• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Meninas são obrigadas a engordar em país africano para conseguir se casar

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
[h=2]Ritual para engordar começa a partir dos 5 anos de idade. Mulheres confessam que, mesmo com dificuldades para andar e dores nas articulações, fazem de tudo para ganhar peso.[/h]

0,,69751412,00.jpg

Para as mulheres que vivem de regime e não conseguem emagrecer, a ideia a principio pode parecer tentadora: morar em um lugar onde só as mulheres gordas são consideradas bonitas. Pois esse lugar existe. Aliás, quanto mais gorda, maior a chance de uma moça conseguir um casamento por lá. Por trás de uma cultura ancestral, existe uma prática cruel que tortura gerações e gerações de meninas.

O paraíso da gordura localizada, localizada em todo o corpo. Quanto mais pneuzinhos, estrias e celulite, mais desejada é a mulher.
"É um sinal de que a família dela tem dinheiro",
diz o rapaz.
"As magras não são boas pra namorar",
afirma o mais velho.

Na Mauritânia, um país do noroeste da África, fincado no meio do deserto do Saara, uma das regiões mais pobres do mundo, se esconde um segredo chocante: uma geração de mulheres incapacitadas por serem gordas demais. E isso porque, na infância, elas foram obrigadas a comer muito além do que seus corpos poderiam suportar. Tudo pra conseguir um casamento.

Meima não anda há pelo menos três anos. Ela conta que apanhou muito quando era criança. E não foi a única. Muitas meninas tiveram pernas e braços quebrados enquanto eram forçadas a comer quantidades imensas de leite e cuscuz.

De uns tempos para cá, Meima passou a sentir dores nos ossos e não conseguiu mais ficar em pé. Os hospitais da Mauritânia estão cheios de casos parecidos. Uma paciente foi engordada à força dos 7 aos 14 anos e hoje pesa 113 quilos. Um médico diz que é muito difícil encontrar na Mauritania uma mulher com mais de 30 anos que não sofra com as consequências da obesidade: diabetes, pressão alta, artrite nos joelhos, além de problemas na vesícula e nos rins. Elas começam com dificuldades pra andar e aos 50 anos já estão completamente incapacitadas.

Longe da cidade, no deserto dominado pelas secas e pela fome, a tradição resiste com força. As famílias aguardam ansiosas pela chuva. Com ela, as vacas vão ter o leite necessário para engordar as meninas. E o ritual começa cedo, a partir dos 5 anos de idade. Quanto mais leite elas tomam, mais cedo entram na puberdade e então ficam prontas para casar.

A família de Zena é muito pobre e por isso, aos 17 anos, ela é magra. E tem vergonha de ser assim.
“Todo mundo sabe que a mulher gorda é muito mais bonita. Só as gordas conseguem marido”,
diz a adolescente.

A vida dos nômades mudou muito nas últimas décadas. Antigamente, tribos inteiras atravessavam o deserto atrás de pasto para os animais. Hoje, as crianças vão pra escola. E as mães ficam nas tendas enquanto os maridos alimentam os rebanhos. Mas a cultura da obesidade persiste entre as mulheres como uma obsessão. Elas confessam que mesmo com dificuldades para andar e dores nas articulações, fazem de tudo para ganhar peso. Quando falta comida, todas vão atrás de remédios, pílulas que fazem engordar.

Com uma câmera escondida, uma produtora da rede de TV britânica BBC mostra como é fácil conseguir esses medicamentos sem prescrição alguma. No hospital, o medico se espanta com o que vê. São caixas de corticóides, hormônios sintéticos que, se usados de forma errada, podem causar diabetes, pressão alta, insuficiência renal e até morte. Quem toma estes medicamentos engorda logo, porque os remédios aumentam muito o apetite.

Com a chegada da chuva, só os meninos são vistos brincando. As meninas ficam em casa. É hora de engordar. A família desta menina sorridente mostra com orgulho o ritual para a televisão. Souadu tem 10 anos, e há pelo menos dois vem sendo engordada à força pela avó.

Entre as mulheres da Mauritânia, o ritual é visto como uma prova de amor. A garantia de um futuro melhor.
“A mulher gorda é linda”,
diz a avó. Longe da família, Soadu confessa: ela não quer ser gorda. Tem medo de ficar incapaz. Por isso, várias vezes ao dia, a menina coloca o dedo na garganta e bota tudo para fora.

Nos últimos anos, entidades de direitos humanos vêm brigando para acabar a tradição que tortura meninas em pleno século 21. Campanhas alertam para os perigos da obesidade. E a pratica de exercícios é incentivada. Mas acabar com a ditadura da beleza na Mauritânia - assim como em qualquer parte do mundo - depende mesmo é das mulheres.

