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Melhor Filme de Ficção Cientifica - [FINAL]

Qual é o melhor?


  • Total de votantes
    38
  • Votação encerrada .
Podemos esgotar todas as categorias de votações que vai sempre ter post do FUSA questionando em todas elas. :lol:

Mas é a velha polêmica se nem no Oscar vence sempre o melhor porque aqui seria diferente?
 
eu votei em blade runner, mas vou dizer que acho que matrix está sendo injustiçado. talvez por ser ainda recente (aquela coisa, precisa passar pelo teste do tempo para virar clássico e blablabla), ou talvez por causa das continuações de merda, mas o primeeeeiro matrix é foda, é sci-fi dos bons, dane-se se é chupado do livro neuromancer e das hqs os invisíveis, hehe. o que quero dizer é: não foi uma final tão fraca/ruim assim.
injustiçado? matrix é um filme que revolucionou um monte de conceitos gráficos/visuais e tem umas cenas de ação muito boas. fora que ele criou um monte de cenas clássicas como a da pílula azul/vermelha, dodge this, etc. o que isso nos diz? é um filme muito legal de assistir! e definitivamente é mesmo...

ok, mas comparar com blade runner?! blade runner tem tudo isso aí e mais um pouco. a grande diferença é a seguinte: se vc para pra analisar "de leve" as idéias transmitidas no matrix, vc encontra umas contradições inexplicáveis (fora aquele anagrama ridículo de neo->one), como por exemplo:

Não sei se aceito muito bem a idéia dos robos, que dependiam da luz solar pra "viver", terem:
- não utilizado como alternativa colonizar marte ou a lua já que eles não dependem de oxigenio nem atmosfera, e com esse movimento abandonado a humanidade na condição deplorável que eles se colocaram (mundo sem sol, quanto tempo a humanidade duraria?)
- conseguido montar uma estrutura das proporções da matrix em uma condição surpresa onde a fonte primária de energia deles (sol) foi "invalidada"
- terem abandonado uns programas maliciosos (oráculo, etc) na matrix. tá, eles tentaram explicar isso no III, mas ficou uma merda, e acho que já concordamos que o II e o III tão fora de questão.

bom, n vou ficar enumerando os vários "gaps" que são encontrados no matrix. nem entrei ainda naquele questionamento existencial primário que eles fizeram, mas enfim haha.

todos os filmes com uma abordagem mais "ousada" como matrix eventualmente se deparam com problemas desse tipo. a diferença é que os bons filmes detectam essas falhas e tentam ou não dar destaque a elas, ou então deixam como ponto variável de interpretação para quem está assistindo ficar viajando em teorias que só existem na cabeça dele. matrix nem tentou isso.

a pergunta que faço: você encontra esse tipo de falha grotesca no blade runner? é por isso que temos uma final onde um valar é comparado a um orc aleatório de terceiro rank.
 
Em todo exercício filosófico dos filmes de ficção científica, o cerne maior diz respeito à questão existencial. Blade Runner é sucinto e objetivo em tratar isso de maneira absurdamente palpável. Conseguimos imaginar exatamente o mesmo cenário do filme em nossa realidade nos próximos 30 anos.

O que é RELEVANTE em Sci-fi para mim definitivamente não é universo da plasticidade. Em Matrix, o abuso de cenas de ação, coreografias e hipérboles visuais desprovidas de reflexão e IMPACTO (a luta entre NEO e Smith a-lá Dragon Ball) às vezes servem para preencher o circunlóquio pretensioso de diálogos cheios de atavios, que demonstram uma riqueza intelectual na superfície, mas vazia interiormente por não conseguir fazer do simples e objetivo, uma verdade irretocável em sinergia com o que sentimos. Blade Runner nos mostra que a escassez de frases intrincadas nem de longe é um defeito. Aliás, inteligência e conteúdo enquanto reflexões existenciais não estão necessariamente ligados a um léxico prolixo e obscuro

