Jorge Guerra
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Bem, esse é meu primeiro post aqui. Não escrevo há muito tempo mas percebi nesse curto período que amo fazer isso então venho aqui disponibizar um mini-conto que escrevi há algumas horas. Ponho-o aqui para que vocês possam avaliá-lo, critícá-lo, enfim, expor sua opinião a cerca dele.
Caminho pelas ruas de meu bairro enquanto fumo meu cigarro. Não sei para onde ir, qual caminho seguir, mas sei exatamente para onde vou. Gosto de acreditar que estou perdido. Não sei... Acho que é algo poético. Termino meu cigarro e entro no bar, o mesmo bar que sempre entro e o ponto final de todas as minhas caminhadas. Peço uma garrafa de cerveja e, enquanto entorno a garrafa, olho para o lado de fora do bar. Na rua, uma menina, de não mais que 13 anos, vestindo somente uma saia curta e uma camisa que mais parece um sutiã, pede dinheiro pelas ruas. Seu cabelo é crespo, feio e maltratado. Sua pele é parda e está inteiramente suja. Tudo em sua aparência me faz parecer que ela é feia. Mas assim que olho seus olhos percebo o quão equivocado estou. Seus olhos são intensos, brilhantes, vivos, enquanto tudo ao seu redor está morto. Amo aquela menina, sinto pena dela. Sem ninguém, sem dinheiro, andando por aí com o pouco que tem e lutando diariamente para não pensar em enfiar uma arma em sua cabeça e desistir de tudo. Pobre garota. Se ela tivesse um pai, se eu fosse responsável o suficiente ou corajoso o suficiente para abraçá-la, beijá-la e dizer que posso dar-lhe comida e abrigo, tudo seria diferente. Realmente estou emocionado. Pobre garota. Se ela tivesse a sorte de nascer em um lugar justo ou tivesse a sorte de nascer em uma família bem estruturada, tudo seria diferente. Pobre garota. Levanto-me da cadeira do bar, indo em direção à menina, com alguns trocados na mão. Antes que eu possa chegar perto o suficiente dela para entregar-lhe as moedas, um homem de mau caráter passa de carro e a leva de carro. A menina não tem nada para oferecer em troca do dinheiro, somente seu corpo, e é exatamente isso que ela acaba oferecendo aos outros. E os outros, os adultos, os "exemplos" da sociedade, aceitam e entregam seu dinheiro. Peço mais uma garrafa de cerveja e vou andando de volta para minha casa.
Pobre Garota
Caminho pelas ruas de meu bairro enquanto fumo meu cigarro. Não sei para onde ir, qual caminho seguir, mas sei exatamente para onde vou. Gosto de acreditar que estou perdido. Não sei... Acho que é algo poético. Termino meu cigarro e entro no bar, o mesmo bar que sempre entro e o ponto final de todas as minhas caminhadas. Peço uma garrafa de cerveja e, enquanto entorno a garrafa, olho para o lado de fora do bar. Na rua, uma menina, de não mais que 13 anos, vestindo somente uma saia curta e uma camisa que mais parece um sutiã, pede dinheiro pelas ruas. Seu cabelo é crespo, feio e maltratado. Sua pele é parda e está inteiramente suja. Tudo em sua aparência me faz parecer que ela é feia. Mas assim que olho seus olhos percebo o quão equivocado estou. Seus olhos são intensos, brilhantes, vivos, enquanto tudo ao seu redor está morto. Amo aquela menina, sinto pena dela. Sem ninguém, sem dinheiro, andando por aí com o pouco que tem e lutando diariamente para não pensar em enfiar uma arma em sua cabeça e desistir de tudo. Pobre garota. Se ela tivesse um pai, se eu fosse responsável o suficiente ou corajoso o suficiente para abraçá-la, beijá-la e dizer que posso dar-lhe comida e abrigo, tudo seria diferente. Realmente estou emocionado. Pobre garota. Se ela tivesse a sorte de nascer em um lugar justo ou tivesse a sorte de nascer em uma família bem estruturada, tudo seria diferente. Pobre garota. Levanto-me da cadeira do bar, indo em direção à menina, com alguns trocados na mão. Antes que eu possa chegar perto o suficiente dela para entregar-lhe as moedas, um homem de mau caráter passa de carro e a leva de carro. A menina não tem nada para oferecer em troca do dinheiro, somente seu corpo, e é exatamente isso que ela acaba oferecendo aos outros. E os outros, os adultos, os "exemplos" da sociedade, aceitam e entregam seu dinheiro. Peço mais uma garrafa de cerveja e vou andando de volta para minha casa.