atenuante, mas uma equipe que deseja ganhar a Copa não pode depender de só um jogador.
Seleção que surpreendeu: Senegal - A vitória por 1 a 0 sobre a França, na abertura da competição, foi só um aviso. Depois, os senegaleses empataram com Dinamarca (1 a 1) e Uruguai (3 a 3) e conseguiram o segundo lugar no Grupo A. A equipe africana revelou ao mundo jogadores como Diouf e Fadiga. Agora, vai tentar igualar a façanha de Camarões, que chegou às quartas-de-final na Copa de 90. Ou, quem sabe, melhorar.
Melhor jogo: Inglaterra 1 x 0 Argentina - Era o confronto mais esperado da primeira fase e correspondeu às expectativas. Os jogadores das duas equipes se entregaram de corpo e alma e proporcionaram um grande espetáculo. O astro inglês David Beckham foi o destaque, jogando uma partida inteira pela primeira vez desde a fratura no pé, no início de abril. De quebra, fez o gol da vitória, de pênalti.
Pior jogo: África do Sul 1 x 0 Eslovênia - Deu sono. Total falta de imaginação de ambos os lados. Depois de ver as duas equipes jogando, a Fifa poderia perfeitamente repensar o número de vagas nas Copas do Mundo. Outras partidas, como México 1 x 0 Croácia e Tunísia 1 x 1 Bélgica, também servem de argumento para quem acha 32 países no Mundial um exagero.
Melhor jogador: Klose (Alemanha) - Com os três gols que marcou nos 8 a 0 da Alemanha sobre a Arábia Saudita, Klose disparou na artilharia da Copa já na primeira rodada. Fez mais um no empate com a Irlanda e outro na vitória sobre Camarões, mantendo-se na liderança da artilharia e ameaçando uma escrita de 24 anos: desde 1978, o artilheiro da Copa não passa de seis gols.
Jogador que decepcionou: Verón (Argentina) - Era um dos candidatos a craque da Copa, mas jogou tão mal nas duas primeiras partidas da Argentina que foi barrado do jogo decisivo contra a Suécia. Entrou no segundo tempo, mas não conseguiu ajudar seu time a virar o jogo e conseguir a classificação.
Melhor treinador: Mick McCarthy (Irlanda) - A poucos dias do início do Mundial, mandou de volta para casa a estrela do time, Roy Keanne, por indisciplina. Com uma equipe limitada, mas homogênea, conseguiu se classificar em segundo lugar no Grupo E, depois de vencer a Arábia Saudita e empatar com Camarões e a poderosa Alemanha.
Pior treinador: Giovani Trapattoni (Itália) - Mesmo tendo no elenco jogadores como Totti, Vieri, Maldini e Del Piero, se classificou apenas em segundo lugar em um grupo que tinha México, o primeiro colocado, Equador e Croácia. Sua equipe esteve a ponto de ser eliminada. Ainda assim, o máximo de ousadia que teve no jogo contra os mexicanos foi trocar Totti por Del Piero. Com Trapattoni, dois craques não ocupam o mesmo lugar no time.
Jogador revelação: Klose (Alemanha) - O que dizer de um jogador que, aos 24 anos, e sem ser a estrela do time, chega às oitavas-de-final como principal candidato à artilharia da Copa do Mundo? Os cinco gols que marcou ajudaram a Alemanha a se classificar em primeiro lugar na sua chave.
Gol mais bonito: Ji Sung Park (Coréia do Sul) - Marcou o gol que eliminou a seleção de Portugal. E que gol! Recebeu um cruzamento da esquerda, matou no peito, tirou Sérgio Conceição do lance com um toque por por cima e, de perna esquerda, mandou a bola por baixo das pernas do goleiro Vítor Baía. Um golaço que levou à loucura os torcedores que lotaram o estádio de Incheon.
Seleção da primeira fase: Khan (Alemanha), Arce (Paraguai), Rio Ferdinand (Inglaterra), Nesta (Itália) e Sorín (Argentina); Scholes (Inglaterra), Totti (Itália) e Rivaldo (Brasil); Owen (Inglaterra), Ronaldo (Brasil) e Klose (Alemanha).