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Não dá para ler tudo? Leia o que faz mais falta

Anica

Usuário
Cada vez mais aparecem guias dizendo quais livros são mais importantes e quais são os autores que você deveria conhecer. Claro: com tanta coisa sendo lançada, não dá para conhecer tudo. Mas há os clássicos, que ainda são indispensáveis
[size=xx-small]por Rogerio Waldrigues Galindo [/size]

Dizem que o filósofo alemão Gottfried Wilhelm von Leibniz, no comecinho do século 18 (e lá se vão 300 anos), foi o último homem a dominar todo o conhecimento à disposição em sua época. Kant, algumas décadas mais tarde, já não teria conseguido acompanhar tudo o que se sabia de matemática. Mais um tempo e Nietzsche escreveu que não era vergonha se dedicar a conhecer bem umas poucas áreas e deixar o resto meio de lado.

Estamos falando de gênios que passaram a vida lendo e estudando. E, depois do último deles, ainda foram escritos mais de cem anos de livros de todos os tipos. E cada vez há mais gente escrevendo. A nossa vida, por outro lado, continua basicamente do mesmo tamanho. Ou seja: quem de nós disser que é capaz de ler tudo está mentindo feio. Resta, então, saber de tudo o que está por aí o que, afinal, é o essencial.

Nos últimos tempos, vários autores emplacaram livros explicando o que você deveria conhecer. Gente séria se dedicou a explicar “por que ler os clássicos”. E editoras lançaram versões mais populares, apontando quais livros ler “antes de morrer” (o que, convenhamos, é um título estranho. Mais estranho só se apontassem os livros que deveríamos ler “depois de morrer”). Houve até quem ensinasse a falar de livros sem precisar lê-los.

O fato é que a maioria das pessoas à nossa volta, mesmo as mais cultas, não conhecem tudo. Paulo Francis, que dedicou a vida inteira à leitura, chegou à velhice dizendo que tinha lido “tudo o que quis”. Mas ainda precisou fazer uma exceção. Faltou um ou outro Balzac. É preciso notar, porém, uma outra restrição mais importante: tudo “o que quis”. O que ele escolheu, portanto.

É para isso que servem esses guias de clássicos. Se há tanta coisa publicada e nós – ainda mais quem tem uma profissão que não usa o tempo todo para leitura – não temos como conhecer nem 10%, é preciso alguém para pegar na nossa mão e dizer o que vai nos fazer mais falta. Esses são os clássicos. São os que, geração após geração, continuam na lista do que é indispensável. São os que contam algo sobre nós melhor do que qualquer outra pessoa é capaz de fazer.

O guia mais famoso do gênero talvez seja O Cânone Ocidental, do crítico norte-americano Harold Bloom. Para confrontar os multiculturalistas, para quem qualquer um de nós tem algo tão importante a dizer quanto Shakespeare, Bloom escreveu um manual sobre quais livros considera “canônicos”. São mais de mil. Mesmo assim, exige muito esforço ler tudo aquilo (Bloom já é idoso e passou a vida fazendo isso...)

É claro que se trata só de um conselho. Quem quiser segue. Quem não quiser vai em frente lendo do jeito que quiser. Mas parece haver um consenso entre os literatos de que é cada vez mais importante separar o joio do trigo. Afinal, claro que ler é divertido e tem que ser feito pelo gosto de cada um. Mas se você quer saber o que de mais importante foi dito, um guia ajuda, e muito.

É possível ler só best-sellers e ser feliz. Mas, se você espera sair disso tudo conhecendo um pouco mais sobre você e o mundo à sua volta, talvez seja melhor pensar que você não está ficando mais novo. E há centenas de clássicos na biblioteca ou na livraria mais próxima. Incluindo, claro, o de Harold Bloom.

fonte: rpc
 
é oq ensina a velha máxima d ler 1 pouco d tudo e d tudo 1 pouco.

mas, infelizmente, hj percebo q qto + clássico, menos lido é o livro. a ñ ser nas exigências escolares & literatura pré-vestibular... & olha q mta gente defende, com bons argumentos, a troca dos clássicos na vida escolar por livros da moda. se & qdo isto acontecer, pode-se dizer q assim como minguaram os gênios no passado, vão minguar os q lêem clássicos. os poucos q restarem serão vistos como diferentes, d gosto estranho, anormais.
 
O texto me lembrou aquela famosa frase do Borges que fala que "a biblioteca é interminável". Concordo com o Tatarana no sentido que nunca deixarei de ler um livro que atrai a minha curiosidade por não ser um clássico. Outrossim, adoro esses livros com listas pois através deles descubro cada vez mais livros capazes de despertar a minha curiosidade, os quais, acaso não tivesse acesso por estas listas, acabaria seguramente chegando por outros meios (=livros). Por falar em Harold Bloom, além do canône ocidental ele tem uma obra que chama "onde encontrar sabedoria" e uma outra chamada "gênio", todas as duas excelentes para a descoberta de novos livros.
 
Na verdade, não me aflijo muito por não ter lido toda a obra de Jouhandeau, sinto no máximo a melancolia de uma vida demasiado curta para tantas bibliotecas, etc. A falta de experiência é inevitável, quando leio Joyce estou sacrificando automaticamente outro livro e vice-versa.
 
hoje sei que não vou ler tudo o que queria. Porque sempre estão lançando livros e vou conhecendo novos autores.

Mas acredito que a maioria é como eu, aos poucos vamos querer ler não só os best-sellers, mas os clássicos também. E quando começa vemos que leitura não é só prazer, é também descoberta.
 
Acho que para começar você pode poupar tempo não lendo esses guias "1001 clássicos blablabla" que não são clássicos eles mesmos...

A verdade é que também há muitos clássicos, então, no final vai ser preciso considerar o que ler primeiro, de toda forma. Ainda mais se for pensar em clássicos da História, clássicos da Sociologia, não só literários. Não há tempo que chegue.
 
Há livros essenciais, mas alguns podem não se encaixar no tipo de leitor que a pessoa é. Ninguém deve ler por uma obrigação, ninguém é menos leitor do que outro senão leu um clássico, tem livros que não descem no gosto pessoal.

Contudo, creio que os clássicos recebem um tratamento especial, que não importa o tempo, eles conseguem cativar os mais variados leitores.
 
Clássico é uma obra de arte infinita. Um livro comum é um livro finito. Um clássico equivale a infinitos livros comuns.

É o que eu penso.
 
Acho que os clássicos só são "clássicos" pela atenção que obtiveram. É algo externo ao livro, não tem a ver com a sua concepção, nem tem a ver com a sua qualidade. Fora que os clássicos já chegam até a gente com anos e às vezes séculos de estudos e já chegam cimentados na história e por vezes no imaginário coletivo e já chegam com inúmeras possíveis interpretações e ideias arredores que podem ser apreendidas e regurgitadas por qualquer um de nós, e toda essa periferia aumenta enormemente a grandeza aparente do livro. Um clássico é um clássico por uma distorção de percepção. Não vai nada além disso.

Além disso, eu sei que existem inúmeros livros que eu adoraria mas que nunca vou sequer ouvir falar ou tomar conhecimento da existência, e sei que existem livros que eu vou conhecer, vou querer ler, mas vou acabar não lendo, e sei que existem livros que eu não vou ler com a atenção devida, enfim, porque tudo envolve tempo, disposição, conhecimento prévio, acesso, etc, etc, e a equação simplesmente não vai fechar.

E sobre livros obrigatórios, me soa como taylorismo; tentar fazer do leitor um leitor-boi.
 

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