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Medicina (UFRJ) diz não às cotas

Só para lembrar que são necessárias as cotas (por enquanto) pois não somos iguais perante a lei.

É necessária a desigualdade perante a lei pra sanar a desigualdade perante a lei? Ka Bral, essa medida vem exatamente pra tornar as pessoas desiguais perante a lei.


As cotas não são para mim, mas para o negro pobre.

Sim, que vai entrar sem base na faculdade, não vai assimilar tudo o que tem que aprender no tempo necessário e ainda vai fazer despencar o nível do curso. Isso é populismo barato pra desviar a atenção do tema do problema do ensino fundamental público, fazer uma imagem de engajamento"social" do governo e, se bobear, sucatear o ensino público superior também.


Segundo pesquisa feita na UERJ, a média dos cotistas foi maior do que a dos não-cotistas; não tenho agora aqui o link, mas posso disponiblizar para quem duvida.

Se isso FOSSE verdade, então eles não precisariam de cotas. :wink:


Branco pobre e negro pobre não são iguais.

Sim, um é branco e o outro é negro.


E o que a Swanhild escreveu é bem pertinente pra se lembrar:

Gente, faculdade é lugar para se capacitar pessoas, não um serviço social. Distorça-se ou mude-se isso (pode-se mudar isso, né, se a sociedade resolve que não quer bancar um ensino "elitista"...) e em vinte anos o ensino público de qualidade acaba -- exceto para quem puder pagar uma boa escola particular, onde o aspecto social do ensino só terá interesse pro departamento de marketing...
 
Eu acho que todo mundo aqui devia dar aulas como voluntário por um ano antes de falar algo sobre educação. :mrgreen:

Se vocês nem tem paciência de trocar idéias com as pessoas do fórum quero ver todo mundo se dando bem com gente nem um pouco amistosa que já acha que tu é um carrasco antes mesmo de te conhecer. :roll:

Concordo com a Swan... foi o que aconteceu com o ensino básico fundamental. Na alegria da democratização da educação, ninguém se lembrou de onde ia sair o dinheiro para pagar decentemente profissionais de qualidade, nem preparar os profissionais de qualidade já existentes para os novos alunos e...

E agora temos ensino básico público sem qualidade. :mrgreen: De qualidade só o particular bem recomendado (pois tem particular que é uma bosta também...)

Daí vamos ter ensino superior público sem qualidade e a estória se repete novamente. (Revolução Francesa, Russa, etc..). Ficamos tão indignados com as burradas do passado, mas quando é nossa vez de fazer acontecer, fazemos sempre as mesmas burradas...
 
Bowser disse:
Falar que merece entrar quem tem mérito é papo de filho bem alimentado de papai
Falar que entrar por cotas é justo é papo de incapaz de passar na prova

As cotas não são para mim, mas para o negro pobre.
Mas tem muito negro (e branco com aquela história de pardo) rico tirando proveito delas. Além do que o fato de ser pobre não quer dizer que seja necessariamente capaz de cursar a faculdade.

Incapaz foi f*da.

Acho que pra vc esse pessoal menos favorecido que não passa no vest deve ser pq é burro, neh não?

JOINHA PRA VC. :dente:



Eu não acho que cotas vão resolver o problema....não vo escrever de novo , tá ali em cima.Mas vestibular é uma enrolação da mesma maneira.Acho que pra falar a verdade o Brasil deve ser um dos poucos países ( senão o único ) que adota esse sistema escroto de seleção ( ou segregação, tb serve ).

E acho que isso das cotas tb tem como objetivo desmoralizar possívelmente o ensino superior à longo prazo pra que a união o privatize, ou sucateie como disseram ai em cima.

Ou seja....no fim.....essa merda desse país vai cair de podre, e espero que eu não esteja mais aqui pra assistir.
 
Na alegria da democratização da educação, ninguém se lembrou de onde ia sair o dinheiro para pagar decentemente profissionais de qualidade, nem preparar os profissionais de qualidade já existentes para os novos alunos e...

Existe um motivo para que cursos como licenciatura e disciplinas exclusivamente acadêmicas como Matemática e Física tenham uma procura tão baixa, já pensaram?

