• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Massacre no Rio de Janeiro

(A matéria só repete o "sentimento geral" daqui do Fórum, mas vou replicar porque ela tem uma "explicação" pro surgimento deste boato que o cara era muçulmano. Dá mais medo dos comentários abaixo do texto original da coluna... as pessoas são completamente doidas, escrevem sem ler, querem só vomitar... Tô começando a achar que deveriam abolir comentários de Internet...)

O retrato da maldade

Por Walter Hupsel

Desculpem-me, esta é uma coluna escrita no calor do momento, da tragédia acontecida numa escola do Rio de Janeiro onde crianças foram covarde e brutalmente assassinadas. Não há palavras para descrever tamanho ato bárbaro, mas há de se buscar explicações, tanto para o assassinato em massa (sim, é necessário entendê-lo, mais que chamar o criminoso de psicopata) quanto para como ele conseguiu armas, munições e treinamento.

Mas não é sobre isso que quero escrever, e nem tenho conhecimento sobre o tema que me permita colaborar, de alguma maneira, com o debate. Meu foco é outro: a cobertura da imprensa.

Assim que soube do massacre pelo Twitter, corri pra TV para ter mais e melhores informações. Com muito bom grado obtive quantidade e não qualidade. Tive mais informações, mais informações inúteis e sensacionalistas. E olhem que faço parte de uma pequena parcela da população assinante de TV a cabo.

Não liguei a TV nos programas sanguinolentos do fim de tarde, nos quais os apresentadores gritam, gritam e gritam, mostrando imagens bizarras e pedem por mais sangue. Não, eu estava sintonizado num canal exclusivamente de notícias, em que elas seriam tratadas – acreditava eu – de maneira mais fria e analítica.

Ledo engano. Foi uma chuva de despautérios construídos imediatamente em cima da notícia, com a devida carga de sensacionalismo, desrespeito e oportunismo que, claro, muito mais reforça os estereótipos do que explicam a tragédia.

Jornalistas e “especialistas” buscavam qualquer explicação, qualquer uma, que pudesse explicar fato. Tentaram colar o rótulo de “ateu”, como se isso fosse mesmo premissa para ser um assassino. Um crime dessa magnitude só poderia ser praticado por alguém descrente, portanto, um monstro, não é mesmo? (Profundo desconhecedor da história, Datena disse hoje que “quem acredita em Deus não faz uma dessas.”)

Depois, mobilizando preconceitos, especulou-se que o criminoso fosse muçulmano. Quem mais além de um ateu poderia cometer tamanha barbaridade? Um muçulmano, claro! Afinal de contas, reza o preconceito, esse povo esquisito só pratica maldades no mundo. Obviamente que a isso segue a idéia de ser o massacre um “ato terrorista”.

“Ele era esquisito e estava com a barba muito grande”, falou a irmã de criação dele. Um jornalista conduz a entrevista: “Mas ele falou alguma coisa de religião… de muçulmano?”. A irmã meio que induzida, repete a idéia de ele era estranho e que falava estas besteiras de muçulmano. (Ouçam aqui).

Depois, especulou-se que era HIV positivo. Ateu, mulçumano e soropositivo. Independente de em qual dessas categorias o assassino se encaixasse, qualquer uma delas, a julgar pelo teor da cobertura, seria explicação necessária e suficiente para ele ter cometido o massacre. O ideal mesmo seria que ele fosse as três, simultaneamente.

Um especialista forense foi mais além e detectou, pelas roupas que o assassino vestia (coturno e calça verde) que deveria se tratar de um membro de organizações fundamentalistas… muçulmanas!!! Recrutado por estes grupos, ele foi escolhido pra ação porque tinha HIV e precisava se “limpar” no tal “ato terrorista”.

Pronto, simples assim. Em duas ou três horas de cobertura midiática, cercada de “especialistas”, o retrato feito. Encarnação da maldade. Mas se a realidade não se encaixa nestas teorias… quem se importa?

A tese está feita e divulgada a milhões de pessoas, estimulando preconceitos, espalhando desinformação e ódio. Mas, novamente, quem se importa?
 
Depois, mobilizando preconceitos, especulou-se que o criminoso fosse muçulmano. Quem mais além de um ateu poderia cometer tamanha barbaridade? Um muçulmano, claro! Afinal de contas, reza o preconceito, esse povo esquisito só pratica maldades no mundo. Obviamente que a isso segue a idéia de ser o massacre um “ato terrorista”.

Frase que li do Livro Terra Sonâmbula hoje :

Seria preciso esperar séculos para que
cada homem fosse visto sem o peso da sua raça.

