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Morre Kim Jong-il

ExtraTerrestre

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Ditador norte-coreano Kim Jong-il morre aos 69

O ditador norte-coreano, Kim Jong-il, morreu aos 69, segundo informou nesta segunda-feira a televisão estatal do país comunista, a "KCTV".

Kim morreu no último sábado, às 8h30 (horário local, 21h30 de sexta-feira em Brasília), por causa de "fadiga física" durante uma viagem de trem, segundo um despacho da rede norte-coreana publicado pela agência sul-coreana Yonhap.

O ditador norte-coreano tinha sofrido uma apoplexia em agosto de 2008 e desde então havia numerosos rumores sobre seu estado de saúde.

PERFIL

Kim Jong-il é visto no Ocidente como um líder de perfil excêntrico. Analistas advertem no entanto que se tratava de um homem muito hábil e um grande estrategista.

Kim costumava ser ridicularizado por seus hábitos de playboy, sua cabeleira e seus sapatos de salto alto (para compensar a baixa estatura), mas essa imagem seria equivocada ou enviesada. Pária no resto do mundo, o ditador é visto "como um Deus" no país e é chamado de "querido líder".

Kim Jong-il é o primogênito de Kim Il-Sung, fundador da Coreia do Norte comunista e idolatrado no país. Segundo a propaganda oficial, quando Kim Jong-il nasceu, em 16 de fevereiro de 1942, surgiram no céu uma estrela e um arco-íris duplo. Desde então, o monte Paekdu, onde teria nascido, é um lugar sagrado.

Vários analistas, porém, acreditam que ele nasceu num campo de treinamento guerrilheiro russo, a partir de onde seu pai empreendeu a guerra de resistência contra o Japão, até 1945.

Após obter um diploma universitário, em 1964, Kim começou a fazer carreira dentro do Partido dos Trabalhadores. Suas funções incluiriam a organização de atentados, como a explosão de um avião da Korean Airlines, em 1987, que matou 115 pessoas. Ele assumiu o controle do Partido dos Trabalhadores em 1994, no ano da morte do pai.

Fonte
 
É um líder querido por causa do endeusamento da propaganda comunista, típico até de líderes esquerdistas de países democráticos. Vide o populismo lulista.

Resta ver se o sucessor vai começar a abertura política ou se vai continuar nessa sanha contra a Coreia do Sul.
 
Alguém sabe alguma coisa sobre o filho? Dei uma procurada por aí e não encontrei nada muito informativo. Suponho que ele seguirá a linha do pai, já que foi educado pelo mesmo e selecionado para sucessão

Óbvio q não to perguntando sobre os affairs do cara, mas sim sobre a postura como dirigente político
 
Vamos ver como fica o esquema na Coréia do Norte, pois aparentemente a morte do ditador não representará a morte do atual sistema.
 
Agora vai depender de como as idéias do aparelho estatal e do sucessor se afinam.

Alguns cenários possíveis:

Um cenário possível é ele ser tragado e triturado pelo aparelho que representa sendo colocado como um fantoche como ocorria aos príncipes de antigamente pesadamente influenciados por tutor(es) ou conselheiro(s) mais velho(s).

Outro cenário é ele demonstrar poder com plena vontade e agir na direção de 3 opções possíveis no futuro do país, as quais seriam manter o país como está, abrir a economia ou apertar mais os cintos.

Em outra hipótese ele pode sofrer de tudo para abdicar e passar para outro o trono (pressão, vontade de não governar, fuga, traições, etc...)...

Enfim, uma caixa de surpresas (a maioria delas angustiante).
 
A única razão para a Coreia da Norte existir é a vizinha capitalista do Sul.

Para ninguém mais é interessante que ela exista. Para os japoneses, é uma ameaça. À China ela "atrapalha os negócios". Para o resto do mundo, são 25 milhões de pessoas a menos comprando.

Ocorre que o cenário de disparidade lá faz tornar o das antigas Alemanhas apenas uma sombra. O lado comunista tem a metade da população da república capitalista, enquanto que a Alemanha Oriental tinha apenas um quinto dos habitantes da Ocidental. A DDR tinha a metade do PIB per capita, enquanto os norte-coreanos recrudescem com menos de 1/15 dos vizinhos ocidentalizados.

Não precisa ser um gênio para saber o que ocorreria num cenário de unificação imediata: um êxodo enorme do Norte para o Sul, com a criação de bolsões de pobrezas nas principais cidades, o choque cultural entre uma massa que está antenada ao mundo e a outra isolada do resto da humanidade como nunca antes outro regime fez, o que geraria muita tensão, sobretudo com o desequilíbrio político dos novos eleitores e, principalmente, o dinheiro que o País não teria para fazer esse nivelamento, provocando um influxo de capitais estrangeiros que teria seu lado positivo, mas poderia comprometer a soberania econômica.

