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Morador de Rua diz que freqüentava bibliotecas...

Morador de rua passa em concurso do BB e assume cargo em julho.

Ubirajara Gomes da Silva passou na 136ª posição, entre 171 classificados para Recife. Ele carregava pasta com cópias de apostilas e provas e estudava em praças e bibliotecas.

Marta Cavallini
Do G1, em São Paulo

Enquanto vivia de fazer bicos e pedir esmola, Ubirajara Gomes da Silva, de 27 anos, passou quase um ano carregando pelas ruas do Recife uma folha de papel dobrada com o comprovante de classificação no concurso do Banco do Brasil.
Neste mês, foi convocado para assumir o cargo de escriturário, cujo salário inicial é de R$ 942,90, mais gratificação de 25%.
Silva ficou na 136ª posição, entre 171 classificados para trabalhar no Recife. A aprovação no concurso não significa apenas um emprego para ele. Morador de rua há 12 anos, Silva finalmente vai realizar o desejo de ter um lar.
Nas últimas semanas, ele tem vivido dias de “celebridade” nas ruas da capital pernambucana e também no site de relacionamentos Orkut – quase 400 recados foram postados em seu perfil com saudações pela conquista e votos de boa sorte, principalmente de candidatos a concursos.
Mas como um morador de rua tem um perfil no Orkut? Silva diz que costuma usar computadores em bibliotecas públicas e lan-houses que cobram preços baixos pelo uso. “Eu escolho entre comer ou acessar a internet”, conta.
Foi pela rede mundial de computadores que ele leu o edital do concurso, conseguiu material de estudo e trocou informações com outros candidatos. E foi também pela internet, em setembro do ano passado, que ele ficou sabendo que havia sido classificado no concurso. A boa notícia veio três dias antes de ele completar 27 anos.
O concurso teve mais de 19 mil candidatos inscritos. A prova, realizada em agosto do ano passado, tinha 150 questões – ele acertou 116. Mas antes de tentar entrar no Banco do Brasil ele já havia prestado quatro concursos nos últimos dois anos – sempre para o cargo de auxiliar administrativo, de nível médio.
“As pessoas me diziam para prestar para cargos de nível fundamental, mas eu sabia que podia tentar para nível médio”, diz.
Silva sempre carregava uma pasta cheia de cópias de apostilas e provas anteriores e estudava em praças e bibliotecas.
Silva diz que fugiu da casa onde morava com a avó materna e quatro irmãos aos 15 anos. Ele estava na 6ª série, em 1995. Em 2001, decidiu voltar a estudar e recebeu diploma de ensino médio após ser aprovado no supletivo. Ele diz que passou a ler até três jornais diários de grande circulação por dia, além de livros sobre economia, um de seus assuntos preferidos.
Silva pensa em fazer universidade. Suas preferências são pelos cursos de ciências contábeis, economia e administração. “Esses cursos podem ajudar bastante o trabalho no banco”, diz.
Há até alguns dias atrás, Silva vivia na esquina da rua da Amizade com rua das Pernambucanas, no bairro das Graças, perto da região central de Recife. Agora, um amigo que ele conheceu pela internet ofereceu abrigo em sua casa até que ele consiga uma casa para morar.
Esse mesmo amigo, que também passou em um concurso público, mas ainda não foi chamado, pagou a parte de uma dívida de Silva para limpar o nome dele no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma das exigências especificadas nos editais do BB para que os candidatos possam assumir o cargo. A outra parte do empréstimo Silva parcelou em 60 vezes e pretende pagar com o salário que passará a receber.
De acordo com o Banco do Brasil, se Silva fizer todos os exames médicos necessários e providenciar toda documentação até a semana que vem, ele assumirá o cargo de escriturário no dia 7 de julho, no Centro de Operações do BB, localizado no bairro Recife Antigo. Silva afirma que fará cabelo e barba e irá vestido com a roupa nova que ganhou de amigos.
 
