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"Memórias Póstumas de Brás Cubas" (Machado de Assis)

Também foi o primeiro livro do Machado que eu li (2000) e lembro que eu achava engraçado o defunto narrar fatos acontecidos com ele enquanto ainda era vivo. XD
 
Estou lendo esse livro, e confesso que não sei porque demorei tanto pra começá-lo. O mais interessante dele é que o narrador é bem direto, fala o que quer quando bem entende... não tem que se preocupar em parecer certo, já que se livrou das obrigações humanas... ele chega a ser maldoso, debochado... porém é bem divertido.

Logo no iníco já dou de cara com coisas como: "Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei."

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Qual a interpretação de vocês sobre o capítulo "O Velho Diálogo de Adão e Eva"? Confesso que ele me deixou intrigada...
 
Outra coisa que esqueci de mencionar são os pensamentos dele... quando interrompe a história e começa a fazer reflexões... é ótimo.

O livro não possui uma trama propriamente dita, simplesmente narra os insucessos de Brás Cubas e dos que estão a sua volta... mas mesmo assim prende. O Machado escreve muito bem!(na minha humilde opinião de leitora, embora não estude literatura como muitos aqui do meia... acho que posso arriscar dizer isso, rs.)
 
É consenso que um dos méritos de Machado de Assis com o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas é ter produzido uma obra que se distancia das histórias/narrativas triviais. Esse distanciamento é apresentado ao leitor desde a dedicatória da obra, quando o defunto-autor, Brás Cubas, decide, na forma de um epitáfio, dedicá-la a um verme: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver, dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas”.

A partir dessa dedicatória, os leitores são levados para o campo de significação de se ter, como narrador, um morto: isto é, é apresentado a um lugar privilegiado, de onde o autor-defunto tece reflexões sobre a decomposição da sociedade burguesa, enquanto o seu próprio cadáver se decompõe. Tudo isso, marcado pelo humor negro, pela ironia, e por tantas outras características que tornam os textos machadianos únicos.Memórias Póstumas de Brás Cubas, obra pertencente ao estilo de época Realismo, se distancia das narrativas triviais, românticas, (referente ao estilo de época Romantismo) por diversos motivos, entre eles, podemos citar o fato inusitado de uma narrativa em primeira pessoa, na qual o narrador é um defunto- autor que se põe a contar como foi a sua vida na sociedade em um tom autobiográfico, após a sua morte.

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Machado está para Literatura Portuguesa assim como Pelé está para o Futebol.

E tenho dito!

Memórias, Dom Casmurro, Quincas Borba, Esaú e Jacó entre outros, são obras que devem ser lidas por todo brasileiro.

Machado é rei!
 
Estou lendo esse livro. Acho-o muito bom, engraçado e inovador para a época, adoro quando ele coloca o Quincas Borba na história, pois mostra a ligação com o próximo livro da trilogia machadiana. Definitivamente machado é um gênio da literatura. quando ele diz coisas tipo:" leitor vou falar agora sobre tal coisa se não gostar pode pular o capítulo". Cara isso é total inovação, quando ele interrompe para flar dos sonhos e delírios, ele é foda.
 
O melhor de fazer parte de um fórum de Literatura é ler as pessoas elogiando o Machadão. Sério, é traumatizante o que a maioria dos alunos fala sobre ele (mas é que Machado foi apresentado, para muitos deles, de uma forma cruel). Se bem que, eu costumo trabalhar Machado de uma forma que faça os alunos reverem seus conceitos sobre ele.

Em agosto, eu estava dando aula em um Pré-Vestibular. Então, dei uma das aulas mais esperadas pelos meus alunos (que sabem que eu amo Machado de Assis): Realismo. Quando a aula terminou, os alunos pediram: "Fale mais! Continue a falar sobre Dom Casmurro e Memórias Póstumas!" Foi uma delícia. Fiquei duas horas falando sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro e os alunos ficaram interessados. Quem nunca leu Machado, por causa dos comentários maldosos acerca da obra do Bruxo alusivo e zombeteiro, saiu interessadíssimo. Até ouvi enquanto saia da sala, de um dos alunos que prestaria vestibular para Física, : "Isso é que é aula!"
 
"Lembro que eu fui uma das únicas pessoas que conseguiram terminar o livro na turma, isso com uns 14, 15 anos. "COMO assim não gostaram do livro? O.O", era o que eu sempre "

Isso tbm ocorreu comigo na escola, foi um dos meus primeiros contatos com uma literatura mais séria, reli a obra esses dias para reavivar alguns nomes e detalhes, e que historia fantástica, que relação autor-leitor perfeita, é nessas horas que julgo a nossa literatura tão superior a de outros países.
 
Tentei por umas duas vezes ler esse livro... todo mundo fala bem dele, mas ainda não consegui termina-lo....

Tentarei novamente.....rs
 
É super tranquilo... Achei que fosse difícil e enfadonho e me assustei... Coisa assim pra ler tranquilamente, num estilo muito refinado... Muito refinado. Não é aquela coisa mecânica que encontro em 99% dos escritores... Inclusive em escritores bons! Consigo comparar o estilo de Machado apenas com o estilo de Nabokov, pra ser sincero -- estilos os quais gosto bastante.

