• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Autor da Semana Marion Eleanor Zimmer Bradley

Arringa Hrívë

Um papo e um bom chimarrão
Usuário Premium
Peço desculpas pela demora e um pedido mais, que tenham paciência, sei que ficou de certa forma um post grande, mas Marion tem um valor especial pra mim, e a cada detalhe eu embutia dois mais...
Ela foi minha primeira série, foi minha primeira série paixão de adolescência. E tudo mais que se desenrola quando você finalmente se descobre como um leitor. ^^



Marion Eleanor Zimmer Bradley



mzb.jpg

Frequentemente lembrada tanto por ser aquela que estendia a mão para novos e jovens escritores, quanto pelo seu impressionante corpo de trabalhos nos gêneros da ficção científica e fantasia – especialmente suas obras “As brumas de Avalon” baseada na mitologia arturiana e seus romances da série “Darkover”.
Idealizada por alguns fãs, como a mãe da ficção cientifica feminina, como sub-representação das vozes e perspectivas femininas na ficção científica.
Apesar da sua já declarada paixão por escrever fantasia, Marion percorreu meios literários dos mais variados gêneros, incluindo romances góticos, teleplays, livros infantis, romances lésbicos, e bibliografias de ficção gay e lésbica. Ela trata de questões como gênero, a tecnologia, a alienação, a evolução da sociedade, da cultura e das relações humanas, colocando seus personagens em mundos altamente imaginários, muitos com um sabor celta.

Biografia

Nascimento: 3-junho - 1930
Local de nascimento: Albany, NY
Morte: 25-Set - 1999
Localização da morte: Berkeley, CA
Causa da morte: Insuficiência Cardíaca Remains: cremado (cinzas espalhadas).

Marion era escritora Norte Americana, natural de Albany, subúrbio de Nova Iorque, mais precisamente, morava numa fazenda decadente com seus pais no condado de Rensselaer.
Nasceu em 3 de Junho de 1930 (durante a grande depressão), provinha de uma família pobre, com inteira consciência de sua realidade, nunca esperou receber grande educação sequer imaginava cursar uma faculdade. Seu pai Leslie Zimmer, era agricultor e carpinteiro e sua mãe, Evelyn Parkhurst Conklin.

Gostava de ler livros de ficção e aventura, como Henry Kuttner , Edmond Hamilton, CL Moore e Leigh Brackett e outros, muitos dos quais influenciariam seu estilo nos primeiros contos e livros que viria a publicar ainda em sua juventude.

Para Marion, escrever sempre fora sua paixão, desde jovem desenvolvera pequenos contos, narrativas fantasiosas, mas um momento em sua vida foi crucial para ter a certeza que queria seguir escrevendo.
Estava voltando para casa, passara algum tempo fora num emprego de verão, estava entre os 14 ou 15 anos. Retornava de trem e na estação Utica desceu para trocar de trem e rumar de volta a sua casa. Passou por uma banca, e queria comprar algum livro para a viagem, pela primeira vez em sua vida estava com seu próprio dinheiro no bolso, e como conta mais tarde em seu livro (O melhor de Marrion Zimmer Bradley, 1991) em que diz:
“[...] nenhuma experiência jamais me proporcionou a mesma satisfação excitada daquela ocasião em que viajava de trem ao crepúsculo, lendo a maravilhosa novela mítica de Kuttner sobre um homem que mudou mundos. Talvez possa se comparar apenas ao fascínio de minha primeira viagem com LSD, a primeira vez em que entrei no Museu Britânico sobre o qual tanto lera, a primeira vez em que assisti a Turandot no Lincoln Center ou quando me postei no alto do santuário em Delfos, contemplando o antigo Caminho Sagrado.
... Ao concluir a viagem, eu já sabia não apenas que queria ser uma escritora, mas também que queria escrever ficção científica.
Nem mesmo passara este verão, com a máquina de escrever que ganhara de sua mãe, datilografou o que veio a ser seu primeiro esboço de novela, a qual 10 anos mais tarde seria publicada com o nome de “A espada de Aldones”.

