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[Meia Xícara de Café] Pecados Capitais na Literatura - Avareza

LucasCF

Usuário
Palazo disse:
Começamos hoje uma série de Meia Xícaras sobre Pecados Capitais na Literatura. A cada quinzena abriremos uma discussão sobre o papel de cada pecado na Literatura.

Pedimos que todos nos ajudem a lembrar os personagens, livros e histórias que tenham alguma ligação com o pecado correspondente. Além disso podemos fazer uma análise de personagens citados, do modo como o pecado foi mostrado em uma determinada história ou livro, que outras abordagens poderiam ser feitas relacionadas ao tema, que aspectos do pecado seriam interessantes de ser relatados, ou mesmo fazer parte da caracteristica de um determinado personagem, etc, etc, etc...

Ou seja, a idéia é esmiuçar todos os aspectos literários dos pecados capitais e no final da quinzena será compilado um artigo com as principais discussões e aspectos abordados para ser publicado no blog do Meia Palavra.

Para começar vamos falar da Avareza na Literatura.

LucasCF disse:
Posso começar com "Ebenezer Scrooge" do Charles Dickens. Eu vergonhosamente ainda não li o conto, mas eu conheço o dito cujo por um desenho que sempre passava na época de natal. Então começo com "Conto de Natal" e cito ainda "Tio Patinhas", já que o mesmo foi inspirado no primeiro.

Assim? Gostei do tópico.

Mi Müller disse:
Tem o livro Terapia, do Ariel Dorffman daquela coleção dos pecados na Cia das letras, por sinal um dos livros que mais detestei na vida, não sei se vale para a cosntrução do artigo, mas vou tentar lembrar de outros e volto aqui! Adorei o tópico, bom para refletir!

estrelinhas coloridas...

LucasCF disse:
Haha. Lembrei de um personagem sem nome de um conto do Machadão, "Entre Santos".
Não é um super personagem, desenvolvido e tudo mais, mas ele é avarento. É de uma das sub-histórias do conto, quando os santos estão conversando sobre os pedidos dos humanos.

Kika_FIL disse:
vou colocar o convite q fiz no blog aqui...acho q é válido...

Muitos aqui já devem ter notado que virtudes não dão bons livros (ao menos não sozinhas). As melhores histórias contém o lado vil, animal e decadente do ser humano e podem ser vistas como uma valorização de nossas imperfeições. É mais fácil nos identificarmos com o próximo através de seus defeitos , muitos deles ligados aos sete pecados capitais. Afinal, convenhamos, quem nunca cometeu um ato de Gula, Ira, Inveja, Orgulho, Avareza, Preguiça ou Luxúria?

Faz parte da nossa vida… Nós temos preguiça de ir trabalhar, comemos mais do que devíamos, invejamos a felicidade do próximo, nos orgulhamos de nossas pequenas coisas, somos pão-duros, e gostamos de sexo. Não necessariamente nesta ordem. E, assim como nós, os bons personagens são falhos. Vejamos alguns exemplos:

Leia a continuação do artigo…
Literatura X Pecados Capitais
fevereiro 8, 2010 – 9:21 pm
Por Kika

Muitos aqui já devem ter notado que virtudes não dão bons livros (ao menos não sozinhas). As melhores histórias contém o lado vil, animal e decadente do ser humano e podem ser vistas como uma valorização de nossas imperfeições. É mais fácil nos identificarmos com o próximo através de seus defeitos , muitos deles ligados aos sete pecados capitais. Afinal, convenhamos, quem nunca cometeu um ato de Gula, Ira, Inveja, Orgulho, Avareza, Preguiça ou Luxúria?

