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Notícias Netflix, Amazon e Crunchyroll disputam os olhos dos fãs de anime no Brasil

Fúria da cidade

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Cena do anime "One Piece", baseado em um dos mangás mais populares dos últimos 20 anos Imagem: Eichiro Oda/Shueisha, TOEI Animation

Quase 25 anos depois de experimentarem sua "Era de Ouro" na TV brasileira, com séries populares como "Cavaleiros do Zodíaco", "Sailor Moon" e "Yu-Gi-Oh!", os animes estão promovendo uma nova invasão japonesa nos lares - e celulares - dos brasileiros.

Longe dos canais abertos há décadas e entregues à pirataria de fãs, os desenhos japoneses encontraram terreno fértil e quentinho em serviços de vídeo por streaming, como Netflix, Amazon Prime Video e Crunchyroll (este último especializado no segmento).

Melhor: se antes o fã tinha de esperar alguma emissora adivinhar seu desejo e iniciar as negociações nem sempre fáceis com as produtoras e distribuidoras japonesas para só então iniciar a dublagem e exibição dos episódios, no novo cenário tudo ficou mais fácil - desde que o cliente esteja disposto a pagar as assinaturas mensais, é claro.

Dona dos direitos de exclusividade no Brasil de três das séries mais bem avaliadas do momento no site MyAnimeList - "Attack on Titan", "JoJo's Bizarre Adventures" e "One Piece" -, a Crunchyroll entrega ao assinante brasileiro, com legendas em português, os novos episódios delas apenas uma hora depois de serem exibidos no Japão.

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Personagens do anime "JoJo's Bizarre Adventure", exibido na Crunchyroll Imagem: LUCKY LAND COMMUNICATIONS/SHUEISHA,JOJO's Animation GW Project

Na Amazon Prime Video, estão disponíveis, na íntegra, as temporadas mais recentes de algumas das séries mais comentadas da TV japonesa, como "Dororo", baseada no mangá do mestre Osamu Tezuka, e "Banana Fish", verdadeiro hit entre o público japonês.

Já a Netflix, que em volume de catálogo fica atrás apenas da Crunchyroll, oferece algumas das séries mais aclamadas pelos fãs de anime, como "One Punch Man", "Death Note", "Fullmetal Alchemist" e "Sword Art Online", além de uma extensa lista de co-produções e produções originais, como "Baki", "Devilman Crybaby", "Knights of Sidonia" e "Castlevania".

Modelos de coprodução

Em visita ao Japão em meados de março, a reportagem do UOL pôde conferir o investimento da gigante norte-americana de streaming no mercado japonês. Dona de um dos maiores stands da feira anual Anime Japan, a Netflix estabeleceu parcerias com produtoras tradicionais como TOEI e IG Productions - com quem recriou "Ultraman" -, além de estúdios como Bone, Dave Productions e Anima.

Um trato em que uma mão lava a outra. Em troca de injetar seus dólares em uma indústria de custos altos e essencialmente dependente de seu mercado interno, a Netflix ganha o direito de distribuir, com versões devidamente legendadas ou dubladas, esse conteúdo para os 190 países em que atua - muitos deles tradicionalmente sedentos por animações japonesas, como Brasil, México e França.

"A Netflix ouve os seus membros e investe em programas que os satisfazem. Desde os primeiros dias licenciando [as séries], nós percebemos um grande interesse em animes. Isso nos fez subir a aposta e passar a co-produzir os desenhos e, eventualmente, encomendar nossas próprias séries originais", afirma ao UOL John Derderian, executivo responsável pelos projetos de anime da Netflix em Tóquio.

Com planos ambiciosos de disponibilizar dezenas de séries originais na Netflix por ano, Derderian explica que a empresa "faz um investimento significativo de longo-prazo na indústria de animes". "São dúzias de shows originais que não existiriam sem nosso envolvimento e acordos de produção que criam compromissos de longa duração com os melhores estúdios de animação. Acreditamos que isso proporciona maior liberdade artística para a indústria de anime investir ainda mais em expandir essa incrível forma de arte."

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Imagem da série de anime "Dororo", baseada em mangá de Osamu Tezuka Imagem: Tezuka Productions/TWIN ENGINE Inc.

Em palestras e reuniões com diretores, produtores e profissionais da indústria, a reportagem ouviu com frequência o argumento de que a parceria "levará o anime a novos públicos" e que, diferentemente do modelo tradicional de transmissão ao vivo da TV japonesa, o modelo de streaming permite ao fã ver os animes "quando ele quiser, e onde ele quiser - até no banheiro!"

Novos públicos

A possibilidade de assistir aos animes off-line e em qualquer língua é também uma das apostas do Amazon Prime Video, que das três plataformas atuando hoje no Brasil é a que possui o catálogo mais enxuto (pouco mais de 35 produções, entre séries e longas). A tendência, defende Pablo Iacoviello, head de conteúdo para o Amazon Prime Video na América Latina, é ampliar.

