Quando o assunto é Lista de Schindler a discussão invariavelmente recai em Spielberg, mas o ponto forte do filme é o roteiro (inclusive baseado num livro que o Kubrick quis adaptar, se não estou em erro). Vou mais longe, acho que Spielberg não era o diretor certo para o filme. Ele passou dos anos precedentes tentando provar que também podia fazer cinema "sério", querendo ser aceite por aquela elite de Hollywood que o olhava com desdém por ser popular. (Aquela que premiou sensaborias genéricas como Chariots of Fire e Gandhi em detrimento de Indiana Jones e E.T.) Mas Spielberg é um crowd pleaser por natureza, e instintivamente cede a esses tiques, como as abertas de sentimentalismo barato (a cena no cemitério é arrepiante, no mau sentido) ou os vilões caricaturais (que nunca podem parecer humanos, para você saber por quem "torce"). E traz o John Williams na bagagem, como é costume: sempre que há um momento triste, lá entram os quartetos de cordas e os coros angelicais. Não chega a ser de mau gosto, mas enfim, como se fosse preciso enfatizar que massacres são eventos dramáticos. Ai essas cordas de violino, como o meu coração sangra. *snif snif*
Não tenho opinião sobre Mulholland Dr. Só lembro das cenas em que as moças se comiam.