Nota da redação: O vídeo desta reportagem não pode ser exibido na internet por razões contratuais.

Fonte
 
Última edição:
Uai, gente. Diversidade cultural. Não acham isso lindo, não?

Os japoneses preferiam mulheres assim:
ghisha2.jpg

O século XIX preferia assim:
racy-dita-von-teese-corset.jpg
CorsetComp.jpg

O mundo das Top Models prefere assim:
skinny_model.jpg

Os americanos preferem assim (Edit: A melhor imagem não tava abrindo. Troquei.):
16626.jpg

E o funkeiro carioca prefere assim:
mulher-melancia1.jpg


Deixa o pessoal da Mauritânia gostar das gordinhas, poxa. Cabe à mulher se vai sujeitar o seu corpo ao desejo dos outros ou não.
 
Última edição:
Engraçado que as mulheres se sujeitam a esses modelos de beleza, assim como a essas culturas mais rígidas, me lembrei do filme O Apedrejamento de Soraya M., quando a personagem título recebe a primeira pedrada uma mulher (a futura esposa do marido da Soraya) comemora o sofrimento da Soraya, se as mulheres se sujeitam isso nunca vai mudar.
 
Engraçado que as mulheres se sujeitam a esses modelos de beleza, assim como a essas culturas mais rígidas, me lembrei do filme O Apedrejamento de Soraya M., quando a personagem título recebe a primeira pedrada uma mulher (a futura esposa do marido da Soraya) comemora o sofrimento da Soraya, se as mulheres se sujeitam isso nunca vai mudar.

Mas o ponto é mais amplo que apenas "se sujeitar", as mulheres também estão cercadas dos tabus sociais de qualquer agrupamento. Se a sociedade for machista por denifição, naturalmente esse pensamento acaba refletindo nas mulheres, independente delas serem o objeto central da luta contra o machismo.
Isso ocorre não apenas no femininismo, mas em diversas outras situações.
Mulheres podem ser tão machistas quanto muito homens, mas não apenas pq elas se submeteram por livre vontade a isso, mas pq foram educadas, moralizadas, obrigadas a aceitar esse padrão, e acabam absorvendo essa situação para si como se fosse natural.
Por isso a luta feminista é tão árdua, pq precisa reverter papéis históricos das mulheres, pensamentos profundamente enraizados nas relações sociais.
 
A carência do meio costuma gerar atos de urgência em direção a sobrevivência. Durante a guerra da auto-preservação e da proteção do clã é muito forte a lei do vale-tudo e do olho por olho e eu não duvido quando existem mulheres dizendo que fariam de tudo para ficar obesas, afinal, elas estão sob pressão social e só recebem elogios se engordarem até perder a saúde. Pra piorar essas pessoas temem que no seu país possam aparecer momentos em que a comida falte por dias e eles precisem acumular.

Não obstante é uma estratégia movida pelo sofrimento a custa dessas mulheres e as pessoas possuem pouco tempo para planejar. Há casos de seres vivos (plantas e animais) que se voltam para o canibalismo devido a carência nutricional de seu meio. Em que todo o comportamento dos indivíduos começa a se nivelar por baixo, no que poderíamos chamar de sub-padrões que em condições normais de alimentação farta seriam recusados por todos devido ao sofrimento de não ter escolha.

É digno de nota que os distúrbios de alimentação costumam aparecer para encobrir a carência do meio como o vazio psicológico, social e de integração sendo que a falta de educação alimentar aparece em todos os grupos humanos seja ele secular ou religioso.

O uso massivo sem cuidado de drogas de prescrição controlada (inclusive álcool) e ilegais também demonstram carência do meio e promovem uma cascata de comportamentos e códigos sociais que podem ser populares e populistas mas que possam estar muito longe do ideal equilibrado de saúde e de vida.

De modo que nem só a riqueza lança produtos culturais no mercado porque a pobreza também possui seus lançamentos (como o Kuduro) e que dos produtos culturais da pobreza uma boa parte deles retira liberdade da pessoa e representa um retrocesso. Existem as armadilhas da riqueza e as armadilhas da pobreza. Sou contra essa situação que precisa melhorar para que eles mudem.
 
Última edição:
Eu já tinha visto sobre essas mulheres no Nat Geo. O fato delas engordarem representam duas coisas naquela sociedade:

- Status - em uma região árida, em que a falta de alimentos é comum, uma mulher "gorda" representa fartura.