Marion casou-se por duas vezes, o primeiro, com Robert Alden Bradley teve duração de 14 anos, o segundo, com Walter H. Breen, o qual ficou mais tempo casada judicialmente, mas na intimidade de marido e mulher, viveram em torno de 15 a 16 anos e depois passaram a morar em casas separadas.
Ambos os casamentos de Marion foram dissolvidos.

1º Casamento: Robert Alden Bradley (26/10/1949)
1º Divórcio: 19/05/1964
Filhos: Tiveram um filho, David Robert Bradley (1950-2008)

2º Casamento: Walter H. Breen (03/07/1964)
2º Divórcio: 09/05/1990
Filhos: Moira Greyland e Patrick.

No Texas
Apenas três ou quatro anos depois desta viagem marcante, Marion se casa!
Casou-se cedo, tinha apenas 19 anos, com Robert Alden Bradley (26 de outubro de 1949) mudando-se junto ao marido para o Texas.
Segundo Marion, na introdução de um “The best of Marion Zimmer Bradley, 1991”:
“[...] Casei (era e em algumas áreas ainda é a única maneira de uma moça escapar de uma situação doméstica crítica)”.
Se estabeleceu e escolheu não trabalhar, passando esse tempo de dona de casa e de maternidade para desenvolver ideias e escrever. Decidiu que tomaria para si própria a tarefa de educar seu filho e aproveitar essa “[...] solidão compulsória [...] para escrever.” (The Best Marrion Zimmer Bradley, 1991).

Seu marido não era do tipo ambicioso, logo, não a pressionava para trabalhar. Alden por vezes reclamava sobre Marion gastar demais com papel e selos, mas, visto que não era dada a roupas elegantes e outros acessórios, deixava-a gastar com estas pequenas coisas.
"E também se eu estava disposta a viver modestamente de seu salário, em vez de arrumar um emprego (eu preferia não entregar a criação de nosso filho aos cuidados de alguém cujo valor de mercado era ainda menor do que o meu - ou seja, deixá-lo com uma mulher ignorante, que assumiria todo o trabalho braçal), ele me permitiria fazê-lo.”( The Best Marrion Zimmer Bradley, 1991).
De seu casamento com Robert Alden Bradley, nasceu David Robert Bradley (1950-2008). David ajudava continuamente na finalização de algumas narrativas, por estas e outras Marion lhe direcionava seus agradecimentos:
“[...] meu filho, que preparou o esboço final desta história para publicação e que providenciou de várias fontes, inclusive dos escritos inéditos de seu falecido pai, Robert A. Bradley, as citações filosóficas que aparecem no início de cada seção. (A queda de Atlântida I, 1983).”

No Texas, mesmo estando num lugar devidamente afastada de tudo e tendo uma vida modesta, mas sempre continuou sua inevitável trajetória como escritora.
Em 1949, ano em que casou com Robert Alden Bradley, apresentou uma história ao concurso mantido pela revista de ficção científica Fantastic/Amazing Stories, pelo que realizou a sua primeira venda.
Por muitos anos Marion submeteu-se a escrever pequenos romances a uma editora de segunda classe (Monarch Books) sob vários pseudônimos. Essa renda extra lhe serviu para financiar um curso e tornar-se professora, poderia então manter a família após o marido se aposentar do trabalho na Ferrovia. Obteve o seu diploma pela Universidade de Hardin-Simmons, em Abilene, no estado do Texas.

Trabalhou sob 4 pseudônimos, são eles:
-Miriam Gardner
-Morgan Ives
-John Dexter
-Elfrieda Rivers (also Elfrida Rivers)
-Valerie Graves

Em 1952 começou a escrever profissionalmente para várias revistas, como a Vortex Science Fiction.
A partir de 1958, obteve um certo reconhecimento, ao publicar o primeiro romance da série Darkover, intitulado "The Planet Savers" (1958).

Essa foi a deixa para mudar a sua vida, com o reconhecimento que vinha recebendo como escritora, divorciou-se de seu marido Robert, e foi para Berkeley, onde completou seus estudos de pós-graduação na Universidade da Califórnia, de 1965 a 1967.

