Eu vou postar um texto que eu escrevi sobre isso aqui. Mas é só sobre SdA. O texto não tá muito elaborado, mas eu não sou nenhum escritor.
Paralelismos da mitologia tolkiana com a mitologia nórdica
Elfos
Os elfos na mitologia Nórdica possuiam poderes: não eram seres normais nem deuses. Eles eram divididos em duas categorias: os Elfos da Luz (Ljósálfar) e os elfos da Noite (Svartálfar). Os elfos da luz eram seres belíssimos, que brilhavam como a luz do sol, e vestiam-se de forma delicada; e eram seres bons. Esses elfos possuíam também poderes de cura, assim como os elfos da mitologia tolkiana. Na mitologia tolkiana os elfos também eram seres belos e brilhantes como a luz, e embora alguns povos os temessem, também eram seres bons.
"As tranças de seu cabelo escuro não tinham sido tocadas pela neve, e os braços brancos e o rosto claro eram perfeitos e suaves, e a luz das estrela estavam em seus olhos brilhates, cinzentos como uma noite de céu limpo...."
A Sociedade do Anel; descrição de Arwen.
Essa descrição mostra como os elfos de Tolkien eram belos e brilhantes, porém estes brilhavam como a luz das estrelas e não como a luz do sol como na mitologia nórdica.
Já os elfos da noite eram grotescos. Eram seres maus, feios e de pele encardida. Eles evitavam a luz do sol, que transformava-os em pedra. Esses se assemelham muito aos orcs de Tolkien. Os orcs foram um dia elfos: corrompidos e torturados por Morgoth se transformaram em seres malévolos. Possuiam a pele encardida e também eram transformados em pedra se tivessem contato com a luz do sol.
"...centenas de caras horrendas de orcs riam para ele de dentro das sombras, centenas de braços horrendos o agarravam por todos os lados."
As Duas Torres; descrição de orcs.
Anões
Na mitologia nórdica existem duas versões para o nascimento dos anões: uma é a de que eles nasceram dos vermes que roíam o cadáver do gigante Ymir, e a outra é a de que eles surgiram dos ossos e sangue do gigante Blain. A primeira versão acima está descrita na Edda em prosa de Snorri Sturluson, e a segunda está descrita na Edda Poética (A Profecia da Vidente).
Os anões não são diferenciados dos elfos da noite; apenas pelo fato deles viverem em Nidavellir, um dos noves mundos criados pelos deuses; e os elfos da noite viverem em Svartalfahein.
Na mitologia Nórdica os anões vivem no subterrâneo, e são forjadores habilidosos: o martelo de Thor (deus da agricultura, da chuva, e do vento) foi forjado por eles.
Mas os anões também possuem má reputação: são gananciosos por metais preciosos; e são ladrões e trapaceiros.
Os anões de Tolkien também viviam no subterrâneo, e eram gananciosos por metais preciosos. O nome de alguns dos companheiros de Bilbo em "O Hobbit" eram os mesmos que os da mitologia nórdica: Fili, Kili, Bombur, Nori, Ori, Oin, e Thorin. Esses são citados na Edda Poética. Outros nomes de anões da mitologia tolkiana são citados nessa balada: Durin; que foi um dos primeiros anões na mitologia nórdica; Dáin, Náin, e até mesmo o nome de Gandalf; que era uns dos Istari; foi citado nessa balada (só que como um anão).
"...do mesmo modo que o mithril foi a base de sua riqueza, também foi a sua destruição: escavaram com muita ganância, e muito fundo, e descobriram aquilo de que fugiam, a Ruína de Durin."
A sociedade do Anel; sobre Moria
Jóias e o Anel mágico
A inspiração para criar o "Um Anel" na mitologia tolkiana, veio da mitologia nórdica. Existem vários anéis na mitologia tolkiana, como demonstra o poema:
"Três anéis para os Reis-Elfos sob este céu,
Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,
Nove para Homens Mortais, Fadados ao eterno sono,
Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono
Na Terra de Mordor onde as sombras se deitam.
Um Anel para a todos governar, Um Anel para encontrá-los,
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisoná-los
Na Terra de Mordor onde as sombras se deitam."
Na mitologia nórdica existe um anel chamado "draupnir". Esse também era um anel mágico, que tinha o poder de aumentar as riquezas daquele que o possuía. Foi forjado pelos anões-ferreiros. Esse anel também trouxe desgraça e destruição, pois causou o ciclo da maldição do ouro que várias sagas e a "Edda Poética" conta.
Já na mitologia tolkiana esse anel concebia o poder da invisibilidade. Mas o Anel tinha sido forjado por elfos com instruções de Sauron, e este sempre estava tentando voltar para ele, e por mais que parecesse um simples Anel; não era. O primeiro a usar o Anel depois de Sauron, foi Isuldur. Mas o Anel traiu Isildur e esse foi assasinado. Depois Gollum o achou, e depois Bilbo o roubou. E finalmente Frodo o herdou. O Anel tinha vontade própria: indo de mão em mão tentava voltar para o seu mestre, e corrompia aqueles que o usavam; como Gollum.
O Anel trouxe também muita desgraça para todos os povos da Terra-Média, desencadeando uma grande guerra. A desgraça que o Anel trouxe na mitologia tolkiana foi muito maior da que na mitologia nórdica.
"Fui o arauto de Gil-Galad e marchei com sua tropa. Estive na Batalha de Dagorlad diante do Portão Negro de Mordor...(...) Mas Sauron foi vencido, e Isildur cortou o Anel de sua mão (...) e o pegou para si.(...) 'Levo isto como compensação pela morte de meu pai e de meu irmão', disse ele; sem se importar com o que pensávamos, tomou o Anel para guardá-lo. Mas logo foi traído por ele, o que causou sua morte; por isso é chamado no Norte de a Ruína de Isildur."
A Sociedade do Anel, Elrond; sobre o Anel
Na mitologia nórdica existia também uma corneta, feita do chifre de Heimdall. Essa era a corneta usada para avisar os deuses da aproximação de inimigos ou gigantes. "Gjallrhorn" era seu nome. Essa corneta se assemelha muito a de Boromir. Ela também era usada para avisar seu povo que os inimigos estavam próximos, ou que ele corria perigo.
"Em cada mão ele ergueu uma metade de uma grande corneta partida ao meio: um chifre de touro selvagem adornado de prata."
O Retorno do Rei; sobre a corneta de Boromir.