Faz parte da nossa vida… Nós temos preguiça de ir trabalhar, comemos mais do que devíamos, invejamos a felicidade do próximo, nos orgulhamos de nossas pequenas coisas, somos pão-duros, e gostamos de sexo. Não necessariamente nesta ordem. E, assim como nós, os bons personagens são falhos. Vejamos alguns exemplos:

Macunaína é sinônimo da preguiça exacerbada. A inveja da Marquesa de Merteuil e a luxúria de Visconde de Valmont dão o tom em Ligações Perigosas. E o que seria dos livros de guerra, não fossem a Ira e o Orgulho? Ebenezer Scrooge é a representação da avareza, em todos os seus detalhes. E, finalmente, podemos citar Daniel e seu Clube dos Anjos, para quem morrer até vale a pena, se a comida for boa.

Falando no Clube dos Anjos, aqui no Brasil há uma coleção totalmente dedicada aos Sete Pecados Capitais – chamada Plenos Pecados, que reúne cinco autores brasileiros, um argentino e um chileno. Cada livro representa um deles, e são: Mal Secreto (Inveja) de Zuenir Ventura; Xadrez, Truco e outras guerras (Ira) de José Roberto Torero; o já citado O Clube dos Anjos (Gula) de Luis Fernando Veríssimo; A Casa dos Budas Ditosos (Luxúria) de João Ubaldo Ribeiro; Canoas e Marolas (Preguiça) de João Gilberto Noll; Terapia (Avareza) de Ariel Dorfman; Vôo da rainha (Orgulho ou Soberba) de Tomás Eloy Martinez.

Nesse espírito, queremos discutir com vocês o papel da literatura em cada um dos pecados capitais. Obras sobre os temas, personagens marcantes, indicações sutis em outras obras, enfim, vale tudo desde que seja relacionado a literatura. A partir desse mês, lançaremos quinzenalmente discussões no Fórum do Meia Palavra que depois serão compiladas em artigos para o blog sobre cada um dos pecados.

O primeiro pecado a ser explorado literalmente será a Avareza.

Contamos com a participação de todos para esmiuçarmos o papel de cada pecado na literatura.

Luciano R. M. disse:
É interessante notar que a avareza pode aparecer como algo dúbio na literatura clássica ídiche: por vezes tem-se a figura do santo oculto, que é avarento aos olhos do mundo mas pratica a caridade de modo velado. A avareza torna-se uma exacerbação da humildade: o 'santo oculto' não parece vil aos olhos dos homens porque só se importa com a visão de D'us...

nessa_straioto disse:
ai, alem do Scrooge, não lembrei de nenhum outro personagem avaro....
vou fazer uma busca e depois volto aqui..rss

-Arnie= disse:
O maior ávaro de todos: Pai Grandet (Eugênia Grandet, Balzac). Esse é mais muquirana do que Sr. Sirigueijo.

omnius disse:
Um personagem avarento que primeiro me vem a mente é o vendeiro João Romão (O Cortiço - Aluisio Azevedo).
O que acham?

R.Kruppa disse:
Ah, o judeu Shylock do livro "O mercador de Veneza" de Shakespeare, ele foi moldado em cima do esterótipo judaico, e posteriormente adaptado como propaganda antisemita pelos nazistas.

LucasCF disse:
Porra, esqueci do joão romão. É um dos meus personagens favoritos. Ele sempre foi ganancioso, avarento, desde o começo, querendo acumular dinheiro. Mas só depois que ele começa a gastar em vista de uma maior posição social.

omnius disse:
[quote LucasCF]
Perfeito.


Quando se fala em avareza na literatura, não podemos esquecer da Divina Comédia (Dante Alighieri) - Dante reservou o quarto circulo do inferno aos avarentos e aos pródigos. Como castigo suas fortunas se transformaram em pesos onde pródigos e avarentos ficam de lados opostos empurrando um contra o outro por toda a eternidade.

LucasCF]Outro exemplo de avareza está no "Auto da Barca do Inferno" disse:
Mais nada? (sorry pelo duplo post)

Acabei de encontrar esse texto do Moacyr Scliar:
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigo...iccao.html

Gigio disse:
Não é muita coisa, mas só para colaborar, existe uma peça do Molière chamada "O Avarento". Pude assistí-la aqui em São Paulo, há uns 2 anos. Foi a última peça encenada pelo Paulo Autran...