Em Berkeley
Na Califórnia conheceu o homem que viria a se tornar o seu segundo marido, o numismata Walter Breen, autor da “Enciclopédia completa Walter Breen de moedas dos EUA e Colonial”.
De seu casamento, tiveram dois filhos, Moira Greyland, harpista profissional e cantora, e seu filho Patrick, mais tarde chamado de Marcos.
Mais uma vez Marion se viu em casa criando seus filhos e encontrando meios para continuar escrevendo.Como fica evidente em uma passagem do livro “The Best Marion Zimmer Bradley”:
“fui para Berkeley, tornei a casar; tive mais dois filhos em meu segundo casamento e descobri outra vez que escrever era uma maneira de ficar em casa com as crianças enquanto trabalhava. É por isso que nunca acreditei nessa história de que a vida domestica prejudica a atividade intelectual de uma mulher; enquanto as crianças eram pequenas, escrevi alguns livros por ano.”
Marion jamais queixou-se de ficar em casa e cuidar da criação dos filhos, tanto que cita em um de seus livros:
“Não foi fácil. Lembro-me de ensinar às crianças que a mamãe nunca devia ser interrompida quando se encontrava à máquina de escrever. Costumava suborná-las vergonhosamente para que me deixassem em paz - chamam a isso agora de reforço positivo.”
Seu segundo divórcio saiu oficialmente na data de 9 de maio de 1990, mas estavam separados já desde 1979, apenas não judicialmente, morando em casas separadas, porém na mesma rua por mais 10 anos. Em 1990, Walter foi preso sobre acusações de abuso sexual infantil. Por está razão houve então o divórcio.

Apesar de terem se afastado como marido e mulher, Marion e Breen mantiveram contato comercial ainda por muitos anos, pois desde seu casamento, Breen por diversas vezes esteve por trás da revisão, conclusão ou auxílio nas obras da série Darkover.
Como a própria Marion diz em um de seus compêndios da produção dos (Amigos de Darkover) sobre o Juramento das Amazonas Livres:
“Walter Breen é um escritor perito em inventar personagens raros, um profissional exemplar, que está na inviável posição de saber mais do que eu mesma sobre Darkover – ele lembra de tudo que eu esqueci.”

Marion finalmente estava tendo chance de escrever suas novelas para seu gênero preferido da ficção científica, a fantasia.

Em 1983 publicou a sua obra mais conhecida, "The Mists Of Avalon" (As Brumas de Avalon), uma recriação das lendas arturianas vistas sob a perspectiva dos seus arquétipos femininos, como Viviane, Gwynyfar, Morgaine e Igraine. (Obra Bestseller mundial)
Em 1987 publicou "The Firebrand", em que recontava a história da Guerra de Tróia sob a perspectiva da deusa Cassandra, que Zimmer Bradley nomeou de Kassandra.

Editou também algumas revistas, incluindo a sua própria Marion Zimmer Bradley's Fantasy Magazine, que havia começado em 1988.

Marion e seus sonhos


Em uma entrevista, alguém perguntou a Marion sobre "De onde tirava suas ideias?"
Ela dizia que não sabia exatamente como tinha as ideias, porque muitas vezes sonhava com personagens, lugares e etc...

"Ao responder, tenho a tendência a ser rude e ríspida, pois dá a impressão de que as "ideias" eram alguma espécie de infestação, estranha a quem pergunta, insinuando que ser capaz de obter "ideias" é uma coisa excepcional;só que não posso sequer imaginar uma vida sem tê-las, a cada hora ou menos,mais "ideias" do que eu jamais seria capaz de aproveitar numa vida inteira.Mais racionalmente, sei que a pessoa que pergunta apenas está procurando, sem ser bastante articulada para expressá-lo, alguma percepção sobre um processo criativo que lhe é desconhecido; e quando me perguntam de onde tirei a ideia para um livro como A Teia de Trevas, posso sinceramente responder que não tenho a menor ideia.
De onde vêm os sonhos?"