Isso sem contar que tem umas partes que são bem engraçadas... Como Brás Cubas olhando pra borboleta e pensando nela saindo de casa "almoçada" XD
 
[align=justify]Refinamento espontâneo, uma boa definição para a escrita do Machado de Assis. A mim parece que ele está conversando com o leitor (interlocução é o nome disso, né? sei lá, enfim...) só que mantém a conversa com tal elegância e galhardia que ao mesmo tempo nem parece uma conversa, é, contraditório e tudo o mais. Tamanha elegância mesmo parecendo tão familiar, tão próximo de você...esse é o Machadão.[/align]
 
Essa aproximação é tão grande que às vezes Machado ri da sua cara e você releva, como se ele fosse um bom amigo ou coisa parecida...

Mas confesso que tenho muita vontade de ler Sterne. Capítulos omitidos para não afetar a integridade narrativa encaixam-se perfeitamente em Braz Cubas...

Aliás, aquele diálogo do Cubas com a Virgilia... Alguém já tentou dar vida àquilo? :rofl:
 
Mavericco disse:
Aliás, aquele diálogo do Cubas com a Virgilia... Alguém já tentou dar vida àquilo? :rofl:
Se você estiver falando do "Velho Diálogo de Adão e Eva", a resposta é afirmativa. Se as pessoas não tentassem dar vida a ele, nós não existiríamos. :timido:

Aliás, capítulo GENIAL. Tipo, como assim? Ué, Adão e Eva estavam tratando de se conhecerem (se conhecerem biblicamente, se é que me entendem XD).
 
Gosto também do "De como não fui ministro de Estado": não consigo conceber outro capítulo que não fosse da forma como achado criou... Volta mais uma vez em Sterne... Mas talvez ultrapassa Sterne, pois ele não omite um capítulo para afetar nada: ele coloca um capítulo pois é o capítulo que é necessário de se colocar... Ele estaria afetando se NÃO colocasse o capítulo! @_@
 
Woody Allen inclui 'Brás Cubas' de Machado de Assis em top 5 de livros


"O recebi pelo correio um dia. Um brasileiro o enviou e escreveu: você irá gostar. Porque era um livro fino, o li. Se fosse grosso, eu o teria descartado". Conforme relatou o cineasta norte-americano Woody Allen ao jornal britânico The Guardian, o primeiro encontro dele com a célebre obra do escritor brasileiro Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, na tradução para o inglês, Epitaph of a Small Winner, foi marcado por desconfiança.

No entanto, após a leitura, o livro acabou se tornando um dos cinco melhores na opinião de Allen, que também citou O Apanhador no Campo de Centeio, de JD Salinger, e a biografia do diretor de cinema Elia Kazan como obras indispensáveis. Leia a lista completa aqui.

Escrito no século XIX, Memórias Postumas de Brás Cubas impressionou Allen pela atualidade e criatividade da narrativa. "Você poderia pensar que ele o escreveu ontem. É tão moderno e divertido. É um assunto do qual eu gosto e que foi tratado com grande perspicácia, grande originalidade e sem sentimentalismo", afirmou o cineasta.
No livro, o "defunto-autor" Brás Cubas narra em primeira pessoa sua autobiografia. Nascido numa típica família da elite carioca, do túmulo o morto escreve suas memórias póstumas começando com uma "Dedicatória": "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas".

Traduzido pela primeira vez para o francês, em 1911, Memórias Postumas de Brás Cubas ganhou posteriormente versões para o inglês, italiano, espanhol, dinamarquês, alemão, holandês, dentre outras línguas, tornando-se um romance universal.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticia/WOODY+ALLEN+INCLUI+BRAS+CUBAS+DE+MACHADO+DE+ASSIS+EM+TOP+5+DE+LIVROS_11718.shtml
 
Uma vez compararam essa genialidade do Machado com um livro do João Ubaldo Ribeiro, Sargento Getúlio.(Que eu particularmente não gostei)
Na realidade, eu não entendi muito bem a comparação em si, acredito que o elo entre os dois seja a "ousadia".
No livro do João Ubaldo Ribeiro há narração introspectiva de um VIVO.
Se alguém compreender melhor essa relação e puder me explicar, agradeço desde já! hahaah
 
"Memórias Póstumas" mudou minha vida, diz Zeca Baleiro

"Na oitava série, um professor nos fez ler 'Memórias Póstumas de Brás Cubas' e 'O Estrangeiro'. Uns três alunos devem ter se matado", brincou ele. "Mas ler os dois mudou minha vida."

Outro referência importante foi o poeta Murilo Mendes, que considera da mesma estatura de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.

Em casa, o cantor e os irmãos eram incentivados a ler pelo pai desde novos.

"Minha irmã leu 'Crime e Castigo' com 12 anos. Aí, ficou andando sorumbática pela casa. Minha mãe ficou preocupada."

Baleiro, que conta ler de quatro a cinco livros ao mesmo tempo, hoje dedica-se a musicar alguns contos de Nelson Rodrigues para um projeto de teatro.

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Restante da matéria que saiu na Folha.com aqui.
 
nossa o prof. mandou ler O Estrangeiro o_O
que diferente

eu ri com esse comentário:
"Minha irmã leu 'Crime e Castigo' com 12 anos. Aí, ficou andando sorumbática pela casa. Minha mãe ficou preocupada."

Memórias é mais tranquilo para ler, é bacana o prof. fazer uma propaganda boa do livro para o aluno e conforme ele vai lendo, fazer uma roda na sala para o pessoal compartilhar as suas opiniões, quem não gostar do livro tb tá valendo ^^
 

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