Tantas pessoas que desejam se tornarem engenheiras, advogadas, médicas, e ninguém mais quer ser professor... por que será? Não dá dinheiro? Não é competitivo? Não dá status social?

Acabar com a exclusão social? Democratização do ensino superior? Eu fico pensando onde está o pessoal que vai fazer o trabalho propriamente dito nisso tudo -- quero saber onde estão os bons professores. Devia haver muito mais pessoas -- especialmente entre as bem intencionadas que desejam acabar com a exclusão social e democratizar o acesso ao ensino superior -- interessadas em dar a sua contribuição pessoal para resolver esses problemas.
 
Ninguém quer ser professor pq não dá dinheiro mesmo.Não é nenhuma mentira.E nem todos têm aptidão pra ser professor....é uma carreira como outra qq.Ou leva jeito ou não.

Só que o professor é o instrumento.Quem em teoria teria que mexer os pauzinhos e colocar a casa em ordem é a união, o governo federal.

Bons professores existem sim, não estão em falta.O que há é que são escrotamente mal valorizados e mal pagos....isso desanima qq um.

Pra sanar esse tipo de problema não é preciso todo mundo virar professor em massa....isso não vai resolver.Cuidem dos que existem por ai, facilitem o acesso de todos à escolas de bom nível, onde a prioridade é manter o aluno dentro das mesmas.Incentivos como o bolsa-escola, dar até desconto em impostos pra quem mantiver as crianças estudando....tem várias possibilidades....não sou político mas até minha cabeça de bagre consegue pensar em algumas coisas.

É como eu disse....a maioria de nós brasileiros, eu inclusive mas que to melhorando aos poucos com a faculdade de Direito, não sabe absolutamente nada sobre cidadania, o que fazer, como cobrar e quais os direitos que cada um tem.

Em teoria o estado teria que zelar pela saúde, educação e segurança da população.Isso é um COMPROMISSO que tá lá na constituição federal....não é um favor.Mas ai...ele não faz....e nós ficamos aqui... " Ohh..o que farofa....o que faremos? Acho que vo tomar uma cerva.. "

Cara, é mta sacanagem que existe nesse país de m*rda....eu fico até chateado pensando no que será do Brasil daqui a uns anos , pros filhos e netos de muita gente aqui.Fico chateado mesmo.Tem gente que não é fdp nesse país e que merecia coisa melhor.
 
K'' disse:
Em teoria o estado teria que zelar pela saúde, educação e segurança da população.Isso é um COMPROMISSO que tá lá na constituição federal....não é um favor.Mas ai...ele não faz....e nós ficamos aqui... " Ohh..o que farofa....o que faremos? Acho que vo tomar uma cerva.. "

Não sem antes pagarmos nossos impostos, a nossa "parte" do COMPROMISSO, que cujos mecanismos coersivos de estado asseguram o cumprimento.
 
Eru disse:
K'' disse:
Em teoria o estado teria que zelar pela saúde, educação e segurança da população.Isso é um COMPROMISSO que tá lá na constituição federal....não é um favor.Mas ai...ele não faz....e nós ficamos aqui... " Ohh..o que farofa....o que faremos? Acho que vo tomar uma cerva.. "

Não sem antes pagarmos nossos impostos, a nossa "parte" do COMPROMISSO, que cujos mecanismos coersivos de estado asseguram o cumprimento.

Orra...mas isso é óbvio, não? Todos nós devemos pagar impostos mesmo....e acredito que todo mundo aqui ( ou os pais de vcs ) pagam, não? Ninguém aqui é sonegador ou malandro.Isso realmente é a contribuição, como o próprio nome diz, do cidadão.

E ainda assim, cadê o estado fazendo a parte dele?
 
Eru disse:
Se eles não se preocupam com o vestibular, não se preocupam com o tipo de aluno que entra.

