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Mr. Nobody

Anica

Usuário
[imdb]0485947[/imdb]

Acabei de ver o trailer lá no Ambrosia e estou boba. Tem tudo para ser lindo, muito lindo.


edit: ativem o caption para ver as legendas em inglês
 
Última edição por um moderador:
Ahh, eu também me interessei muito pelo filme!
A história parece ser bem boa, e algo diferente to que andam fazendo no cinema ultimamente. =B
 
eu ñ via um filme de ficção-científica romântico decente desde o vanilla sky. o jared leto com 118 anos de idade está perfeito. as principais teorias científicas atuais ñ são explicadas, são demonstradas em ação: big bang, big crash, 9 dimensões, eterno retorno, vida em marte e por aí vai. sem falar da trilha sonora q é uma verdadeira viagem.
 
:susto:
Quero ver! Quero ver!

Valeu pela dica, Anica (putz #facepalm). Não tinha ouvido falar!

@Anica: pergunta (que o google pode responder, mas a preguiça é grande e por aqui é mais fácil): ele chegou a passar no cinema aqui em Ctba? vai passar? cê sabe? :D
 
o que eu fiquei sabendo sobre o mr. nobody até uns meses atrás é que ele não tinha distribuidor nem nos estados unidos, que dirá aqui. passou em festivais lá fora e teve estreia oficial em poucos países europeus, mas só. o que tá rolando é que ficou mais fácil achar o arquivo do filme e legendas na inet, aparentemente.
 
Também quero ver!

Fiquei muito interessado depois de ver o trailer e ler a sinopse. :D

Só deve estrear por aqui em outubro, segundo consta na ficha do filme no Filmow. Se não aguentar a espera, terei de assistir de alguma outra maneira.
 
Então, vi o filme.
Divertido! É muito legal!
Minha namorada dormiu depois de 20 minutos XD, mas eu achei bem bom.

No meio do filme, tem uma digressão sobre tempo, e eles falam da seta do tempo termodinâmica :happyt:. E não falam nenhuma besteira, o que é um milagre!!!

Curti, recomendo pra quem curte ficção-científica =D

O final é showdebola XD
 
Esse filme é muito foda. Tava assistindo uns sci-fi recentes (Jupiter Ascending, Elysium, Prometheus) que não gostei, fiz bem em apelar para um sci-fi um pouco mais antigo. Procurando falar apenas do que já é estabelecido no filme aos dez minutos: o filme gira em torno de Nemo Nobody, um sujeito muito velho em um cenário muito futurista, que será o último homem a morrer de velhice. Ele tem problemas de memória, não sabe direito quem é, e ao tentar relembrar as coisas, acaba contando histórias de vida contraditórias. Eis o trailer:


Ainda não sei bem o que pensar sobre o final, ainda estou digerindo, e sem falar de alguns tropeços em física...

Me parece bem questionável a ideia de que o aumento de entropia e a seta do tempo estão ligadas diretamente a expansão do universo, e que eventual contração [Big Crunch] permitiria uma diminuição de entropia ou inversão na seta do tempo, e infelizmente essa ideia fundamenta o final do filme.

De qualquer forma acho que dá para contornar esses eventuais tropeços e ainda assim termos muitas ideias interessantes através do filme.

A ideia do Big Crunch pessoal na morte é uma ideia muito interessante, e sempre tive em mente essa metáfora para entender as visões de certos filósofos idealistas sobre a morte, afinal para esses filósofos o tempo só existe para o sujeito do conhecimento, para a mente, e com o fim da mente o próprio tempo chega ao fim. Surpresa assim achar um filme que adota metáfora idêntica. Citando Schopenhauer de cabeça, com eventuais inexatidões na transcrição, "é equivalente dizer que a morte chegou ou que não mais existo, ou que o universo chega a seu fim".

É curioso que o filme cite tanto física mas não tente fazer nenhuma analogia com aspectos da mecânica quântica que se encaixariam perfeitamente. Em especial no que concerne a trajetórias - em mecânica clássica apenas uma trajetória é possível, trajetória que obedece a certo requisitos, mas em mecânica quântica há um entendimento de que em certo sentido todas trajetórias acontecem. A passagem de todas trajetórias acontecendo quanticamente para apenas uma trajetória acontecendo macroscopicamente seria um fenômeno de emergência, assim como a seta do tempo que não existe microscopicamente. Assim, por exemplo, se uma série de partículas pode passar por dois orifícios para chegar ao outro lado, e eu não procuro determinar experimentalmente por qual dos dois orifícios elas passam, cada partícula passa em certo sentido pelos dois orifícios, e o que eu observarei do outro lado será o resultado da interferência entre os dois caminhos. Esse conceito encaixa-se perfeitamente com o fato de Nemo viver inúmeras vidas ao mesmo tempo, e ambas serem igualmente válidas, e terem inclusive certa interferência poética, coincidências entre as vidas.

