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Morre Oscar Niemeyer

Eu também gosto da igrejinha da pampulha por causa da curva na forma da serra e dos os azulejos desenhados por Portinari, mas se vocês repararem nem a catedral de brasilia e nem a igrejinha tem missas, são muito mais cartões postais tanto de Brasilia quanto de BH.

Ainda bem. Vejo igrejas bem menos modernistas que acho impraticável a celebração, pelo menos uma celebração de verdade.

E não entendo pra que construir qualquer coisa apenas como cartão postal, sem utilidade alguma. :think: Esse negócio de arte pela arte no tocante à arquitetura não me desce muito não.
 
Mas já teve missas. Minha irma mesmo foi batizada na catedral de brasilia. Não sei porque hoje em dia não há mais, mas eu tenho certeza que esses prédios não foram construidos apenas com a finalidade de se tornarem cartões postais. Sobre a catedral eu não tenho nem como especular, mas em relação a igrejinha da pampulha, volta e meia ela sobre com infiltrações, talvez por isso eles decidiram fechar a igrejinha.
 
Err.. eu pensava que qualquer tipo de oração é valida, em qualquer lugar, desde que vc tenha fé...

Ah é?

Qual a necessidade de um altar, ícones, toda a arte sacra, a arquitetura e a música religiosas então?

Você realmente pode rezar em qualquer lugar, mas dizer que a experiência religiosa da Catedral de São Basílio na Rússia é a mesma de uma missa realizada nessas igrejas modernas feiosas é ignorar milhares de anos de arte e simbolismo religioso e místico. Aliás, inúmeros autores trataram disso: Schuon, Eliade, Dùmezil, Voegelin, Guenon, Evola, Boehme, e tradições de dezenas de místicos, santos, teólogos, filósofos e historiadores das religiões.

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"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" - 1 Coríntios 3:16

Contextualização mandou um abraço.

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Comparem:



Sério que vocês acham que é tudo a mesma coisa? Que simbolismos riquíssimos e diversos não são relegados ao esquecimento com essa mudança brusquíssima de paradigmas artísticos que NADA tem a ver com as tradições religiosas na arte sacra?

Ícones, pinturas, paramentos, utensílios litúrgicos, cátedras episcopais, altares, gravuras nos pisos, mosaicos, vitrais, coluantas, disposição das colunas, formas das torres, colunas, iconostases etc. Isso tudo é repleto de significaçaõ simbólica, religiosa, espiritual, mística sem a qual toda cerimônia fica empobrecida. Válida, mas pobre.
 
Última edição por um moderador:
Me segurei pra não vir aqui e acabar falando merda, mas mais merda do que eu li é impossível.

Sim Paganus, PhD em Arquitetura e Teologia, que mistura modernismo e organicismo como se fossem uma coisa só, essas igrejas foram feitas apenas pra enfeitar, sem utilidade nenhuma, nunca nem pensaram em usá-las pra celebrar missas, nenhum oficial da Igreja foi consultado durante as fases de projeto, são chamadas de igrejas só porque acharam que era um nome legal e bonitinho.

Arquiteto é um bicho muito desocupado mesmo, tem muito tempo sobrando pra projetar coisas inúteis.

A partir de agora todas as igrejas serão construídas simplesmente copiando as igrejas bizantinas e góticas. (gótico ainda é muito moderno né, todos aqueles vitrais, abóbodas nervuradas...)
 
Me segurei pra não vir aqui e acabar falando merda, mas mais merda do que eu li é impossível.

Sim Paganus, PhD em Arquitetura e Teologia, que mistura modernismo e organicismo como se fossem uma coisa só, essas igrejas foram feitas apenas pra enfeitar, sem utilidade nenhuma, nunca nem pensaram em usá-las pra celebrar missas, nenhum oficial da Igreja foi consultado durante as fases de projeto, são chamadas de igrejas só porque acharam que era um nome legal e bonitinho.

Arquiteto é um bicho muito desocupado mesmo, tem muito tempo sobrando pra projetar coisas inúteis.

A partir de agora todas as igrejas serão construídas simplesmente copiando as igrejas bizantinas e góticas. (gótico ainda é muito moderno né, todos aqueles vitrais, abóbodas nervuradas...)

Calma, não foi isso que eu quis dizer. Cada tradição religiosa amolda a tradição arquitetônica que lhe é típica.

