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Nossas Apostas para o Nobel 2011- parte II

Eu não defendo que o Bob Dylan ganhe o Nobel, apenas que concorra como qualquer outro poeta, que ele é.
O fato de os seus poemas serem originalmente letras de músicas não os diminui em absoluto. São literatura, como o libreto de uma ópera.
O que é um letrista senão um poeta que compõe versos para serem musicados?
E em quê, exatamente, esse intuito (de ser musicado) torna seus versos menos poemas?
No que difere uma letra de música (poema para ser cantado) de uma peça de teatro (prosa para ser interpretada)?

Todo letrista é um poeta, porque um poema é literatura escrita em versos. Simples assim.
Só que 99% dos letristas fazem más letras, como 99% dos poetas fazem maus poemas. Mas ainda assim são poemas.
O que nos torna mais condescendentes com as más letras é que a música que as acompanha pode ser boa, ser dançante, ter um ritmo contagiante, um solo de guitarra bonitão, etc. que nos leva a ouvi-la apesar da letra ruim/boba/rasa. E por ser outra mídia não esperamos talvez o mesmo lirismo de um livro; mas outra mídia não é outra arte. A música cantada tem música e tem literatura.

É o que eu penso, anyway.
 
Calib, eu defendo tudo isso que você falou menos a parte concorrer. Se é um Nobel de literatura, não adianta música concorrer, por mais que seja poesia. Se ele foi feito para ser música, já o desclassifica. Se ele escrever um monte de coisas, não gravar e lançar, ai sim vejo como concorrer.
 
Tenho que concordar com o Pips quanto ao Bob Dylan. Ele é um dos meus compositores favoritos, mas trabalha em uma forma de arte diferente. Já existem uma série de premiações para músicos, pra quê adicionar o Nobel de literatura a lista? Além disso, o Bob Dylan, por melhor que seja, não é o único compositor/poeta bom por aí, seria necessário desenvolver todo um critério para adicionar os compositores de música entre os concorrentes, afinal, seria injustiça conceder essa honra somente ao Bob, embora eu não ache que ele ou qualquer outro compositor ache que um prêmio desses é cabível a sua linha de trabalho.
Também creio que se tornaria necessário adicionar roteiristas de cinema a lista, caso os compositores se tornem candidatos, pois esta também é uma forma de escrita, comparável até ao teatro, que já é considerado (teatro é considerado? Posso estar falando merda). Enfim, é muito trabalho passar a considerar toda essa nova classe como possíveis candidatos, ainda mais sabendo que estes não serão premiados de qualquer forma.
 
Tenho que concordar com o Pips quanto ao Bob Dylan. Ele é um dos meus compositores favoritos, mas trabalha em uma forma de arte diferente. Já existem uma série de premiações para músicos, pra quê adicionar o Nobel de literatura a lista? Além disso, o Bob Dylan, por melhor que seja, não é o único compositor/poeta bom por aí, seria necessário desenvolver todo um critério para adicionar os compositores de música entre os concorrentes, afinal, seria injustiça conceder essa honra somente ao Bob, embora eu não ache que ele ou qualquer outro compositor ache que um prêmio desses é cabível a sua linha de trabalho.
Também creio que se tornaria necessário adicionar roteiristas de cinema a lista, caso os compositores se tornem candidatos, pois esta também é uma forma de escrita, comparável até ao teatro, que já é considerado (teatro é considerado? Posso estar falando merda). Enfim, é muito trabalho passar a considerar toda essa nova classe como possíveis candidatos, ainda mais sabendo que estes não serão premiados de qualquer forma.

Concordo plenamente com você.
 
Agora eu me pergunto em algumas oportunidades quando se fala em "divulgar uma literatura". Qual por exemplo é o real impacto do Nobel Peruano ou Colombiano, ou mesmo o guatemalteco Asturias. Há pouco tempo li uma noticia em que a Nadine Gordimer reclamava do governo Sul-Africano sobre a falta de livros nas escolas públicas, livros didáticos! Não compreendo essa relação. A literatura deve ser boa e pronto. Muitas vezes idolatramos alguns escritores mais esquecemos de outros países, exemplo da Polônia e o resto do leste europeu, que sabemos realmente de suas literaturas? Até mesmo de países consagrados da escandinava ou Europa ocidental. Portugal por exemplo sabemos muito pouco ainda, quiça dos contemporâneos estamos começando a re-explorar a literatura lusa.
 