E mais: conforme Nemo diz, citando um autor, todas aquelas vidas são igualmente significativas. O conceito de significado é mais filosófico, mas a ideia de que a existência tem o mesmo significado independente da história (que depende de condições de contorno um tanto quanto arbitrárias) é muito interessante também. Pois responde a certo tipo de questionamento, difícil de verbalizar racionalmente, mas que mais ou menos é "Por que vivemos em um universo onde o presente é dado por tais e tais características? Uma infinidade de universos com outras características seriam igualmente possíveis, se para tanto tivéssemos no passado tais e tais condições". A primeira vista o universo parece privilegiar injustificadamente uma história entre uma infinidade de histórias condizentes com as leis físicas. Para Schopenhauer, unicamente as leis físicas/químicas/biológicas determinam o significado último do fenômeno - o fato da lei da gravidade ser proporcional a 1/r² e não a 1/r³ por exemplo não seria em si mesmo explicado cientificamente, mas uma espécie de qualidade primeira da natureza, onde reside o significado do fenômeno. O significado, a essência da vida, seria assim atemporal, não reside nesse ou naquele acontecimento específico, mas nas leis que regem esse comportamento, os acontecimentos específicos seriam apenas aparições desse significado. Ora, aquelas diversas histórias condizentes com as mesmas leis físicas seriam assim igualmente significativas e não haveria porque o universo privilegiar uma história frente a outra - e de fato, segundo o filme, não privilegia, somos nós que temos a visão limitada de viver apenas uma história, limitação que Nemo por algum motivo não estava restrito.
 
Última edição:
Esse filme cresceu muito em minha mente nos últimos dias. Via uma certa 'discrepância' relativamente leve em duas cenas, que julgava ser parte daquela 'liberadade poética' chatinha que alguns diretores se dão ao luxo quando fazem cenas mais viajadas ou oníricas, mas pensando um pouco e depois pesquisando isso me levou a reparar em um aspecto da história que não tinha reparado.

Nemo no começo do filme morre na nave para Marte quando ainda estava sob suspensão. Mas mais para o final também morre na nave, porém ao lado de Anna. As mortes são muito parecidas... isso ocorre porque há duas rotas muito parecidas, duas rotas onde Nemo casa-se com Elise mas ela morre na explosão. As rotas são tão parecidas que não havia reparado que são diferentes. Mas analisando melhor fica evidente: em uma delas Nemo conhece Anna na nave, mas em outra Anna é a viúva de um colega de trabalho. Mas nessas duas rotas Nemo vai para Marte com as cinzas de Elise.

Sobre o final finalíssimo (últimos 10 min de filme), que como disse me incomodou:

Ainda me incomoda um pouco, mas tendo em mente o tom fantasioso do final, gosto de acreditar que todo o mundo futurista é um sonho, uma dimensão onírica vivenciada por Nemo, na medida em que ele toma a rota 'absurda' de não viver com o pai nem o mãe. Nessa rota que encontra-se o Nemo surtado, sob camisa de força, Nemo falando com quem seria sua mãe e não sendo reconhecido, Nemo falando com seu eu centenário na TV, e outras coisas absurdas (que parecem inclusive de alguma forma envolver todas rotas 'naturais', o que é esperado, já que a rota 'absurda' ocorre depois de Nemo vivenciar todas as rotas 'naturais').. E por fim o mundo futurista, onde Nemo não sabe quem é, tem inúmeras memórias e é um homem que "não existe". Todo o mundo futurista seria assim uma imaginação de Nemo, ou no máximo uma rota 'bugada', onde ele tem domínio das coisas que ocorrem, como em um sonho lúcido.

Esse anime é relativamente pouco conhecido, tem o jeitão de ser um slice of life fofinho e descompromissado, mas tem alguns aspectos que ele se aproxima muito do filme e levanta questões interessantes. Especialmente no final: quase todo mundo que assiste o anime fica com a impressão que se trata de um final extremamente feliz e mágico, onde Ayu mesmo em coma vive uma experiência extra-corpórea e faz milagres. Porém, um dos personagens levanta explicitamente uma hipótese um tanto quanto perturbadora: que aquele mundo se trata do sonho de Ayu, e sua capacidade de fazer milagres se dá pelo fato natural dos sonhadores terem certo domínio sobre seus sonhos. Conforme ela se dá conta do seu sonho, ela se desestabiliza, como é natural ao percebermos que estamos sonhando, havendo a tendência inclusive de tentar acordar. O anime mostra ela acordando do coma, e os personagens que vivenciaram os milagres lidam com ela - é natural acreditar num primeiro momento que então tudo foi mesmo um milagre extra-corpóreo. Ora, mas ela acordando do coma, porém, pode ser interpretado como um sonho dentro de um sonho, fenômeno bem natural também - você sofre uma perturbação (no caso dela, a lembrança do acidente e seu estado comatoso) mas adiciona essa perturbação em um novo sonho (no caso, no novo sonho ela acorda do coma). Então ela pode ainda estar em coma e tudo ser um sonho, é uma versão bem mais realista da história. Tanto no anime quanto no Mr. Nobody os personagens lidam com a possibilidade de serem um sonho de outra pessoa com naturalidade que parece exagerada. Em Mr. Nobody: "You don't exist. Neither do I. We only live in the imagination of a 9 year old child. We are imagined by 9 year old child, faced with an impossible choice". Essa naturalidade seria facilmente aceita e entendida por Schopenhauer, onde o mundo onírico tem mesmo estado ontológio que o mundo conhecido quando desperto. No trecho abaixo dele disserta sobre o caráter onírico da vida, o que vai de encontro ao filme, onde as várias vidas, incluindo a rota mais absurda, são como sonhos diferentes de um mesmo sonhador:

upload_2015-10-21_0-4-4.png

Sem dissentir:
Se você chegou até aqui, parabéns.
 
Última edição:
Pessoal vejam esse filme, não me conformo o quão desconhecido ele é. :lol:

(postei o trailer ali em cima, mas acho legal nem vê-lo, ele estraga certas surpresas dos primeiros 20 min de filme, entender do que o filme se trata é uma parte interessante desse começo).
 
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