Palazo disse:
Coloco aqui parte do texto de Adriana Zimbarg sobre a peça "O Avarento" de Molière representada por Paulo Autran, como citou muito bem o Gigio. Vale a pena ler o restante do artigo AQUI, que dá uma abordagem geral da época em que a peça foi escrita.

Gigio fale das suas impressões da peça e do personagem, e aqueles que tiveram o prazer de assistí-la, também deixem suas impressões aqui, elas contribuirão muito para nossa discussão!

A montagem atual de ”O Avarento”, com direção Felipe Hirsch.

É claro que eu vou começar a contar sobre a peça falando do protagonista, Paulo Autran, que no auge dos seus 84 anos, continua sendo com certeza um dos melhores atores de teatro de todas as gerações. Para a peça, que comemora a sua nonagésima produção teatral, Autran compôs seu personagem de forma magnífica.
O fato do ator já ter participado de outras quatro montagens de peças de Molière (O Burguês Fidalgo, em 1968; As Sabichonas, em 1971; e Tarfugo em 1985), deu a ele uma vantagem incrível no momento de dar vida ao Avarento, pois o ator já conhece na intimidade o mundo e a mente de vários personagens criados pelo teatrólogo.
A impressão que eu tive é que Paulo Autran conseguiu transcender a barreira do tempo, que separa o escritor do ator e, trouxe para o palco um personagem cheio de dimensões e faces, acontecimento que só pode ser fruto de um entendimento íntimo do contexto histórico em que a obra foi escrita, e conhecimento pleno do trabalho do autor e da peça que vai ser interpretada.
Autran, que há muitos anos atrás deixou sua carreira de advogado para iluminar os palcos, mostra o protagonista criado por Molière na medida certa. Seu personagem Harpagão, o protagonista que é mais conhecido como o avarento, faz o público rir de uma maneira ingênua e prazerosa, com uma seqüência rápida de acontecimentos que obstrui a capacidade lógica do espectador de julgar o que sente pelo personagem.
Nos olhares da platéia vemos vários tipos de emoções misturadas, talvez pena e raiva sejam os dois sentimentos mais evidentes, porém nenhuma das pessoas presentes no teatro pode questionar a honestidade do personagem, que é exposta de maneira hilária quando ele assume o seu amor incondicional por dinheiro, o que me leva a imaginar e desejar que um dia nós teremos o prazer de ver Paulo Autran atuando em o Mercador de Veneza, de William Shakespeare (Infelizmente não mais)

Com um tempo impecável os diálogos da peça são extremamente bem reproduzidos, não só por Autran, mais por todo o elenco que trabalha em perfeita sincronia e harmonia. Cleanto, filho do avarento, interpretado por Gustavo Machado, mostra a caricatura dos nobres que pretendiam freqüentar a corte de Luís XIV e que para isso seguiam todas as normas de etiqueta e movimentação apropriada, ditadas pelo rei.
Elisa (interpretada por Claudia Missura) é a outra filha do avarento. Seu personagem mostra o lado exagerado de uma jovem dama do século XVII, que em segredo se apaixona por um criado. É injusto citar apenas alguns dos personagens da peça, sendo que todo elenco atua de maneira que só pode ser descrita com elogios.
A peça conta a história de um homem avarento, que tem uma fortuna escondida em seu jardim, e sua relação danificada com seus filhos por causa de sua mesquinhez. Entre encontros e desencontros amorosos, a peça enfoca temas como lealdade, honestidade, solidão, avareza e manipulação humana.
A peça é uma obra tragi-cômica, que com muito humor trás uma forte crítica a sociedade. Mesmo os expectadores mais difíceis de impressionar e a facção de não amantes de Molière vão achar algo para ser apreciado nessa montagem de “O avarento”.
Chamo a atenção dos leitores para o figurino que é muito bem montado e para completar essa peça que já veio com tudo para arrasar, faltou apenas dizer que o cenário só pode ser descrito como maravilhoso!
A primeira cena da peça onde todos os personagens são “encaixotados” dentro do cenário é de tirar o fôlego e provavelmente inesquecível.