Pega qualquer diálogo hermético do Arquiteto ou do Oráculo e compare com frases como "Quite an experience to live in fear" ou " All those moments will be lost in time, like tears in rain". Quer dizer, grandes frases e reflexões não precisam de rodeios e pomposidades para "acordar" o telespectador e convencê-lo dos seus problemas e de suas fantasias. Diferente da tautologia do universo de Matrix, onde frases sem pé nem cabeça apenas escondem buracos e a mente um pouco bagunçada e não organizada de seus idealizadores

Matrix (tirando o primeiro) , a despeito de suas grandes qualidades estéticas, é rebuscado, clicherizado e sofismável ("Neo é o escolhido", "tomando a pílula azul vc tem uma ereção ad infinitum, tomando a vermelha, vc continua loser"). O primeiro Matrix é excelente por nos apresentar as premissas, sendo que as continuações são um fracasso por não fazê-las tangíveis. Sim, o primeiro Matrix é uma ótima diversão, e tbm profundo em sua preâmbula filosofia. Mas as continuações são um desfile de ousadia e de subestimação à inteligência alheia.

Em Blade Runner vc leva um soco no nariz, um chute na bunda e um dedo apontando pra sua cara lhe dizendo como vc é desprezível por viver numa ilha pseudo autossuficiente , desprezando sentimentos que literalmente repreende (nerds têm essa "capacidade") . Aí nos defrontamos com o Roy segurando a pomba e a libertando no fim, ou o seu suspiro ao falar das coisas que viveu e que se perderão no tempo. Matrix não tem frases que nos induzem a refletir. Tem, sim, um balaio de gato cheio de alegorias que não têm conexão alguma com a nossa vida cotidiana. Agora, tudo em Blade Runner nos faz pensar na nossa vida, no que sentimos e no modo como lidamos com o outro. Sci-Fi sem isso não me apetece.
 
Última edição:
Engraçado que considero Matrix muito mais um dos melhores filmes de ação que já vi(pra mim ganha se a categoria fosse esta) do que Sci-Fi, e em grande parte extamente porque o extraordinario mote Sci-Fi(que inegavelmente é foda, inclusive do ponto de informatica com todas as suas referencias fodas, e do pontro de vista filosofico) da um embasamento bastante "crivel" e muito bem explorado para todas as apelações sensacionais que qualquer fã de filme de ação fica doido pra ver, e que te deixa eletrizado num filme deste tipo, desde que bem feito(as vezes até sem ser bem feito).

É muito mais duca toda a coregrafia junto com um trilha sensacional da cena do time todo entrando na matrix(aquela que começa com eles fazendo pose de fodão enquanto a camera gira), do que o sci-Fi propriamente dito. Pra mim fica muito gritante a intenção de tecer uma base foda mas pra servir de pano de fundo mesmo. Toda a sequencia do predio, incluido o discurso do sentinela, é simplesmente de te deixar sem folego. Mas pela ação, não tanto pelas questões Sci-Fi levantadas(embora elas estejam muito boas e muito bem encaixadas no contexto, no caso excluisvamente do primeiro filme)...

Tanto que o que mais se esperava dos outros filmes justamente pela expectativa de se explorar muito mais o lado Sci-Fi pos apocaliptico, deixou muito a desejar ao primeiro, que acaba que é muito mais legal inclusive por explorar mais é a nossa "realidade" mesmo. Restritamente Sci-Fi, até aquele filme do chezneger da colonia de marte é mais Sci-Fi, e olha que é um filme bem pior :P

Blade Runner é um bom filme de ação? Até é viu. Mas conheço algumas pessoas(e não são poucas) que até dormiram vendo este filme(malditos hereges). Mas é uma mistura de policial retro com Sci-Fi, dos mais fodas da listas. Sci-Fi por Sci-Fi, sou mais 2001(mimimimimimi, hahahahaha).

Mas o cenario criado pelo Moebius(que é simplesmente sensacional, e o melhor na minha opinião na area de HQ universo fantastico/Sci-Fi), aliado a trilha do Vangelis, e todo o clima do filme, é sensacional. Inclusive é uma das melhores adptações de livro que ja vi, conseguiram tranportar uma quetsão fundamental pro clima do livro de maneira até competente, de maneira muito razoavel.
 
