Fausto
Lovely head
Meu problema é com um texto árido que serve basicamente como ferramenta de ataque a instituições estabelecidas (as quais não defendo, já aviso, pois também sou ateu), a história sendo assim usada para embasar tais ataques e não preocupada em funcionar como uma história em si, por ela mesma. Tire a polêmica religiosa e o que sobra? Nada.
Isso que vc descreveu é Dan Brown, não HDM
edit: eu vou me aprofundar, mas tô com uma momentânea pregui.
edit2: ok. SPOILERS. Na verdade não tem o que se aprofudar, até porque esse seu "Tire a polêmica religiosa e o que sobra? Nada" corta o meu barato. Tirando a "polêmica religiosa", sobra simplesmente 1) uma métafora perfeita pro Estado de Direito (a República do Céu de que a Lyra fala no fim, aka Paraíso Perdido de John Milton resgatado aka Novo Jardim do Éden) ilustrada pelos sacrifícios e relações de confiança anárquicas (não-hierárquicas) que a Lyra desenvolveu; 2) uma interpretação racional da divisão bíblica entre alma-corpo-espírito (corpo seu meio de contato com o mundo e com o corpo dos outros através de sexualidade; alma materializada por daemons pelos quais vc interage com sua própria persona; e espírito aquilo que vc deixa na Terra quando "conta histórias" [lembram?] e quando suas moléculas se misturam ao éter); 3) um cenário fantástico de mundos simultâneos desenvolvendo vida inteligente na Terra sob n circunstâncias distintas (perfeitamente viável na física moderna); 4) ah é né, sobra também uma visão sem igual de como tudo o que o Homem faça tende à concentração e a um mesmo conhecimento ("Pó", seja ele depositado em Bíblias, computadores, livros de I Ching ou aletômetros). Acho que é só isso que "sobra" sim. Está tudo lá, nos três livrinhos.