Tinha que ser... :roll:
Eu vou ser mais claro pra você entender: o foco dos professores está em impedir que saia entrando qualquer um despreparado dentro da faculdade. Eles não estão tentando necessariamente defender o sistema do vestibular, e sim impedir que esse paliativo tolo seja implementado lá permitindo que qualquer zé entre. É mais pra impedir que a medida populista engana-trouxa ferre com a faculdade do que com o vestibular em si.
Então, os professores estão preocupados em manter a elite no ensino superior e acabar progressivamente com qualquer oportunidade de conseguir sucesso dos mais pobres. Ou seja, não estão nem aí para um método mais justo de formação profissional. É isso?

Vou repetir. O vestibular não separa os bons dos ruins, mas aqueles que separa com certeza tiveram boa formação acadêmica.
Sim, e o resto não tem importância alguma.

Segundo pesquisa feita na UERJ, a média dos cotistas foi maior do que a dos não-cotistas; não tenho agora aqui o link, mas posso disponiblizar para quem duvida.

Se isso FOSSE verdade, então eles não precisariam de cotas. :wink:
Outros elementos contam dentro da faculdade, não só o título "provavelmente tenho noções básicas" e o "provavelmente não tenho noções básicas".

Swanhild disse:
Gente, faculdade é lugar para se capacitar pessoas, não um serviço social. Distorça-se ou mude-se isso (pode-se mudar isso, né, se a sociedade resolve que não quer bancar um ensino "elitista"...) e em vinte anos o ensino público de qualidade acaba -- exceto para quem puder pagar uma boa escola particular, onde o aspecto social do ensino só terá interesse pro departamento de marketing...
Lugar para se capacitar quem tem mais dinheiro. Do jeito que estão falando sobre as cotas, se der errado só vai terminar do mesmo jeito que hoje em dia.

Mesmo se houver a tão exigida melhora no ensino fundamental e médio (me lembro muito bem de já ter dito isso antes), as vagas ficarão com os que podem pagar cursinho e não precisam parar de estudar para trabalhar e sustentar a família. O que mudará é a competitividade por um tempo, mas depois volta tudo do mesmo jeito.
 
Bowser disse:
Falar que entrar por cotas é justo é papo de incapaz de passar na prova
Que fique claro que jamais considerei cotas como uma medida justa. O Mundo não é justo. Agora, você falar de incapacidade dessas pessoas é de uma truculência tamanha; não é pensando dessa forma que melhorará a situação.

Bowser disse:
Mas tem muito negro (e branco com aquela história de pardo) rico tirando proveito delas. Além do que o fato de ser pobre não quer dizer que seja necessariamente capaz de cursar a faculdade.
Muito negro rico? Onde? Avise-me onde estão, já que eu não vejo advogado negro, médico negro, empresário negro, juiz negro...

Você pode falar que viu um ou dois, mas a maioria é branca.

Que somos todos iguais, isso eu sei, muitas pessoas dizem que sabem, mas na prática não é assim. Hoje, o Brasil é o país com o maior número de negros do Mundo - perdendo somente para a Nigéria. Vocês sabiam disso? E estes negros estão aonde?

É claro que estou puxando a questão para o lado do negro, mas o problema é generalizado; mesmo as classes média e alta possuem seus problemas e riscos. Mas é a classe pobre que paga mais caro, sempre.

De qualquer maneira, o Sistema ruirá em breve.

No futuro, é bem possível que eu me torne professor; que cada um faça sua parte enquanto ainda estamos vivos.
 
http://www.summerhillschool.co.uk/pages/index.html

Esta escola é interessante. Não forma pessoas que se adequem à sociedade. Forma pessoas que saibam se virar na vida.

Não é a toa que o governo britânico quis fechá-la, sob pretexto de que os alunos não tinham conteúdo o suficiente para entrar na faculdade e não se encaixavam na sociedade quando saíam.

Decerto que não... mas como a filha do prof. Dib (artista plástica que nào fez faculdade pelo que soube), não há necessidade de faculdade. Se a pessoa sabe aprender, e ela precisar de uma faculdade, ela vai aprender sozinha.

Educação é uma ciência relativamente nova. Convenhamos que foi um passo enorme sair da figura do tutor, para a de uma sala de aula. E desde que foram aglomerados, não houve grandes mudanças em termos de pensar a educação. Ainda as coisas são muito intuitivas, baseando-se na experiência do próprio professor.