O que eu discordo é dessa coisa de dizer que a experiência religiosa é a mesma, independente do templo, da arte representada. E associei a admiração que um turista tem por essas obras pela admiração religiosa por um templo mais tradicional, que eu acho que é uma relação conturbada e ideológica, complexa mesmo.

E não, não sou PhD em merda nenhuma, só estou dando minha opinião. Se ela vale tão pouco assim pra você basta me ignorar ou criticar em que estou tão errado assim.
 
O que eu discordo é dessa coisa de dizer que a experiência religiosa é a mesma, independente do templo, da arte representada.
Minha antiga igreja católica apostólica romana começou praticamente como um barraco, e aposto que a fé de cada um assim como a presença de Deus era sentida da mesma forma que é hoje. Se a experiência não é a mesma pra você, seja claro dizendo que é apenas pra você, não tem o que discordar da experiência de terceiros.
 
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Reactions: Bel
Minha antiga igreja católica apostólica romana começou praticamente como um barraco, e aposto que a fé de cada um assim como a presença de Deus era sentida da mesma forma que é hoje. Se a experiência não é a mesma pra você, seja claro dizendo que é apenas pra você, não tem o que discordar da experiência de terceiros.

Cara, leia de novo o que eu postei. A experiência continua válida, mas é empobrecida. E não falei de luxo, falei de simbolismo. Um ramo de flores tem muito mais sentido espiritual que uma coluna de mármore na Festa da Natividade, por exemplo.

E não é só pra mim.

Artigo bem ilustrativo sobre isso:

http://fehet.blogspot.com.br/2010/11/arte-bizantina.html

Segundo René Guénon, toda construção religiosa possui uma significação cósmica. Este princípio se aplica sem dúvida alguma à arquitetura cristã em geral, e à bizantina em particular. Aqui chama a atenção na arquitetura bizantina, em especial, o significado místico que se encontra presente em um elemento específico: a cúpula. Esta, como podemos constatar, não é apenas um elemento arquitetônico decorativo, pois corresponde à concepções estéticas fundamentadas em um simbolismo preciso. A cúpula não possui seu sentido em si mesma, mas sim naquilo que representa: a abóbada celeste.
Entretanto seria errôneo estudá-la em separado, pois devemos considerá-la enquanto relacionada ao resto do edifício, com o fim de compreender o simbolismo cosmológico dessa arquitetura em toda a sua extensão. A cúpula representa o céu e sua base a terra, assim, o edifício completo representa uma imagem do cosmos.

Não que o modernismo não represente algo assim mas ainda vejo o como uma quebra, uma ruptura, e que EU não vejo como positiva.
 
Última edição:
Contextualização mandou um abraço.

Ok, então a leitura dos textos bíblicos de nada serve à grande maioria de cristãos, que não têm condições de contextualizar o texto.
Mas vamos lá. Vou fazer um esforço, embora eu seja mais um leigo e embora você seja mais bem munido para discutir essas questões.
Para tanto, recorri à Bíblia Sagrada Ave Maria, edição de Estudos:

Essa edição de estudos foi preparada por uma renomada equipe de biblistas. As introduções são de Dom João Evangelista Martins Terra, Pe. José Abel de Souza e Moisés Alves dos Santos. As notas foram elaboradas por diversos exegetas colaboradores da: Ediciones Mensajero (Bilbao, Espanha) e Pastoral Bible Foundation (Macau).

A carta em questão, segundo a tradição, foi escrita de Éfeso, após Paulo receber notícias quanto à "imaturidade dos coríntios", cujo problema principal eram "as invejas e as discórdias que mantinham dividida em grupinhos aquela comunidade". A carta começa com um tom de complacência, em que Paulo diz que só podia falar-lhes da vida cristã como se fala às crianças. Mas essa imaturidade não durava demasiadamente? Paulo então começa por desconstruir o culto à personalidade.

