Escritor moçambicano Mia Couto vence o Prêmio Camões
O escritor moçambicano Mia Couto foi escolhido nesta segunda (27) o vencedor da 25ª edição do Prêmio Camões, a mais importante honraria da literatura em língua portuguesa. O autor receberá € 100 mil (cerca de R$ 265 mil).
Autor de romances como "Terra Sonâmbula" e "Jesusalém", todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras, Mia Couto, 57, é o segundo escritor de Moçambique a ser agraciado pela premiação --o primeiro foi José Craveirinha, em 1991.
O prêmio, criado por Portugal e pelo Brasil em 1989, considera o conjunto da obra de autores de língua portuguesa. Nas 24 edições anteriores, Brasil e Portugal foram agraciados dez vezes cada um. No ano passado, o vencedor foi o curitibano Dalton Trevisan.
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O anúncio da premiação para Mia Couto foi feito na tarde desta segunda no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio. O júri que o escolheu foi composto por Clara Crabbé Rocha e José Carlos Vasconcelos, de Portugal; Alcir Pécora e Alberto Costa e Silva, do Brasil; João Paulo Borges Coelho, de Moçambique; e José Eduardo Agualusa, de Angola.
Segundo a Fundação Biblioteca Nacional, responsável no Brasil pela premiação, a decisão foi unânime. Em nota, a FBN destacou o romance "Terra Sonâmbula" como "um dos dez melhores livros africanos do século 20". O jurado Agualusa destacou nos livros do colega a "criatividade linguística inspirada no falar das populações mais pobres de Moçambique".
Mia vem neste ano ao Brasil, para a Bienal do Livro Rio, onde lançará o romance "Cada Homem É uma Raça" (Companhia das Letras).
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/ilustr...mbicano-mia-couto-vence-o-premio-camoes.shtml
Mia Couto vence o Prêmio Camões 2013
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Atualizado às 20h20.
Maria Fernanda Rodrigues – O Estado de S.Paulo
Biólogo por profissão, o moçambicano Mia Couto costuma dizer que a escrita é uma casa que visita. Portanto, não é escritor – está escritor. Essas visitas têm ocorrido com frequência há exatos 30 anos, quando estreou na literatura com um livro de poemas. Não insistiu no gênero, mas levou a linguagem poética para tudo o que escreveu desde então: Terra Sonâmbula, O Último Voo do Flamingo, O Outro Pé da Sereia, entre outras duas dezenas de títulos.
Foram vários prêmios em sua carreira de escritor-biólogo, mas nenhum tão importante como o anunciado no final da tarde desta segunda-feira, 27. Aos 57 anos, ele venceu, por unanimidade, o Camões, o mais prestigioso da língua portuguesa e que foi instituído por Portugal e Brasil em 1989 para premiar autores que contribuem para a projeção da língua portuguesa. Mia ganhou 100 mil, como o brasileiro Dalton Trevisan ganhou no ano passado e o português Manuel António Pina no anterior. Era esperado que um africano vencesse agora e o nome de Mia, que acaba de lançar Cada Homem é Uma Raça (Companhia das Letras), de contos, era o favorito.
À Agência Lusa, ele disse que ontem seria um dia normal, que iria apenas jantar e se desligar do mundo quando foi surpreendido pela notícia. Ficou feliz, claro.
“A escolha não foi difícil. Mia é um autor que ao longo destes anos soube inovar estilisticamente e influenciou escritores em Portugal e no Brasil. Ao mesmo tempo, ele tem uma grande atenção pelas pessoas que estão à margem e pela natureza”, disse o angolano José Eduardo Agualusa, membro do júri que hoje se reuniu no Rio de Janeiro. Ao lado dele, os brasileiros Alberto da Costa e Silva e Alcir Pécora e os portugueses João Paulo Borges Coelho, José Carlos Vasconcelos e Clara Crabbé Rocha.
“Sua obra ficcional é caracterizada por uma profunda humanidade e por uma grande inovação estilística. É um autor que está traduzido em cerca de 30 línguas, que tem uma ampla fortuna crítica e uma obra que ultrapassou há muito as fronteiras moçambicanas’, justificou Clara Rocha, professora aposentada da Universidade Nova de Lisboa e filha de Miguel Torga, o primeiro vencedor do prêmio.
FONTE: http://blogs.estadao.com.br/radar-cultural/mia-couto-vence-o-premio-camoes-2013/
Bem legal isso, né? Ele é o segundo escritor moçambicano a ser premiado. O primeiro foi o José Craveirinha (o grande poeta de Moçambique).
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