Outra coisas que é difícil de tirar da cabeça das pessoas é a questão de professor messias, pessoa com o "dom" de ensinar. Por ISSO é que é tão difícil pensar em professor com salário decente. Afinal tem de ensinar de graça, pois é uma tia complementando o salário do marido, o missionário, o voluntário. :roll: (daí minha observação de TODO mundo passar um ano como professor voluntário)

Karl F. Gauss foi um brilhante matemático... mas com péssima didática. Ele achava absurdo usar giz para discutir uma idéia abstrata como a matemática. Oh, mas nem toda criança é gênio como ele que percebeu que a soma de 1 a até 100 podia ser feita rapidamente com 1+100 umas cinquenta vezes.

Decerto, mas também ele fazia showzinhos na feira com suas habilidades matemáticas aos 5 anos de idade. Ou de Newton que teve de ser empregado de seus colegas mais ricos na faculdade. Ou de Machado de Assis que aprendeu sozinho tudo, mulato complexado que era. Ou de Stephen Hawking que nem falar consegue?

Para todos esses gênios, a vida pode ser uma merda e uma dureza. E nem sempre era o sistema que fazia as merdas (acho que Kepler tinha lepra... nào tenho certeza). Mas com certeza, sem as merdas e durezas eles não teriam sido os gênios que foram.

Comparada com eles, eu sou uma ameba. E sabem por que? Porque apesar das dificuldades que eu enfrentei foi moleza comparado com as paredes de concreto de 200 metros que eles enfrentaram.

Muito se perguntou do porque não termos grandes gênios. Oras, um dos motivos é porque tem muita gente pensando. Mas o segundo motivo é porque se tudo é muito fácil não dá tesão de chegar na reta final.

Summerhill ensina as crianças a terem fibra. A terem paciência a serem disciplinadas consigo mesmas. Dessa forma, ao encararem um problema não entram em pânico e nem se revoltam e saem batendo para tudo quanto é lado. Decerto que sofrem, mas pelo menos tem mais chances de resolver o problema do que nós que sequer controlamos a nós mesmos. (quem foi que disse que o homem que não controla a si mesmo não controla nada?)

De todas as merdas da vida, grande parte se perde em suas amarguras e cegueiras. Apenas um ou outro emerge como gigante.

Agora, dá para um professor ensinar um aluno a ter fibra se todos os professores forem excelentes?

Um problema enorme que vejo quando dou aula é que esperam que eu resolva o problema deles. Seja um adolescente de 16 ou um menino de 11 anos (escolas particulares ou não!)

Aliás é uma coisa muito comum em todo o povo: no médico ruim que atendeu o Eru, no policial corrupto, no professor incompetente, etc.. A vida é uma merda e esperam que alguém fique com peninha deles e resolva as coisas, ou fiquem passando a mão na cabecinha.

Uma coisa eu conclui: não dá para ensinar a ter fibra. A saber o momento de investir e de recuar. A ter paciência numa espécie naturalmente impaciente.

E isso é uma das coisas que mais me frustra. Até hoje só encontrei um cara que era um bom aluno. Não que ele fosse brilhante (apesar de que ele tirava 10, 3 e 9,5 e fez substitutiva e tirou 10, não como vingança contra a professora, mas como vingança contra si mesmo!) pois a faculdade que ele frequentava nào era lá grandes coisas, e as perguntas das provas não eram tão difíceis quanto as que eu tinha de pastar para responder.

Mas foi o único que percebeu que o maior obstáculo da evolução pessoal não é o sistema. O sistema pode tentar te impedir (seja lá o que chamam de sistema), mas não pode impedir a pessoa de tentar passar a barreira. Se ele nem sequer quer tentar, mesmo sem barreira nenhuma jamais passaria.
 
Que bíblia....assim eu paro na metade.
yawn.gif
 
Outra coisas que é difícil de tirar da cabeça das pessoas é a questão de professor messias, pessoa com o "dom" de ensinar. Por ISSO é que é tão difícil pensar em professor com salário decente. Afinal tem de ensinar de graça, pois é uma tia complementando o salário do marido, o missionário, o voluntário. (daí minha observação de TODO mundo passar um ano como professor voluntário)

Primula, eu tava pensando exatamente nisso aí.

