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Autor da Semana Mark Twain

Lissa

Chocolatier Honoris Causa
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-Nascimento: Samuel Langhorne Clemens
30 de novembro de 1835
Florida, Missouri, EUA


-Morte: 21 de abril de 1910 (74 anos)
Redding, Connecticut, EUA


BIOGRAFIA

Filho do mercador John Marshall Clemens e de Jane Lampton Clemens, foi o sexto de sete irmãos, dos quais apenas mais 3 sobreviveram à infância: Orion, Henry e Pamela. Margaret morreu quando Twain tinha 3 anos; Benjamin, quando Twain tinha 6 e Pleasant, aos seis meses de vida.
Com 4 anos, a família mudou-se para Hannibal, cidade portuária no rio Mississippi, futuramente cenário do mundo fictício de São Petersburgo n'As Aventuras de Tom Sawyer e Aventuras de Huck Finn. O Missouri, muito conhecido pela tendência racista, era um estado escravagista e o pequeno Twain familiarizou-se com a escravidão, tema esse muito abordado em suas obras.
Em 1847, John Clemens morreu de pneumonia, e a familia ficou numa situação financeira critica. No ano seguinte, Twain conseguiu trabalho de aprendiz de gráfica. Aos 18 anos, ele foi trabalhar como tipógrafo em Nova York, Filadélfia, St. Louis e Cincinnati. Entrou para um sindicato e passou a estudar em bibliotecas públicas nos fins de semana, fontes de informações muito mais abrangentes que uma escola convencional. 4 anos depois, retornou ao Missouri.
Como piloto de barco a vapor, recebia um salário bom, cerca de 72.400 dólares anuais, mas exigia-se dos pilotos grande conhecimento do rio e seus diversos portos e paradas. Twain estudou detalhadamente os 3.200km do Mississippi em dois anos, até receber a licença de piloto em 1859.


O irmão de Twain, Henry, tambem seguiu a profissão de piloto de barco e quando Twain largou o emprego devido a desentendimentos com um capitão, deixou Henry com uma vaga de ajudante, em 1858. Porém, a explosão desse barco feriu seriamente Henry, que não resistiu aos ferimentos e morreu oito dias depois. Twain sonhara com o acontecimento um mês antes e isso despertou seu interesse em parapsicologia. Sentindo-se culpado, nunca se perdoou pela morte do irmão.


O Missouri, sendo um estado escravagista, era considerado parte do Sul, representado pelo estado Confederado e Federal durante a Guerra Civil. Twain escreveu um ensaio, anos depois, chamado A História Privada de uma Campanha que Falhou (The Private History of a Campaign that Failed), revelando que ele e alguns amigos foram voluntários confederados por duas semanas, até que desertaram.

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Viagens


Em 1861, Orion Clemens foi nomeado secretário de James W. Nye, governador do Território de Nevada. Twain juntou-se a seu irmão, e ambos seguiram para o oeste. A dupla viajou por mais de duas semanas em uma diligência pelas Grandes Planícies e Montanhas Rochosas, visitando no caminho a comunidade mórmom de Salt Lake City. A jornada de Twain terminou na cidade mineira de Virginia City, Nevada, onde ele próprio tornou-se mineiro. Fracassando na nova profissão, ele conseguiu trabalho no Territorial Enterprise, o jornal do município. Foi ali que ele usou pela primeira vez seu famoso pseudônimo, assinando como "Mark Twain" o relato de viagem bem-humorado Letter From Carson.
Em 1864, Twain mudou-se para San Francisco, Califórnia, onde continuou a trabalhar como jornalista. Ali conheceu outros escritores, como Bret Harte, Artemus Ward e Dan DeQuille, mantendo na mesma época um romance com a jovem poetisa Ina Coolbrith.
Seu primeiro êxito como escritor veio com o conto humorístico The Celebrated Jumping Frog of Calaveras County, publicado no semanário novaiorquino The Saturday Press em 18 de novembro de 1865. A publicação foi um sucesso imediato, tornando-o conhecido nacionalmente nos Estados Unidos. Um ano depois, ele viajou para as Ilhas Sandwich (atual Havaí) como repórter do Sacramento Union. Seus relatos de viagem ganharam popularidade, transformando-se na base de suas primeiras palestras.
Em 1867, um jornal local custeou sua viagem ao Mediterrâneo. Durante a excursão pela Europa e Oriente Médio, Twain escreveu uma série de cartas de viagem, posteriormente reunidas no livro The Innocents Abroad, lançado em 1869. Foi nessa viagem que ele conheceu seu futuro cunhado, Charles Langdon.