"A popularidade dos animes continua a crescer ao redor do mundo e nós estamos comprometidos a sempre trazer novos e interessantes títulos dentro do gênero que nossos assinantes irão amar. Hoje o oferecemos títulos incríveis como as séries 'Onihei', 'Beatless' e 'Karakuri Circus', e ótimo filmes como 'Ghost in the Shell: The Laughing Man'", afirma. "O Amazon Prime Video oferece títulos recentes dos últimos anos que ficam disponíveis pouco tempo após saírem no Japão, e a maioria desses títulos possui legendagem em diversos idiomas como Português do Brasil, Inglês, Espanhol, Francês, Italiano e até mesmo Bahasa."

Outra vantagem das parcerias de produção pensadas diretamente para o streaming está na tal "liberdade criativa" para os estúdios. Afinal, que emissora de TV aberta ou mesmo canal de desenhos da TV a cabo aceitaria as altas doses de violência e sexo de um "Devilman Crybaby" ou mesmo as sugestões de relacionamento gay entre os personagens de "Banana Fish", licenciada pela Amazon? (Quem tem mais de 30 anos deve se lembrar das polêmicas de Gilberto Barros com o "satanismo" de "Yu-Gi-Oh!" ou as críticas à sexualidade dos personagens de "Sakura Cardcaptors", ambos exibidos na TV aberta no começo dos 2000).

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Cena do anime "Devilman Crybaby", considerada uma das melhores animações de 2018 Imagem: Divulgação/Netflix

"Fãs de anime sabem tanto e são tão apaixonados pelo assunto que isso os torna especiais. A gente escuta os fãs e tem obsessão em atender suas necessidades. Não acertamos com tudo, mas nos forçamos a melhorar sempre.John Derderian, Netflix Japão

Há 10 anos atuando nesse segmento e com mais de 700 produções de anime disponíveis para os assinantes em seu catálogo, a Crunchyroll é uma das que mais entende as vontades dos fãs - embora já tenha entrado em rota de colisão com aqueles que insistem no submundo paralelo da pirataria e legendagem amadora de séries.

Além das produções mais manjadas - mas bastante cultuadas - como "One Piece", "My Hero Academia" e "Boruto" - o serviço oferece séries badaladas como "Mob Pyscho 100", "Black Clover" e a brutal "Attack on Titan", que já está em sua terceira temporada e frequentemente recebe comparações com a série "Game of Thrones".

"Com o aumento do acesso [aos animes], fãs conseguem assistir e descobrir novos títulos, além de formar uma comunidade através de seu amor compartilhado pelo anime. Muitos membros da comunidade da Crunchyroll já declararam que fizeram vários amigos graças ao serviço", revela ao UOL Yuri Petnys, gerente do serviço para o mercado em português.

Com a missão autodeclarada de "expandir o mercado de anime pelo mundo todo" e grande atuação em mercados como o dos EUA e do Reino Unido, a Crunchyroll conta com um modelo interessante que também ajuda a manter viva a indústria de animes: quanto mais os fãs assistem a algum conteúdo na plataforma, maior é a fatia repassada às produtoras envolvidas nesse ecossistema.

Com 45 milhões de usuários registrados e 2 milhões de assinantes - quem não paga também pode assistir aos animes, com comerciais -, a Crunchyroll foi recentemente adquirida pelo grupo Warner, em uma jogada do conglomerado de mídia americano para se cacifar ainda mais no cada vez mais disputa mercado de serviços de streaming com conteúdo próprio ou licenciamentos exclusivos.

"A Crunchyroll é a marca de anime mais popular do mundo - nosso objetivo é ser 'tudo para alguém', e não 'algo para todo mundo'. Temos mais animes disponíveis que nossos competidores, incluindo as séries mais populares de cada temporada, e além de disponibilizar conteúdo em vídeo, nós também trabalhamos para expandir o mercado de anime pelo mundo todo, com produtos licenciados, eventos e - mais recentemente - jogos mobile", explica Petnys.

Competição acirrada

Em artigo recente no site Business Insider, a jornalista Clancy Morgan apontou a estratégia dos serviços de streaming, especialmente da Netflix, em apostar alto nos animes como uma forma de fazer frente à Disney, que vem retirando suas animações e filmes da concorrência para levar ao ar, ainda neste ano, seu próprio serviço pago, o Disney+.

"O conteúdo original da Disney não inclui nenhum anime, e [a companhia] diz que seu serviço será voltado às famílias. Então, provavelmente, não deve incluir muito conteúdo adulto como o de 'Devilman Crybaby'. Ter um catálogo todo de conteúdos que a Disney não tem pode ser uma grande vantagem à Netflix, especialmente quando a demanda por anime continua crescer década após década", diz o artigo.

"A gente não pensa muito sobre competição. Preferimos colocar nossos esforços e energia em encontrar as melhores séries para nossos membros", diz Derderian, da Netflix, especialmente sobre a concorrência com outros serviço que oferecem anime. "Um dos melhores resultados da competição é que ela força todos a melhorarem seu jogo. Os fãs de anime são os que se beneficiam dessa competição."

https://entretenimento.uol.com.br/n...l-e-o-milagre-da-multiplicacao-dos-animes.htm
 

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