Ninguém leva em conta que ser professor é uma profissão como outra qualquer. Por que é que o professor tem que ser aquele abnegado que abdica da competitividade, de um bom salário e de um ambiente decente de trabalho? Quão decente vocês imaginam que seja o ambiente de trabalho em sala de aula hoje em dia nas escolas públicas e em muitas escolas superiores particulares? Diante do que está aí para eles, simplesmente os melhores vão-se embora e fica o restante. E é esse povo que vai cuidar de transmitir conhecimentos... que conhecimentos?

Então, os professores estão preocupados em manter a elite no ensino superior e acabar progressivamente com qualquer oportunidade de conseguir sucesso dos mais pobres. Ou seja, não estão nem aí para um método mais justo de formação profissional. É isso?

Ah não; gente, vamos por favor enxergar as coisas como elas são, sim? Professores são profissionais como quaisquer outros, tanto quanto os que se dedicam às profissões mais prestigiosas que eu já citei em outro post. A formação de um professor sob certos aspectos requer tanto investimento quanto em certas profissões liberais como advocacia e engenharia (e isso envolve muito mais do que apenas o dinheiro). Um professor de ensino médio tem que ter licenciatura; um professor de ensino superior tem que ter pelo menos mestrado; em muitas universidades públicas dependendo da área você nem pisa para prestar concurso sem um doutorado e currículo em pesquisa. Alguém pensa que se construiu um ensino superior nesse país com o argumento de que essas pessoas tinham a missão especial de serem abnegadas e desistirem de querer o melhor para si mesmas? Não e eu não vejo sequer um motivo para pensar que elas deveriam abrir mão disso. A vocação de um professor não funciona nem tem que funcionar diferente da vocação de um advogado, engenheiro - ou um médico, que também exige sacrifícios e força de vontade.

as vagas ficarão com os que podem pagar cursinho e não precisam parar de estudar para trabalhar e sustentar a família

Bom, meu pai por exemplo, nesse sentido, foi um privilegiado. Ele só conseguiu continuar estudando depois do primário porque foi trabalhar como boy com treze anos de idade e o patrão pagava o ginásio com parte do salário dele. Ele tinha seis irmãos, meu avô era um simples mestre de obras e mesmo assim minha avó - cuja maior frustração na vida foi nunca ter podido aprender a ler - fez questão de que o meu pai fosse trabalhar e continuasse os estudos e aproveitasse a oportunidade.

Eu não vejo problema com os privilegiados que têm o dinheiro para pagar o cursinho ou a escola cara e usam bem esse dinheiro.

O problema mesmo, Nob, é quando a coisa não engrena mesmo com o cara tendo toda a facilidade do mundo para estudar.
 
Primula: :clap: :clap: :clap:

Primula disse:
Uma coisa eu conclui: não dá para ensinar a ter fibra. A saber o momento de investir e de recuar. A ter paciência numa espécie naturalmente impaciente.
Ou seja, no fim das contas, caímos na lei mais básica da Natureza: A Lei do Mais Forte.

Swan disse:
Eu não vejo problema com os privilegiados que têm o dinheiro para pagar o cursinho ou a escola cara e usam bem esse dinheiro.

O problema mesmo, Nob, é quando a coisa não engrena mesmo com o cara tendo toda a facilidade do mundo para estudar.
Na minha sala de cursinho, a molecada, em sua grande maioria, se mostra alienada, alheia aos problemas do Mundo e mais preocupados acerca do que fazer na noite de sexta do que nos estudos.

Não vejo um futuro favorável para a Classe Média...

Agora, um aluno da Classe Pobre possui maiores probablidades de surpreender, uma vez que lhe foi dada a chance; ele precisa provar seu valor, e vai fazer isso.

Primula disse:
Decerto que não... mas como a filha do prof. Dib (artista plástica que nào fez faculdade pelo que soube), não há necessidade de faculdade. Se a pessoa sabe aprender, e ela precisar de uma faculdade, ela vai aprender sozinha.
Faculdade = Prestígio.

