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Morre Nelson Mandela, ícone da luta pela igualdade racial

Vamos ser mais honestos, né?
Sequer fiz menção à Veja no meu post. Quem está criando espantalhos, afinal?

Onde faltou honestidade? Foi uma comparação. "Post ao estilo 'o artigo é da VEJA então falemos mal da VEJA' de forma mais elaborada". Não é necessário fazer menção à VEJA, o que apontei é que a forma de "raciocínio" é a mesma entre os dois tipos de colocações, dos quais você fez apenas um. O trecho que você citou e respondeu não faz sentido isoladamente, é apenas o início dessa comparação.

A questão desse anti-comunismo vulgar, com ares de Guerra Fria, a que me referi diz respeito a opiniões externas do autor, óbvio. Mas não estão, de modo algum, descoladas do texto. É, aliás, a tônica que o orienta. Palavras do mesmo autor "Alguém que escreveu um texto chamado 'Como ser um bom comunista' não pode merecer minha estima." Constantino diz que Mandela foi importante por ter evitado uma guerra civil. Sua importância foi "basicamente isso". Mas era amigo de ditadores comunistas blá blá blá, o que pra ele "apaga todas as virtudes".

Eu entendo "anti-comunismo vulgar com ares de Guerra-Fria" algo aos moldes de Olavo de Carvalho, que aponta que o comunismo está prestes a ser implantado no Brasil, quase todos são comunistas, etc. O que eu vi no texto foi meramente o apontamento de que Mandela não era um grande defensor da liberdade, por se associar a regimes que o autor associa à tirania, sendo um deles comunista (e cita três outros de orientação islâmica, cita falhas na abordagem do racismo, etc). O que isso tem de "anti-comunismo vulgar com ares de Guerra-Fria"? O que vejo é "anti-comunismo", puro e simples.... E óbvio que, nesse sentido, essa associação vai "apagar todas as virtudes", num sentido mais amplo (afinal se fosse num sentido estrito Constantino sequer citaria essas virtudes como citou): no sentido de que Mandela não pode ser apresentado, apesar das virtudes específicas, como virtuoso no que diz respeito à luta pela liberdade, direitos civis e por aí vai.

Então ainda que menos deslocado do que por exemplo o comentário da espionagem, ou de todos os ditos espantalhos, ainda sim me soou deslocado, parecendo fazer referência a outros artigos do autor que poderiam estes sim, talvez, ser interpretados como "anti-comunismo vulgar com ares de Guerra-Fria". Mas ok, agora vejo, pode ser apenas um grande exagero de sua parte do que foi dito nesse mesmo artigo, sem referência a outros.

Naturalmente há uma dimensão mítica em torno da figura de Mandela. E aqui está situado o comentário que fiz a respeito: "as credenciais declaradas pelo seu autor tampouco são mais isentas e se situam no outro extremo: a demonização pura e simples, acompanhada por algumas concessões dadas de mau grado."

Contraditório, já que "demonização pura e simples" não é possível com "concessões" (de bom ou mal grado, seja lá como você estabelece isso), se você faz concessões não está demonizando pura e simplesmente.

Um texto que, por exemplo, acaba com "Não foi um demônio como Robert Mugabe, mas tampouco foi o santo que pintam por aí, agora que está morto" parece pouco a ver com demonizações. Enfim, além do mais isso também é meramente um rótulo e penso que pouco acrescenta ao debate.

E eu usei o termo "espantalho", assim entre aspas, pra indicar que vejo como um problema - ou uma miríade de problemas - com bastante concretude. Não os imputei ao Constantino, ainda que não duvide que ele feche com algumas dessas disposições.

Só ainda não compreendi o uso do termo espantalho mesmo que entre aspas, mas ok, detalhe pouco importante, de resto entendi: você mencionou apenas uma miríade de problemas e nada tinha de tentativa de associação ao autor e a seu artigo, apenas calhou de mencioná-la. "Vamos ser mais honestos, né?"

Você é bastante inteligente, então não se faça de desentendido. Você sabe de que tirano imperialista estou falando. E seja ou não referência a outras opiniões expressadas pelo autor, são pertinentes à presente discussão. Por que é condenável estabelecer boas relações com algumas "tiranias" e com outras não? Afinal, não é nem um pouco tirânico atropelar a soberania de um país com espionagem. Mas tudo bem. Esse anti-comunismo esclerosado legitima tudo.

