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Maus

Anica

Usuário
[align=justify]Antes de mais nada, vou logo avisando que eu não tenho muita paciência com filmes, documentários e o que for sobre a Segunda Guerra Mundial, muito menos se cai naquele blablabla do Holocausto. Perdi a paciência com isso, porque é sempre tudo igual, e é sempre MUITO raro alguém “contar a história” de um jeito diferente.

Então por que diabos eu gosto de Maus, do Art Spiegelman, ao ponto de ficar lendo em qualquer segundinho que sobra? Porque, afinal de contas, Maus é sobre o Holocausto, então em teoria não tem nada que eu já não tenha visto antes, não é mesmo? Não, não é. Maus é genial.[/align]

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Em 1992, o Pulitzer teve um prêmio inédito: não se sabia se era ficção ou biografia, mas Maus, graphic novel de Art Spiegelman, foi agraciado com a maior premiação do jornalismo. Publicado em duas partes, a história de Vladek, pai do autor, emocionou leitores no mundo todo. E apesar de muitas obras falando sobre o mesmo assunto, Spiegelman conseguiu muito bem falar sobre o Holocausto não só em uma mídia diferente – os quadrinhos -, mas também em um formato que aproximou ainda mais o leitor da experiência que narra. Em 2009, o selo Quadrinhos na Cia. publicou as duas partes de Maus – Meu Pai Sangra História e E Aqui Meus Problemas Começaram – em um único volume, para que o leitor pudesse se emocionar com a história de Vladek de uma vez só.
Vladek Spiegelman era judeu, vivia em Sosnowiec, na Polônia, com sua esposa Anja e seu pequeno filho, Richeu, quando foi atingido pelos horrores da Guerra. Primeiro ao ser convocado para lutar no exército polonês contra os alemães, acabando preso e obrigado a realizar trabalhos forçados para o exército nazista. Depois de liberado e de volta à família, lutou com eles para fugir dos campos de concentração, passando da fartura à precariedade dos guetos até ser enviado à Auschwitz. Vladek viveu na pele os horrores da Segunda Guerra Mundial, e sobreviveu à tudo para contar a seu filho, Art.

Maus é um relato diferente do Holocausto por vários motivos. Primeiro, é em quadrinhos, um formato mais atrativo e rápido de ler, mas igualmente impactante. Segundo, por não ser contado como uma história realmente, mas se aproxima mais dos bastidores dela, pois o que o leitor vê é o próprio Vladek falando de sua vida para Spiegelman, assim como o próprio autor interfere na obra e coloca nela suas impressões sobre a história do pai e seu papel como filho de um sobrevivente. E terceiro, Maus metaforiza a nacionalidade e religião das personagens em animais. Um trecho no início da segunda parte do livro que critica a figura de Mickey Mouse, um animal “imundo e pestilento”, comparando-o com os judeus esclarece o uso dessa metáfora: se os judeus são ratos, os alemães são gatos, os superiores. E os poloneses são porcos, franceses são sapos, americanos são cães e assim por diante.

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Eu nem consigo mais ver "Maus" como uma história sobre o Holocausto... pra mim é muito mais uma história sobre alguém tentando desesperadamente compreender o pai... e tentando ser o mais honesto possível no processo. Não é pra menos que é tão triste. A história de qualquer família, quando vista com o aprofundamento adequado, acaba se tornando emocionalmente devastadora... e foi dessa forma que "Maus" me pegou desde o comecinho.

A última fala de Vladek, no penultimo quadrinho (que não vou citar pra não fazer spoiler), foi simplesmente o golpe de misericórdia. Terminei a leitura pasmo, melancólico, meio que incapaz de pensar em outra coisa por um bom tempo... a não ser, talvez, na história da minha família, quem sabe (quem leu até o finalzinho sabe exatamente do que estou falando ;) )
 
Li tempos atrás por causa do Meia.

Claro que fui tocado pela história, mas não consegui ver em que ela difere de "tudo o mais"...

Talvez precise ler de novo, não sei...
 
Última edição:
Acho que é a primeira vez que eu vejo uma mídia sobre o holocausto tão pessoal e precisa.Sem falar no fato de os personagens serem animais aludindo à propaganda nazista.Muito bom, fico feliz de ter comprado_O único ''problema'' é o cheiro forte de tinta que me faz espirrar toda hora enquanto estou lendo :think:
 
Eu já li e achei muito foda esse livro.