Casamento e filhos


Langdon mostrou a Twain uma fotografia de sua irmã, Olivia; o escritor afirmaria mais tarde ter apaixonado-se à primeira vista. Os dois conheceram-se em 1868, noivaram um ano depois e casaram-se em 1870 em Elmira, Nova York.
Ela advinha de uma "família rica, mas liberal" e, através de Olivia, Twain travou contato com abolicionistas, "socialistas, ateístas e ativistas dos direitos femininos e de igualdade social", incluindo Harriet Beecher Stowe (sua vizinha de porta em Hartford, Connecticut), Frederick Douglass e o escritor e socialita utópico William Dean Howells, que se tornaria um amigo de longa data.
O casal viveu em Buffalo, Nova York, de 1869 a 1871. Twain entrou como acionista do jornal Buffalo Express, trabalhando ali como editor e escritor. Nesta época seu primeiro filho, Langdon, morreu de difteria com 1 ano e sete meses de vida.
Em 1871, Twain mudou-se com sua família para Hartford, onde em 1873 deu início à construção de uma casa. Enquanto moravam no local, Olivia deu à luz três filhas: Susy (1872), Clara (1874) e Jean (1880). Para educá-las e diverti-las, Twain criava jogos e histórias em capítulos, participava com elas de um teatro amador e registrava com afeto seus problemas cotidianos e as coisas que diziam.
Durante seus dezessete anos em Hartford, Twain escreveu grande parte de suas obras mais célebres, como As Aventuras de Tom Sawyer (1876), O Príncipe e o Mendigo (1881), Vida no Mississippi (1883), Aventuras de Huckleberry Finn (1884) e Um Yankee de Connecticut na Corte do rei Arthur (1889).
Ele fez uma segunda excursão à Europa, descrita mais tarde no livro A Tramp Abroad (1880). A viagem incluiu uma estadia em Heidelberg de 6 de maio a 23 de julho de 1878, e também uma visita à Londres.

A partir da década de 1880, a ambição e a ânsia em enriquecer de Twain o levaram a se envolver em diversos esquemas especulativos. Apesar de ter lucrado consideravelmente com seus escritos, acabou desperdiçando grande parte da fortuna em projetos paralelos, principalmente em novas invenções. Uma delas em particular é considerada a principal causa de sua ruína: o Paige Compositor, uma "maravilha mecânica" desenvolvida por James W. Paige que pretendia substituir a escrita. Twain investiu entre 170,000 e 300,000 dólares na máquina entre 1880 e 1894, mas antes que ela pudesse ser aperfeiçoada, foi tornada obsoleta pelo linotipo. Com isso ele comprometeu não só os lucros de seus livros, mas também grande parte da herança de sua esposa.
Twain perdeu dinheiro também através de sua editora, que experimentou uma fase inicial de sucesso com as memórias de Ulysses S. Grant, mas faliu tempos depois devido ao prejuízo com uma biografia do Papa Leão XIII, que vendeu pouco mais de duzentas cópias.
As leituras e palestras de Twain, combinadas com o auxílio de um novo amigo, permitiram que ele se recuperasse financeiramente. Em 1893, ele deu início a uma amizade de quinze anos com o financista Henry Huttleston Rogers, um dos diretores da Standard Oil.
Apesar de suas trajetórias distintas, Twain e Rogers não enfrentaram dificuldades em se adaptar ao universo um do outro. O escritor era hóspede frequente da residência de Rogers em Nova York, de sua casa de verão em Fairhaven, Massachusetts, e do iate Kanawha. O executivo, por sua vez, foi apresentado a figuras importantes do cenário intelectual norte-americano, como Booker T. Washington e Helen Keller, a quem auxiliou financeiramente em seus estudos.
Em 1894, Twain embarcou em uma excursão mundial de palestras com a intenção de pagar todos os seus credores, ainda que sua condição de falido o isentasse da responsabilidade legal de fazê-lo. Tendo lucrado o suficiente para saldar suas dívidas, ele retornou aos Estados Unidos em 1900.