Lana Lane disse:
Se a gente parar pra pensar, o Heathcliff também, porque só queria o dinheiro e as propriedades, e tirar tudo das famílias Earnshaw e Linton. Mas olha o estado em que a propriedade Wuthering Hights se encontrava? Decadente, e ele nem ligava. Só queria mesmo era azucrinar todo mundo. XD

-Arnie- disse:
[quote Lana Lane]

hã?

Lana Lane disse:
Tu acha que ele não era avarento, -Arnie-? Não seria mais fácil dizer que não concorda e o porque em vez desse "hã?" Pouparia postagem.

-Arnie- disse:
Ele era vingativo, tudo que ele fazia era por vingança. Sempre que leio a frase da minha assinatura me lembro de Heathcliff.

Sei lá

Lana Lane disse:
E o fato de pegar todo esse dinheiro e não usar é só porque era vingativo? Acho que era avarento também, porque não gastava com ninguém , nem com si próprio toda a grana que arrecadava. Viu como não tinha necessidade de duas postagens? Sacou?

Gigio disse:
Palazo disse:
Gigio fale das suas impressões da peça e do personagem, e aqueles que tiveram o prazer de assistí-la, também deixem suas impressões aqui, elas contribuirão muito para nossa discussão!

Sobre a peça, duas impressões ficaram gravadas mais fortemente na minha memória. Primeiro, que o Paulo Autran era realmente fantástico. Segundo, que apesar de todos os acontecimentos, Harpagão continua sendo o mais convicto dos avarentos até o fim! Eu esperava uma reviravolta convencional na história, que em algum momento algo finalmente o sensibilizaria e faria-o mudar, mas não, nada importa a ele, a não ser seu baú de ouro. Nesse ponto ele é diferente de outro famoso avarento, Scrooge, que o LucasCF já citou.

Acho que esse é um elemento que deve se repetir ao longo de toda a série dos pecados capitais, a oposição entre "arrependidos" e "pecadores consumados". E isso envolve uma questão clássica, de base platônica, que não sei se alguém quer se arriscar a responder: é possível ser um pecador consciente ou todo pecado advém da ignorância e dos maus hábitos?



Qualquer erro é porque copiei um por um... Fiquei com preguiça de pegar os emoticons... Sem problema, certo? Espero que continuemos com os outros pecados.

obs: Não sei se o tópico tá completo ou se tinha mais posts.
 
Ficou lindo Lucas!!!! Obrigada obrigada obrigada mesmo. Por sorte já tínhamos feito o balanço do Avareza, e assim que o blog voltar ao normal postaremos e iniciaremos com o segundo pecado, a Gula... Fiquei emocionada, de verdade ^^
 
Báh Lucas que legal!! Vim aqui pra postar sobre o Terapia e ai vejo este resgate!! Obrigada, mil vezes...

estrelinhas coloridas...
 
AVAREZA:

Do latim avaritia, Avareza significa, segundo o confiável Aurelião, 1.Excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação; 2.Falta de generosidade; mesquinhez, ou ainda 3.Fig.Ciúme, zelo. É conhecido por ser um dos sete pecados capitais e foi imortalizada na figura de Ebenezer Scrooge, do famoso conto de Dickens.

A avareza é um bom inicio para esta série de pecados capitais. Passamos as últimas semanas relembrando histórias e livros que tratam do assunto ou de alguma forma tem um personagem avarento. Um texto clássico é a peça “O Avarento” de Molière, representada pelo grande Paulo Autran, que infelizmente não está mais conosco, mas que tem uma atuação brilhante.

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Tem a Fanny Dashwood, de Razão e Sentimento da Jane Austen, que fez com que o irmão as deixasse desamparadas e não dar do seu dinheiro a elas.
 

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