"...Mas eu sabia que aquele mundo de imagens existia; reconheci-asnas paisagens de Maxfield Parrish; e quando minha mente (alimentada com Rider Haggard e Sax Rohmer), muito antes de eu descobrir a fantasia ou ficção científica, através das revistas antigas, começou a fervilhar com esses personagens e incidentes, só posso imaginar que as encaixei mentalmente nos templos e cenas que construía com meus blocos, como um teatrólogo ajusta seus personagens ao palco de um certo teatro de brinquedo que talvez tenha possuído na infância."

Atividades como fã
Como fã ela elaborou algumas pequenas histórias, tanto para Star Trek, como fanfics Tolkien.
Escreveu uma pequena história “The Parting of Arwen”, baseando-se nas histórias de Tolkien;
Também escreveu "O The Immovable Object," publicado no zine “The Other Side of Paradise #2", editado por Amy Falkowitz e Landon Signe , em 1977, relatava os primeiros dias da nave sob o comando do capitão Kirk.

Morte
Se ainda estivesse entre nós, teria agora seus 82 anos. Faleceu quatro dias após ter sido vítima de um ataque cardíaco, em Berkeley, a 25 de Setembro de 1999. Ela tinha então seus 69 anos. Dois meses mais tarde, suas cinzas foram espalhadas em Glastonbury Tor, na Inglaterra.

Obras:
Na verdade a lista completa de obras é enormemente gigantesca, e Marion nunca publicou a sua própria lista, o que leva a crer que algumas coisas possam ter ficado no esquecimento. Muitos Bibliógrafos anteriores não foram muito abrangentes, se atendo a livros publicados e algumas narrativas não publicadas, mas encontradas pela família. Até hoje, a mais completa bibliografia de Marion já escrita é de autoria de Dawn Bovasso.

Séries (novelas):

A queda de Atlântida:
-A Queda de Atlântida: A Teia da Luz;
A Queda de Atlântida: A Teia das Trevas;

As brumas de Avalon:
Talvez a mais conhecida internacionalmente, composta por 4 livros.
-A Senhora da Magia;
-A Grande Rainha;
-O Gamo Rei;
-O Prisioneiro da Árvore;

Interessante lembrar que “A queda de Atlântida”, mesmo sendo uma série a parte, seus livros estão relacionados às Brumas de Avalon, temos Queda de Atlântida (volume I e II), e Ancestrais de Avalon (póstumo e encerrado por sua colega), Casa da Floresta, Senhora de Avalon, Sacerdotisa de Avalon, e então chegar as “Brumas de Avalon”. Se lidos nessa ordem tem-se a cronologia certa.

Darkover: A série, que viria a totalizar vinte e um volumes, quase todos da autoria de Marion Zimmer Bradley, contava a história de um planeta descoberto nos finais do século XXI e colonizado pela Terra.
Resumo: Darkover é um planeta com um sol avermelhado e um clima bastante frio, em que os humanos ficaram presos no início das viagens interestelarares. O darkovanos rapidamente descobriram que muitos de seus habitantes tinham o laran, um poder multivariado, canalizado através de cristais azuis, também chamados pedras matriz. Estes poderes se manifestam como telepatia, telecomando, empatia, e várias outras formas sobrenaturais de relacionar-se com o mundo.


Tudo começa com:
-A descoberta;
A Chegada em Darkover;

A Era do Caos
-Rainha da Tempestade;
-A torre de Neskaya;
- Zandru's Forge (2003 - com Deborah J. Ross), inédito em Portugal e Brail;
-A Flame in Hali (2004 - com Deborah J. Ross), inédito em Portugal e Brasil;
--A Dama do Falcão;

Os Cem Reinos
-Dois para Conquistar
-Os Herdeiros de Hammerfell

Recontacto (Contra os Terrestres: A Primeira Era)
-A Corrente Partida
-A Espada Encantada
-A Torre Proibida
-A Casa de Thendara
-Cidade da Magia
-Estrela do Perigo (reservei para este mês)

Após os Comyn (Contra os Terrestres: A Segunda Era)
-O Sol Vermelho;
-O Legado de Hastur (ou A Herança de Hastur);
-Os salvadores do Planeta;
-O Exílio de Sharra
-Os destruidores de mundos;
-Canção do Exílio;

Estas são as 3 séries principais de Marion, para ver lista completa com todas suas obras, desde os mais pequenos poemas, vá em (A Biografia – Marion Zimmer Bradley)

Fontes:
 
Última edição:
Marion Zimmer Bradley foi uma das primeiras autoras que realmente me prendeu na sua literatura, os sentimentos dos personagens são bem trabalhados, sem falar que as narrativas trazem toda ótica feminina sobre suas escolhas, pois muitas personagens femininas sempre ficaram a mercê da visão dos homens, descaracterizando a sua verdadeira condição.
 