Não me fiz de desentendido, não havia me ficado claro que a "tirania" era os Estados Unidos, como você disse agora. Afinal associar ato de espionagem à tirania me soa muito exagerado, de tal forma que pra adivinhar ou pegar nas entrelinhas é difícil, o pensamento mais plausível seria de que eu não o tenha entendido. E aliás, você disse de novo de forma indireta... por que meramente não respondeu a pergunta? Será que é porque a resposta "O governo dos Estados Unidos é a tirania imperialista" soaria ridícula demais?

E como assim "seja ou não referência a outras opiniões expressadas pelo autor"? "Mas tudo bem sermos amigos dos tiranos imperialistas! Constantino aprova!". Se ele não aprova, o texto tinha que ser bem diferente e não vejo como você traria a "tirania imperialista" na discussão, afinal você trouxe o assunto pois apontava uma suposta contradição entre a opinião do artigo aqui postado e a opinião de um artigo anterior.

E nem vejo o que isso vem a discussão, afinal esse artigo não tem a ver com o outro, você não precisa concordar com um para considerar concordar com outro, você não precisa concordar com a dita "tirania imperialista" para discordar da postura do Mandela. A pergunta "quem são e onde ele defende essas tiranias?" foi mais uma pergunta retórica, com respeito ao fato de que ele não faz uma defesa desse tipo no artigo. É uma outra discussão, e esse foi o ponto da minha resposta ao seu post: em resumo, de sempre, quando se envolve a VEJA ou figuras como o Constantino, aumentar-se o assunto para além do tema tratado, indo para a história do autor. Assim é muito fácil, basta qualquer assunto que o sujeito falar, ir no repertório padrão e mencionar outros artigos, fracamente associados ao artigo em discussão.
 
Última edição:
O Mandela pertence àquele grupo de grandes pessoas onde se sente certo cheiro de demagogia pacifista aliado a uma verdadeira e nobre luta (que lhe antecede) contra a tirania. O resultado acaba sendo sempre aquele falseamento histórico que a panfletagem globalista incute nas mentes incautas.

Não precisa ser nenhum paranoico anti-comunista para enxergar as coisas com um pouco mais de senso crítico e se recusar a queimar incenso diante dos ídolos do mundo moderno.

Claro, ainda assim a maioria das pessoas ainda baba de raiva quando você se recusar a fazer essas homenagens, mas dane-se. A verdade é sempre preferível.

Pra mim o Mandela é ainda um fantasma marionete do globalismo, com tudo de bom que tenha feito pela África do Sul.

lol, respondendo um texto do Bostantino com um do Escrotomoto?

pqp, hem, vcs vão de mal a pior.
 
Última edição por um moderador:
Engraçado é a amnésia dos imperialistas (Reino Unido, EUA, França) que o odiavam...

mandela-enforquem.png
 
Nota ao meu post: não postei os links para argumentar que o Mandela poderia/deveria ter agido pacificamente. Apenas postei para desmentir o argumento generalista do Elring.

No mais, concordo contigo, Gabriel. =]

Como assim, desmentir? Vai me dizer que países como Alemanha, Bulgaria, Filipinas, República Checa, Irã, Portugal e Romênia onde ocorreram as revoluções pacifistas eram tranquilos na época da Guerra Fria?
 
Onde faltou honestidade? Foi uma comparação. "Post ao estilo 'o artigo é da VEJA então falemos mal da VEJA' de forma mais elaborada". Não é necessário fazer menção à VEJA, o que apontei é que a forma de "raciocínio" é a mesma entre os dois tipos de colocações, dos quais você fez apenas um. O trecho que você citou e respondeu não faz sentido isoladamente, é apenas o início dessa comparação.

Talvez a começar por este malabarismo estapafúrdio.

Eu entendo "anti-comunismo vulgar com ares de Guerra-Fria" algo aos moldes de Olavo de Carvalho, que aponta que o comunismo está prestes a ser implantado no Brasil, quase todos são comunistas, etc. O que eu vi no texto foi meramente o apontamento de que Mandela não era um grande defensor da liberdade, por se associar a regimes que o autor associa à tirania, sendo um deles comunista (e cita três outros de orientação islâmica, cita falhas na abordagem do racismo, etc). O que isso tem de "anti-comunismo vulgar com ares de Guerra-Fria"? O que vejo é "anti-comunismo", puro e simples.... E óbvio que, nesse sentido, essa associação vai "apagar todas as virtudes", num sentido mais amplo (afinal se fosse num sentido estrito Constantino sequer citaria essas virtudes como citou): no sentido de que Mandela não pode ser apresentado, apesar das virtudes específicas, como virtuoso no que diz respeito à luta pela liberdade, direitos civis e por aí vai.