É em parte por esses motivos que os dois países conseguem trocar rusgas que seriam, em outros focos de tensão globais, motivos fáceis para uma guerra (como um bombardeio ou o torpedeamento de um navio), sem que cheguem as vias de fato. Invadir o Norte significaria o custo militar e, mais que isso, a necessidade, sob a pressão mundial, de fazer a reunificação de forma mais imediata. A outra parte dos motivos fica por conta da bomba atômica e aí Japão, China, Rússia e o EUA seguram as pontas negociando. Um conflito ali atingiria um ponto nevrálgico da economia mundial, que em conjunto, por paridade de compra, possui um PIB maior que o norte-americano: afetaria as logísticas de exportação japonesa, sul-coreana, chinesa e de uma Sibéria cheia de recursos naturais e instalaria enormes tensões políticas em cima dos japoneses e, principalmente, em cima do Partido Comunista chinês, que poderia enfrentar novamente pressões revolucionárias populares.

A inimizade entre os governos da península está muito mais na retórica: informalmente, os dois países mantêm canais de comunicação pleno, há ajuda humanitária e até a oportunidade de visitar turisticamente o país dos Kims. Há um cinturão, logo ao norte da zona desmilitarizada, onde se instalaram indústrias sul-coreanas, num acordo econômico, aproveitando a mão-de-obra barata.

Há as vantagens óbvias da unificação: a população maior e o grande poder militar que se estabeleceria com tal procedimento.

Pesando todas as variáveis, o que o governo sul-coreano mais deseja é a instalação de uma conjuntura para um processo de longo prazo, com algumas décadas para a lenta integração. Mas contar com a boa-vontade dos ditadores saírem da mordomia é difícil.
 
Torcida pra ver uma Coréia unificada igual aconteceu com a Alemanha de minha parte nunca faltará, mas é como o E.T postou acima, existem muitas disparidades entre os dois paises e é uma unificação que vai ser bastante custosa.
 
Simbolicamente a união é perfeita, linda e maravilhosa, mas social e economicamente é super inviável. O caso das duas Alemanhas são bem diferentes deste quadro coreano. As disparidades são absurdamente maiores que o da Europa.

Acho muito difícil que se tenha uma reunificação dos dois países nos próximos 50 anos. Essa é a última fronteira da guerra fria e a de pior situação.


E na minha opinião esse ditador morreu tarde, era um bosta, déspota e lunático e seu filho segue o mesmo caminho.
 
O funeral dele foi um porre. Levou mais de uma semana pra finalmente ser enterrado.

Fizeram uma baita veneração a ele que nem Michael Jackson, Elvis ou qualquer mega-astro da música ou cinema jamais teria.
 
Última edição:
Ocorre que o cenário de disparidade lá faz tornar o das antigas Alemanhas apenas uma sombra. O lado comunista tem a metade da população da república capitalista, enquanto que a Alemanha Oriental tinha apenas um quinto dos habitantes da Ocidental. A DDR tinha a metade do PIB per capita, enquanto os norte-coreanos recrudescem com menos de 1/15 dos vizinhos ocidentalizados.

Uma argumentação fundamentada exclusivamente em comparação de PIBs ou Pib per capita sempre redundar-se-á acrítica e simplória.
- Acrítica porque desconsidera as divergências metodológicas envolvidas na contabilidade da produção. Além disso, basta verificar quais são os órgãos responsáveis por esse tipo de pesquisas (FMI, Banco Mundial, CIA) para constatar que elas não passam de mistificações ideológicas.

É difícil acreditar que Coreia Democrática produz pouco. Este país tem o 4º exército mais numeroso do mundo, uma indústria de base formidável, o maior estádio do mundo, colossais obras de infra-estrutura.

Obs: "A DDR tinha a metade do PIB per capita". Falso.
Você não mencionou qual ano ou a fonte. Em 1987, por exemplo, o PIB per capita da Alemanha Democrática era de 10.400. Superior em 100 dólares ao da República Federal da Alemanha.
Fonte: versão digitalizada do CIA World Factbook. Páginas 88 a 91. http://www.archive.org/stream/worldfactbook87nati#page/90/mode/2up/search/east+germany

- Simplória porque ignora que não há vínculo necessário entre quantidade de produção/serviço e qualidade de vida.
O Gabão tem uma renda per capita de 15.000 dólares, superior à renda do Uruguai. Não obstante, os gaboneses tem baixa expectativa de vida, alta mortalidade infantil, baixa escolaridade, etc.

Outro exemplo: Cuba, supostamente, teria renda inferior que EUA (de acordo com os questionáveis órgãos supracitados). Por outro lado, sua mortalidade infantil é menor que a estadunidense.


Moral da história: não acreditem no que a mídia diz sobre a República Democrática Popular da Coreia.

