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Nobel de literatura 2020.

Mavericco

I am fire and air.
Usuário Premium

Achei legal eles terem premiado um país pouco conhecido. Vocês poderiam me indicar mais obras produzidas de lá?
 
Achei bem nhé os poemas dela:



 
Eu nunca tinha ouvido falar nela. E, além disso, a amostragem de poemas talvez não seja suficiente para nos dar uma visão ampla da produção dela. Estou tentando ser cautelosa, também, pelo fato de sempre haver um estranhamento inicial quando a gente lê algo diferente. Ainda não consegui captar algo "novo" na poesia dela. Mas, além do fator "amostragem", tem, também, o fator tradução. Sei lá. Eu costumo curtir poesia intimista. Acho que preciso de um tempo para pegar o "tom" da escrita da Louise Glück.

Enfim, agora, depois da premiação, ela será publicada no Brasil?
 
Sempre espero que o Nobel premie algum(a) romancista cujo trabalho não seja adequadamente publicado aqui no Bananão, para dar uma motivada nas editoras. Poesia não é exatamente minha área de interesse. Da poesia contemporânea norte-americana, ainda por cima, prefiro passar longe. Obrigado por nada, Nobel.
 
Nunca ouvi falar. E, pelo nome, achava que era austríaca, alemã, qualquer coisa.
Menos mais uma manjadíssima americana. (Mó cara de wasp)

Era melhor ter ido ver o jogo do Pelé.
 
O legal desse tópico é que quase todos estão referendando a frase mais padrão, clássica e histórica do @Turgon (com aquele sorriso encerrando a frase)

"Nunca ouvi falar nessa (nome da pessoa) :mrgreen:"
 
não conheço a obra da glück, nunca tinha ouvido falar na glück (até porque poesia não é bem meu cantinho, eu dou uns pulos lá de vez em quando). gosto quando o nobel rende um nome novo para conhecer, e ieeei mulher ganhando nobel, mas ao mesmo tempo eu fico aqui com uma sensação beeeeem contraditória por ser mais uma vez um poeta anglófono. o último poeta que ganhou o nobel e escreve em outra língua foi o tranströmer (sueco) em 2011. Aí em 2016 teve o dylan (americano) e agora a glück, americana também. e são esses 3 nos últimos 20 anos.

para ter ideia, só na década de 90 foram três: wisława szymborska em 1996, seamus heaney em 1995, derek walcott em 1992. a sensação que eu tenho é que com a virada para os 2000 o pessoal na academia começou a pensar na poesia em termos que eles não conseguem captar em língua que não dominam (e aí os poucos poetas laureados, 2 anglófonos, 1 sueco).

(obs: tem escritor que é "blablabla e poeta", mas "só" poeta são esses aí)

enfim, vou dar uma bizu na obra da glück, mas como já comentei dia desses no twitter, nobel pra mim perdeu um tico a graça tem algum tempo. o que mais gosto agora é ver aquele documento que eles abrem, revelando os nomes que estavam sendo considerados para o nobel de 50 anos atrás. é legal ver que foi quaaaaase para o brasil algumas vezes. tipo no ano passado, que fiquei sabendo que jorge amado e o drummond estavam entre as opções do nobel de 1969 (e nem era o primeiro ano deles na lista, os que aparecem pela primeira vez tem um 'x' ao lado do nome).
 
Certo que a Cia. das Letras anuncia em uma semana a tradução dela.
Juro que pensei a mesma coisa. :lol:

E para surpresa de zero pessoas...

Só acho que seria muito mais interessante se tivessem chamado pessoas que já traduziam a Louise Glück para os sites e revistas literários daqui, como o André Caramuru Aubert e o Pedro Gonzaga.


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Vencedora do Nobel 2020, poeta Louise Glück terá obra editada no Brasil

Quase todos os livros da autora americana, ainda inédita por aqui, sairão pela Companhia das Letras a partir de 2021

RIO — Como vários outros grandes autores antes de vencer o Nobel de Literatura, Louise Glück não tinha livros traduzidos no Brasil, mesmo sendo uma figura central da poesia americana nas últimas décadas. Como era de se esperar, o prêmio da Academia Sueca, atribuído a ela no início do mês, mudou tudo. A partir de 2021, a poeta terá nove de seus 12 livros publicados por aqui pela Companhia das Letras, em quatro edições.

Já no primeiro semestre, a editora lançará uma coletânea reunindo três de suas obras mais recentes: “Faithful and virtuous night” (2014), “A village life” (2009) e “Averno” (2007). No segundo semestre sai o seu mais novo trabalho, “Winter recipes from the collective”, ainda inédito nos Estados Unidos, que explora temas caros à autora, como o tempo e a proximidade da morte. As traduções ficaram a cargo de Heloisa Jahn, Bruna Beber e Marília Garcia.

Em 2022 e 2023, devem chegar às livrarias outras duas coletâneas trazendo os seus títulos mais antigos, quase todos escritos nos anos 1990.

A disputa pela obra da poeta pós-Nobel, conta a editora Alice Sant’Anna, da Companhia das Letras, foi acirrada.

— Acho que a trajetória de Louise Glück por aqui tem tudo para seguir o mesmo caminho de Wisława Szymborska, que também se tornou um sucesso comercial após o Nobel — diz Alice. — São poetas muito diferentes, mas elas têm em comum uma poesia direta e acessível, que traz temas pesados sem hermetismos.

Os críticos devem concordar com Alice, já que costumam citar a limpidez e a fluência dos versos como um dos grandes atrativos da obra da autora, condecorada pelo ex-presidente americano Barack Obama com a Medalha Nacional de Artes e Humanidades em 2015. Apesar de recorrer com frequência à mitologia greco-romana e e à História, seus livros buscam temas e sentimentos universais, sem soarem pretensiosos.

Entre os títulos mais antigos de Glück, um dos mais conhecidos lá fora é “The wild iris”, vencedor dos prêmios Pullitzer e William Carlos Williams de 1993, e que estará presente na última coletânea da série. Elogiado pela crítica, o livro é representativo da maneira como a poeta incorpora a natureza em seus versos, fazendo de um jardim e suas plantas um elemento central. Três vozes se alternam: a vegetação que fala à jardineira; a poeta; e a figura onisciente de um deus. Ele deverá sair por aqui na última coletânea da série, em 2022.

Outros títulos presentes nas três coletâneas são “The seven ages” (2001), “Vita nova” (1999), “Meadowlands” (1997), “Ararat” (1990) e “The triumph of Achilles” (1985).

— Cada livro tem a sua unidade, com os poemas formando uma relação muito forte entre si — diz Alice. — Por isso optamos por lançar livros inteiros e não antologias com poemas esparsos. O leitor entra melhor na obra dessa forma.

Em uma entrevista para um funcionário da Academia Sueca, logo após o anúncio do Nobel, Glück recomendou aos leitores de primeira viagem que não lessem seus livros antigos (para não “sentirem desprezo”) e começassem pelos lançamentos mais recentes. “Talvez ‘Averno’ seja um bom começo”, disse ela.

O leitor brasileiro poderá saber agora se a autora tem razão. Finalista do National Book Award Finalist, “Averno” será traduzido por aqui por Heloisa Jahn. O título é uma referência ao lago Avernus, em Nápoles, que na mitologia clássica era visto como um portal para a Terra dos Mortos.

—Para mim, essa é uma experiência única, empolgante. É um parque de descobertas entrar no mundo de um poeta como tradutora — conta Heloisa. — Eu gosto de ler pela primeira vez já traduzindo, é o que estou fazendo agora. Construir o mimetismo possível. Assim busco uma espécie de desvendamento a cada poema: um caminho de entrada. E depois, nas inúmeras leituras sucessivas, procuro ler “de fora” a tradução para poder melhorar a forma final dos poemas.

A poeta Bruna Beber, que ficou responsável pela tradução de “A village life”, percebe na poesia de Glück uma aparente simplicidade, que recebe com cuidado os seus leitores. O livro traz uma série de instantâneos do estilo de vida mediterrâneo.

— Aos poucos, a poesia de Louise Glück revela a sua franqueza, que é polimorfa, e um conhecimento da matéria humana e do mundo natural em suas espessuras e variações — observa Bruna. — Como se ela escrevesse a partir de uma superfície circundante, de um princípio vital, e do planificado que conhecemos como realidade se comunicasse com um extratempo, e escarafunchasse as zonas enlameadas, ao passo que dilata e calibra as luminosidades do ser.

 
Enquanto isso, só agora a Estação Liberdade anuncia mais dois títulos do Peter Handke (com capas horríveis, diga-se):
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A Companhia prometeu o Tranströmer pro segundo semestre de 2015 e até agora nada. Mas vender uma escritora estadunidense prometendo uma nova Szymborska é mais fácil...

Os direitos dessa coleção de ensaios do Handke que a Estação Liberdade está publicando foram adquiridos antes do Nobel. Eles compraram direitos de outros livros que já tinham sido publicados no Brasil e que estavam há muito esgotados, mas não lembro quais títulos.
 

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