Última edição:
Gosto dos dois filmes, mas votei no Blade Runner, acho que é mais cativante (além de também por concordar com os pontos sobre Matrix destacados por vários membros).
 
Em todo exercício filosófico dos filmes de ficção científica, o cerne maior diz respeito à questão existencial. Blade Runner é sucinto e objetivo em tratar isso de maneira absurdamente palpável. Conseguimos imaginar exatamente o mesmo cenário do filme em nossa realidade nos próximos 30 anos.
Eu diria não só à questão existencial (a nivel pessoal, se foi o que quis dizer) mas qualquer reflexão referente ao nosso estilo de vida, nossos pensamentos, nosso cotidiano. E o que vale filosoficamente é essa reflexão, a busca do Neo pela resposta sobre o que é a Matrix é a busca que a maioria de nós (senão todos) fazemos para encontrar a verdade, mas "Infelizmente, Matrix não pode ser explicada, você mesmo precisa ver para entender".

O que é RELEVANTE em Sci-fi para mim definitivamente não é universo da plasticidade. Em Matrix, o abuso de cenas de ação, coreografias e hipérboles visuais desprovidas de reflexão e IMPACTO (a luta entre NEO e Smith a-lá Dragon Ball) às vezes servem para preencher o circunlóquio pretensioso de diálogos cheios de atavios, que demonstram uma riqueza intelectual na superfície, mas vazia interiormente por não conseguir fazer do simples e objetivo, uma verdade irretocável em sinergia com o que sentimos. Blade Runner nos mostra que a escassez de frases intrincadas nem de longe é um defeito. Aliás, inteligência e conteúdo enquanto reflexões existenciais não estão necessariamente ligados a um léxico prolixo e obscuro
Eu não sei ao certo qual a definição apropriada de Sci-fi nem conheço muitos filmes desse gênero, mas não vejo as cenas de ação de Matrix como para preencher algum vazio, assim como Blade Runner não é "mais" Sci-fi que algum outro por ter menos ação, sem falar que as lutas de Matrix (Matrix Reloaded e Matrix Revolutions são outros filmes) foram belamente produzidas.
Pelo menos no começo do filme (a meia hora inicial talvez) é bem óbvio os diversos detalhes como por exemplo a Trinity na sala 303 e Neo no quarto 101, as indagações sobre sonho e realidade e a citação 'Siga o coelho branco' mostrando tanto o que irá acontecer como nos alertando para prestar atenção nas referências, como o livro que ele abriu: Simulacra Simulation falando basicamente sobre realidade, simbolos e sociedade. Eu achei isso muito legal porque é como se o filme tivesse me pedido para abrir os olhos e quando fiz isso encontrei um "link" interessante, uma referência interessante, é bom encontrar conteúdo assim em um filme com tantos simbolismos. Isso me faz enxergar toda a produção como algo bem planejado e não um roteiro maquiado para vender efeitos especiais.

Matrix (tirando o primeiro) , a despeito de suas grandes qualidades estéticas, é rebuscado, clicherizado e sofismável ("Neo é o escolhido", "tomando a pílula azul vc tem uma ereção ad infinitum, tomando a vermelha, vc continua loser"). O primeiro Matrix é excelente por nos apresentar as premissas, sendo que as continuações são um fracasso por não fazê-las tangíveis. Sim, o primeiro Matrix é uma ótima diversão, e tbm profundo em sua preâmbula filosofia. Mas as continuações são um desfile de ousadia e de subestimação à inteligência alheia.
Ainda bem que é só o primeiro que está na votação e não a trilogia, e na verdade tomando a pilula azul você volta para a ilusão, acredita no que quiser, tomando a vermelha você verá tudo de uma forma nova, e essa é uma outra referência, dessa vez a "O mundo de Sofia" de Jostein Gaarder (outro "link" que achei muito interessante), nesta parte do livro Sofia recebe de Alice, do País das Maravilhas, dois vidros, um com liquido azul e outro vermelho, cada um faz com que você veja o mundo de uma forma diferente.