Então ainda que menos deslocado do que por exemplo o comentário da espionagem, ou de todos os ditos espantalhos, ainda sim me soou deslocado, parecendo fazer referência a outros artigos do autor que poderiam estes sim, talvez, ser interpretados como "anti-comunismo vulgar com ares de Guerra-Fria". Mas ok, agora vejo, pode ser apenas um grande exagero de sua parte do que foi dito nesse mesmo artigo, sem referência a outros.

Contraditório, já que "demonização pura e simples" não é possível com "concessões" (de bom ou mal grado, seja lá como você estabelece isso), se você faz concessões não está demonizando pura e simplesmente.

Um texto que, por exemplo, acaba com "Não foi um demônio como Robert Mugabe, mas tampouco foi o santo que pintam por aí, agora que está morto" parece pouco a ver com demonizações. Enfim, além do mais isso também é meramente um rótulo e penso que pouco acrescenta ao debate.

Mea culpa. Por mim, pode retirar o "puro e simples" e manter a idéia. A leitura que faço é ainda essa: "as credenciais declaradas pelo seu autor tampouco são mais isentas e se situam no outro extremo: a demonização pura e simples, acompanhada por algumas concessões dadas de mau grado."

Só ainda não compreendi o uso do termo espantalho mesmo que entre aspas, mas ok, detalhe pouco importante, de resto entendi: você mencionou apenas uma miríade de problemas e nada tinha de tentativa de associação ao autor e a seu artigo, apenas calhou de mencioná-la. "Vamos ser mais honestos, né?"

Agora eu é que não entendi onde faltou honestidade. Neste ponto, a resposta era sobre um comentário seu ao texto do Sakamoto: "Quem 'acha um absurdo pobre querer os mesmos direitos' ou se pergunta 'por que essa gente maltrapilha simplesmente não sofre em silêncio?'"

Não me fiz de desentendido, não havia me ficado claro que a "tirania" era os Estados Unidos, como você disse agora. Afinal associar ato de espionagem à tirania me soa muito exagerado, de tal forma que pra adivinhar ou pegar nas entrelinhas é difícil, o pensamento mais plausível seria de que eu não o tenha entendido. E aliás, você disse de novo de forma indireta... por que meramente não respondeu a pergunta? Será que é porque a resposta "O governo dos Estados Unidos é a tirania imperialista" soaria ridícula demais?

Por que não respondi de forma direta? Porque me falta paciência para quem se faz de sonso. E tenho muita dificuldade de acreditar que você não tivesse realmente entendido.
Se você não considera tirania o atropelo da soberania de um país com espionagem, não tenho nada a lhe dizer.
Talvez se mobilizássemos outros elementos: tortura de prisioneiros em Guantanamo; o bloqueio à Cuba, contra o qual a ONU já se posicionou em mais de uma ocasião (desconfio que esse item não te comoverá); os crimes da CIA... enfim, acho que uma passada de olhos pelo Wikileaks talvez revele traços dessa tirania imperialista.

E como assim "seja ou não referência a outras opiniões expressadas pelo autor"? "Mas tudo bem sermos amigos dos tiranos imperialistas! Constantino aprova!". Se ele não aprova, o texto tinha que ser bem diferente e não vejo como você traria a "tirania imperialista" na discussão, afinal você trouxe o assunto pois apontava uma suposta contradição entre a opinião do artigo aqui postado e a opinião de um artigo anterior.

E nem vejo o que isso vem a discussão, afinal esse artigo não tem a ver com o outro, você não precisa concordar com um para considerar concordar com outro, você não precisa concordar com a dita "tirania imperialista" para discordar da postura do Mandela. A pergunta "quem são e onde ele defende essas tiranias?" foi mais uma pergunta retórica, com respeito ao fato de que ele não faz uma defesa desse tipo no artigo. É uma outra discussão, e esse foi o ponto da minha resposta ao seu post: em resumo, de sempre, quando se envolve a VEJA ou figuras como o Constantino, aumentar-se o assunto para além do tema tratado, indo para a história do autor. Assim é muito fácil, basta qualquer assunto que o sujeito falar, ir no repertório padrão e mencionar outros artigos, fracamente associados ao artigo em discussão.

Pra mim parece muito estranho dissociar um texto das posições de seu autor. A leitura deve levar em conta três dimensões fundamentais: texto, contexto e subtexto. Não vejo como tratar um texto como algo fechado em si. E isso vale pro Constantino, vale pro Sakamoto ou quem quer que seja.
 
Situação da desigualdade racial de renda na África do Sul:
20130713_gdc865.png

Interessante esses números.

É claro que mesmo o aumento da desigualdade de renda não deslegitima as conquistas dos negros com o fim do apartheid, já que a renda não reflete completamente quais são as liberdades civis.

O mais intrigante do gráfico é a disparada dos asiáticos (que, no caso da África do Sul, significa indianos acima de tudo) a partir da década de 80 e, acima de tudo, após o governo Mandela.

De toda forma, qual seria o motivador da continuada pobreza dos negros? Más políticas socioeconômicas ou o choque brutal provocado pela epidemia de AIDS?
 
Mandela não era perfeito . Vocês conhecem algum líder político que não tenha feito algo errado ?
Mas acho ,no meu caso,que o que mais gosto dele foi o fato dele sempre dizer que amar o próximo a si mesmo é o princípio básico de acabar com o preconceito e outros males sociais.
Mandela era cristão ,podem pesquisar ,mas não é isso que importa, importa que ele pegou um idéia talvez restrita a religião e universalizou transformando isso na sua luta.
Ele não pode terminar uma coisa que é pra todo mundo ,ele deu continuidade a uma luta que já existia antes dele na África do Sul ,que talvez seja mais ou menos o que o @Paganus quis dizer.
 
Talvez a começar por este malabarismo estapafúrdio.
Então acho que seria mais produtivo desde o início ter falado o porquê de ser estapafúrdio ao invés de apenas anunciar isso (como agora) ou anunciar o fato de você não ter citado a Veja, como se para fazer uma comparação isso fosse relevante.

Mea culpa. Por mim, pode retirar o "puro e simples" e manter a idéia. A leitura que faço é ainda essa: "as credenciais declaradas pelo seu autor tampouco são mais isentas e se situam no outro extremo: a demonização pura e simples, acompanhada por algumas concessões dadas de mau grado."
Se realmente for útil repetir o que escreveu riscando palavras, então poderia riscar muito mais, o ponto que levantei não tinha como premissa apenas o "pura e simples", afinal para o demônio também não se faz concessões, e o artigo faz bastantes concessões, concluindo que "não foi um demônio", apontando que tem "defeitos e virtudes", criticando apenas a figura de Mandela colocada como exemplo no que concerne aos direitos humanos. Não querer tomar como um modelo exemplar é algo muito distante de demonizar. Definitivamente temos ideias bem diferentes de "demonização".

Por que não respondi de forma direta? Porque me falta paciência para quem se faz de sonso. E tenho muita dificuldade de acreditar que você não tivesse realmente entendido.
Ah tá, entendi, então por impaciência com "quem se faz de sonso" não vamos responder diretamente, pois responder indiretamente é um ato bastante esperado e natural dos impacientes.

Enfim, frase de efeito (mas sem sentido) apenas para dizer que "me faço de sonso".

Se você não considera tirania o atropelo da soberania de um país com espionagem, não tenho nada a lhe dizer.
Então não diga nada ué, não precisa dizer que vai dizer nada.

E é claro que nem tudo que é imoral entre dois países é tirânico, e nem todo atropelo de soberania é tirânico. Se um avião estrangeiro sobrevoa território nacional contra a vontade da autoridade soberana do país, é um atropelo da soberania, mas não se diz que o piloto ou o país que deu a ordem foram "tirânicos". Já imagino até uma manchete: "Tirania do Uruguai! Avião ultrapassa a fronteira sem autorização"....

Esse uso da palavra em sentido tão genérico parece-me o mesmo uso da palavra "fascista" usado por meios de esquerda em referência a opositores (mas ó, vale lembrar que eu sei que você não usou o termo "fascista", hein!). Fica claro aqui o quão o uso inapropriado de vários adjetivos ("demonizações", "vulgar com ares de Idade Média", "tirania", etc) só serve para poluir o debate e inclusive torná-lo intransponível.

Talvez se mobilizássemos outros elementos: tortura de prisioneiros em Guantanamo (...).
Ah sim, talvez sim, talvez não, mas haja fuga do foco da discussão. E como toda essa digressão começou, grosso modo, meramente pra contrapor as opiniões do Constantino com o artigo aqui postado, então caberia você a mostrar onde, por exemplo, o Constantino aprovava "os crimes da CIA". Afinal apoiar a ordem política e econômica dos Estados Unidos é uma coisa, outra completamente diferente é apoiar a guerra do Iraque ou outra qualquer, ações desse ou daquele governo, a base em Guantánamo, etc.

