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Fomos no super hoje. Eu e meu filho. Ele normalmente vai com a mãe. Comigo, era a primeira vez. Fiquei preocupado com o que vi. O menino não tem o menor senso de realidade. Logo na entrada, depois que saímos do carro e passamos pela porta automática, eu pedi que ele nos pegasse um carrinho, e ele foi correndo em direção a um funcionário do super, um mulato alto de canelas finas, que carregava os carrinhos de volta ao lugar, onde sempre ficam, em um canto. Pensei: ok, ele vai pedir um carrinho ao funcionário; mas não, ao invés de pedir o carrinho e trazê-lo para que pudéssemos comprar em paz, ele ajeitou alguns carrinhos em linha reta para o funcionário, antes de pegar o nosso. Não foi um simples auxílio, ele efetivamente fez parte do trabalho do funcionário. Espero que o funcionário não tenha pedido auxílio, e acredito realmente que não, se eu pude perceber corretamente, ele também sentiu-se constrangido e talvez só não tenha afastado o meu filho porque tem ao menos bom senso suficiente para saber que com cliente não se discute; mas, neste caso, é ainda mais grave o fato de que a ajuda partiu do meu filho. E ele não apenas interferiu como constrangeu o funcionário. Ficou lá coisa de um minuto e meio arrumando carrinhos e os deixando em linha reta, enquanto eu olhava de longe horrorizado. Quando ele pegou o nosso carrinho, o funcionário agradeceu, certamente apenas por educação, pois não havia motivo para agradecimento com o que havia se passado, e o meu filho voltou até mim com o carrinho, sorrindo. Não lhe disse nada na hora, claro, pois queria evitar constrangê-lo em público; não poderia eu recriminá-lo por constranger o pobre funcionário em público e, em reprimenda, fazer-lhe o mesmo. Quando voltamos para casa, eu lhe disse: filho, o que tem na cabeça? Não percebe o dano que poderia ter causado hoje? Não se pode se intrometer no trabalho alheio; o trabalho é sagrado. O que seria daquele pobre funcionário semialfabetizado se todos se pusessem a ajeitar os carrinhos? Você sabe o que seria dele? Ele estaria desempregado. E se as pessoas ajudassem em todos os supers, quantos outros desempregados nós não teríamos? Não se atrapalha o trabalho alheio, filho. Se quando nós voltarmos lá, o pobre homem tiver perdido o emprego, a culpa será também sua; coloquei-o de castigo, claro. Dois dias sem videogame. O videogame está ali guardado no nosso roupeiro. Não queria ser intransigente, mas ele tem que aprender.
 
Existe a profissão de empacotador de compras de supermercado. Mas isso é antieficiente. Muitos supermercados em que vou o próprio caixa tem que empacotar. Mas ninguém ajuda a empacotar. É questão só de abrir a sacola de plástico enquanto o outro põe as coisas dentro. O trabalho fica mais rápido, as filas ficam menores e não se tem muito tempo ocioso pra ficar reclamando da lentidão.

Infelizmente usam o mesmo argumento para os garis. Por isso, joguem lixo no chão, crianças! Vocês estão criando empregos!

Me lembrei de um episódio dos Simpsons que começa com uma greve de empacotadores de supermercado. Eles eram tratados piores que estagiários. Ou soldados rasos. Ou catadores de lixo. Ou etcéteras.
 

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