Pega qualquer diálogo hermético do Arquiteto ou do Oráculo e compare com frases como "Quite an experience to live in fear" ou " All those moments will be lost in time, like tears in rain". Quer dizer, grandes frases e reflexões não precisam de rodeios e pomposidades para "acordar" o telespectador e convencê-lo dos seus problemas e de suas fantasias. Diferente da tautologia do universo de Matrix, onde frases sem pé nem cabeça apenas escondem buracos e a mente um pouco bagunçada e não organizada de seus idealizadores
O Arquiteto não aparece no primeiro filme, e tirando ele eu não notei outras frases pomposas. Por causa dessa votação (mais pela discussão na verdade) eu me interessei em conhecer Blade Runner e rever Matrix, só que dessa vez procurando as referências que o filme joga, tudo isso o que falei até agora foi o que comecei a encontrar, existem por ai pessoas que conhecem mais referências e que citam nos diálogos com o Oráculo idéias de Sócrates e Platão, que eu só conheço de nome, mas por suas idéias estarem no filme, coesas com o tema do filme, procurar saber mais sobre estes pensamentos se torna mais interessante, e eu acredito que para um filme assim com tantos simbolismos e filosofias ser feito em formato blockbuster, a intenção era essa mesmo.

Em Blade Runner vc leva um soco no nariz, um chute na bunda e um dedo apontando pra sua cara lhe dizendo como vc é desprezível por viver numa ilha pseudo autossuficiente , desprezando sentimentos que literalmente repreende (nerds têm essa "capacidade") . Aí nos defrontamos com o Roy segurando a pomba e a libertando no fim, ou o seu suspiro ao falar das coisas que viveu e que se perderão no tempo. Matrix não tem frases que nos induzem a refletir. Tem, sim, um balaio de gato cheio de alegorias que não têm conexão alguma com a nossa vida cotidiana. Agora, tudo em Blade Runner nos faz pensar na nossa vida, no que sentimos e no modo como lidamos com o outro. Sci-Fi sem isso não me apetece.
Bom, Matrix me faz pensar em questões mais profundas como a nossa existência enquanto sociedade, o discurso do Agente Smith com Morpheus nos comparando a virus também reflete com a noção de realidade e a escolha por continuar vivendo apenas como bateria porém com conforto, nem todo mundo quer abrir mão de ser um escravo em paz com a ilusão para conhecer a verdade, além da interessante relação entre escolha e destino que vemos em Neo, por ele ser o escolhido e por em vários momentos ter a chance de seguir um caminho diferente.

Não é todo filme que se destaca em tantos pontos, por isso votei em Matrix, além dele ter influenciado muito a forma como eu vejo o mundo hoje, inclusive [informação inútil]o meu nick é Siker por ser a junção do meu sobrenome (Siqueira) com Cypher[/informação inútil], não acho que ele vá ganhar, mas é bom que a gente conheça o conteúdo que ele é capaz de oferecer.
 
bom, tem uma distância enorme entre referenciar um conteúdo e explorar um conteúdo, né?
Quando eu disse haver coesão com o tema do filme eu estava falando dessa relação, entre as referências e o que o filme explorou/apresentou.
 
sim, a coesão na apresentação da referência pode até ser mantida. posso tranquilamente referenciar o budismo ao apresentar a realidade como uma mera ilusão, ou então relembrar alguns questionamentos sobre livre-arbítrio, níveis de consciência, etc etc etc, através da pílula azul/vermelha. mas de que forma explorei este conceito, trabalhei com implicações, inovei alguma visão? nenhuma.

coesão não necessariamente implica profundidade; posso ser coeso na superficialidade, e este é o caso do matrix.
 
sim, a coesão na apresentação da referência pode até ser mantida. posso tranquilamente referenciar o budismo ao apresentar a realidade como uma mera ilusão, ou então relembrar alguns questionamentos sobre livre-arbítrio, níveis de consciência, etc etc etc, através da pílula azul/vermelha. mas de que forma explorei este conceito, trabalhei com implicações, inovei alguma visão? nenhuma.