E mesmo se conseguisse fazer isso e apontar uma contradição legítima (além de ligar o termo "tirania" ao que foi apontado, se ainda quiser manter o termo), para mim ainda assim seria pouco relevante, visto a independência dos artigos em questão. Se o Constantino como pensador é contraditório, não quer dizer que o artigo isolado o seja.

Pra mim parece muito estranho dissociar um texto das posições de seu autor. A leitura deve levar em conta três dimensões fundamentais: texto, contexto e subtexto. Não vejo como tratar um texto como algo fechado em si. E isso vale pro Constantino, vale pro Sakamoto ou quem quer que seja.
Então se eu colocasse um "autor desconhecido" no texto, ou se um usuário recém-chegado e desconhecido viesse e escrevesse um texto, automaticamente faria da leitura do texto algo de "muito estranho", pois estaria dissociada do autor via o anonimato? Visto que é claro que não quero dissociar um texto das posições de seu autor, e sim das posições do autor não expressas no texto. Isso que você falou vale para a análise histórica ou literária de um texto, mas não para a análise da tese defendida pelo texto, da lógica e da validade dos argumentos envolvidos, que é o objetivo do debate. São coisas bem distintas. O autor em um debate é completamente independente dos seus argumentos. Eu poderia citar até Mussolini se o texto dele me soasse coerente, daí seria irrelevante a resposta de alguém levando em conta outros aspectos do pensamento de Mussolini.

Você pode até querer analisar ou refutar "a visão de mundo do Constantino" comparando vários artigos, mas a "visão de mundo do Constantino" é irrelevante aqui, o que é importante foi os pontos que ele apresentou nesse artigo específico.

Tudo isso, é claro, se você não defende a tese de que a busca pela verdade, através da lógica, análise o mais objetiva possível, etc etc, sejam apenas a superfície de interesses de classes que devem ser desmascarados e combatidos, aí sim analisar o autor para atacá-lo pode ser importante. Mas para mim essa tese torna o debate impossível.


Enfim, encerro aqui minha participação ativa no tópico, visto que os tipos argumentos, linguagem, assuntos focados, afastaram-se consideravelmente do ponto onde julgo o debate produtivo o bastante para valer o tempo nele gasto.
 
Última edição:
Interessante esses números.

É claro que mesmo o aumento da desigualdade de renda não deslegitima as conquistas dos negros com o fim do apartheid, já que a renda não reflete completamente quais são as liberdades civis.

Tem outro aspecto interessante: os negros tiveram um acréscimo de renda maior do que os brancos em termos percentuais. Olhando as linhas do gráfico vemos um aumento da desigualdade em termos absolutos (a distância absoluta entre o mínimo e o máximo aumentou), mas na verdade a diferença relativa diminuiu (considerando todo o período, 1917-2011). O problema é que os valores iniciais dos quais cada grupo partiu eram muito discrepantes.

Agora, de 2000 em diante realmente parece ter ocorrido um aumento também da desigualdade relativa. Curiosamente esse movimento começou no ano seguinte após Mandela deixar a presidência.
 
Então não diga nada ué, não precisa dizer que vai dizer nada.

Digo o que achar que devo... :joinha:

E é claro que nem tudo que é imoral entre dois países é tirânico, e nem todo atropelo de soberania é tirânico. Se um avião estrangeiro sobrevoa território nacional contra a vontade da autoridade soberana do país, é um atropelo da soberania, mas não se diz que o piloto ou o país que deu a ordem foram "tirânicos". Já imagino até uma manchete: "Tirania do Uruguai! Avião ultrapassa a fronteira sem autorização"....

Claro, porque longe de usar um exemplo específico, eu afirmei com todas as letras que toda imoralidade entre dois países é tirania. #espantalho

Ah sim, talvez sim, talvez não, mas haja fuga do foco da discussão. E como toda essa digressão começou, grosso modo, meramente pra contrapor as opiniões do Constantino com o artigo aqui postado, então caberia você a mostrar onde, por exemplo, o Constantino aprovava "os crimes da CIA". Afinal apoiar a ordem política e econômica dos Estados Unidos é uma coisa, outra completamente diferente é apoiar a guerra do Iraque ou outra qualquer, ações desse ou daquele governo, a base em Guantánamo, etc.