Velhice e Morte

Twain passou por um período de depressão profunda, que teve início em 1896 quando sua filha Susy morreu de meningite. A morte de Olivia em 1904 e a de Jean em 24 de dezembro de 1909 apenas aprofundaram a melancolia.
A partir de 1870, e esporadicamente pelas décadas seguintes, Twain escreveu e ditou vários ensaios autobiográficos sobre a história de sua família e seus negócios.
Em 1906, Twain formou um clube para as meninas que ele considerava suas netas substitutas, o Angel Fish and Aquarium Club. A faixa etária das aproximadamente doze integrantes estava entre 10 e 16 anos. Ele trocava cartas com elas e as convidava para concertos, peças teatrais e brincadeiras. Twain escreveria em 1908 que o clube era a "principal alegria" de sua vida.
Em 1907, a Universidade de Oxford concedeu a Twain um doutorado honorário em letras. Lisonjeado, ele utilizaria a beca que recebeu na diplomação em outras formalidades, como num jantar em sua homenagem realizado em 1908. "Gostaria de usar essa roupa sempre, subir e descer a Quinta Avenida e ver as pessoas me invejando, querendo ter coragem de usar uma roupa assim", declarou Twain na ocasião. Os trajes acadêmicos voltaram a ser usados no casamento de sua filha Clara em 1909.
Em 1909, Twain teria escrito: "Eu cheguei com o Cometa Halley em 1835. Ele vai passar de novo ano que vem, e espero ir embora com ele. Seria a maior decepção da minha vida se eu não fosse com o cometa. O Todo-Poderoso disse, indubitavelmente: 'cá estão esses dois inexplicáveis fenômenos; eles chegaram juntos, e devem partir juntos'".
Sua predição estava correta – Twain morreu em decorrência de um ataque cardíaco em Redding em 21 de abril de 1910, um dia após o Halley passar mais próximo da Terra. Encontra-se sepultado no Woodlawn Cemetery, Elmira, Condado de Chemung, Nova Iorque nos Estados Unidos.

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Carreira literária


Mark Twain começou sua carreira com prosas leves e divertidas, evoluindo até se tornar um cronista irreverente das futilidades, hipocrisias, loucuras e maldades da humanidade. No meio de sua carreira, com Huckleberry Finn, ele combinou humor refinado, uma narrativa vigorosa e críticas sociais para formar o romance que seria considerado um dos melhores da literatura americana. Twain era especialista em transcrever o coloquialismo para o papel, e ajudou a criar e popularizar um estilo literário regionalmente distinto, construído a partir de temas e linguagens norte-americanas.
Em razão do vasto número de textos escritos por Twain (frequentemente publicados em jornais obscuros) e por seu costume de utilizar diversos pseudônimos diferentes, estudiosos consideram praticamente impossível compilar sua bibliografia completa. Além disso, uma grande parcela dos discursos e palestras de Twain se perderam ou não foram transcritos. Sendo assim, a reunião de suas obras permanece um processo em andamento; pesquisadores continuam a redescobrir e a catalogar seus trabalhos, muitos deles esquecidos desde a publicação original.