(...) Paulo se entrega ao desmantelamento dos grupos baseados no culto à personalidade: "Pois, que é Apolo? E que é Paulo?" (v.5). Para isso emprega duas belíssimas imagens sobre a comunidade cristã, símbolo de toda a comunidade humana, tiradas da tradição bíblica. A primeira: "Vós [sois] o campo de Deus, o edifício de Deus" (v.9). Os ministros e os servidores da fé não são donos da comunidade. Eles plantam, regam, constroem, edificam, fazem crescer, isto é, "somos operários com Deus" (v.9), mas só Deus faz crescer, e "quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo" (v.11), cf. Ef 2, 20-22. A segunda: "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (v.16). No santuário de Jerusalém residia a glória de Deus. Era uma instituição venerada e respeitada (cf. Jr 7 e 27; Mt 21, 12-16). O novo santuário de Deus não é um recinto, informa Paulo. Não é feito de pedra e sim de vida, e são todos os homens e mulheres deste mundo, sem distinção de religião, etnia ou nação. Esse santuário é sagrado. Nele Deus habita. Ninguém disse algo tão sublime sobre a dignidade da pessoa humana. E ninguém foi tão radical e contundente no condenar todos aqueles ou aquelas que destruam, abusem, discriminem, menosprezem ou se esqueçam desse santuário de Deus: "Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado - e isto sois vós" (v.17).
Estas palavras revolucionárias de Paulo precisam continuar inquietando e questionando nossas comunidades cristãs de hoje em dia. O lugar "privilegiado" para prestar culto a Deus já não são as igrejas, os santuários, os centros de peregrinações ou o lugar favorito das devoções de cada um, e sim 'as pessoas', especialmente aquelas que são os santuários profanados de Deus: os pobres, os marginalizados, os famintos, os emigrantes, as crianças abandonadas e esse longo etcétera da miséria humana. (...)"

Nota à referida carta, p. 1841 (grifos meus)
 
Cara, leia de novo o que eu postei. A experiência continua válida, mas é empobrecida.
Não falei do que é válido ou não, apenas que tudo (absolutamente tudo) o que você diz só diz respeito unicamente a você, a experiência se torna empobrecida apenas para você.

E não falei de luxo, falei de simbolismo. Um ramo de flores tem muito mais sentido espiritual que uma coluna de mármore na Festa da Natividade, por exemplo.
Também não falei de luxo, nem de simbolismo, nem de nada, com meu exemplo só quis dizer que nada disso importa para a experiência religiosa em si, e se importa, por alguma razão pessoal qualquer, só importará para determinado indivíduo.

Artigo bem ilustrativo sobre isso:
óbvio que não vou ler isso tudo, mas pelo trecho que quotou vejo que ele está falando dos significados agregados à estrutura, o que é algo que existe, mas até aí nada afirma (nem deve afirmar) que as experiências religiosas que temos dependam de tais simbolismos. Novamente, isso é algo completamente pessoal.

e que EU não vejo como positiva.
aí tudo bem =]
 
Paganus, eu acho que simbolismo não pode ser entendido como a fé ou a religião em si. A maioria das religiões têm seu simbolismo, como imagens, hóstias, altares, etc, mas como o nome diz, é apenas simbolismo. É muito mais válido eu ter minha fé, crer em Deus, rezar e praticar o bem, indo a uma igreja moderna, por exemplo, do que ir à Basílica de são Pedro, não prestar nenhuma atenção na missa, ficar com pensamentos ruins, sair de lá e continuar não praticando o bem...

Não importa se em Igreja, se em casa... Deus tem que estar é dentro da gente e das nossas ações do dia a dia. A diferença que eu vejo dessas igrejas modernas para as igrejas antigas, basílicas e etc, é apenas na construção, mas o conteúdo sendo o mesmo é o que importa.

Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" - 1 Coríntios 3:16

Essa passagem que o Mercúcio quotou é corretíssima... Qual é a contextualização dela? Pra mim se encaixa no contexto sim.


OBS: Não vem brigar comigo e me tirar não :( Só estou dando minha opinião (rsrsrsrsrs)

Mas voltando ao Niemeyer, pessoalmente, não admiro muito a arquitetura dele, não possuo nenhum conhecimento acerca, então, minha opinião é leiga. Gosto de arquitetura antiga, acho as catedrais góticas belíssimas, nem se comparam (na minha opinião) às igrejas projetadas por ele. Mas não estou tirando o mérito dele, de forma alguma. Ele era um grande arquiteto, só que não para o meu gosto pessoal.
 
Última edição:
Niemeyer não era ateu, era mesmo um fanfarrão! Onde já se viu ateu projetar igreja? tsc. Ou então, seguindo a lógica do Pagz, podemos dizer que Niemeyer era um infiltrado que corrompeu os valores tradicionais da igreja com a intenção de causar essa ruptura :D







Brimks, respeito demais o cara. mas né, 104 anos. viveu bastante, viveu bem, contribuiu bastante. Não consigo enxergar motivos para lamentar.

sobre a discussão, acho bastante incoerente querer separar religião do aspecto ritualístico, do simbolismo.
 

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