Fantástico isso. A força de vontade desse cara realmente é invejável.
E a sorte de ter encontrado quem acreditasse nele, afinal, vc botaria um morador de rua na sua casa?
 
Ceinwyn, conte pra nós se você colocaria um morador de rua em sua casa. Caso a resposta seja sim, em que condições? Caso seja não, justifique. Respondo sua pergunta e ajudo nos debates.
 
Só coloco gente que conheço na minha casa. E que conheço há tempos. O mundo é muito violento pra abrirmos a porta de casa pra quem não se conhece. Inda mais sem referência de alguém conhecido ou algo que o valha.
 
Eu vi essa reportagem na TV! Porra o homem morava na beira de um bar de esquina, dormia na calçada...tem que ter muita força de vontade, e muita persistência...essa volta por cima não é qualquer um que consegue não!
 
Nossa, que legal!
Poxa, o cara merece, deve ter se dedicado muito! Imagina, você já tendo que viver de esmolas, sem casa e sem comida... ainda ter força e disposição pra estudar, acreditar que consegue passar... muito legal!
 
Não tinha visto nada sobre isso ainda...

Sensacional! A força de vontade do cara realmente deve ter sido imensa, morando na rua e lendo, estudando, se esfroçando. Tem gente que tem tudo pra conseguir pegar primeira posição num concurso desses e prefere se omitir...
 
Nossa, fiquei até com vergonha de mim agora, por reclamar por tão pouco e desistir por menos ainda.
Muita força de vontade e superação deste homem e prova como a educação é capaz de transformar a vida das pessoas, de fato. :)
 
Rebys disse:
Nossa, fiquei até com vergonha de mim agora, por reclamar por tão pouco e desistir por menos ainda.
Muita força de vontade e superação deste homem e prova como a educação é capaz de transformar a vida das pessoas, de fato. :)

Idem. Nossa, esse cara é "O" exemplo. Até fiquei mais motivada pro vestibular :)
 
Realmente...é um tapa na cara em algumas pessoas HUhauha! E isso comprova ainda mais aquela frase: "Querer é poder!" se você realmente deseja, irá acontecer!
 
Quando vi a história desse cara eu fiquei assustado.

É impressionante...esse cara é um exemplo vivo de força de vontade.
 
Se todo mundo tivesse um pouquinho da força de vontade desse cara...o mundo seria muito melhor ...e bem mais culto!!!!!!!!
 
Puts...

Isso que é história.
Sinceramente, o cara realmente deu um tapa da cara de muita gente.

E quanto a colocar pessoas pra dentro de casa... não sei. Não digo um morador de rua que eu achar na esquina, não sei de onde veio nem pra onde vai. Mas gente que eu conheci pela internet e que passou por maus bocados? Não só colocaria, como já coloquei. E sei que se, deus me livre, precisar de algo parecido, também vou ter teto...
 
Liv disse:
Rebys disse:
Nossa, fiquei até com vergonha de mim agora, por reclamar por tão pouco e desistir por menos ainda.
Muita força de vontade e superação deste homem e prova como a educação é capaz de transformar a vida das pessoas, de fato. :)

Idem. Nossa, esse cara é "O" exemplo. Até fiquei mais motivada pro vestibular :)

Faço das palavras de vocês minhas! Fico tão admirada com pessoas
assim. Dá até uma certa raiva das pessoas que não valorizam o que
tem, tanta gente querendo aprender e tanta gente desprezando
as boas oportunidades que lhes são oferecidas!
 
Ceinwyn disse:
Só coloco gente que conheço na minha casa. E que conheço há tempos. O mundo é muito violento pra abrirmos a porta de casa pra quem não se conhece. Inda mais sem referência de alguém conhecido ou algo que o valha.
Concordo com você, mas o caso é que esse moço estava na mesma cidade circulando aparentemente nos mesmo meios. Por isso, ele já não era tão estranho e me chamaria a atenção vê-lo com tantos papéis. Possivelmente eu já teria parado, comprado um refri e sentado com ele pra saber qual o assunto que o interessava.
Pepper disse:
Puts...