Estava pensando aqui, cá com meu zíper, que a Alfaguara Brasil (do grupo Prisa Edições, como alguns conhecem como Objetiva) tem segurado o lançamento de 1Q84 por causa do Nobel. Se o Murakami ganhar, eles conseguem estampar isso na capa (no site não existe nem data de lançamento) e arranjam desculpas para relançarem alguns títulos.

Claro que isso é só uma hipótese, mas as apostas no escritor estão enormes.
 
Estava me perguntando, mesmo, por que tanta demora com o milquecentos, mas taí uma boa explicação. Seria legal o Mura ganhar, gosto bem dele, mas como em outras discussões dessa toada, me acho ignorante demais pra palpitar.

Sobre letra e poesia, acho difícil juntar, também. A letra de uma música tem um pensamento todo diferente da poesia "comum"; a preocupação é outra, os méritos são outros. Você tem o Tim Maia cantando sobre guaraná e suco de caju e aquilo soa bem na música, mas que sentido aquela letra teria se recitada?

Mas também não consigo negar a lógica do que o Calib (rsrs) falou.
 
amanhã sai o segundo post, com a lista definitiva das nossas apostas!

pô, até o povo do meia anda desanimado com os debates sobre o nobel!
antigamente estes posts lotavam de gente torcendo para o Paulo Coelho ganhar!
 
Putz, Lucas, acho que só pelo fato de ser norte-americano, o Bob Dylan já estaria distante, atualmente, de receber o prêmio...
Como vcs, sabem os academicos suecos andam numa onda meio anti-eua...
tbm penso que seria muito difícil premiar um músico, por certo tradicionalismo da parte deles...
(não que essa seja minha opinião sobre a relação entre música e poesia, mas o exercício aqui é imaginar o que pensam os suecos...)

hoje sai o segundo post, mas eu acordei com um ruido na cabeça.... um sonzinho que eu não tinha prestado atenção ainda, e que pensando bem, dado as últimas escolhas, é bem possível que aconteça... seria um pouco decepcionante, pela previsibilidade (ainda que nem eu nem o luciano tenhamos previsto)...

bom, depois eu revelo o nome desse ruidinho...

queria ouvir mais as apostas de vcs...
 
De acordo com o Vinicius Jatobá, esse ano sai para o Brasil e não para o indicado oficial (ariano suassuna), mas para João Ubaldo Ribeiro. O que acha disso Tiago? Quem é seu Deus agora?
 
O Kundera não é uma possibilidade?

É sim, mas dentro daquilo que o Tiago e o Luciano chamaram de 'justiça nobelesca'. O Kundera está na mesma situação que o E.L. Doctorow, eu acho, com a vantagem de não ser norte-americano, hehe.

***

Quanto às apostas, Tiago, não sei não, mas quem sabe com essa crise na União Européia não seja a vez do Goytisolo? A Espanha foi duramente afetada pela crise, com manifestações amplas e bastante significativas. Confesso que, tendo lido somente A saga dos Marx, seria muito legal ver a Academia Sueca dando essa virada, não concorda?

Mas tem outra coisa que talvez pese (ou não): os movimentos occupy nos Estados Unidos, não colocaram a questão e, consequentemente, o país no mapa do Nobel de novo? O DeLillo não encarna uma possibilidade apesar de você não ter curtido o Ponto Ômega?

***

Em outras notícias: não acho que o Eco esteja em 'desvantagem' pelo apelo pop, somente, mas porque, como você bem notou, ele assumiu um posicionamento bem diferente daquele que possuía antigamente, com aquela guindada para o linguistic turn e a semiótica.
 
De acordo com o Vinicius Jatobá, esse ano sai para o Brasil e não para o indicado oficial (ariano suassuna), mas para João Ubaldo Ribeiro. O que acha disso Tiago? Quem é seu Deus agora?