coesão não necessariamente implica profundidade; posso ser coeso na superficialidade, e este é o caso do matrix.
Por inovar você quer dizer alterar ou trabalhar em cima do conceito para que nós possamos refletir sobre a questão? Porque a segunda opção foi o que eu vi em Matrix e não vejo superficialidade nisso, reflexões filosóficas te fazem pensar, o que mais você precisa para considerar algum tipo de profundidade?
 
inovar não é um requisito. a idéia de inovar (neste contexto) também é apresentar uma visão, ainda não contemplada em alguma outra obra difundida, acerca de um determinado questionamento. acho que concordamos quando eu digo que matrix não apresentou nada novo, certo? absolutamente todas as colocações foram puxadas de algum lugar. se eu estiver enganado, me corrija, por favor!

matrix pode ser descrito como um combo de idéias aleatórias jogadas ao ar. qualquer uma delas, se vc parar pra analisar dentro do próprio filme, não vai muito longe sem que algumas premissas de interpretação livre sejam adotadas. ok, o oráculo: o papel dele é mostrar o caminho. o neo: é o escolhido, o one. zion: o santuário. morpheus: é o cara que dita o que é sonho e o que é realidade. e por aí vai...pega a figura do morpheus, por exemplo: o máximo que dá pra ir além na interpretação dele é que ele deixa em aberto se a realidade não é um outro nível de sonho, e isso ad infinitum (pois dentro dessa outra realidade teríamos outro sonho, a matrix, e por aí vai). bacana (y). mas, e?

sobre reflexões filosóficas, posso apresentar algumas aqui isoladamente. por exemplo: "existem razões que a própria razão desconhece". legal, muito bonito, mas, e?

entretanto, se eu fizesse todo um trabalho (demonstrar contradições, implicações, variações, etc etc etc) ao redor dessa frase, aí sim teríamos uma abordagem não superficial. vc pode ficar delirando em torno dessa frase, mas entende que todo o trabalho de aprofundamento será teu, e não meu? E qual foi o meu mérito, portanto? É isso que eu chamo de abordagem superficial.
 
inovar não é um requisito. a idéia de inovar (neste contexto) também é apresentar uma visão, ainda não contemplada em alguma outra obra difundida, acerca de um determinado questionamento. acho que concordamos quando eu digo que matrix não apresentou nada novo, certo? absolutamente todas as colocações foram puxadas de algum lugar. se eu estiver enganado, me corrija, por favor!
Isso retoma ao que eu falei sobre Matrix trazer todas estas questões filosóficas no formato blockbuster, a intenção foi provavelmente difundir estas idéias entre os que ainda não conhecem, se for ver por esse lado visando o público para o qual foi direcionado, Matrix trouxe muita coisa nova (eu sei que para mim trouxe), e indo além disso, todas as idéias "puxadas de algum lugar" servem de base para a proposta do filme, para o que o filme quer passar (era dessa coesão a qual eu me referia), um trabalho de conclusão de curso ou uma iniciação científica é feito assim, colhendo material dentre vários livros e apresentando uma dissertação original. Se por acaso tudo o que foi trabalhado no filme já era de seu conhecimento, talvez por já ter lido todas as referências literárias que o filme usa, acredito que deva ter sido interessante ver todos estes pensamentos unidos e bem direcionados, eu pelo menos adoro ver um filme abordar algum assunto especifico que eu conheça.

matrix pode ser descrito como um combo de idéias aleatórias jogadas ao ar. qualquer uma delas, se vc parar pra analisar dentro do próprio filme, não vai muito longe sem que algumas premissas de interpretação livre sejam adotadas. ok, o oráculo: o papel dele é mostrar o caminho. o neo: é o escolhido, o one. zion: o santuário. morpheus: é o cara que dita o que é sonho e o que é realidade. e por aí vai...pega a figura do morpheus, por exemplo: o máximo que dá pra ir além na interpretação dele é que ele deixa em aberto se a realidade não é um outro nível de sonho, e isso ad infinitum (pois dentro dessa outra realidade teríamos outro sonho, a matrix, e por aí vai). bacana (y). mas, e?
Estes exemplos são de simbolismos e não das referências, todo o filme (roteiro e estrutura) está visando os questionamentos filosóficos notados em cada uma das referências apresentadas, comigo estes questionamentos sujeitos a minha interpretação livre resultou no cerne das idéias que estas questões trazem, ou seja, o filme não fica na superfície do tema escolhido, ele te joga no meio de tudo o que diz respeito ao assunto, ele trabalha com tudo e faz um belo trabalho!