Arringa, o que você leu dela e o que achou, assim, bem parcial e pessoalmente? :P

Eu já tive vontade de ler as Brumas, mas uma amiga que faz Letras me disse que era "muito doido" e que a abordagem moderna da autora fez a obra se afastar da mitologia arthuriana pura. Criticou as ideologias presentes também, se não me engano. Aí me desanimou. Mas como não conheço nada desta autora e ainda estou curioso, quero mais opiniões. ^^
 
Arringa, o que você leu dela e o que achou, assim, bem parcial e pessoalmente? :P

Eu já tive vontade de ler as Brumas, mas uma amiga que faz Letras me disse que era "muito doido" e que a abordagem moderna da autora fez a obra se afastar da mitologia arthuriana pura. Criticou as ideologias presentes também, se não me engano. Aí me desanimou. Mas como não conheço nada desta autora e ainda estou curioso, quero mais opiniões. ^^

Imparcial e pessoal? Puxa, tarefa difícil, eu falando da Marion imparcialmente... hahaha
Enfim, o que posso dizer?
Sim, depois que li as Brumas de Avalon me decepcionei com alguns fatos que encontrei da história de Arthur e que não fazem muita relação com as histórias da Marion. Ela acrescenta umas coisinhas aqui e ali, e a visão feminina em todo lado, claro.
Mas sem qualquer sombra de dúvida, a série é boa, eu gostei e a menos que vá ler procurando cada detalhe ruim ou que fique esperando encontrar a REAL história da mitologia Arturiana, vai gostar também. ^^
É a mesma coisa, ler sem procurar comparar e blá, blá, blá.
Li "A queda de Atlântida" e fiz mais gosto a eles do que às Brumas de Avalon, mas eu acho que comecei a ler Marion do sentido contrário, então é justo. :lol:

Antes de tudo, indico que leia a Série Darkover, quando falo que adoro Marion, é a essa coleção dela que me refiro. Ficção, aventura, sem quaisquer relações com uma mitologia direta, ou seja, mais ou menos livre de comparação (É claro que se pode ver alguma coisa de Arthur no meio, mas né...), é outro mundo e etc, tem poderes, uma explicação doidona pra eles, mas faz sentido, uma varidade de personagens apaixonantes.
Fica a dica! ^^
 
Eu li As Brumas de Avalon, e gostei. Tá certo que é uma versão mais soft, mais leve da estória de Arthur, mas é legal por colocar as mulheres como protagonistas, uma variação da maioria das estórias de fantasia a que estamos acostumados. A Morgana é sem dúvida a personagem mais forte, mais carismática, você torce por ela, pra que ela seja feliz.
 
Sim, a Guinevere é insuportável. Mais que no filme, mais que nas outras versões... E o pior: O Arthur fica cada vez mais chato por causa dela.
 
Sim, a Guinevere é insuportável. Mais que no filme, mais que nas outras versões... E o pior: O Arthur fica cada vez mais chato por causa dela.
É, e com isso não é só ela a infeliz e assim três, ela, Arthur e Morgana, triste isso.

Eu não gostei das Brumas. Acho que é pq li a versão do Cornwell antes...
Eu também li a versão do Cornwell antes, e por isso também estranhei a versão da Bradley, demorei a assimilar.
 
Acho que a diferença mais impressionante entre as duas versões é o Lancelot. Provavelmente o da versão do Cornwell deve ter desagradado muita gente, feito muitos odiarem a obra, e por consequência o autor, hehe
 
Eu gostei das Brumas, mas gostei muito mais da versão do Cornwell. Aliás eu sempre fui um apreciador do "Ciclo Arturiano" e da "Matéria da Bretanha", tanto que se eu fosse pesquisador em literatura iria escrever sobre esses temas. Para quem ainda não leu coisas mais clássicas sobre as histórias da Távola Redonda eu recomendo Le Morte D'Arthur, de Sir Thomas Malory a Demanda do Santo Graal, que eu conheci através da versão compilada pelo Heitor Megale, e o Perceval (Parsifal) de Chrétien de Troyes.
 