- Capacidade reprodutiva - isso é algo mais antigo e é um pensamento comum em diversos países não ocidentais (que hoje existe uma ditaduda inversa). Inclusive me lembra de uma frase da novela o Clone que dizia assim: mulher boa enche uma cama. Alguns elementos como fartura de quadris e seios indicariam algo como fertilidade (apesar de que sabemos que não é bem assim).

Eu lembro no programa que eu vi a mãe empanturrando comida na boca da menina e ela chorando porque não aguentava mais. Eu acho triste, apesar de que eu tenho consciencia que a sociedade que eu vivo também tem suas exigencias com relação ao corpo feminino e que eu não acho que seja menos triste.
 
Última edição:
Eu já tinha visto sobre essas mulheres no Nat Geo. O fato delas engordarem representam duas coisas naquela sociedade:

- Status - em uma região árida, em que a falta de alimentos é comum, uma mulher "gorda" representa fartura.

- Capacidade reprodutiva - isso é algo mais antigo e é um pensamento comum em diversos países não ocidentais (que hoje existe uma ditaduda inversa). Inclusive me lembra de uma frase da novela o Clone que dizia assim: mulher boa enche uma cama. Alguns elementos como fartura de quadris e seios indicariam algo como fertilidade (apesar de que sabemos que não é bem assim).

Eu lembro no programa que eu vi a mãe empanturrando comida na boca da menina e ela chorando porque não aguentava mais. Eu acho triste, apesar de que eu tenho consciencia que a sociedade que eu vivo também tem suas exigencias com relação ao corpo feminino e que eu não acho que seja menos triste.

.

Mas vocês podem protestar e, como já vem ocorrendo, mudar os padrões de beleza feminina (vide o sucesso das coleções e desfiles de moda para as mais "cheinhas").

E, da minha parte, posso dizer que nunca vi graça em esqueléticas.

.
 
Última edição:
Mas o ponto é mais amplo que apenas "se sujeitar", as mulheres também estão cercadas dos tabus sociais de qualquer agrupamento. Se a sociedade for machista por denifição, naturalmente esse pensamento acaba refletindo nas mulheres, independente delas serem o objeto central da luta contra o machismo.
Isso ocorre não apenas no femininismo, mas em diversas outras situações.
Mulheres podem ser tão machistas quanto muito homens, mas não apenas pq elas se submeteram por livre vontade a isso, mas pq foram educadas, moralizadas, obrigadas a aceitar esse padrão, e acabam absorvendo essa situação para si como se fosse natural.
Por isso a luta feminista é tão árdua, pq precisa reverter papéis históricos das mulheres, pensamentos profundamente enraizados nas relações sociais.

Eu não disse que a culpa é primariamente das mulheres nem que é uma coisa fácil ter que vencer todo um pensamento enraizado, mas é fato que se elas se rebelassem em bloco a mudança viria mais rápido.
 
Longe da família, Soadu confessa: ela não quer ser gorda. Tem medo de ficar incapaz. Por isso, várias vezes ao dia, a menina coloca o dedo na garganta e bota tudo para fora.
A atitude dessa menina é radical. É nociva também. É triste de ver. Mas existe uma ponta de esperança à medida que algumas(ou talvez apenas uma) meninas começam a tentar meios de lutar contra a imposição de um padrão de corpo... Essa menina tem o meu respeito. Só espero que ela tenha forças pra manter sua luta, pois são pessoas como ela que, no futuro, estarão engrossando a luta para conscientizar as outras mulheres que ainda não perceberam a injustiça que sofrem.
 
Tar Marion disse:
Mas vocês podem protestar e, como já vem ocorrendo, mudar os padrões de beleza feminina (vide o sucesso das coleções e desfiles de moda para as mais "cheinhas").

E, da minha parte, posso dizer que nunca vi graça em esqueléticas.

Ahhhh eu acho que a pressão vai além do peso. Você vê pessoal querendo ser igual capa de revista mesmo. Pele, cabelo, maquiagem, roupas, tudo perfeito (sob um conceito bem subjetivo de perfeição). Celulite? Que horror! Estrias? Nem pensar! É complicado competir com uma imagem que é 100% das vezes retocada pelo photoshop, mas mesmo assim várias mulheres tentam e muitas vezes criticam outras por não tentarem.
 
É só ver as maquiagens de casamento...
Elas pendem apenas para realçar determinados traços e, quando a noiva não os tem ou tem pouco, fica uma coisa bizarra...

Como se beleza fosse padronizada e não gosto pessoal...
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo