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Momento histórico: encontramos outra Terra no Universo

Lew Morias

Luck is highly overrated
POR SALVADOR NOGUEIRA
17/04/14 15:00
Desde a descoberta do primeiro planeta a orbitar uma estrela similar ao Sol, em 1995, a humanidade estava à espera deste anúncio. Finalmente ele chegou, com toda pompa e circunstância, num artigo publicado no periódico científico “Science”: encontramos um planeta praticamente idêntico à Terra orbitando outra estrela numa região que o torna capaz de abrigar água líquida — e vida — em sua superfície.


Concepção artística do planeta Kepler-186f: mesmo tamanho da Terra e capaz de abrigar água

O anúncio foi feito na tarde de hoje numa entrevista coletiva conduzida pela Nasa (uma reportagem mais completa sobre o achado, produzida por este escriba, estará amanhã nas páginas da Folha). O planeta orbita uma estrela chamada Kepler-186 e tem, segundo as estimativas, praticamente o mesmo diâmetro da Terra — 1,1 vez o do nosso mundo. Até onde se sabe, ele é o quinto a contar de seu sol e leva 129,9 dias terrestres para completar uma volta em torno de sua estrela. Ou seja, um ano lá dura mais ou menos um terço do que dura o nosso.

A estrela-mãe desse planeta é uma anã vermelha com cerca de metade do diâmetro do nosso Sol, localizada a cerca de 490 anos-luz daqui. Um dos aspectos interessantes dessa descoberta em particular é que, além de estar na chamada zona habitável — região do sistema em que o planeta recebe a quantidade certa de radiação de sua estrela para manter uma temperatura adequada à existência de água líquida na superfície –, o planeta está suficientemente distante dela para não sofrer uma trava gravitacional. Caso fosse esse o caso, o Kepler-186f, como foi batizado, teria sempre a mesma face voltada para a estrela, como acontece, por exemplo, com a Lua, que sempre mostra o mesmo lado para a Terra. Embora modelos mostrem que a trava gravitacional não é um impeditivo definitivo para ambientes habitáveis (a atmosfera trataria de distribuir o calor), é sempre melhor ter um planeta com dias e noites, em vez de um em que um hemisfério é sempre aquecido pelo Sol e outro passa o tempo todo na fria escuridão.

Numa nota pessoal, lembro-me de ter já conversado antes com Elisa Quintana, pesquisadora da Nasa que é a primeira autora da descoberta. Em 2002, ela produziu uma série de simulações que mostravam que o sistema Alfa Centauri — o trio de estrelas mais próximos de nós, sem contar o Sol — podia abrigar planetas de tipo terrestre na zona habitável. Imagino a realização pessoal dela de, depois de “conceber” por tantos anos mundos como esse em computador, finalmente poder reportar uma descoberta dessa magnitude. Não de uma simulação, mas da fria realidade da observação!

Trata-se de um momento histórico. A partir de agora, os astrônomos devem se concentrar cada vez mais na busca de outros mundos similares à Terra e a Kepler-186f, gerando alvos para futuras observações de caraterização — a efetiva análise da composição desses mundos e suas atmosferas –, em busca, quem sabe, de evidências de uma outra biosfera.

Nosso planeta está prestes a ganhar muitas companhias.
Fonte

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Meus pitacos: interessantissima a descoberta. Eu fiz uma disciplina de Planetologia e Cosmologia esse ano e o professor estava falando sobre esse telescopio, Kepler. Parece que o bicho realmente tah revolucionando a area com a descoberta de novos planetas. O professor tava falando que a quantidade de dados que eles estao coletando com esse novo telescopio eh absurda. Se nao me engano, o numero de planetas detectados praticamente dobrou depois que ele foi lancado. Parece que a ultima frase do texto realmente eh precisa e nao soh onda do jornalista, como pode parecer. :lol:

E, pra quem quiser, o texto da Science tah aqui.

Olha a diferenca da chamada na Science pra Folha:

Folha: Momento histórico: encontramos outra Terra no Universo

Science: An Earth-Sized Planet in the Habitable Zone of a Cool Star

:lol:
 
Última edição:
Cerca de 500 anos-luz. Logo ali.

Comparação do tamanho:
planeta_1.jpg
 
Certeza, mano? O unico lugar que eu achei, foi nesse site aqui, que diz que sao 4012 anos-luz da Terra pra estrela que esse planeta orbita.
Tem razão, li a informação da estrela que ele orbita:

"O Kepler-186f, que orbita a estrela anã Kepler-186, fica na constelação do Cisne, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Ele é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra."
 
Curti esse site, @Lew Morias !!

:lol:

Serio? Que bom! ^^
Eu tenho muita admiracao com quem mexe com astronomia/astrofisica, porque, apesar das conclusoes e descobertas serem mind-blowing, lidar, organizar, catalogar essa quantidade absurda de dados que eles trabalham devem ser o cumulo do boring.

Tem razão, li a informação da estrela que ele orbita:

"O Kepler-186f, que orbita a estrela anã Kepler-186, fica na constelação do Cisne, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Ele é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra."

Parece que eh isso mesmo. A materia da BBC tambem fala em 500 anos luz. Engracado a informacao nesse outro site que eu coloquei constar mais de 4000. :think:
 
Mas em que estágio de evolução da vida ele estará? Se houver vida lá será vida macroscópica?

Parece que na internet a Discovery fala de ciência mesmo:

Earth-Likenesses: Have We Discovered Earth 2.0?

Astronomers have announced the groundbreaking discovery of an Earth-sized exoplanet, called Kepler-186f, orbiting a star within its habitable zone. Although this is an exciting finding — and a historic one at that — calling this world “Earth-like” is a little premature.

In fact, Kepler-186f could be completely alien.


In 2011, Discovery News ran a series of articles predicting what scientific breakthroughs were most likely to occur in 2012. In my article “Big Question for 2012: Will We Find Earth 2.0?,” I speculated that, some time in 2012, NASA’s Kepler space telescope would have had enough time to have detected its first bona fide Earth-sized exoplanet orbiting a sun-like star within the habitable zone — the region surrounding a star where water, on a rocky planetary surface, could exist in a liquid state. On Earth, where there's liquid water, there's life, so the quest to find liquid water on another world is key to our quest to find life elsewhere in the Universe.

Alas, although Kepler did indeed have enough time to gather orbital data for many small worlds with Earth-like dimensions around their host stars, that announcement didn’t come in 2012 (or in 2013) — although there were many near-misses.

Today, a little over two years later, exoplanetary science has caught up with the world’s expectations and finally produced a world that, from 500 light-years distant, appears to be a ripe “Earth 2.0″ candidate.

“Previously, the exoplanet most like Earth was Kepler-62f, but Kepler-186f is significantly smaller,” David Charbonneau, with the Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, told Discovery News’ Irene Klotz. “Now we can point to a star and say, ‘There lies an Earth-like planet.’”

Why is Kepler-186f so Special?

During its primary mission, Kepler had a fixed stare on one tiny portion of the sky in the direction of the constellation Cygnus, carefully watching the brightness of 150,000 sun-like stars. Should an exoplanet drift in front of one of those stars, Kepler’s sensitive optics registered it as a very slight dip in brightness, an event known as a “transit.” As these exoplanetary candidates continued to orbit their host stars, Kepler registered more and more transits, leaving astronomers in little doubt that the signal is indeed an orbiting exoplanet and not some other transient dark feature like a “starspot.”

With followup observations by ground-based telescopes, these exoplanetary candidates could then be confirmed and added to the growing tally of confirmed small worlds orbiting other stars. There is little doubt that we are in a “Golden Age” of exoplanetary studies.

To find another planet with all the orbital and physical qualities of Earth, however, is a tall order. The sheer technological precision needed to make these detections is mindboggling, but as Kepler is proving, it is absolutely possible to detect worlds smaller than Earth in orbit around stars hundreds of light-years away.

And Kepler-186f has all the attributes that makes us believe that it is a world not so dissimilar to Earth: it orbits a sun-like star (well, the star Kepler-186 is a little smaller and redder than the sun), is approximately the same physical size as our planet (just 10 percent bigger) and has an orbit of 130-days, putting it right on the outside edge of its star’s habitable zone. But it takes more than a planet’s orbit and size to make it truly “Earth-like.”

Exo-Artistic License

As you may have noticed by the vivid artistic renderings of Kepler-186f accompanying today’s announcement, the perceived life-giving potential of Kepler-186f is obvious. The view is from the planet’s surface, looking up at its host star with other planets in the multi-planetary system in tow. On the planet’s surface is an ocean lined with tree-like vegetation. There’s another rendering (pictured top) of a blue world with a thick atmosphere and white fluffy clouds.

The message is clear: ‘This is just like Earth; it’s a planet in another part of the galaxy capable of supporting life as we know it.’

But just as our solar system is a great example of possessing a life-giving world orbiting inside its habitable zone (Earth), there’s two other examples of biologically ‘dead’ planets that orbit inside the sun’s habitable zone: Venus and Mars.

Although we are currently on a quest to work out whether Mars has ever had the potential to support basic forms of life, it’s pretty clear from studies of the Red Planet’s thin atmosphere and radiation-drenched surface that it is not particularly cozy for life. As for Venus (which, coincidentally, is almost the same physical size as Earth), it has an acidic atmosphere that is undergoing a crazy greenhouse effect that literally destroys water molecules. Neither of these “habitable zone” examples are, well, particularly habitable for life as we know it.

So how do we know that Kepler-186f has white fluffy clouds and pine tree-lined coastlines? Hint:We don’t.

We currently have no means to study this fascinating world’s atmosphere, let alone understand whether it has life-giving potential.

“Being in the habitable zone does not mean we know this planet is habitable,” cautions Thomas Barclay, research scientist at the Bay Area Environmental Research Institute at NASA Ames, in a NASA news release. “The temperature on the planet is strongly dependent on what kind of atmosphere the planet has.

“Kepler-186f can be thought of as an Earth-cousin rather than an Earth-twin. It has many properties that resemble Earth.”

In the future, space telescopes are planned to directly image worlds orbiting other stars, potentially measuring high-resolution spectra of atmospheric compositions. Until then, we won’t know whether Kepler-186f is a barren Mars-like world or a choked Venus-like world. Perhaps it’s a completely alien place that cannot even be compered with any other solar system example.

These concerns over the “Earth-like” moniker to one side, the fact that we are even able to have a clue about an alien planet’s life giving potential is profound. Kepler-186f has just become the poster child for interstellar studies and a prime astronomical target for future observing campaigns — it will also likely be mainstream press headline fodder for some time to come. For now, it’s best to take the term “Earth-like” in the spirit and excitement that it inspires — even though it may not be scientifically accurate.

So, for me, for now, Kepler-186f is “Earth-like” enough — it just carries some huge caveats.

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É uma discussão interessante.
 
Última edição:
Mas em que estágio de evolução da vida ele estará? Se houver vida lá será vida macroscópica?

Calmaa, Morfs. Ainda é cedo demais pra falar em vida. O que a galera descobriu é que esse planeta tá dentro da zona habitável - região ao redor de uma estrela que está numa temperatura adequada para que exista água líquida no planeta -, que o esse planeta não está 'travado' em relação a estrela - ele possui dias e noites, ao invés de estar sempre com a mesma face apontada pra estrela - e tem tamanho e parecido com o da terra, além de orbitar uma estrela parecida com o sol. Trocando em miúdos, esse parece o melhor candidato pra abrigar vida que a gente já observou. 'Parece o melhor' não significa, nem de longe, que ele abriga alguma espécie viva.

Interessante o texto que você postou, porque ele chama atenção justamente pra isso. Um ponto interessante que ele levanta é sobre a importância da atmosfera, que é algo que ainda precisamos estudar melhor. Esse planeta pode ter todas essas características e acabar sendo um marte ou vênus.

O foda é que as notícias sempree vem com essas paradas de "momento histórico", "Terra 2.0", que induzem as pessoas a acreditar que as semelhanças vão muito além do que foi observado, como falou esse cara do texto. Exoplanetas parecidos com a Terra estamos achando aos montes desde que enviaram o Kepler, mas esse foi o mais parecido entre todos - e, ainda assim, pode ser um bocado diferente.
 
Descobrir novos planetas é sempre fantástico, mas confesso que nunca me empolgo em de ver notícias com títulos "oba-oba" como esse, enquanto não houver possibilidade real de estuda-lo e explora-lo mais de perto, pra não se frustrar demais antes da hora.
 
Pois é, o mais provável é que não aja vida. O lance é que ele se parece com a Terra num amplo número de aspectos que são essencias na manutenção da vida aqui, mais do que antes encontrado em outros planetas.
 
Li um texto sobre o assunto que a @Seiko-chan compartilhou no Facebook (este), e me chamou a atenção este trecho:

De acordo com a cientista Elisa Quintana, pesquisadora dos dados da missão do telescópio espacial Kepler junto ao Instituto Ames da Nasa e autora da descoberta, existe uma transição bem clara observada nos planetas com raio equatorial ao redor de 1.5 vez o tamanho da Terra.

"O que aprendemos até agora é que planetas com raio entre 1.5 e 2 são tão massivos que o hélio e o hidrogênio começam a se acumular em sua atmosfera, dando início aos chamados gigantes gasosos, bem diferentes dos planetas rochosos sempre com raio equatorial igual ou menor que 1.5", explicou Quintana.

Como 186f tem 1.1 vez o tamanho da Terra, então provavelmente é um planeta rochoso, que por estar na zona habitável pode abrigar água líquida em sua superfície. Ou seja, pode ser muito parecido com a Terra.

Achei muito interessante, nunca tinha ouvido falar disso. Então planetas rochosos são planetas que "falharam" em se tornar gigantes gasosos, e gigantes gasosos tem seus núcleos semelhantes a planetas rochosos inteiros?
 
Interessante!! Quer dizer que a humanidade jamais poderia habitar um planeta muito maior que a Terra pois o tamanho influencia no acúmulo de gases e tal.
 
Interessante!! Quer dizer que a humanidade jamais poderia habitar um planeta muito maior que a Terra pois o tamanho influencia no acúmulo de gases e tal.

Não só no acumulo de gases como também na gravidade, seriamos esmagados pelo peso.

Por mais que se encontre um planeta semelhante ao nosso, nunca serão iguais. Além da órbita, composição, localização etc., é muito importante verificar a história do planeta, são bilhões de anos de um universo hostil. Seu próprio sistema estelar é determinante....assim como Júpiter e Saturno com suas enormes gravidades nos protegem de asteroides.
 
Claro, até esqueci a gravidade.
O lance é que o equilíbrio da vida é extremamente frágil. Imagino sem muito difícil achar um lugar onde humanos pudessem andar sem qualquer equipamento na atmosfera local.
 
Na escala universal, é um vizinho de porta, hehe.

Imagem que eu fiz pra tentar ilustrar isso:

Ver anexo 55276

Engraçado que enxergamos o que este mundo era há exatamente 500 anos atrás. E, caso haja alguém lá para nos ver nesse momento, pode assistir a uma América recém descoberta. Poderia fazer alguma idéia de como é o comportamento dos Terráqueos no encontro com novos povos inteligentes.
 
Verdade. É incrível o leque de probabilidades que a descoberta de um novo mundo semelhante ao nosso nos proporciona: da mesma forma que nós, enquanto espécie, especulamos sobre a existência de vida em algum nível de inteligência fora do nosso sistema solar, há a possibilidade de que prováveis habitantes de Kepler-186 sejam mais do que seres unicelulares - e já estejam queimando vivos seus Galileus, tenham impedido o incêndio de suas Alexandrias, ou estejam levantando as mesmas especulações que nós sobre as mesmas coisas.

Achei muito interessante, nunca tinha ouvido falar disso. Então planetas rochosos são planetas que "falharam" em se tornar gigantes gasosos, e gigantes gasosos tem seus núcleos semelhantes a planetas rochosos inteiros?

Creio que uma série de fatores faça com que a natureza entre planetas rochosos e gasosos seja diferente, Olórin. Todos são compostos basicamente da mesma poeira condensada em torno de alguma estrela, e sua proximidade com elas fez com que tivessem uma condensação de materiais que afetou diretamente sua densidade, e consequentemente, sua rotação, gravidade e número de satélites.

Pode ser que sua força gravitacional também esteja diretamente ligado à proximidade de sua estrela, visto que planetas gasosos geralmente são mais afastados delas, e possuem uma gravidade mais intensa - e consequentemente, à retenção de uma atmosfera mais densa, geralmente composta por gases e materiais mais pesados. A menor proximidade da estrela principal e a menor incidência de calor sobre a atmosfera também é um fator a ser considerado.

Se partirmos dessa lógica, então, seria mais correto afirmar exatamente o contrário: os gigantes gasosos é quem falharam ao tentar se tornar planetas rochosos? É isso mesmo, Lew ? :think:
 
Última edição:
Penso que as condições do planeta precisem de mais detalhes. Prevejo futuras subdivisões dentro da classe "Terra". Por exemplo:

-Ciclo estelar> Dependendo da convulsão do passado de uma estrela (principalmente estrelas vermelhas que já foram gigantes) o calor pode esterilizar o planeta, varrendo a água e atmosfera de sua face. Com o tempo restante talvez uns poucos organismos conseguissem sobreviver nos lugares protegidos e profundos, reiniciando uma curta "segunda chance".

-Gravidade> A força e distribuição da gravidade na superfície de um planeta podem variar devido a composição\localização dos minerais e do núcleo e até com a velocidade com que a esfera gira (se girar muito rápido a sensação de gravidade em certas áreas tende a diminuir e esticar a zona habitável).

-Composição da atmosfera> As condições no espaço são tão variadas que alguns planetas podem até mesmo alimentar a própria atmosfera com gases de nuvens locais (penetração periódica em nebulosas).



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