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Maturidade X imortalidade

De fato ele é... digamos... inseguro, mas não acho que seja por falta de sabedoria ou excesso de precipitação.

Mas, tá, coitado, ele não tem nem um passado definido... começa por aí a insegurança :lol:

Celeborn não pode manifestar-se muito por que nós sabemos quem realmente canta de galo naquela floresta.
 
Celeborn é mesmo... sem sal.

(O filme aliás, destacou bem essa sua principal característica rs)

Acho que o papel de Celeborn é ser o "outro lado da moeda" de Galadriel.

Enquanto Galadriel é antiga, sábia, ousada, "pra frente". Celeborn é antigo também, mas é mais rabugento, simboliza aquele velho cheio de opiniões, mas sem reflexões. Confia piamente em suas verdades absolutas e está pouco disposto a pensar de uma maneira diferente. "Me falaram uma vez que os anões são maus e trazem coisas piores com eles. E assim é". Ele não está disposto a perguntar a um anão que presente esse gostaria de receber de um elfo. Prefere recebê-lo julgando-o, culpando-o, não está aberto para o novo, o diferente. Thranduil fazum papel semelhante n'O Hobbit. Prende o novo em seus calabouços primeiro e só depois está mais disposto conversar.

Da para ver a mesma dualidade em outras personagens: Théoden-zumbi ou Denethor de um lado com suas tradições irrevogáveis e verdades absolutas, contra a inovação e idéias "absurdas" de Gandalf, o velho moderno.

Bem, acho que fugi ao tópico, rs.

Mas para terminar, acho que esses exemplos mostram que a imortalidade (ou a experiência, a vida longa) não leva a maturidade. Para amadurecer é preciso pensar, quebrar paradigmas, arriscar-se ao novo, abandonar a zona de conforto das verdades absolutas, do terreno já conhecido, das nossas próprias tradições pessoais. E nem todos estão dispostos a fazer esse movimento, a dispender tanta energia nesse processo doloroso, mas positivo.
 
Fugiu não, amigo Anão, você foi o mais acurado, inclusive rs.

Foi exatamente essa questão que eu quis levantar: sendo todos os elfos imortais, o que os impediria de querer sempre olhar para frente e para cima, desconstruir meias verdades, fugir dos convencionalismos?

É paradoxal viver tanto e ficar tão estagnado, como se fosse uma fotografia do que fora muitos séculos atrás. O pior é que muitos desses foto-elfos chegam a posições de destaque, como Celeborn, Senhor de Lórien, Thranduil, Rei dos Elfos do Norte da Floresta das Trevas, e Legolas, príncipe do mesmo local.

Parando pra reparar, os três acima são Elfos Sindar... Será que teria alguma relação subracial?
 
Confesso que esta questão Maturidade VS Imortalidade tem permeado meus pensamentos desde que comecei a reler Senhor dos Anéis, e só não havia criado um tópico antes pela maravilhosa arte da procrastinação.

Apesar de o tópico ter como questionamento-base a maturidade física, o que mais me aflige é a questão da maturidade psicológica dos imortais, relacionando-a entre eles e entre outras raças.

Mesmo que o corpo de um elfo demore mais que o de um humano (tomando os homens como raça de referência) para amadurecer plenamente, em torno de 100 anos, teoricamente eles passam pelos mesmos estímulos ambientais, os elfos talvez até mais e maiores qualitativamente, que seriam responsáveis pela aquisição de conhecimentos. Tendo isso como premissa, por que, então, por todo o caminho da Comitiva, Aragorn e seus 87 anos pareceram muito mais sapientes que Legolas com seus pelo menos 500? Legolas não deu grandes sinais de sabedoria centenária ao longo de todo o trajeto da Comitiva, enquanto coube ao Aragorn lidera-la na ausência de Gandalf, com as melhores decisões possíveis, inclusive quando comparadas às do Verdefolha.

Na relação entre elfos essa discrepância entre idade e maturidade parece permanecer também. Um exemplo disso seria Elrond e Celeborn, sendo este pelo menos 600 anos mais antigo que aquele, e aparentemente menos sábio*.


Sei que não é muito, 600 anos não são quase nada pra quem tem mais de 6 mil anos, mas vê-se uma clara diferença de ponderação entre eles, e entre Celeborn e Galadriel, que tem menos de 100 anos de diferença. Segue o trecho:


Este trecho mostra a impulsividade e superficialismo do Elfo, jeitosamente chamado de Sábio por Galadriel, que claramente era a mais sapiente do casal. Outro trecho que mostra alguma leviandade nas palavras de Celeborn é:


O último fragmento que me decepcionou no Celeborn, e me fez desassociar idade de erudição foi este:


Poxa, o cara tem 7 mil anos, não encontra Barbárvore há tempos incontáveis e tudo o que tem a dizer-lhe é “Eu não sei.” EU NÃO SEI? Até EU, Pim, diria alguma frase melhor, Celeborn, e nem tenho 7 mil anos... Muito, muito frustrante.

