Lucas_Deschain
Biblionauta
Então, para continuarmos:
nos comentários da resenha de Tônio Kroeger, o Marc_dell comentou que o Mann via a arte como uma possibilidade de organização da vida (ou ao menos uma forma de ajudar nesse sentido), na construção de um projeto para a sociedade alemã, em que a expressividade que ela pudesse vir a oferecer ajudasse não só na maneira de entender a realidade mas nela intervir da forma mais adequada. Esse projeto, no entanto, é muito mais espiritual do que propriamente delimitado em suas bases materiais. As figuras que Mann apresenta (tais como Kroeger e Von Aschenbach) não são, a meu ver, modelos de homens melhores, mas, ao mesmo tempo, possuem características interessantes que apontam para o que seria um espírito mais adequado a intervir na realidade de melhor maneira. A literatura de Mann exalta as afinidades voluptuosas da arte - sua elaboração e sua fruição - para pôr em relevo características da própria "natureza" humana, ou pelo menos a forma como ele a concebia e como gostaria que fosse. Essa exaltação se torna ainda mais significativa quando posta diante da sociedade alemã da época, marcado pela estreiteza puramente racional do projeto em fase de implementação, não só a unificação mas o desenvolvimento dos pilares de sustentação da sociedade burguesa.
E aí meia-palavrianos, o que pensam sobre?
nos comentários da resenha de Tônio Kroeger, o Marc_dell comentou que o Mann via a arte como uma possibilidade de organização da vida (ou ao menos uma forma de ajudar nesse sentido), na construção de um projeto para a sociedade alemã, em que a expressividade que ela pudesse vir a oferecer ajudasse não só na maneira de entender a realidade mas nela intervir da forma mais adequada. Esse projeto, no entanto, é muito mais espiritual do que propriamente delimitado em suas bases materiais. As figuras que Mann apresenta (tais como Kroeger e Von Aschenbach) não são, a meu ver, modelos de homens melhores, mas, ao mesmo tempo, possuem características interessantes que apontam para o que seria um espírito mais adequado a intervir na realidade de melhor maneira. A literatura de Mann exalta as afinidades voluptuosas da arte - sua elaboração e sua fruição - para pôr em relevo características da própria "natureza" humana, ou pelo menos a forma como ele a concebia e como gostaria que fosse. Essa exaltação se torna ainda mais significativa quando posta diante da sociedade alemã da época, marcado pela estreiteza puramente racional do projeto em fase de implementação, não só a unificação mas o desenvolvimento dos pilares de sustentação da sociedade burguesa.
E aí meia-palavrianos, o que pensam sobre?