Nem todo muçulmano é terrorista :rolleyes:
 
Venho batendo nessa tecla a algum tempo, o jornalismo precisa urgente de uma mudança radical, especula-se muito e há pouca coisa concreta, não tenho uma fonte só de informação há algum tempo procuro ser o mais seletivo possível, cada veículo quer dar a notícia ou de acordo com os interesse dos seus donos ou querem ser os primeiros tentando ganhar mais leitores, mas esquecem como num caso como esse que existem as famílias das vítimas e o mais grave eram todas crianças sem defesa alguma dentro de uma escola.Realmente é muito cedo para fazer uma análise do ocorrido, vai ser preciso investigar a fundo para saber quais os reais motivos que levaram esse homem a fazer um ato tão desumano e covarde contra crianças numa escola.Como prevenir para isso não acontecer de novo? Todos podem ser um perigo em potencial? Vai ser necessário policiamento nas escolas? O que não se pode agora é precipitar. Deixo meu pesar para as famílias das vítimas e para todos os cariocas que vivem um tormento tão grande.O Brasil inteiro está perplexo.
 
O jornalismo precisava é deixar de existir.

Sobre a segurança nas escolas: estamos numa espiral decrescente e caso não haja uma reforma gigantesca na forma de se administrar o país, continuaremos a descer.

Tradução: precisamos dum milagre, ou duma catastrofe mundial que permita que resetemos o país.
 
JLM disse:
Calib disse:
Eu acho que ela queria mais era ganhar uma grana fácil, fácil, em cima dos trouxas.

somos 2.

Somos 3. E encheu mesmo o rabo de dinheiro. O livro foi mt divulgado numa novela aí, uma da Glória Perez. Advinhem qual caso de homicídio de repercurssão nacional a moça não para de mencionar? O da filha da G.Perez. PQP!!!!

Ah! E nada a ver comparar o Zangief kid com o maluco do rio.
 
Pescaldo disse:
O jornalismo precisava é deixar de existir.

Sobre a segurança nas escolas: estamos numa espiral decrescente e caso não haja uma reforma gigantesca na forma de se administrar o país, continuaremos a descer.

Tradução: precisamos dum milagre, ou duma catastrofe mundial que permita que resetemos o país.

Não só a nível de administração Pescaldo, mas de mudança de mentalidade da sociedade como um todo_O país precisa rever vários conceitos,o desastre aconteceu com aquelas crianças com um futuro pela frente e mortas daquele jeito é algo assustador.Se quisermos alguma coisa melhor vai ter que ser agora para que fatos como esse nunca mais se repitam.
 
Administração = tudo o que um governo precisa fazer pra manter o país funcionando. Mental e financeiramente.
 
JLM disse:

JLM, vc leu?

Indica uma obra boa com essa temática.

Maura Corrêa disse:
Somos 3. E encheu mesmo o rabo de dinheiro. O livro foi mt divulgado numa novela aí, uma da Glória Perez. Advinhem qual caso de homicídio de repercurssão nacional a moça não para de mencionar? O da filha da G.Perez. PQP!!!!

Ah! E nada a ver comparar o Zangief kid com o maluco do rio.

E com esse episódio, vai encher mais ainda. :hanhan: Pegou brasileirada de surpresa. A criatura ficou em voga com um produto barato e fácil. Pronto, caiu na boca do povo.
 
Themis disse:
Leitura da semana:

21432534_4.jpg

Boa, Themis!

JLM disse:
ñ recomendo esse livro pra quem quiser saber + do assunto. mto superficial e repetitivo. parece q a autora fez uma colagem d tudo oq encontrou na internet sobre o assunto. ela cita 1 ou 2 estudos + relevantes, o resto é baseado mto no achismo óbvio, bem do tipo "o psicopata é um monstro, nunca será um ser humano, pois é diferente de nós" e "qualquer 1 pode ser 1 psicopata sem q vc saiba, o seu vizinho, o seu pai, até vc".

Themis disse:
Aí q mora a recomendação. A bicha é boa para o que propõe: fala a língua do povo.
Geralmente ninguém conhece o assunto. Depois passa a ter noção.

Exatamente! Apesar de médica, e do livro ter um tema que geralmente seria abordado de modo mais sério e acadêmico, a Drª Ana Beatriz foi muito feliz ao falar para o povão, em linguagem bem simplória, sobre como identificar a sociopatia, que pode estar aí, aqui e em qualquer lugar. E como esta se manifesta em porcentagem populacional, quanto mais pessoas o livro atingir melhor será a eficácia da proposta (mesmo que secundária, que seja) de esclarecimento sobre a sociopatia.

Infelizmente o uso da linguagem vulgar descredita um pouco sua escrita em relação aos mais esclarecidos, mas sei lá, eu passei por cima disso e vi além.
 
[align=justify]Pim, se a médica se utilizou de "linguagem bem simplória" o livro já fica desacreditado na mesma hora. SE ela tivesse utilizado uma linguagem ACESSÍVEL para explicar psicopatia aí, sim, seria válido. Mas não foi isso que ela fez. Seu livro possui uma linguagem pobre, seus argumentos são chulos e nada científicos. O livro é péssimo tanto pela linguagem simplória quanto por contribuir a disseminar preconceitos. Sem falar que ela parece ter feito o livro para agradar a Glória Perez, afirmando a todo momento, que o assassino da filha da novelista é um psicopata. Embora ela não tenha nenhum laudo que possa confirmar nada. [/align]
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo