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Miopia pode atingir metade da população mundial até 2050; entenda por quê

Fúria da cidade

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Um estudo divulgado pela Ophtalmology, publicação da Academia Americana de Oftalmologia, indica que, até 2050, quase metade da população mundial, ou cerca de 5 bilhões de pessoas, apresentará miopia, sendo que 938 milhões de pessoas terão o problema em estágio avançado. A pesquisa foi feita por um grupo de cientistas, que analisou 145 estudos que incluíam 2,1 milhões de participantes.

Esse aumento alarmante do número de casos tem a ver com diversos fatores, incluindo o estilo de vida. Dentre os fatores ambientais, pode-se mencionar uma menor exposição a ambientes externos – onde a visão naturalmente vai mais longe. Ao mesmo tempo, as pessoas estão usando mais a visão de perto em tablets, celulares e computadores.

“Também há mais pressão educacional e maior tempo dedicado aos estudos”, conta a oftalmologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Renata Rabelo. “Isso está acontecendo em todo o mundo, embora na Ásia a incidência seja maior. Acredita-se que lá, por volta de 2050, aproximadamente 90% dos jovens que concluírem o ensino médio apresentarão miopia”, conta.


O que é miopia?

A miopia é um problema relacionado à capacidade do olho de focalizar determinada imagem. Quando a doença se instala, a visão de longe fica embaçada. “A principal alteração anatômica na miopia é um aumento do diâmetro ocular. O aumento de 1 mm do diâmetro ocular além do normal produz 3 graus de miopia”, conta Marco Cezar Helena, oftalmologista e chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Leforte.

A contribuição genética para a miopia é considerada pequena. Como trata-se de uma alteração orgânica que depende de outros fatores -- como os ambientais que já citamos --, não é possível afirmar que indivíduos míopes obrigatoriamente terão descendentes míopes.


O tamanho do problema

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Quanto maior o grau de miopia, pior fica a visão de longe. Ainda assim, as consequências do problema na vida prática dependerão muito das atividades desempenhadas por quem sofre desse mal. Um motorista, por exemplo, será muito prejudicado pela miopia e precisará usar lentes corretivas para trabalhar. “Por outro lado, um ourives não terá muito problema em ser míope, já que sua atividade requer uma boa visão de perto”, conta Marco Cezar.

Em geral, quem tem um baixo grau de miopia não necessita de lentes corretivas o tempo todo. “Existem pessoas que toleram até 1 grau de miopia sem correção. No entanto, para atividades como assistir aula e dirigir, a correção de graus baixos pode ser necessária para o conforto visual”, conta Lisia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Já com graus mais elevados, o dia a dia pode ficar muito difícil sem o uso de lentes corretivas.


Quando ir ao médico

O principal sintoma da miopia é a visão embaçada, que pode ser de perto, de longe ou em ambas as circunstâncias. Outros sintomas incluem dor de cabeça, dor nos olhos, irritação ocular e lacrimejamento.

“Mas muitas doenças oculares não causam qualquer sintoma”, conta Marco Cezar. Por isso, é importante visitar o oftalmologista com frequência. A indicação é que crianças e adolescentes façam exames oculares a cada 6 meses e adultos, anualmente -- ou antes, caso percebam alguma alteração na visão.

“A miopia tende a aumentar durante a adolescência, período de crescimento rápido do corpo todo e, inclusive, dos olhos. Assim, adolescentes míopes devem ser examinados duas vezes por ano”, afirma Marco. E completa: “Todas as pessoas devem fazer exames oculares rotineiramente, não apenas para checar a acuidade visual mas, principalmente, para a detecção precoce e prevenção de outras doenças, como glaucoma e descolamento de retina.”

Fontes: Henock Borges Altoé, oftalmologista do Hospital Villa-Lobos. Lisia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Marco Cezar Helena, oftalmologista e chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Leforte. Renata Rabelo, oftalmologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

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De certa forma, ainda que em um grau leve eu estou nesta estatística...
 
A natureza não perdoa... Esse texto lembra o ditado de "use it or lose it" (se a pessoa não usar um recurso da forma certa, no caso os próprio olhos, ela pode perdê-los).

Um detalhe interessante é que se não me engano há uma diferença entre as etimologias das palavras imagem e visão.

Enquanto imagem se relaciona a imaginação e a cópia, algo criado artificialmente na mente a palavra visão se relaciona ao significado de presença de algo que existe num tempo e espaço externo e independente da vontade do observador (as famosas "visagens" das igrejas).

De todo modo a tecnologia se aproveita dessa confusão e projeta fanatismo nos usuários. O fanático quando erra na dose sempre dobra a aposta na ânsia de corrigir um comportamento desastroso. Então se a moda de empurrar um tempo extorsivo de uso de telas (imagens) está enfraquecendo a saúde das pessoas a projeção do fanatismo tecno inunda ainda mais o ambiente com a necessidade de usá-los duas vezes mais passando ainda mais tempo diante de uma imagem. E muitos vão tirar o que é importante e jogar para a periferia e colocar o que é pouco importante no centro, vão deixar de ser elas mesmas e ter depressão. Vai bem na vibe da internet atual que é uma crise de imagem por não se ter uma visão.
 
Parece a "profecia" clássica feita pelos pais e avós dos anos 90 tornando-se real.
Quem nunca ouviu um "Menina(o) sai da frente dessa televisão, vai ficar com problema na vista!", que atire a primeira a pedra, ou o primeiro óculos!
:lol:
 
Parece a "profecia" clássica feita pelos pais e avós dos anos 90 tornando-se real.
Quem nunca ouviu um "Menina(o) sai da frente dessa televisão, vai ficar com problema na vista!", que atire a primeira a pedra, ou o primeiro óculos!
:lol:

É a mais cristalina verdade!
Alguns fabricantes de TV´s de tubo, pra quem já teve a oportunidade de ver um manual de instruções de modelos mais antigos fabricados no Brasil até a primeira metade dos anos 80, antigamente havia uma menção que não era recomendável assistir a uma distância inferior a 2 metros. Depois com o tempo esse tipo de informação foi sendo omitida.
 
Exame de vista é algo que todos deveriam fazer no mínimo anualmente independente de idade, mas normalmente a maioria só faz quando a visão fica sofrível.
 
Fim dos óculos? Experimento científico utiliza colírio com nanopartículas para corrigir miopia


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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 30% da população mundial sofra com miopia e a expectativa é que esse número aumente de forma significativa nos próximos anos; alguns estudos apontam que metade da população mundial pode sofrer com o problema até 2050 – e o crescimento da condição está diretamente relacionado com a quantidade de tempo que passamos em frente a telas de smartphones e computadores.

Como uma pessoa que sofre de miopia, posso dizer que usar óculos é um saco em muitas situações. É difícil para jogar futebol, não posso nem pensar em assistir um filme deitado, o cinema 3D não é nada confortável (óculos sobre óculos!) e já quase perdi um show porque estava chovendo e eu só tinha duas opções: ver tudo embaçado com gotinhas nas lentes ou ver uns borrões – tive sorte, pois a chuva parou. Tá certo que existem lentes de contatos, mas elas também têm suas desvantagens.

Outra opção é a cirurgia de correção da miopia, também conhecida como cirurgia refrativa ocular, mas a real é que ela também tem alguns contras (assim como qualquer outro procedimento cirúrgico). Há relatos de quem precisou passar pelo procedimento mais de uma vez ou que sofreu complicações como olho seco, por exemplo.

Mas o futuro pode ser mais nítido daqui alguns anos. Pesquisadores da Universidade de Bar-Ilan, em Tel-Aviv, Israel, estão desenvolvendo um método de correção de problemas de visão que pode aposentar essas três opções que comentei. A ideia deles consiste em um rápido procedimento de correção refrativa via laser, seguida pela utilização de um colírio com nanopartículas, que é capaz de fixar a modificação da córnea. E o melhor: tudo poderia ser feito em casa. O procedimento poderia ser realizado para várias condições além da miopia, incluindo hipermetropia e astigmatismo, por exemplo.

O Gizmodo Brasil conversou com o professor Zeev Zalevsky, físico especialista em optoeletrônica e um dos idealizadores do projeto. Ele explica que a invenção possui três partes: um software personalizado, onde o paciente colocaria sua receita médica com informações do problema de visão; um pequeno projetor de laser, que faria a leitura dessas informações e aplicaria a correção no olho do paciente e, por fim, um colírio com nanopartículas especiais que fixaria o procedimento durante algum tempo.

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Da esquerda para a direita: Dr. David Smadja, Prof. Zeev Zalevsky e Prof. Jean-Paul Moshe Lellouche, pesquisadores responsáveis pelo projeto. Imagem: Universidade de Bar-Ilan

Para entender como é possível fazer tudo isso em casa, é preciso explicar de que forma a correção refrativa funcionaria com a invenção. Zalevsky diz que uma cirurgia tradicional remove muitas camadas da córnea e, assim, ela fica mais plana para que as luzes se formem exatamente sobre a retina. O novo método, por sua vez, faz a mesma coisa, porém apenas na camada mais externa da córnea, chamada de epitélio.

“Quando você faz uma cirurgia de correção a laser, nem sempre funciona. Porque você precisa mudar a curvatura da lente do seu olho e remover dezenas de camadas da superfície da córnea. O que fazemos, por outro lado, é apenas arranhar o epitélio da córnea, que tem alta capacidade de regeneração. É como a nossa pele, você coça, a camada mais externa vai embora, mas depois regenera”, explica o professor. “A gente não muda a curvatura das lentes dos olhos, são os arranhões que mudam a forma com que a luz passa pelos olhos e assim conseguimos alterar a forma como a luz refrate”.