The Book That Made Me a Feminist Was Written by an Abuser
‘The Mists of Avalon’ changed my life—how do I reconcile that with what I now know about its author?

1*QDuqDZIbypa-UCedq97nnA.jpeg

Novel Gazing is Electric Literature’s personal essay series about the way reading shapes our lives. This time, we asked: What book was your feminist awakening?

1*yLOVtxOh3jQNbQnRydpbGQ.jpeg
he painting on the cover stopped me in my tracks, right there in the science fiction/fantasy section of Waldenbooks at Chapel Hill Mall in Akron, Ohio. The central figure is a woman. She’s not naked, nor is she wearing an armored bikini or an approximation of medieval dress that allows for ample cleavage. Instead, she is wearing a voluminous robe, her long, dark hair bound by a simple coronet. She is sitting on a beautiful white horse and grasping a sword by its blade. She looks determined, but serene, fully self-sufficient.

There’s not a man in sight.

And that evocative title! The Mists of Avalon. I’d already read — and loved — T. H. White’s The Once and Future King, which had led me to Howard Pyle’s take on Arthurian legend, as well as John Steinbeck’s. I’d even muddled through La Morte d’Arthur. Bradley’s reference to the island where Arthur rests made me feel like an insider, while the marketing copy suggested something radically different than anything I’d encountered before: Arthurian legend, from the female perspective.

I still cannot imagine anything more perfectly aligned with my thirteen-year-old sensibilities than Marion Zimmer Bradley’s masterpiece. Bradley opened my eyes to the idea that, when we look at the past, we are only ever seeing a small part of it — and usually, what we are seeing excludes the experiences of women. Encountering the vain, self-serving, diabolical Morgan le Fay transformed into the priestess Morgaine compelled me to question other received narratives in which women are to blame for the failures of men. The Mists of Avalon also gave me a glimpse of spiritual possibilities beyond male-dominated, male-defined religions. In retrospect, I can see that it gave me ways of seeing that helped me find the feminine even within patriarchal systems while studying religion as an undergrad. The impact of this book lingers in my feminism, certainly, but it also influenced my scholarly interest in folklore, and it still informs my personal spirituality

But my primary reaction to The Mists of Avalon, when I first read it, wasn’t intellectual; it was emotional. Like The Once and Future King, Bradley’s novel follows its protagonist from childhood into old age. I sympathized with the girl Morgaine, and her adolescent experiences hinted at frustrations I was just beginning to feel. The moment when Morgaine and Lancelet are, finally, about to become lovers — and then Gwenhwyfar, blonde and fair and lithe and helpless, stumbles into Avalon… No matter how many times I revisit this scene, it still crushes me. This isn’t a story about the pretty girl, the princess. It’s the story of the smart girl who becomes a powerful woman. Even so, Bradley brings nuance to these characters. She shows us Morgaine doing foolish, selfish things, and she shows us that Gwenhwyfar’s position is an impossible one. Doom hangs over Arthur’s glorious reign, just as fate rules many a legend and fable. There is no happy ending for anyone at Camelot — there never has been — but Bradley shows us real people struggling against their destiny, and she shows us that it’s not just impersonal fortune to blame for their inevitable downfall. Instead, it’s systems of oppression. By the time I left home for a women’s college in 1989, I’d reread The Mists of Avalon several times. I arrived ready to smash the patriarchy.

By the time I left home for a women’s college, I’d reread The Mists of Avalon several times. I arrived ready to smash the patriarchy.

