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Notícia: Memória de Elefante, nova HQ dos Quadrinhos na Cia.

Tuca.

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História de som e fúria nas ruas de São Paulo

Caeto, de 31 anos, vasculha memórias em difícil graphic novel de estreia

Raquel Cozer - O Estado de S.Paulo

Um antigo comercial de TV começava com um menino sardento, num safári, tirando sarro de um filhote de elefante. Anos depois, homem feito, o provocador aparece tranquilo assistindo a uma parada na cidade quando uma tromba lhe cutuca o ombro - só para antecipar a trombada na cara com que o animal enfim revidaria a afronta infantil.

As imagens dessa propaganda ocorrem a Caeto, de 31 anos, quando questionado sobre o título de sua primeira graphic novel, Memória de Elefante, que o selo Quadrinhos na Cia. coloca nas livrarias nos próximos dias. O cartunista dá uma risada antes de parar e pensar nas melhores palavras para resumir a intenção: "O cara que leva a porrada não esquece. Quis usar a meu favor tudo o que me aconteceu."

Tudo, no caso, é uma história que também se inicia na infância, mas que evolui até o ponto em que o jovem poderia fracassar pela inércia, entre a falta de grana, problemas familiares e bebedeiras, ou perceber que eram esses mesmo os ingredientes para a desforra. E havia uma infinidade deles.

Filho de pais separados, Caeto tinha 11 anos ao descobrir que o amigo inseparável do pai era, na verdade, namorado. Alternou-se na adolescência entre colégios públicos e particulares, conforme a família podia ou não pagar a mensalidade, o que lhe garantiu níveis sempre altos da sensação de inadequação. "Depois de passar por umas quatorze escolas diferentes, me tornei uma cobaia, alguém que experimentou pequenas doses dos mais diferentes métodos de ensino", descreve, num quadro ilustrado por um rato entre injeções de "disciplina" e "decoreba".

Mais tarde soube que o pai, livreiro à beira da falência, tinha o vírus HIV. Poderia até ser simples lidar com a questão não fosse justamente a relação com o velho o maior problema. "Ele nunca esqueceu o que aquilo tudo (livros, CDs etc.) representava para ele... Só esqueceu de cuidar de nós", reflete Caeto na sequência da HQ em que conta como se decidiu a fazer o livro.

A tais lembranças se intercalam as vivências como ilustrador e quadrinista. "Minha primeira influência foi o Laerte, o Angeli, aquela geração. Comecei a fazer histórias em quadrinhos ainda muito moleque, com oito, nove anos", lembra o paulista de Assis. Criado na Vila Madalena, tentava vender por bares das antigas, como o Sujinho e o Empanadas, os primeiros fanzines, feitos dentro da escola. Não que tivesse grandes expectativas na vida financeira como ilustrador. "Logo no primeiro livro que peguei para ilustrar, percebi que não ia ganhar muito com isso", conta.

Para se distrair e tentar mais algum trocado, editou dois fanzines, Sociedade Radioativa e Glamour Popular, iniciativa que rendeu alguns frutos indiretos - foi o cartunista Rafael Coutinho, amigo que integrava o time do primeiro fanzine, quem o alertou sobre o interesse da Companhia das Letras em lançar graphic novels de autores nacionais.

Ao longo dos quatro anos em que repensou as maneiras de fazer o livro, este mudou então de casa - a Companhia entrou na história em 2008, dois anos depois de Caeto iniciá-la - e de final. A princípio, uma situação que acontece na metade da HQ seria o encerramento. O tempo passou e guardou surpresas - incluindo uma que permitiria um final poético, imaginário (e que, é claro, não será contado aqui), para uma sequência quase interminável de socos no estômago.


QUEM É

CAETO
QUADRINISTA

Caetano Melo dos Santos nasceu em 1979, em Assis (SP), e cresceu em São Paulo. Trabalhou como ilustrador para as editoras BrinqueBook e Conrad, entre outras, e editou dois fanzines de HQs. Tem um filho, Tomazo, e vive em Valinhos.

Raquel Cozer, do blog http://blogs.estadao.com.br/a-biblioteca-de-raquel/
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100912/not_imp608596,0.php
 
gosto muito da Raquel (e da coluna dela, lógico) mas achei esse texto meio "meh", do tipo que não acrescenta nem agrega.

se é só pra descrever o livro e o autor, então escreva "compre porque tão me pagando pra resenhar isso" e poupa nosso trabalho de ler textos improdutivos como esse.
 

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