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Narração Off-Tube ("Fora do Tubo")

Fúria da cidade

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Pra quem nunca ouviu, essa é a expressão que se dá quando um narrador narra um jogo fora do estádio, confortavelmente num estúdio fechado e em alguns casos a emissora (de rádio ou TV) apela pra um som gravado bem artificial de torcida quando não dispõe do áudio original.

Antigamente até o final dos anos 80, quando era muito comum cair o sinal enviado pelo satélite essa pratica não era tão comum, mas hoje pra reduzir custos e com a maior estabilidade do sinal muitos jogos são narrados assim. Quem não se lembra da última Copa do Mundo onde Cleber Machado e Luiz Roberto narraram todos os seus jogos daqui do Brasil?

Os narradores brasileiros tem competência pra narrar com a mesma emoção de estar num estádio? Qual a sua opinião a respeito?
 
Foi bem formulada a pergunta :wink:

Na minha opinião, a emoção, não importa a pessoa, vai sempre ser maior no estádio, pois mesmo não assistindo ao jogo de seu time, irá vibrar junto as torcidas presentes no estádio, isso se for um amante do futebol.

O narrador estando no estádio, terá eu acho que mais prazer ao narrar pois estará "junto" aos jogadores e torcedores, mas dependendo da distância de onde é feita a narração, alguns erros podem acontecer, como dizer que uma bola q entrou pelo canto rasgando a rede foi gol, difícil mas pode acontecer.

Já fora do campo (Off-Tube), o narrador pode ter menos emoção mas pode ser mais preciso. Particularmente eu prefiro que ele esteja dentro do estádio narrando pois trará mais emoção também para quem assiste o jogo.

PS: não se importe caso algumas idéias ñ estejam claras ou haja repetições ou até mesmo palavras erradas ou mal digitadas, estava com muito sono qndo postei isso, pois estive super ocupado durante sexta e o fds tendo apenas 12 hras d sono no total desses 3 dias :(
 
Pois é a questão é justamente essa.
Por mais realista que seja uma narração a distância nunca será igual quando se narra direto do estádio, vivendo o verdadeiro clima do jogo e das torcidas.

É uma pena que pra reduzir custos as emissoras tão apelando o máximo que podem. A próprio Globo as vezes até faz o jogo com um repórter presente no local, mas a narração fica sempre em off!
 
Quem não se lembra da última Copa do Mundo onde Cleber Machado e Luiz Roberto narraram todos os seus jogos daqui do Brasil?

Um lado que temos que verificar é que essa prática nos possibilita a ver mais jogos na TV aberta.

Nos jogos do Brasil ou jogos principais temos a narração de Galvão(infelizmente) presente lá no estádio. Em outros jogos onde a emoção do torcedor não está diretamente ligada temos o Off-Tube afinal só eu vibrei mais com Rússia e Japão na Copa de 2002 doq com qq outro jogo(oq um bolão valendo 300 reais não faz com a gente).

Acho que é por aí. Para narrar Holanda x México não importa se o narrador está ou não captando a emoção do estádio. Estamos assistindo por que gostamos de futebol e não pela emoção de torcedor.

Se você coloca um bom narrador ali ele saberá conduzir o jogo normalmente sem que isso prejudique.

Quantas manhãs de domingo não acordamos com Silvio Luiz e Silvio Lancellotti narrando o campeonato italiano sentados numa poltrona em São Paulo? E as transmissões da ESPN Brasil quase todas em off-tube?

No final eu ainda acho válido a narração no estádio em jogos que envolvem a paixão do torcedor, mas acho totalmente aceitável essa prática em jogos de times ou seleções estrangeiras.
 
Concordo com o Fingolfin, afinal, aumenta nossa gama de jogos vistos...eu adoro ver os comentarios do Neto na Copa dos Campeões :lol:

Para mim, depende mais da competência do narrador do que o próprio local da transmissão, quem viu o ultimo SP x Cruzeiro na Sportv sabe do que eu estou falando...
 
Fingolfin disse:
Quem não se lembra da última Copa do Mundo onde Cleber Machado e Luiz Roberto narraram todos os seus jogos daqui do Brasil?

Quantas manhãs de domingo não acordamos com Silvio Luiz e Silvio Lancellotti narrando o campeonato italiano sentados numa poltrona em São Paulo? E as transmissões da ESPN Brasil quase todas em off-tube?

No final eu ainda acho válido a narração no estádio em jogos que envolvem a paixão do torcedor, mas acho totalmente aceitável essa prática em jogos de times ou seleções estrangeiras.

Pra jogos de campeonatos internacionais sem comentários, até porque seria um grande desperdicio de $$ mandar narrador só pra narrar NBA, campeonato inglês, italiano, etc.

Mas na Copa do Mundo que só acontece de 4 em 4 anos além do exdrúxulo monopólio da Rede Globo achei uma sacanagem apenas o Galvão ter viajado que na ótica da direção da emissora é tratado sempre como um "Schumacher" da narração e deixarem Cléber Machado e Luiz Roberto que são tratados sempre como dois "Barrichelos" no Brasil narrando em off. Os dois já viajaram e narraram em outras Copas e mesmo sendo um jogo China x Costa Rica da vida, se for jogo de Copa do Mundo, qual narrador não gostaria de faze-lo ao vivo da cabine do estádio?