Enfim, dei essa volta toda para levantar a dúvida: será que com os elfos acontece como funciona conosco, ou seja, cada qual tem seu potencial, e uma vez chegado no seu máximo ele deixa de “crescer” e mantém-se num platô, independente de idade? Porque vejam bem, Elrond era mais novo e bem mais feliz com as palavras que Celeborn, Galadriel era pouca coisa mais velha e muito acima do nível do Celeborn... Sendo assim, todos estariam mais ou menos nivelados em idade, mas não em sabedoria/maturidade psicológica.

Num gráfico porcamente feito seria mais ou menos assim:

quii.png

O que vocês acham?

Eu vejo do seguinte modo:

É possível que o ranço de Celeborn seja condicionado pela tradição isolacionista dos elfos cinzentos. Os elfos criados no reino de Thingol cresceram ensinados para considerar até mesmo outros elfos como inimigos como era o caso dos Noldor que eram parentes de Feanor e o preconceito do rei em relação aos homens e futuramente dos anões decorrente da guerra das jóias era muito cristalizado.

Depois da chacina do rei por um mal que veio de fora do reino (a silmaril) e destruição completa do reino (com o abandono de Melian de seu próprio reino) muitos elfos devem ter guardado uma mágoa e intensa amargura em si.

O contraste é grande quando comparamos os elfos profundos (Noldor), que tradicionalmente se relacionavam aos outros povos para trocar conhecimento pelo puro prazer do conhecimento, uma característica muito ligada a Aulë, cujo prazer do trabalho vencia a distância entre as pessoas e Galadriel tinha essa característica presente nela de forma muito forte e enquanto Celeborn se espelhava em sua tradição (menor) Galadriel se espelhava em uma tradição mais nobre e sábia já que os Noldor eram contados como o segundo povo a querer ir ver as árvores, logo atrás dos Vanyar. Nesse caso, dentro do reino antigo, a exceção de Thingol, Melian e Lúthien todos os outros eram elfos mais "caipiras" que os Noldor com algumas possíveis exceções como Beleg ou Mablung.
 
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Confesso que esta questão Maturidade VS Imortalidade tem permeado meus pensamentos desde que comecei a reler Senhor dos Anéis, e só não havia criado um tópico antes pela maravilhosa arte da procrastinação.

Apesar de o tópico ter como questionamento-base a maturidade física, o que mais me aflige é a questão da maturidade psicológica dos imortais, relacionando-a entre eles e entre outras raças.

Mesmo que o corpo de um elfo demore mais que o de um humano (tomando os homens como raça de referência) para amadurecer plenamente, em torno de 100 anos, teoricamente eles passam pelos mesmos estímulos ambientais, os elfos talvez até mais e maiores qualitativamente, que seriam responsáveis pela aquisição de conhecimentos. Tendo isso como premissa, por que, então, por todo o caminho da Comitiva, Aragorn e seus 87 anos pareceram muito mais sapientes que Legolas com seus pelo menos 500? Legolas não deu grandes sinais de sabedoria centenária ao longo de todo o trajeto da Comitiva, enquanto coube ao Aragorn lidera-la na ausência de Gandalf, com as melhores decisões possíveis, inclusive quando comparadas às do Verdefolha.

Na relação entre elfos essa discrepância entre idade e maturidade parece permanecer também. Um exemplo disso seria Elrond e Celeborn, sendo este pelo menos 600 anos mais antigo que aquele, e aparentemente menos sábio*.


Sei que não é muito, 600 anos não são quase nada pra quem tem mais de 6 mil anos, mas vê-se uma clara diferença de ponderação entre eles, e entre Celeborn e Galadriel, que tem menos de 100 anos de diferença. Segue o trecho:


Este trecho mostra a impulsividade e superficialismo do Elfo, jeitosamente chamado de Sábio por Galadriel, que claramente era a mais sapiente do casal. Outro trecho que mostra alguma leviandade nas palavras de Celeborn é:


O último fragmento que me decepcionou no Celeborn, e me fez desassociar idade de erudição foi este:


Poxa, o cara tem 7 mil anos, não encontra Barbárvore há tempos incontáveis e tudo o que tem a dizer-lhe é “Eu não sei.” EU NÃO SEI? Até EU, Pim, diria alguma frase melhor, Celeborn, e nem tenho 7 mil anos... Muito, muito frustrante.

Enfim, dei essa volta toda para levantar a dúvida: será que com os elfos acontece como funciona conosco, ou seja, cada qual tem seu potencial, e uma vez chegado no seu máximo ele deixa de “crescer” e mantém-se num platô, independente de idade? Porque vejam bem, Elrond era mais novo e bem mais feliz com as palavras que Celeborn, Galadriel era pouca coisa mais velha e muito acima do nível do Celeborn... Sendo assim, todos estariam mais ou menos nivelados em idade, mas não em sabedoria/maturidade psicológica.

Num gráfico porcamente feito seria mais ou menos assim:

quii.png

O que vocês acham?

Gostei muito deste post de 11 anos atrás da Pim.
 

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