Palavras do Constantino: "muita dificuldade de enaltecer amigos de tiranos comunistas". Olhaaa... e veja só de quem partiu o uso do "termo genérico".
Pontuei: "Por que é condenável estabelecer boas relações com algumas 'tiranias' e com outras não?", referindo-me aos tiranos imperialistas, defendidos pelo autor em questão em mais de uma ocasião.
Então você disse que soa ridículo chamar os Estados Unidos de tirania. E eu disse porque não é. A pergunta ainda está valendo.

E mesmo se conseguisse fazer isso e apontar uma contradição legítima (além de ligar o termo "tirania" ao que foi apontado, se ainda quiser manter o termo), para mim ainda assim seria pouco relevante, visto a independência dos artigos em questão. Se o Constantino como pensador é contraditório, não quer dizer que o artigo isolado o seja.

Eu não vejo essa independência dos artigos. :joinha:

Então se eu colocasse um "autor desconhecido" no texto, ou se um usuário recém-chegado e desconhecido viesse e escrevesse um texto, automaticamente faria da leitura do texto algo de "muito estranho", pois estaria dissociada do autor via o anonimato? Visto que é claro que não quero dissociar um texto das posições de seu autor, e sim das posições do autor não expressas no texto. Isso que você falou vale para a análise histórica ou literária de um texto, mas não para a análise da tese defendida pelo texto, da lógica e da validade dos argumentos envolvidos, que é o objetivo do debate. São coisas bem distintas. O autor em um debate é completamente independente dos seus argumentos. Eu poderia citar até Mussolini se o texto dele me soasse coerente, daí seria irrelevante a resposta de alguém levando em conta outros aspectos do pensamento de Mussolini.

Você pode até querer analisar ou refutar "a visão de mundo do Constantino" comparando vários artigos, mas a "visão de mundo do Constantino" é irrelevante aqui, o que é importante foi os pontos que ele apresentou nesse artigo específico.

Ainda assim valeria as dimensões referidas: texto, contexto e sub-texto. E nesse sentido a leitura vai muito além do que é dito explicitamente e ainda assim diria muito sobre quem escreveu o texto.
No caso do Constantino, há uma série de posições que ele assume publicamente que estão na base desse texto e que dialogam com as posições nele expressas.
No primeiro comentário que fiz ao texto, concordei que há uma mitificação e mesmo uma romantização em torno de Mandela, questões apontadas por Constantino. Mas na leitura que faço o texto falha como tentativa de desconstrução do mito, por cair em uma demonização que tem em sua base esse ranço anti-comunista esclerosado, que o autor deixa entrever em passagens por mim aqui já citadas.

Tudo isso, é claro, se você não defende a tese de que a busca pela verdade, atrvés da lógica, análise o mais objetiva possível, etc etc, sejam apenas a superfície de interesses de classes que devem ser desmascarados e combatidos, aí sim analisar o autor para atacá-lo pode ser importante. Mas para mim essa tese torna o debate impossível.

:roll:

Enfim, encerro aqui minha participação ativa no tópico, visto que os tipos argumentos, linguagem, assuntos focados, afastaram-se consideravelmente do ponto onde julgo o debate produtivo o bastante para valer o tempo nele gasto.

:tchau:
 
Eu identifico é muita falta de paciência no Mercúcio mas como padeço do mesmo mal, até compreendo. A questão não é bem 'demonização' no texto do Constantino, mas sim uma forma de expressão muito limitada, que falha em fazer uma crítica com o mínimo de contextualização.

Contextualização, não coitadismo.

A coisa vai muito além de romantização, existe toda uma ideologia, uma construção pseudo-mitológica em torno de Mandela que atende a interesses especificamente globalistas, anti-tradicionais. É visível isso no funeral do Madiba, toda aquela euforia dos líderes mundiais, a congregação em torno de uma paz fabricada por ídolos ou igualmente fabricados ou intencionalmente manipulados por instâncias imperialistas, órgãos e instituições globalistas.

Isso é muito visível.

Mas o Constantino, como o Olavo, não consegue sair do ranço de conservadorismo aburguesado para se fazer uma crítica que seja objetiva e esclarecedora. É questão de temperamento e de limitação de horizontes.

De outro lado você tem o Sakamoto, que padece do mesmo problema: falseia a realidade inventando uma série de espantalhos e pequenos monstros engendrados na mentezinha pequena, pós-moderna e pseudo-revolucionária dessa new-left escrota.
 

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