Já Libertadores onde existe fatores como altitude, aquela pressão e cantoria dos argentinos e tudo mais, pra mim só é emocionante quando o narrador também vivencia o clima também. Nunca esqueço certa vez do Oliveira Andrade na época narrando pela Globo o jogo SPFC x Cerro Portenho descrevendo em todos os detalhes a pressão da torcida, o forte calor em Assunção e a invasão de mariposas na sua cabine. :)
 
FÚRIA Da Cidade disse:
Mas na Copa do Mundo que só acontece de 4 em 4 anos além do exdrúxulo monopólio da Rede Globo achei uma sacanagem apenas o Galvão ter viajado que na ótica da direção da emissora é tratado sempre como um "Schumacher" da narração e deixarem Cléber Machado e Luiz Roberto que são tratados sempre como dois "Barrichelos" no Brasil narrando em off. Os dois já viajaram e narraram em outras Copas e mesmo sendo um jogo China x Costa Rica da vida, se for jogo de Copa do Mundo, qual narrador não gostaria de faze-lo ao vivo da cabine do estádio?

Mas acho que a vontade do narrador conta muito pouco aqui. Ele tem que saber oq é melhor pra sua empresa e definitivamente uma viagem de 10 pessoas(uma outra equipe inteira) para a Alemanha por exemplo por 30 dias pode custar a Globo 500 mil reais. O cara tem q ver q a vontade dele nesse caso fica em 2o plano. Faz parte do profissionalismo do jornalista.

Já Libertadores onde existe fatores como altitude, aquela pressão e cantoria dos argentinos e tudo mais, pra mim só é emocionante quando o narrador também vivencia o clima também. Nunca esqueço certa vez do Oliveira Andrade na época narrando pela Globo o jogo SPFC x Cerro Portenho descrevendo em todos os detalhes a pressão da torcida, o forte calor em Assunção e a invasão de mariposas na sua cabine. :)

Libertadores é diferente. As viagens são curtas(1 noite no maximo) e os custos bem menores. Meu time não joga a libertadores a algum tempo mas até onde eu assistia as narrações eram feitas no local, principalmente pq a Globo só transmite jogos de times brasileiros e em fases mais avançadas do campeonato.
 
Paulo Andrade narrou sem ver imagem de jogo na ESPN Brasil

paulo-andrade.png


Principal narrador de futebol da ESPN Brasil, Paulo Andrade ancorou inúmeras grandes transmissões na emissora, mas já passou um baita sufoco certa vez, quando precisou narrar o início de uma partida cujas imagens não podia ver. Confira, a seguir, essa história marcante da carreira do profissional:

“Copa América de 2011 na Argentina. Fizemos em “tubo” (do estúdio) Uruguai e Peru e eu, como sempre, tinha uma pancada de informações para poder passar durante a transmissão. O jogo estava para começar, hinos nacionais e tudo e faltando uns dois minutinhos para a bola começar a rolar, aconteceu uma pane geral no estúdio onde a gente estava e o que aconteceu? Apagou a imagem das televisões que tínhamos lá para narrar e comentar.”

“Apagou tudo, as luzes e a gente ficou basicamente no breu. Só que quem estava em casa tinha tudo normal, imagem do jogo, o nosso áudio. Naquele momento, não poderia dizer: ‘Ó, estamos aqui com uma pane no nosso estúdio, eu não estou vendo nada, não sei o que está acontecendo, eu não sei de nada’. Quem estava na coordenação dizia no meu fone: ‘Pessoal está correndo, vai resolver’. Mas esse ‘vai resolver’ demorou quase dez minutos. ”

“Até foi cogitada uma mudança de estúdio, mas aí acarretaria bem mais trabalho, uma mudança muito drástica. O que eu poderia fazer naquele momento, sem imagem, narrando um jogo de abertura, com a bola rolando? Podia recorrer às minhas informações. Então, o cara que estava coordenando o jogo no meu ouvido falava assim: ‘Peru com a bola’.”

“E eu falava no ar: ‘Seleção peruana trabalhando aí’. E pegava uma das minhas informações e lia: ‘Essa é a 14ª Copa América da seleção peruana, a melhor campanha foi tal, tal, tal’. Aí o cara: ‘Ó, escanteio para o Uruguai’. Eu ouvia o som da torcida. ‘E agora vai o Uruguai, primeiro escanteio do jogo’, dizia, tentando disfarçar o máximo que podia e torcendo para não acontecer um gol, porque ia ser uma coisa catastrófica narrar um gol sem ver o gol.”

“Só com mais ou menos oito minutos de jogo é que a imagem voltou para a gente. Lembro que eu suava. Foram os oito minutos mais tensos da minha história narrando uma partida de futebol, até que a imagem voltou e pude narrar normalmente, após os engenheiros resolverem, mas foi muito louco, porque narrei sem ver, sem ter a imagem do jogo, e o cara que estava na coordenação falava o básico do básico para mim: ‘Uma falta para a seleção peruana, ficou caído o número 10’. E eu olhava na minha relação e falava, suponhamos: ‘O Cueva caiu, falta para a seleção do Peru, que na temporada passada fez tantos jogos, venceu tantos, perdeu tantos’.”

Eu ia preenchendo o vazio, não com o que o cara estava olhando, não com a narração do jogo em si, mas pontuando a narração, conforme o que ouvia do coordenador e com as informações que tinha. No final das contas, deu certo, não houve gol. Lógico, foi uma catástrofe. O telespectador em casa deve ter falado: ‘Esse cara não está a fim de narrar o jogo, só tá a fim de conversa, só de resenha, de informação. Lógico que não acionei nenhuma vez o comentarista, mas foi muito engraçado narrar por oito minutos um jogo que não estava vendo.”
 

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