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Morre Will Eisner

Guilbor

Old Man
Will Eisner faleceu ontem, dia 3 de janeiro de 2005, em decorrência de uma cirurgia do coração. O artista, um dos maiores nomes da História em Quadrinhos de todos os tempos, tinha 87 anos e estava internado em Fort Lauderdale, Flórida.

Nascido em Nova York em 1917, Eisner começou sua carreira durante a Era de Ouro dos quadrinhos norte-americanos. Depois de fazer diversas tiras (como as de Sheena, a Rainha da Selva), criou, em 1940, as histórias de Spirit, sua maior contribuição aos comics da época. Com estilo noir, as aventuras do detetive mascarado, repletas de mulheres fatais e gângsteres, são inovadoras do ponto de vista narrativo e do uso da seqüencialidade dos quadrinhos.

Já consagrado mundialmente como um dos principais artistas da nona arte (ao lado de seus contemporâneos Alex Raymond, Burne Hogarth, Hal Foster, Milton Caniff e Al Capp), Eisner renovou a arte seqüencial, no final da década de 1970, com a criação do romance gráfico Um contrato com Deus, obra que levou às prateleiras das livrarias as modernas publicações de quadrinhos.

Nas décadas de 1980 e 1990, além de vários romances gráficos (a exemplo de O edifício, Um sinal do espaço, O último dia no Vietnã, O nome do jogo, entre outros), Eisner também elaborou reflexões teóricas a respeito das Histórias em Quadrinhos, em dois livros, Quadrinhos e arte seqüencial e Graphic storytelling & visual narrative (este ainda inédito no Brasil). O artista publicou, ainda, um livro de entrevistas que realizou com os melhores quadrinhistas americanos, como Jack Kirby e Neal Adams.

Porém, mesmo com toda a glória alcançada, Eisner – que empresta seu nome ao maior prêmio dado aos destaques dos quadrinhos nos Estados Unidos – até o fim continuava a produzir álbuns de narrativas seqüenciais, adaptando à linguagem das HQs histórias provenientes da literatura (em O último cavaleiro andante, baseou-se no Dom Quixote de Cervantes, e no álbum A baleia branca, partiu do romance Moby Dick, escrito por Herman Melville) e de lendas (como A princesa e o sapo).

Seu último trabalho é a HQ The plot, que mostrará a farsa dos Protocolos dos Sábios do Sião, conspiração forjada na Rússia no início do século passado para culpar os Judeus pelos males do país. A edição será publicada ainda em 2005 pela editora norte-americana W.W.Norton. Além disso, também será publicada este ano uma autobiografia pela Dark Horse Comics, Will Eisner: A Spirited Life.

Não haverá funeral para o mestre. Eisner sempre manifestou-se contrário à prática. Ele será enterrado ao lado de sua filha, Alice, que morreu em 1969. O artista deixa sua esposa, Ann, seu filho John e milhares de leitores e fãs, que em algum momento de suas vidas foram cativados pelo seu sensível trabalho desse excepcional - e imortal - criado.

will_eisner.jpg


Fonte: O Omelete.
 
Lord Ashram disse:
Sir Tristan disse:
Todos os reis da hq mortos..só sobrou o Stan lee
Que não faz nada que presta há muito tempo.
Acho que vc não deve conhecer um tal Alan Moore p/ afirmar algo do tipo. :P

Não quis dizer os melhores,porque taí o frank miller e neil gaiman também.

O que eu quis dizer é os melhores pioneiros..Vou tentar ilustrar o que quis dizer com "os reis",com a frase:

Jack kirby é o coração das HQs,e Will Eisner a mente.
 
Esse cara "reinventou" o método de fazer quadrinhos. Sem dúvida é uma grande perda. Mas seu legado continua ! RIP
 
Se alguém aqui conhece o termo HQs Adultas (minha segunda paixão nesse mundo), e já leu alguns títulos deve saber que foi o Eisner quem os tornou dessa forma.... foi ele quem fez as HQs deixarem de ser descartáveis e literatura infanto-juvenil.... antes dele, romance gráfico, arte sequencial não existiam.... quadrinhos para adultos e quadrinhos arte era piada.... mas ele trabalhou até o 87 anos para modificar esse preconceito e é por isso que eu e todos os grandes da indústria consideram tanto. E se sentiram orfãos com essa perda.

Will vai mesmo fazer muita falta..... o próprio Alan Moore aprendeu com Eisner para depois seguir seu próprio caminho....

Que Deus receba esse mestre com os braços abertos. :pray:
 
O que vocês estão aí muchochos? :x

Ele não gosta desse negócio de velório, choro etc. Ele queria continuar. Se tava lá batalhando, ele queria mesmo continuar.

Ainda tinha muita coisa para falar e desenhar.

Eu ainda me lembro dO Edifício. Li quando tinha meus 19 anos (eu era mesmo pirralha). Meu deus, aquilo marcou-me profundamente: tanto pelo conteúdo, quanto pelo fato de não parecer inédito... e ao mesmo tempo parecer atual.

Continuem a falar sobre as coisas que ele fez... engrandeçam a morte dele. Já não basta a nota de rodapé que saiu no canto do jornal? Falemos sobre ele, falemos sobre como ele marcou nossas vidas. Não apenas choremos. Conversemos como se ele ainda estivesse conosco neste mundo! (e se existe pos-morte ele vai escutar melhor que antes )

Ele só vai fazer falta se todo mundo deixar a peteca cair.
 
Concordo, Primula.... por isso disse tudo que ele fez pelos quadrinhos adultos!!

Confesso que não li nada do Eisner antes de sua morte.... tenho só 20 anos e comecei minha fase de HQs Adultas com Hellblazer.... mas o respeitava muito o criador das graphic novels pelo peso de seu nome, seu prêmio (Eisner Award) e muito mais...

Depois do falecimento li muito sobre sua vida e seus feitos e me fascinei. Comprei o livro da Devir ontem "Avenida Dropsie" mas não tive tempo de ler tudo. O que li me encantou.

Já encomendei Coração da Tempestade, O Edifício e Um Sinal do Espaço na minha sebo preferida e vou dedicar boa parte do meu tempo estudando as obras desse mestre.

Por enquanto só posso dizer que serei eternamente grato a ele por revolucionar tanto a indústria, nunca se aposentar e nunca parar de se preocupar em fazer de seu trabalho uma verdadeira arte. :)
 
Will Eisner nunca irá morrer e seu nome jamais será esquecido.
 
Última edição:
:(

Eu não posso deixar de concordar com o V, e tentar me esforçar como disse a Primula. "O Edifício" foi uma das melhores obras que eu já li, e ainda mais pirralho do que a Primula, li-o ano passado, aos 15 anos. E nenhuma lágrima jamais me impressionou tanto quanto aquelas da obra.

Mas... :(
 
Li O Edifício ontem e também gostei muito.... acho que ninguém sabe contar tão bem sobre o sofrimento e a esperança das pessoas como o Will.... só me lembro de ter me emocionado de forma semelhante quando li Moonshadow... que apesar de tudo continua sendo minha série preferida... de todos os tempo.....

Mas de qualquer Will Eisner é o melhor de todos os tempos.... mas por um trabalho individual mas por todo o trabalho que ele apresentou durante sua longa e aclamada carreira!!!
 
O Edifício foi a primeira graphic novel que li do Eisner, e me apaixonei profundamente pela obra dO Cara. Ele sabia como colocar emoção numa obra.
 

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