Assim é no nosso mundo hoje. Sem o tubinho de papel, você é 'inferior', 'não-capacitado'.

Nós jogamos com as regras para nos mantermos vivos.

Fibra? Sim, sim, sim; no fm das contas, meu orgulho fala mais alto. Vencer um Sistema imbecil, mas, "vencer".

Afinal, o capitalismo se mantém porque propaga a idéia de que todos podem "vencer".

Vencer o quê?

Mas, se você não 'vencer', será um inútil completo.

E é por isso que o ingresso à faculdade é tão significativo para alguém da classe pobre.

Historicamente em nosso país, trabalho braçal = serviço inferior = coisa de negro

E ainda hoje é assim; prestígio possui o doutor formado pela faculdade tal, o juiz, o médico; o pedreiro, o gari e a arrumadeira são profissionais de baixo calão.

Todas as pessoas sonham que seus filhos sejam 'doutores'.

Necessidades humanas. Guerra pela sobrevivência. Luta pela vitória no Sistema.

Salve-se quem quiser.
 
Umm, acho que maioria aqui já conhece o meu ponto de vista quanto as cotas. Não vou me repetir no que já foi exaustivamente discutido em pelo menos dois outros tópcos.

Vamos exemplificar um pouco.


Há mais de trinta anos (ou quase isso segundo um artigo de José Nicolau Heck) as melhores instituições de ensino estadunidenses praticam o que chama-se de admissão "race-sensitive". Lá quem combate as cotas são os conservadores.

Falo isso porque o máximo de igualdade, que os negros podem conseguir hoje, é ser igual a um outro grupo social que sofre igualmente de preconceitos e exclusão.

Adianta leis que digam que uma empresa tem de ter 10%, 20% de negros trabalhando, na mídia, etc?

Não.

Tem que haver 20% de negros capacitados no mercado de trabalho, negros que consigam ingressar na faculdade, se formar etc...

Indiferente de opiniões divergentes, o importante das cotas é que um número maior de pessoas começou a discutir disparidades sociais, ensino público e assim por diante. Talvez aquele que nunca havia pensado, o dito alienado, passe a pensar um pouco. É um passo.

Prímula disse:
Mas foi o único que percebeu que o maior obstáculo da evolução pessoal não é o sistema. O sistema pode tentar te impedir (seja lá o que chamam de sistema), mas não pode impedir a pessoa de tentar passar a barreira. Se ele nem sequer quer tentar, mesmo sem barreira nenhuma jamais passaria.
_________________

Nem todos tem a visão e aí entra novamente o Sistema. O Sistema devia dar a luz a todos igualmente. E quem é o Sistema? Eu, vc, eles, etc... Nós.

Se queremos vencer o sistema, "vençamos" nós mesmos antes.
 
Swanhild disse:
Então, os professores estão preocupados em manter a elite no ensino superior e acabar progressivamente com qualquer oportunidade de conseguir sucesso dos mais pobres. Ou seja, não estão nem aí para um método mais justo de formação profissional. É isso?

Ah não; gente, vamos por favor enxergar as coisas como elas são, sim?
Exatamente. Isso é o que eu quero que as pessoas façam.

Professores são profissionais como quaisquer outros (aqui vai o resto do parágrafo; não é necessário colocar)
Não critiquei a profissão de professor, que é uma das mais nobres. Não critiquei nem os de medicina da UFRJ, pois concordo em parte com eles. O que critiquei foi a colocação ali.

Eu não vejo problema com os privilegiados que têm o dinheiro para pagar o cursinho ou a escola cara e usam bem esse dinheiro.
Eu também não vejo nenhum problema. Mas justifiquei a impossibilidade de melhora com a reformulação do ensino básico.

O problema mesmo, Nob, é quando a coisa não engrena mesmo com o cara tendo toda a facilidade do mundo para estudar.
Exatamente. Fatores psicológicos influenciam largamente em questões de ensino.
 