Bibliografia


(1867) The Celebrated Jumping Frog of Calaveras County (ficção)
(1868) General Washington's Negro Body-Servant (ficção)
(1868) My Late Senatorial Secretaryship (ficção)
(1869) The Innocents Abroad (diário de viagem não-fictício)
(1870–71) Memoranda (coluna mensal na revista Galaxy)
(1871) Mark Twain's (Burlesque) Autobiography and First Romance (ficção)
(1872) Roughing It (não-ficção)
(1873) The Gilded Age: A Tale of Today (ficção, adaptada para o teatro)
(1875) Sketches New and Old (estórias)
(1875) Some Learned Fables for Good Old Boys and Girls (ficção, contos)
(1876) Old Times on the Mississippi (não-ficção)
(1876) The Adventures of Tom Sawyer (ficção)
(1876) A Murder, a Mystery, and a Marriage (ficção); (1945, edição privada); (2001, Atlantic Monthly)
(1877) A True Story and the Recent Carnival of Crime (estórias)
(1877) The Invalid's Story (ficção)
(1878) Punch, Brothers, Punch! and other Sketches (ficção)
(1879) The Great Revolution in Pitcairn (ficção)
(1880) A Tramp Abroad (diário de viagens)
(1880) 1601: Conversation, as it was by the Social Fireside, in the Time of the Tudors (ficção)
(1882) The Prince and the Pauper (ficção)
(1882) The Stolen White Elephant (ficção)
(1883) Life on the Mississippi (não-ficção)
(1884) Adventures of Huckleberry Finn (ficção)
(1887) English As She Is Spoke (não-ficção)
(1888) Mark Twain's Library of Humor
(1889) A Connecticut Yankee in King Arthur's Court (ficção)
(1892) The American Claimant (ficção)
(1892) Merry Tales (ficção)
(1892) Those Extraordinary Twins (ficção)
(1893) The £1,000,000 Bank Note and Other New Stories (contos fictícios)
(1894) Tom Sawyer Abroad (ficção)
(1894) The Tragedy of Pudd'nhead Wilson (ficção)
(1896) Tom Sawyer, Detective (ficção)
(1896) Personal Recollections of Joan of Arc (ficção)
(1897) How to Tell a Story and other Essays (ensaios não-fictícios)
(1897) Following the Equator (diário de viagens)
(1898) Concerning the Jews (não-fictício)
(1898) Is He Dead? (peça)
(1900) The Man That Corrupted Hadleyburg (ficção)
(1900) A Salutation Speech From the Nineteenth Century to the Twentieth (ensaio)
(1901) The Battle Hymn of the Republic, Updated (sátira)
(1901) Edmund Burke on Croker and Tammany (sátira política)
(1901) To the Person Sitting in Darkness (ensaio)
(1901) To My Missionary Critics (ensaio, The North Atlantic Review 172, abril de 1901)
(1902) A Double Barrelled Detective Story (ficção)
(1904) A Dog's Tale (ficção)
(1904) Extracts from Adam's Diary (ficção)
(1905) King Leopold's Soliloquy (sátira política)
(1905) The War Prayer (ficção)
(1906) The $30,000 Bequest and Other Stories (ficção)
(1906) What Is Man? (ensaio)
(1906) Eve's Diary (ficção)
(1907) Christian Science (não-ficção)
(1907) A Horse's Tale (ficção)
(1909) Is Shakespeare Dead? (não-ficção)
(1909) Captain Stormfield's Visit to Heaven (ficção)
(1909) Letters from the Earth (ficção, publicação póstuma)
(1910) Queen Victoria's Jubilee (não-ficção)
(1912) My Platonic Sweetheart (diário possivelmente não-fictício)
(1916) The Mysterious Stranger (ficção, possivelmente não é de autoria de Twain, publicado postumamente)
(1919) The Curious Republic of Gondour and Other Whimsical Sketches (ficção)
(1920) Moments with Mark Twain
(1922) The Writings of Mark Twain (37 volumes, editado por Albert Bigelow Paine, Gabriel Wells, Nova York, 1922–1925)
(1923) The United States of Lyncherdom (ensaio, publicação póstuma)
(1924) Mark Twain's Autobiography (não-ficção, publicação póstuma)
(1931) The Private Life of Adam and Eve (ficção)
(1935) Mark Twain's Notebook (diário, publicação póstuma)
(1935) Slovenly Peter (tradução de der Struwwelpeter)
(1938) The Washoe Giant in San Francisco (estórias)
(1940) Mark Twain in Eruption
(1946) The Portable Mark Twain (editada por Bernard DeVoto, 2004)
(1962) Letters from the Earth (publicação póstuma, editada por Bernard DeVoto)
(1969) No. 44, The Mysterious Stranger (ficção, publicação póstuma)
(1992) Mark Twain's Weapons of Satire: Anti-Imperialist Writings on the Philippine-American War (publicação póstuma)
(1995) The Bible According to Mark Twain: Writings on Heaven, Eden, and the Flood (publicação póstuma)
(2009) Who is Mark Twain? (publicação póstuma)
(2010) Autobiography of Mark Twain, Vol. 1. (publicado 100 anos após sua morte)
 
Muito f*da ele se comparar com o cometa *_*

Li Tom Sawyer e Huck Finn em inglês, e gostei muito mais do primeiro.
O Príncipe e o Mendigo eu li em português mesmo ^^
 
Huck Finn em inglês é a maior prova de conhecimento de inglês que existe!
Eu adooooooro o modo como ele coloca a fala dos personagens, sem aquele rebuscamento que não existe no ''cotidiano'' dos personagens.
 
Li As Aventuras de Tom Sawyer quando tinha uns 12 anos, levei meses pra terminar, por conta de algumas palavras difíceis e da própria narrativa.

O que mais me cativou na obra foi o clima peculiar, aquele sentimento de familiaridade com a terra e os costumes, e como ele passou isso pros personagens, que ganhavam uma vida exuberante diante dos olhos do leitor. Em pouco tempo, nos tornamos amigos de Tom, simpatizamos com Huck e adoramos Joe, nos envolvemos nas travessuras, nas situações de perigo, enfim, é gostoso lembrar porque era muito gostoso ler. Lia e lembrava de certas brincadeiras de infância, como a caça ao tesouro, histórias de índios e caubois, piratas, nossa, foi o livro que marcou porque foi a primeira obra verdadeiramente literária da minha vida.

Tenho Huck Finn mas ainda não li. Shame on me!
 

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