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Neuromancer (William Gibson)

Umav Ozatroz disse:
único ponto negativo do livro é que Gibson não foi feliz com algumas de suas previsões tecnológicas: a trama se passa aparentemente por volta de 2050, mas 3 megabytes são considerados uma mina de ouro!! :rofl:

3 terabytes serão considerados ridículos até para os pendrives do dia...

Quero ver a gente em 2050 e termos estações orbitais como hotéis de luxo. Até lá acho que nem base na Lua direito teremos.

Infelizmente, os números crescem, mas tecnologias diferentes desse mais do mesmo não aparecem. Nem aquelas previstas. Não vieram as viagens interplanetares, nem carros voadores, nem clones humanos, nem popularização da realidade virtual, nem andróides sentientes. Só pen drives grandes mesmo.
 
O espaço, acredite, é um ambiente ainda mais inóspito que favelas em grandes centros urbanos. A corrida espacial era uma corrida ideológica, não é mais necessária. Resta-nos olhar as estrelas com telescópios cada vez maiores e mais caros para nos mostrar como somos menos que pó em um deserto.

Carros voadores fariam mais estrago do que os que vão pela estrada, pois depois de bater ainda cairiam na cabeça de alguém. Idéias que não foram para frente porque (ainda) não são práticas. Acho que com relação ao trânsito será mais viável mesmo é algo como Spielberg mostrou em Minority Report: carros com piloto automático se movendo por estradas que literalmente passam por cima de prédios.

Realidade virtual segue em frente nos games. O próprio Neuromancer dá a entender que a Matrix surgiu dos velhos games. Displays cada vez melhores também estão a disposição -- resoluções e refresh rates muito além do que a descrição da Matrix em Neuromancer jamais sonharia.

E AI pode ainda estar longe da sentiência, mas o foco em interface com o usuário trouxe muitas realidades já concretas, como mecanismos de busca como Google e outros cada vez mais rápidos e capazes de melhor entender os seus usuários (como a AI da IBM respondendo perguntas de trivia) e ASIMO é um protótipo que logo estará disponível em muitas fábricas e, provavelmente, também tirando o emprego de muita gente em redes de fast-food...

Engenharia genética vai permitir a indústria farmacêutica um controle mais efetivo sobre a população, mas acho que escravos de graça na forma de clones não são necessários com já tantos bilhões de chineses baratos em fábricas precárias. Já tanta gente no mundo e ainda vão colocar mais? Não faz sentido.
 
Tente pensar no futuro dessa forma: um computador com um processador com Mflops de potência usado pra animar um flash interativo com gatinhos. O Gibson acreditava em drogas virtuais. Não é preciso tanto! Só mostrar uns números em WoW é o bastante pra viciar. Entre Matrix e Idiocracy, eu fico com Idiocracy.

Então vemos Neuromancer, Matrix, Ghost in the Shell, em que a realidade virtual é algo inserido por uma interface com o cérebro. Capaz de gerar flatlines. Temos Google, Watson, ASIMO. Daí pra Wintermute e Neuromancer, acho que é como as viagens espaciais em 2001. A menos que a Singularidade aconteça.

Acho que os jogos estão evoluindo muito em gráficos, mas não em mecânica e jogabilidade. É claro, existe o Kinect. Uma maravilha como o Kinect e o povo gosta mesmo é de FPS.

Carros voadores seriam uma boa. O problema é que Tesla não conseguiu resolver o problema do fio que vai até a tomada. Ruas e avenidas tomam muita área urbana. O que fez os arranha-céus uma realidade não foram as armações de concreto e grandes guindaste, mas a invenção do elevador. E como é difícil fazer uma aeronave com uso eficiente de combustível decolar na vertical!

Pelo menos a Google está fazendo carros com pilotos automáticos. Talvez, um dia, a direção assistida de carros voadores seja como jogar Frogger. Seria umas batidas muitos loucas.

E quanto à genética. REPLICANTES, UHUUU! Mico-leão dourado, panda, onça-pintada, urso polar, vão tudo se fudê. Pelo menos nisso acredito em Neuromancer. A biodiversidade ficará um tanto quanto mais pobre. Mais ainda.
 
Concluí a leitura de "Neuromancer" esta semana, mas reconheço que ela foi prejudicada um pouco pelo longo intervalo entre o primeiro terço do livro e o restante, coisa de cerca de dois meses (se não mais).
Mesmo assim, achei o livro sensacional por uma série de razões que já levantaram aqui no tópico.
Custei um pouco a me acostumar com o estilo do Gibson, mas depois de um tempo a leitura fluía que era um doce.

E ao contrário do que alguém disse mais pra cima, o final do livro deixa bem claro o que aconteceu.
É explícito, no cap. 24, que eles usam a senha e fusionam Wintermute e Neuromancer


Estou empolgadinho pelos próximos livros. 'Bora plugar de novo nessa viagem! :joy:



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E parece que agora vai virar filme de uma vez por todas.
http://scifimethods.com/articles/film-preview-neuromancer-2014/258/
 
Última edição por um moderador:
Como tá essa tradução brasileira (aleph)? Eu tinha ouvido falar mal dela. procede?
 
Bom, eu senti algumas dificuldades em certos trechos do livro. Por ser um livro muito bem escrito em sua língua original, a tradução não deve ter sido a da mais fácil!

Seria algo como passar para o inglês um livro do Machado de Assis: missão super difícil, pois a beleza das obras machadianas está - também - no modo de como ele usa a estrutura do português.

Eu tentei ler direto no inglês, mas achei um nível bem avançado. Só depois fui ver que é uma obra usada no estudo da literatura inglesa em diversas faculdades norte-americanas!
 
acho que a dificuldade vem um pouco de tanta coisa diferente que o gibson descreve, hack. você entende cada palavra, mas como não dá para associar com sua realidade, fica difícil de entender. eu lembro que o primeiro parágrafo eu li meio que na base do WUUUUUUUUUUT? aí depois foi me acostumando e foi fluindo.

"The sky above the port was the color of television, tuned to a dead channel." << é considerada uma das melhores primeiras-frases de livros de ficção científica. :yep:
 
Alguém sabe me dizer o que exatamente é o "limite" o qual Turner faz referência em Count Zero? É relacionado ao cyberespaço ou ao uso de drogas?
 
Rapeiz, acabei de ler pela segunda vez e ainda tenho umas duvidas, me ajudem ai. CONTEM SPOILERS NAS PERGUNTAS

1. Por que Riviera se rebela contra a equipe e até quando Hideo e a 3jane se juntam com a equipe o Riviera tenta matar case do nada?

2. Se o intuito do wintermute era se fundir com neuromancer, pq neuromancer tentou impedir?

3. O que exatamente o icebreaker Kuang fez? eles destruiu o software que limitava o Wintermute? Wintermute n podia fazer isso sozinho?
 
Li um tempo atrás e achei realmente muito interessante.

"The sky above the port was the color of television, tuned to a dead channel." << é considerada uma das melhores primeiras-frases de livros de ficção científica. :yep:
Confesso que não entendo o porque de tamanha comoção por essa frase. É legal, bem facil de imaginar e tal, mas sei la, não me causou um impacto muito grande quando li...
Talvez porque eu vi muita coisa antes de ler esse livro, não sei(e o fato de que eu e minha irmã costumávamos chamar esse estado da TV de canal explosão com certeza não deve ter ajudado rs).

Sobre o livro em si, com certeza minha experiencia foi bem diferente dos que leram quando o livro foi lançado pela primeira vez, em parte pelo que ja foi comentado no começo do topico, muita coisa que temos como normal hoje e é citada no livro, não existia na epoca ou era apenas conceitual.

Mas além disso, na virada dos 90s para os anos 2000, eu li repetidas vezes, diga-se de passagem, GURPS cyberpank, onde muito do que tem no livro é comentado. Aliás, foi la que eu fiquei sabendo da existencia desse livro(e li necromancer as primeiras vezes :D).

Na epoca, eu vi o livro como uma visão da internet e das redes de comutadores que era fantasiosa e que já tínhamos descoberto que não era mais assim, com a internet que tínhamos então. Mal sabia eu que 20 anos depois estariam falando em metaverso e que o caminho pra aquele tipo de rede ainda estaria ai, só esperando pra acontecer.

Eu não imagino porque seria interessante estar tão imserso na rede que voce pode fritar seu sistema nervoso, mas parece que muitos não veem a hora de chegarmos nisso rs

A forma como eles se conectam na rede me lembrou Andromeda, que provavelmente se inspirou em Neuromancer, entre outras fontes.

Sobre recomendar a leitura: Recomendo sim, é uma visão muito interessante de um futuro que ainda podemos ter(e que, acredito eu, deveriamos evitar).
 
Li um tempo atrás e achei realmente muito interessante.


Confesso que não entendo o porque de tamanha comoção por essa frase. É legal, bem facil de imaginar e tal, mas sei la, não me causou um impacto muito grande quando li...
Talvez porque eu vi muita coisa antes de ler esse livro, não sei(e o fato de que eu e minha irmã costumávamos chamar esse estado da TV de canal explosão com certeza não deve ter ajudado rs).

Sobre o livro em si, com certeza minha experiencia foi bem diferente dos que leram quando o livro foi lançado pela primeira vez, em parte pelo que ja foi comentado no começo do topico, muita coisa que temos como normal hoje e é citada no livro, não existia na epoca ou era apenas conceitual.

Mas além disso, na virada dos 90s para os anos 2000, eu li repetidas vezes, diga-se de passagem, GURPS cyberpank, onde muito do que tem no livro é comentado. Aliás, foi la que eu fiquei sabendo da existencia desse livro(e li necromancer as primeiras vezes :D).

é como você diz, a literatura tem dessas coisas mesmo, o momento da leitura influencia como percebemos a obra.

mas aí enquanto lê uma obra seminal e você quer entender o pq de tanta comoção sobre o livro, é necessário colocar em mente que todos os n livros de cyberpunk dos anos 90 e 2000 que você leu foram influenciados pelo neuromancer do gibson (que é de 1984) em menor ou maior grau.

é mais ou menos como ler um monte de fantasia e aí depois disso pegar o senhor dos anéis e pensar que "não é tudo isso aí" porque é a mesma coisa "que tudo que você já leu".
 

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