sobre reflexões filosóficas, posso apresentar algumas aqui isoladamente. por exemplo: "existem razões que a própria razão desconhece". legal, muito bonito, mas, e?

entretanto, se eu fizesse todo um trabalho (demonstrar contradições, implicações, variações, etc etc etc) ao redor dessa frase, aí sim teríamos uma abordagem não superficial. vc pode ficar delirando em torno dessa frase, mas entende que todo o trabalho de aprofundamento será teu, e não meu? E qual foi o meu mérito, portanto? É isso que eu chamo de abordagem superficial.
Entendi, mas discordo quanto a estas reflexões serem aleatórias e/ou isoladas, os levantamentos são tratados no filme, todos servem para o objetivo do filme e para as respostas que ele espera dar, mas ele não fica só nisso, ele convida o público interessado a continuar as indagações e a ver mais possibilidades. Por exemplo, você não se questiona até hoje sobre a relação de escravidão e controle que Matrix apresentou? E eles não trataram esse pensamento no filme?
Matrix não é "O filme filosófico do século", mas é ótimo até onde se propõe, acho que exigir um nivel elevado demais só para diminuir tudo de bom que ele já alcançou não tem muito sentido, eu pelo menos costumo criticar filmes pelo o que eles são, minhas expectativas ou "caminhos melhores" que imagino não são úteis para analisar o que o filme apresentou.
 
Matrix é um filme que rendeu muita discussão justamente porque quem não está nem um pouco acostumado com a abordagem científica que o filme fez em cima do personagem principal Neo, acaba não assimilando a estória ao ver apenas uma única vez e muitos logo de cara opinam que o filme tem uma trama complexa demais (quem é que não tem um amigo(a) ou parente que chegou e disse isso?), mas não acho isso um grande defeito e sim um ponto importante que fez o filme ser marcante e jamais ser esquecido.
 
Gostei muito de ler as discussões acima, me ajudou a decidir em qual eu deveria votar (Blade Runner).
 
Olórin of Lórien disse:
Teve o Morgoth dizendo que, para ele, os dois não eram os melhores filmes de ficção-científica, e teve o post do Fusa também.
Ao meu ver, os posts questionam o merecimento de Matrix ter chegado à final.
Pode-se questionar a qualidade em comparação com outros, como se fez desde o início, mas questionar a vitória de um concorrente ou o mérito dele chegar à final é, para mim, questionar o próprio evento inteiro.
Foi isso que me deixou bravo, e é aí que entrou o "PONTO", porque o resultado, puro e simples, é inquestionável.
Matrix 15 x 8 Laranja Mecânica. Blade Runner 15 x 14 2001. Entendeu?

Não, em momento algum eu questionei o evento ou o mérito nas vitórias dos finalistas até aqui.
E se meu post deu margem a esse tipo de interpretação, o que posso dizer é que não foi intencional.

Só disse que meus filmes preferidos do gênero não são esses (assim como tu disse preferir "O Império Contra-Ataca").
Mas mesmo assim, escolhi aquele que acho melhor entre os dois e votei nele.
Nada de mais.

E convenhamos, Olórin...
Se eu não fiquei de mimimi quando "O Auto da Compadecida" venceu "Dr. Fantástico" no embate de comédias, porque ficaria agora? :mrgreen:
 
Última edição:
Difícil.

No fim, levei em consideração o quesito "diversão". Me divirto muito mais com Matrix.
 
Peraí, eu vi o Roy Batty, O ROY BATTY chamando Matrix de pretensioso? Mudei de ideia. Eu disse que não votaria, mas votarei. E nem é incoerência, porque eu disse, em algum tópico aí, que só deixaria de votar em Matrix quando ele estivesse disputando com 2001. Já que, infelizmente, 2001 não chegou até aqui, votarei em Matrix.
Obrigada, Roy.
 

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