Woody Allen inclui 'Brás Cubas' de Machado de Assis em top 5 de livros
"O recebi pelo correio um dia. Um brasileiro o enviou e escreveu: você irá gostar. Porque era um livro fino, o li. Se fosse grosso, eu o teria descartado". Conforme relatou o cineasta norte-americano Woody Allen ao jornal britânico The Guardian, o primeiro encontro dele com a célebre obra do escritor brasileiro Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, na tradução para o inglês, Epitaph of a Small Winner, foi marcado por desconfiança.
No entanto, após a leitura, o livro acabou se tornando um dos cinco melhores na opinião de Allen, que também citou O Apanhador no Campo de Centeio, de JD Salinger, e a biografia do diretor de cinema Elia Kazan como obras indispensáveis. Leia a lista completa aqui.
Escrito no século XIX, Memórias Postumas de Brás Cubas impressionou Allen pela atualidade e criatividade da narrativa. "Você poderia pensar que ele o escreveu ontem. É tão moderno e divertido. É um assunto do qual eu gosto e que foi tratado com grande perspicácia, grande originalidade e sem sentimentalismo", afirmou o cineasta.
No livro, o "defunto-autor" Brás Cubas narra em primeira pessoa sua autobiografia. Nascido numa típica família da elite carioca, do túmulo o morto escreve suas memórias póstumas começando com uma "Dedicatória": "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas".
Traduzido pela primeira vez para o francês, em 1911, Memórias Postumas de Brás Cubas ganhou posteriormente versões para o inglês, italiano, espanhol, dinamarquês, alemão, holandês, dentre outras línguas, tornando-se um romance universal.
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