Haha, obrigado pelos elogios, Mi!
E Lucas, vamos as suas perguntas (que eu não posso dizer que saiba a resposta exatamente, eu sei uma coisinha ou outra, pesquiso um pouco e imagino uma parte):
1- Os critérios são muito mais políticos do que literários- logo eles variam muito de acordo com a época. Claro, acredito que exige-se que o autor tenha aquela coisa do alcance universal: não se premiaria um autor que serve a um universo demasiado restrito (o mais próximo da excessão aqui é o Dario Fo, eu acho, pois as obras dele são bastante ligadas aos acontecimentos da época em que ele as escreve- é uma literatura quiçá um tanto fugaz)- o que não quer dizer que os autores devam ser mundialmente famosos ou coisa assim.
Um bom exemplo de como o prêmio é político é o caso do finlandês Frans Eemil Sillanpää. Era um excelente escritor e o livro que o levou a receber o prêmio, 'Santa Miséria', falava sobre sua terra natal, mas também falava sobre como as condições miseráveis e cruéis em que o homem é, por vezes, forçado a viver, moldam sua alma de modo rudimentar- mas sem que algumas coisas se percam, nunca.
Oficialmente recebeu o prêmio "por seu profundo entendimento dos camponeses de seu país e da forma artísticamente bela com que ele retratou o modo como vivem e sua relação com a Natureza".
O verdadeiro motivo, porém, foi que a Noruega havia sido tomada por Hitler e a Finlândia, inicialmente simpática ao Führer, decidiu abandoná-lo. A Rússia havia lhes virado as coisas e os únicos aliados da Finlândia eram os suecos- que, porém, não podiam ajudá-los sob ameaça de serem invadidos pelos nazistas. A solução foi laurear Sillanpäa, membro do Partido Comunista Finlandês. Com o dinheiro do prêmio, compraram-se armas e vermelhos e brancos uniram-se contra as ameaças externas.
2- A Academia Sueca foi fundada em 1786 pelo rei Gustavo III, seguindo os moldes da Academia Francesa. Desde 1901 ela é responsável por atribuir o prêmio Nobel de literatura. A Academia também é responsável pela regulação do idioma sueco, além de publicar dicionários e jornais. São 18 membros- que se candidatam e são eleitos pelos outros- mas nem todos são escritores: apenas a metade, atualmente. Mas sempre pessoas de 'notável conhecimento literário', sendo os não escritores professores, críticos, lingüistas. Eis a lista:
1. Lotta Lotass (nasc. 1964), escritora, eleita 2009
2. Bo Ralph (nasc. 1945), linguista, eleito 1999
3. Sture Allén (nasc. 1928), professor, eleito 1980, secretário permanente 1986–1999
4. Anders Olsson (nasc. 1948), professor, eleito 2008
5. Göran Malmqvist (nasc. 1924), professor, eleito 1985
6. Birgitta Trotzig (nasc. 1929), escritora, eleita 1993
7. Knut Ahnlund (nasc. 1923), professor, eleito 1983, não participa desde 2005
8. Jesper Svenbro (nasc. 1944), poeta/investigador, eleito 2006
9. Torgny Lindgren (nasc. 1938), escritor, eleito 1991
10. Peter Englund (nasc. 1957), professor, eleito 2002, secretário permanente 2009-
11. Ulf Linde (nasc. 1929), professor, eleito 1977
12. Per Wästberg (nasc. 1933), escritor, eleito 1997
13. Gunnel Vallquist (nasc. 1918), professora, eleita 1982
14. Kristina Lugn (nasc. 1948), escritora, eleita 2006
15. Kerstin Ekman (nasc. 1933), escritora, eleita 1978, não participa desde 1989
16. Kjell Espmark (nasc. 1930), professor, eleito 1981
17. Horace Engdahl (nasc. 1948), professor, eleito 1997, secretário permanente 1999–2009
18. Katarina Frostenson (nasc. 1953), escritora, eleita 1992