Isso que é história.
Sinceramente, o cara realmente deu um tapa da cara de muita gente.

E quanto a colocar pessoas pra dentro de casa... não sei. Não digo um morador de rua que eu achar na esquina, não sei de onde veio nem pra onde vai. Mas gente que eu conheci pela internet e que passou por maus bocados? Não só colocaria, como já coloquei. E sei que se, deus me livre, precisar de algo parecido, também vou ter teto...
Há pessoas que tiram um dia no mês ou a cada dois para fazer isso, falar com gente de rua que a gente percebe que freqüenta aquele local a algum tempo. E, na medida do possível descobrir uma forma de ajudar, depois segue em frente, passa a informação para outros e vai se criando uma rede de dicas que de uma forma "invisível" auxilia a pessoa na retomada de sua auto-estima e na fé em seu semelhante. Tipo conseguir forças para novamente enfrentar o sistema, a sociedade local, conviver com ela.

Esqueci de falar, no geral vou até onde estão essas pessoas, e a maioria tem problemas de adaptação, não quer ir para a casa de ninguém, desconfia de todos os que se aproximam.

Para jovens interessados em abordar pessoas de rua, existe um trabalho pedagógico chamado A Casa do Zézinho que achei muito interessante. Não sei como é possível entrar para o grupo, mas vale observar o método. A responsável pela casa, não aguentava ver jovens na rua.
 
eu acho que aí entra o mérito é claro, a força de vontade e tudo mais... mas tb o mais importante é a cidadania e inteligência desse moço... Como?!? Afinal, ele tinha consciência dos espaços da cidade dele que podia ocupar... mesmo sendo mendigo, ele frequentava a biblioteca, talvez museus, não sei... É provavel que alguém olhasse pra ele com cara feia, mas persistiu ocupando o que lhe é de direito... Acho que as pessoas não sabem que lugares são seus nas cidades e pelas quais eles devem lutar... é muito simples preencher isso com um shopping, com bares, e quanta gente ignorante pensa que o dinheiro compra tudo... Pessoas ricas mais ignorantes que o morador de rua, que tem tudo, mas não tem o principal da ambição: melhorar a si mesmo intelectualmente... penso que essa é a verdadeira riqueza!
 
Estou impressionado com isso, realmente é algo muito bonito de se saber, em um mundo tão acabado ver gente que ainda batalha, não desisti e se esforça, deve ser muito difícil ficar na rua todo esse tempo e ainda mais ter esperança de um dia tudo mudar, vejo amigos que pararam de estudar sem motivos, alegam ter motivos, mas perto dele não são nada, parabéns a ele, muito sucesso e felicidades, esse com certeza merece. Olha só, o fato de colocar alguém em casa depende do lugar em que vc esteja, nesse São João estávamos em um lugar chamado Sítio do Conde, a festa acabou cedo, o tempo estava muito ruim e só poderíamos voltar de manhã, paramos em uma barraquinha e ficamos bebendo e conversando com os moradores locais que estavam lá, nesse vai e vem falei que iríamos ficar na rua até amanhacer pra poder ir embora com segurança, tinha um cara que é São Paulino que nem eu e começamos a falar do Tricolor, o cara era da roça mesmo dava pra ver isso fácil fácil, mas quando viu qye ficaríamos na rua ofereceu a casa do avó pra gente passar a noite até amanhecer, eram 4 pessoas, eu, ap e mais um casal, ele deixou numa boa, o pessoal até estranhou, mas eu não, já rodei muito por interior na Bahia e sei como as pessoas de lugares pequenos são receptivas, justamente por estarem longe de tantos problemas que a selva de pedra traz, abrigar o próximo depende de muita coisa, mas não é um fato estranho.
 

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