Acho que pra mostrar o que foi o holocausto é uma das melhores edições, é divertida e fácil entendimento pra qm ainda não sabe o q foi...
 
Uma imagem...
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É fato que a Segunda Guerra Mundial gerou grandes conseqüências e mudanças em vários âmbitos para os que sobreviveram a ela. Muitas reflexões e traumas ganharam forma na literatura e cinemas. Alguns clássicos, como “O Pianista”, “A Lista de Schindler”, “O Garoto do Pijama Listrado” e “Diário de Anne Frank” emocionam grandes públicos e leitores que mesmo não tendo vivido a época, se chocam e ficam inconformados com os massacres, campos de exterminação e lutas que estouraram a partir do fim da década de 30 até 1945.

Com isso, pensando em um primeiro momento, foi difícil compreender que uma história em quadrinhos pudesse tratar de um tema tão sensível, capaz de imergir o leitor tanto quanto as obras que eu citei. Ao começar a ler “Maus”, de Art Spiegelman, percebi que estava enganada. A Graphic Novel chama atenção por ser bastante original nos quesitos gênero e linguagem. Isso já é visto logo nas primeiras páginas depois da introdução, no momento em que dois ratos, Artie e Vladek, conversam. Artie anota tudo o que seu pai, Vladek, fala sobre suas lembranças na Segunda Guerra Mundial enquanto pedala em uma bicicleta ergométrica.

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Li Maus hoje. Os horrores da guerra são a vergonha da humanidade. Pena que a África não tenha tanto espaço na mídia. A leitura me trouxe muitas reflexões.

Vladek conseguiu sobreviver por conta de sua sorte e de sua habilidade nos negócios. E riqueza. Chutou a namorada pobre logo no começo da história a favor da rica. Já que ele foi o narrador da história, não teve como ser imparcial. Se casou por amor, não por beleza. Talvez seja mesmo, porque tudo indica que ele era apaixonado pela mulher.

Coitada da Mala, a segunda mulher. Enquanto quem era o mala sem alça era mesmo o Vladek.

O mercado negro funcionava na base de jóias. Ouro. Acho que estou com a idéia errada, mas se levar a história pelo lado do Vladek e generalizar, os judeus tinham muitas riquezas acumuladas. E ainda pior. Se todo esse ouro foi transferido para os nazistas, ou até mesmo pros poloneses que ajudaram alguns judeus a se safarem... deve haver muito ouro sujo na Europa. Diamantes de sangue.

Logo no segundo livro, Art é entrevistado pela mídia. Que animal retrataria os israelenses? Um porco espinho? Uma das coisas que faz o Holocausto parecer implausível é a falta de rebeliões. É difícil acreditar que gente desnutrida e desmoralizada consiga se revoltar. Os presidiários no Brasil têm os direitos humanos para reclamar. Isso me dá a impressão que o povo judeu massacrado não tinha aptidão para a guerra. Mas, e o genocídio dos índios brasileiros? Eles não tinham aptidão para a guerra? Algum outro povo no mundo teria uma natureza que reagiria diferente? Aí que entram os israelenses. Esses aí são militarizados. Talvez os palestinos também fossem mais resistentes.

A sessão com o psiquiatra foi muito interessante. Os sobreviventes eram os vencedores os as vítimas os perdedores? Seriam os sobreviventes culpados? Vladek usou de sua influência e riqueza para obter vantagens nos campos de concentração. Sobreviver deve ser um fardo pesado quando se pergunta porque se sobrevive a custo dos outros. Muitos se deprimem por isso quando pensam se privilegiados quando tanta gente mundo a fora sofre crueldades. Um sentimento de omissão e impotência.

E o final é a gota d'água do drama familiar.
 
Dando um up. Sensacional esta HQ!

Inclusive tem várias passagens que me lembraram bastante de a Lista de Schindler. Tem um personagem no filme do Spielberg que me lembra demais o Vladek. E tem também a sequência que usam o gelo que se forma nos trens com destino aos campos de concentração que eles usam pra saciar a sede. Recomendo!
 

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