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Notícias Morador de Paulínia paga 'dízimo' para Record gravar Sabrina e Faro

Fúria da cidade

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Sem saber, cada um dos 92.668 moradores de Paulínia está pagando R$ 8,58 para a Record gravar na cidade quadros do Programa da Sabrina, Hora do Faro e Me Leva Contigo, game show a ser comandado por Rafael Cortez a partir da próxima sexta-feira (9).

Este é o valor per capita que a cidade, localizada na região de Campinas, no interior de São Paulo, está deixando de arrecadar devido a um acordo de mãe para filho que a prefeitura do município fez com a Record.

Em março, a Prefeitura de Paulínia alugou para rede de Edir Macedo três estúdios de cinema por 883.407,06, mas deu um desconto generoso de 90%. A Record vai pagar por três estúdios, durante 81 dias, apenas R$ 88.340,71, segundo extrato publicado no Semanário Oficial do Município. A diária média de cada estúdio sai por R$ 363,54. Por esse valor, em São Paulo, mal se aluga um estúdio fotográfico por oito horas.

O valor de R$ 8,58 bancado por cada cidadão paulinense é o resultado da divisão dos R$ 795.066,35 que a prefeitura deixará de arrecadar ao dar 90% de desconto para a Record pelo total de habitantes do município, 92.668 em 2013, segundo o IBGE. É como se fosse um dízimo ao contrário: a Record paga 10% dos custos e os moradores da cidade, 90%.

Incentivo equivale à metade da BBC

Parece pouco, mas não é. Por mais R$ 7,94 os paulinenses se igualariam aos britânicos, que desembolsam anualmente uma taxa de R$ 16,52, pela cotação da última sexta (2), para financiar a BBC, considerada a melhor TV pública do mundo. Com R$ 8,58, é possível comprar um quilo de pão, cinco de arroz tipo agulhinha e três litros de leite longa vida de boa marca.

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Sabrina Sato no cenário do quadro Meu Marido É o Cara, gravado em Paulínia

Cidade sustentada pelos impostos do refinamento de petróleo, Paulínia decidiu na década passada destinar uma parte do ICMS que arrecada para incentivar a produção cinematográfica. Construiu um polo de cinema, com estúdios e um moderno teatro, e passou a injetar dinheiro em filmes rodados no município, como O Palhaço, de Selton Mello. O projeto todo já custou meio bilhão de reais.

A contrapartida, que seria o uso de mão de obra local, não veio, e o projeto foi bombardeado. Com os estúdios ociosos, o prefeito Edson Moura Júnior (PMDB) _que em abril frequentou o notíciário por ter sido afastado do cargo durante um dia, após ser cassado pela Justiça por suposta fraude eleitoral_ resolveu alugá-los para a Record.

Decreto é feito sob medida para Record

Dez dias antes de assinar o contrato com a emissora, em 21 de março, Moura Júnior criou um decreto sob medida para a ocasião. O decreto legaliza o "dízimo" pago pela população à Record. Diz que o complexo de estúdios do município poderá ser alugado "mediante o pagamento de preço público, qual seja, 10 (dez) por cento do valor de mercado".

Que fique bem claro: os R$ 883.407,06 que seriam cobrados pelos três estúdios de Paulínia por 81 dias de uso, antes do desconto de 90%, são um "preço de mercado" de Paulínia.

O plano A da Record era gravar quadros de Sabrina Sato e Rodrigo Faro nos Estúdios Quanta, em São Paulo, que tem uma área de 1.200 metros quadrados, assim como Paulínia. Como o espaço da Quanta está ocupado, a Record partiu para o plano B, Paulínia. Se fosse alugar três estúdios da Quanta, similares aos de Paulínia, a Record desembolsaria R$ 1,4 milhão, já computado um desconto de 50% sobre a tabela da empresa.

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Selton Mello dá entrevista em festival de cinema de Paulínia, cidade em que filmou O Palhaço

O negócio da prefeitura com a Record repercutiu na Câmara Municipal da cidade. Angela Duarte, do PRTB, questiona o fato de não ter havido "chamamento público", para que outras emissoras tivessem o mesmo privilégio. Fábio Valadão, do PROS, diz que vai levar o caso para o Ministério Público. "Entendo que esse contrato com a Record tem de ser melhor refletido para que o município não seja prejudicado", justifica.

Outro lado

A assessoria do prefeito Edson Moura Júnior diz que o decreto incentiva a cultura no município e movimenta a economia, pois os profissionais das emissoras se hospedam no (único) hotel da cidade e gastam no comércio local.

Segundo a assessoria, há ainda a obrigatoriedade de contratar mão de obra de Paulínia, mas isso não consta no decreto que embasa os 90% de desconto à Record. Nas gravações da emissora em Paulínia, todos os profissionais de produção e área técnica são da própria Record ou de empresas de São Paulo. De Paulínia, apenas o pessoal da limpeza e segurança.

A Record não comentou o assunto.

Fonte

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Como sempre o povo paga a conta.
 
O foda é que nesse caso nem dá pra dizer que é uma facilidade só pra Record. Desde que abriu esse pólo de audiovisual, Paulínia dá incentivo pra MUITO filme nacional ser feito lá. Tropa de Elite 2, por exemplo. Tirando uma ou outra cena (tipo a do helicóptero chegando na favela, que precisava realmente ser no Rio), ele foi praticamente inteiro rodado em Paulínia, também com vários incentivos fiscais.

Mas ainda assim a porcentagem é um absurdo. Incentivar é uma coisa, abrir as pernas é outra.
 
O projeto de cinema de Paulínia no papel era muito legal, mas houve um problema sério de má condução administrativa e como a própria notícia divulgou estúdios ociosos é dinheiro investido parado sem nenhum retorno.

Mas ainda há tempo e forma viável de se corrigir isso se fizerem a coisa certa buscando investidores sérios e não usando dinheiro público.
 
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