De acordo com o Vinicius Jatobá, esse ano sai para o Brasil e não para o indicado oficial (ariano suassuna), mas para João Ubaldo Ribeiro. O que acha disso Tiago? Quem é seu Deus agora?

Brasil é uma possibilidade grande, eu acho, por força de certa "justiça histórica": nenhum dos prêmio foi atribuido a um de nossos conterrâneos...
Que eu saiba, os indicados brasileiros ao premio nobel de literatura são: Suassuna, Ferreira Gullar, Dalton Trevisan, Antonio Candido, Nelida Piñon, Lygia Fagundes Telles~, Rubem Fonseca, Paulo Coelho, João Ubaldo Ribeiro (pelo o que o Pips tá contando), Chico Buarque...
Acredito que Augusto de Campos também esteja no páreo, apesar de não ter certeza...

Acho que de todos esses, fazendo uma análise a frio, os que teriam mais chances seriam, por um lado, Chico Buarque e Ferreira Gullar (no quesito "passado militante", "luta contra a ditadura", "exílio") ou, o Suassuna e talvez Ubaldo Ribeiro (no quesito "exotismo")

A questão é saber se "Brasil" é considerado, aos olhos da academia, parte da América Latina, ou simplesmente é "outra coisa"... Porque, no primeiro caso, eles já teriam cumprido com seu dever ao premiar o Llosa há pouco...
Também podemos pensar em como a Academia vê a literatura brasileira: até hoje ela sempre prestigiou certo "realismo mágico" dentro da América Latina e mesmo da peninsula ibérica (afinal, José Saramago também se encaixa nesse esquema). Isso beneficiaria Ubaldo Ribeiro e Suassuna, tbm...

Sinceramente, acho que quem vai levar um prêmio nobel para o Brasil ainda será o Lula...
 
É sim, mas dentro daquilo que o Tiago e o Luciano chamaram de 'justiça nobelesca'. O Kundera está na mesma situação que o E.L. Doctorow, eu acho, com a vantagem de não ser norte-americano, hehe.

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Quanto às apostas, Tiago, não sei não, mas quem sabe com essa crise na União Européia não seja a vez do Goytisolo? A Espanha foi duramente afetada pela crise, com manifestações amplas e bastante significativas. Confesso que, tendo lido somente A saga dos Marx, seria muito legal ver a Academia Sueca dando essa virada, não concorda?

Mas tem outra coisa que talvez pese (ou não): os movimentos occupy nos Estados Unidos, não colocaram a questão e, consequentemente, o país no mapa do Nobel de novo? O DeLillo não encarna uma possibilidade apesar de você não ter curtido o Ponto Ômega?

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Em outras notícias: não acho que o Eco esteja em 'desvantagem' pelo apelo pop, somente, mas porque, como você bem notou, ele assumiu um posicionamento bem diferente daquele que possuía antigamente, com aquela guindada para o linguistic turn e a semiótica.

As chances de Kundera são próximas a zero, eu acho. Como as de Pynchon e como eram as de Salinger. Não creio que o Nobel vá para um escritor para um escritor que não atue no cenário público de maneira mais ou menos constante...

DeLillo... pode ser. Se jogarmos com a ideia de que o vencedor seja um norte-americano... Mas volto a dizer que é muito difícil. Além da birra pública da Academia, há uma série de países de língua inglesa (Canadá, Austrália, Nova Zelandia, toda a Grã-Bretanha, além de alguns paises africanos), muitos dos quais nunca receberam um prêmio, e com uma lista muito boa de escritores (Alice Munro, Les Murray, Thiog'o, Margaret Atwood... a lista poderia é enorme), que, creio, os suecos prefeririam antes de dar o prêmio a um norte-americano...

Goytisolo tá lá na minha lista... eu acho que seria a escolha mais acertada, junto com o Nooteboom, se não fosse essa dança das cadeiras idiomática e sempre muito centrada do prêmio... mas, pela força e pela representatividade dele, ainda acho que ele tem chances...
 

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