Vocês sabem qual é a média com cota para passar na UERJ em medicina com cota? 96/120
E com cota pode-se entra com 70 e pouco... (péssima para decorar números).
Não engulo alguém me dizer que uma pessoa que tira 90 em uma prova de vestibular não vai entrar, é injusto demais.

Uma política populista como essa quer mostrar soluções fáceis até demais, nada além disso.
E tem o detalhe de as cotas serem inspiradas nas cotas das universidades americanas, o que é uma besteira já que lá o sistema de ingresso é totalmente diferente.


Eu sou contra cotas e vai muito além do fato de ser uma vestibulanda esse ano, branca e que estudou a vida toda em um colégio particular tradicional.
Cotas vão criar problemas terríveis a longo prazo. Uma empresa vai ficar com receio de contratar negros, isso é óbvio, o preconceito nesse meio já existe e tende a piorar.

E a UFRJ está certísima de dizer ser contra. Ela quer preservar sua qualidade.
Porque ela não quer perder o aluno de média 90 para uma faculdade particular que vai crescer muito com as cotas.
Os melhores estão na faculdade, isso é fato. Os melhores professores e alunos estão na faculdade pública e a UFRJ não quer perder o prestígio que tem.

POderia escrever uma redação sobre isso... :think:
 
VihVs_ disse:
POderia escrever uma redação sobre isso... :think:

Inclusive é bastante provável que os vestibulares desse fim de ano abordem esse assunto nas propostas de redação.

Pessoalmente eu sou contra, e não por ser branco, ter estudado em colégio particular e estar batalhando por uma vaga numa faculdade pública. As cotas apenas vão piorar a qualidade das universidades e acentuar o preconceito racial (imagina como não vai dar neguinho dizendo: "Olha aquele lá! Só entrou por causa das cotas!"). Embora pareça impóssível, pra mim a solução está no ensino fundamental e médio. Se esses níveis de educação fossem otimizados, todos teriam chances iguais de entrar numa boa universidade. Bem, talvez isso seja impossível. :?
 
Então, os professores estão preocupados em manter a elite no ensino superior e acabar progressivamente com qualquer oportunidade de conseguir sucesso dos mais pobres. Ou seja, não estão nem aí para um método mais justo de formação profissional. É isso?

Não, não é isso.

Os professores querem dar aula para quem já tem as noções básicas daquilo com que vão lidar. Universidade visa capacitar profissionais a partir de pessoas que já tem base, não vão voltar do zero.

Não se trata de uma jogada tirana pra impedir que os mais pobres tenham sucesso. É simplesmente não querer sacrificar a faculdade em pró de um método que ao contrário do que você sugere não só não é justo como também pode comprometer o nível do ensino superior no país.


Sim, e o resto não tem importância alguma.

Considerando o número de alunos saídos do segundo grau e o número de vagas, alguém não vai entrar no processo de seleção. Sem dramas.


Outros elementos contam dentro da faculdade, não só o título "provavelmente tenho noções básicas" e o "provavelmente não tenho noções básicas".

Como você disse, outros elementos contam. Mas esse certamente conta também.


Lugar para se capacitar quem tem mais dinheiro. Do jeito que estão falando sobre as cotas, se der errado só vai terminar do mesmo jeito que hoje em dia.

Meu melhor amigo na faculdade de design morava mal pacas, estudou a vida toda em escola pública e ruim. Era negro. Não precisou da alcunha de "café com leite" pra poder brincar na faculdade (que aliás era um curso disputado na época em 35/vaga). Era um cara capaz. Sobre ele não paira dúvida de competência. O vestibular pode não ser o sistema ideal, pode ser trabalhado enquanto processo seletivo, mas sem dúvida é menos tosco que um sistema de cotas que literalmente mina qualquer possibilidade de processo seletivo.

Volto a repetir: Faculdade não é centro de reabilitação social, é de qualificação profissional.
 
Cotas vão criar problemas terríveis a longo prazo.


Cotas são em seu ideal temporárias. Então esse argumento não bate.

Volto a repetir: Faculdade não é centro de reabilitação social, é de qualificação profissional.

Eru são coisas ligadas.

A qualificação proficional imediatamente leva a inclusão/reabilitação social.
 

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