800px-May-day_Stadium_at_night.jpg
Estádio Primeiro de Maio (Dia dos trabalhadores), maior do mundo.

arirang_mass_games_pyongyang_north_korea.jpg
Arirang, o festival coreano que deixa qualquer abertura olímpica no chinelo.
 
Última edição por um moderador:
Uma argumentação fundamentada exclusivamente em comparação de PIBs ou Pib per capita sempre redundar-se-á acrítica e simplória.
- Acrítica porque desconsidera as divergências metodológicas envolvidas na contabilidade da produção. Além disso, basta verificar quais são os órgãos responsáveis por esse tipo de pesquisas (FMI, Banco Mundial, CIA) para constatar que elas não passam de mistificações ideológicas.

É difícil acreditar que Coreia Democrática produz pouco. Este país tem o 4º exército mais numeroso do mundo, uma indústria de base formidável, o maior estádio do mundo, colossais obras de infra-estrutura.

Obs: "A DDR tinha a metade do PIB per capita". Falso.
Você não mencionou qual ano ou a fonte. Em 1987, por exemplo, o PIB per capita da Alemanha Democrática era de 10.400. Superior em 100 dólares ao da República Federal da Alemanha.
Fonte: versão digitalizada do CIA World Factbook. Páginas 88 a 91. http://www.archive.org/stream/worldfactbook87nati#page/90/mode/2up/search/east+germany

- Simplória porque ignora que não há vínculo necessário entre quantidade de produção/serviço e qualidade de vida.
O Gabão tem uma renda per capita de 15.000 dólares, superior à renda do Uruguai. Não obstante, os gaboneses tem baixa expectativa de vida, alta mortalidade infantil, baixa escolaridade, etc.

Outro exemplo: Cuba, supostamente, teria renda inferior que EUA (de acordo com os questionáveis órgãos supracitados). Por outro lado, sua mortalidade infantil é menor que a estadunidense.


Moral da história: não acreditem no que a mídia diz sobre a República Democrática Popular da Coreia.

Ver anexo 42398
Estádio Primeiro de Maio (Dia dos trabalhadores), maior do mundo.

Ver anexo 42399
Arirang, o festival coreano que deixa qualquer abertura olímpica no chinelo.

Meu objetivo não foi mesmo comparar a eficiência dos dois sistemas, ou a produção de um comparada à do outro, até porque eu mesmo tenho minhas críticas ao capitalismo e a essas metas de produtividade material. Fiz tudo sob a ótica capitalista porque o que se espera é que, numa reunificação, haja a abertura do Norte a esta forma de produção, e não o contrário. É simples a conta para os próximos 50 anos, pelo menos. Dê uma probabilidade x de acontecer uma reunificação sob o sistema do sul, baseado em propriedade privada. A chance de uma reunificação com a lógica oposta é, no máximo, 1000 vezes menor.

Ocorre que pelos próprios interesses de mercado que você falou, a tendência é que esta produção não-quantificada do Norte, ou boa parte dela, seja aniquilada. O Ocidente não tem mesmo como desenvolver uma metodologia para quantificar a produção, por unidade de tempo, da Coreia comunista. Não tem sequer informação o suficiente sobre tal sistema, inviabilizando qualquer modelagem realista, mas é crível que o número gerado a partir da modelage grosseira guarde alguma correlação com a produção que seja compatível com o capitalismo.

Ocorre que, em parte pelos mesmos interesses capitalistas enviesados ideologicamente que você citou, grande parte desta produção invisível seria destruída com a reunificação. Novas casas, escolas, hospitais, novos equipamentos industriais. Um reaparelhamento do Exército, para não dizer uma diminuição no tamanho das Forças Armadas totais, combinadas. Infraestrutura de telecomunicações literalmente do zero.

Não quis comparar também qualidade de vida. Mas o fato é que os nortecoreanos tem seus problemas (por que eles estariam aceitando comida do mundo e indústrias sul-coreanas perto da Zona Desmilitarizada? Por que a energia lá acaba durante a noite) e que, longe da interação econômica com a imensa maior parte do mundo, só conseguem ter tecnologia avançada em alguns ramos, o que é a única coisa viável quando se tem uma população de 24 milhões com poucos vínculos com o resto do mundo - a capacidade de um ser humano de produzir conhecimento é limitada. Acho difícil imaginar que a população do Norte não queira, um tempo após a unificação, que seja pela indústria consumista que o próprio capitalismo gera, querer levar esse estilo de vida, e isso geraria migração e problemas.

Enfim, minha intenção não foi ser ideologicamente crítico, por isso não o fui. Não disse que PIB alto gera padrão de vida alto.

E um estádio, que seja o maior do mundo, não é a coisa mais cara de se construir. E as olimpíadas em massa não são a coisa mais cara de se fazer.
 

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