A aplicação desse laser no olho seria feita a partir de um pico projetor portátil, conectado a um smartphone ou computador, por exemplo. Os pesquisadores explicam que esse tipo de produto até existe no mercado, mas não para essa finalidade.

Uma vez que o projetor obtivesse as informações do aplicativo de celular, o paciente se posicionaria na frente dele e, em menos de um segundo, um laser faria a correção na córnea. Zalevsky garante que não existem riscos, já que o procedimento dura um instante e, além disso, o corte é muito superficial e numa região que se regenera com muita facilidade – em um dia o epitélio é capaz de se recuperar.

Se o corte é tão superficial e essa camada se regera, como a vista é corrigida? É aí que entra o colírio com nanopartículas. Esse colírio especial penetra nos “arranhões” feito pelo projetor de laser no olho do paciente e gera mudanças no índice de refração, mudando a forma com que a luz passa pela córnea.

“Se você não tivesse as nanopartículas, as ranhuras feitas pelo laser iriam desaparecer após alguns dias. Além disso você tem lágrimas, e sem as nanopartículas o efeito do laser poderia não ser estável. Porém, elas são responsáveis por penetrar as ranhuras e mantê-las ali, oferecendo uma perfomance estável quando a luz passar pelos olhos, corrigindo a visão”, diz Zalevsky.

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Imagem mostra as nanopartículas a partir de microscópio eletrônico em uma incisão na córnea. Elas são as pequenas esferas hiper-refletidas com diâmetros de 40 a 90 nanômetros. Imagem: Universidade de Bar-Ilan

O professor Jean-Paul Moshe Lellouche, do departamento de química e nanomateriais e responsável pela fabricação desse material, conta que tem alcançado bons resultados no aumento do índice de refração com seus experimentos. “Essa nanotecnologia é projetada para funcionar especificamente para o padrão da retina humana. É extremamente forte para aumentar o índice de refração, a partir de materiais que preparamos aqui no laboratório”.

As expectativas são altas e o estudo ainda está em um estágio inicial. Até agora, foram feitos experimentos “ex vivo”, ou seja, fora de um organismo vivo. Os cientistas prepararam todo o sistema e realizaram o procedimento utilizando o olho de porco, que possui estruturas muito similares aos olhos humanos.

Os resultados são promissores e, de acordo com os pesquisadores, a expectativa inicial é que o procedimento dure um mês. Esse número pode mudar, quando os testes em humanos forem realizados. Além disso, Lellouche diz que o avanço da nanotecnologia pode permitir resultados ainda melhores e mais duradouros: “quando fizermos estudos com humanos, poderemos comprovar que a nanopartícula será mais estável e irá durar por muito mais tempo”.

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Imagem mostra gota do colírio com nanopartículas sendo colocada na córnea do olho do porco, durante o experimento. Imagem: Universidade de Bar-Ilan

Eles garantem que, apesar dos experimentos terem sido feitos fora de organismos vivos, não há nenhuma chance do colírio machucar os olhos. “A gente vai checar isso com certeza nos experimentos in vivo e na estabilidade, mas de acordo com os métodos científicos utilizados, é impossível de machucar alguém, causar defeitos ou qualquer coisa do tipo. Desde o início a gente pensou em nanopartículas biocompatíveis, e não tóxicas. Não vai doer”, cravou Lellouche.

Uma das minhas preocupações ao descobrir sobre a invenção foi sobre o custo desse procedimento. Os pesquisadores ainda estão longe de estimarem um preço de kit que incluirá o aplicativo, o laser e o colírio, mas afirmam que com uma produção em escala industrial, será possível chegar a uma solução viável para o mercado.

“A metodologia de preparação dos nanomateriais é extremamente simples e pode ter uma escala de produção fácil, sem problemas industriais. Ainda não pode ser muito barato, porque os materiais que utilizamos no início do processo de fabricação são bem caros. Mas acho que com a criação da empresa e com o desenvolvimento industrial, podemos fazer avanços e acordos com as fornecedoras dos materiais”, afirma Lellouche.

O próximo passo do estudo é realizar experimentos in vivo, também com olhos de porcos. Os cientistas ainda estão aprimorando o projetor a laser e querem chegar a uma performance maior na córnea. Na próxima fase de testes, o método será submetido à publicação em revistas e periódicos revisadas por pares científicos.

Depois disso, a expectativa é iniciar testes clínicos em humanos e passar por toda a fase regulatória, que inclui aprovação da FDA (Food and Drug Administration, órgão americano equivalente à Anvisa) e da EMA (European Medicines Agency).

Ainda faltam alguns anos até que esse futuro fique mais claro para os míopes, especialmente porque um dos desafios dos pesquisadores é o financiamento do projeto. Neste momento, eles estão buscando apoiadores, entre eles empresas que possam bancar parte da pesquisa. Uma vez que a grana estiver em mãos, os cientistas afirmam que dentro de um ou dois anos conseguem ter um produto finalizado.

 

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