And then, in 2014, Moira Greyland, Marion Zimmer Bradley’s daughter, told the world that her mother had sexually abused her and many other children for more than a decade. I didn’t even know how to process this information. I believed Greyland, absolutely, but I just couldn’t make this revelation fit with The Mists of Avalon and what that book meant to me. Bradley was not an author to whom I had a personal attachment. I’d never gotten into anything she’d written besides The Mists of Avalon. Had I been more of a fan, I might have seen the pedophilia threaded through her other work. I might have known that Walter Breen — Bradley’s husband and Greyland’s father — died in prison after being convicted of molesting a child. (Greyland says that there were many, many more victims.) Had I been more of a fan, I might have known that rumors about Bradley and Breen had circulated in the science fiction and fantasy communities for years.

My connection wasn’t with Bradley, though. My connection was with Morgaine and Viviane and Morgause — the characters Bradley created. When I read Greyland’s story, I immediately thought of one scene in The Mists of Avalon that suddenly seemed suspect, but that was it. Wondering what I might have missed, I decided to read the novel one more time.

The scene that I remembered was right where it had always been:

She stretched out her arms, and at her command she knew that outside the cave, in the light of the fecundating fires, man and woman, drawn one to the other by the pulsating surges of life, came together. The little blue-painted girl who had borne the fertilizing blood was drawn down into the arms of a sinewy old hunter, and Morgaine saw her briefly struggle and cry out, go down under his body, her legs opening to the irresistible force of nature in them.
The sexual act described here takes place around the Beltane fire. As a young reader, I was disturbed by it, but I saw it as a description of people who have passed beyond the normal world and into the sacred time of a fertility ritual. The scene was frightening for me as a child, and repellent, but also, I must admit, fascinating. In context, this passage made sense: The horror of the scene was an element of its power.

And that was all I found. Everything I had always loved about the book was still there, and I didn’t find anything new to hate. So, what was I going to do with this book?

This is, of course, a version of the question we’re all asking ourselves at the moment. How do we separate the artist from the art? Should we? Can we? I have found that my own answers vary. Woody Allen’s face makes Annie Hall, Crimes and Misdemeanors, and Hannah and Her Sisters — all movies I’ve adored — impossible. I’m also done with Louis C.K., but I’m not even ready to think about the colleagues and collaborators — Pamela Adlon? Aziz Ansari? — who have supported him, even as I, myself, was long willing to let “rumors” be “rumors.” Losing Kevin Spacey isn’t hard for me, but forswearing Harvey Weinstein forever means forgetting about a long list of great movies. And Weinstein was a producer — a facilitator more than a creator. Is his connection to a film close enough to make that film anathema?

Jodi Kantor, Megan Twohey, and Ronan Farrow’s reporting on Weinstein seems to be a tipping point for sexual harassment and assault in Hollywood, but we’re also seeing women and men come forward in journalism, publishing, and academia. The question of separating the abuser from his work metastasizes, and I don’t have any easy answers. Or, rather, I do have one easy answer: When someone says they’ve been assaulted, abused, harassed, I believe them. But I believe them, in part, because of lessons I absorbed from The Mists of Avalon.

When someone says they’ve been assaulted, abused, harassed, I believe them. But I believe them, in part, because of lessons I absorbed from The Mists of Avalon.

So, what to do with this once-beloved book? I’ve read it once since Greyland spoke out, and I don’t know if I will read it again. Probably not, I’m guessing. Discovering that powerful men are predators is disturbing, but not surprising. Learning that the author who introduced me to feminine spirituality and the hidden side of history abused children — girls and boys, her own daughter — was horrifying in an existential kind of way. I’m a writer and an editor and I know that characters can exceed their creators. I would go so far as to say that that’s the goal. So I can keep Morgaine — what she has meant to me, what she has become in my personal mythology — while I reject Bradley.

I no longer recommend The Mists of Avalon to other readers, and I can’t imagine burdening a child with it. There are other stories. Monica Furlong’s books Wise Child and Juniper are now my go-to titles for youngsters. Manda Scott’s Boudica series are the books that I wish I had found when I was thirteen, and I’m eagerly awaiting the sequel to Nicola Griffith’s Hild. It’s entirely possible that these stories about powerful women might never have been published if not for the success of The Mists of Avalon. This is part of Bradley’s legacy, too. But, even if I can appreciate the extent to which this author created a space for a new kind of writing in fantasy, I am still haunted by the voices she silenced.

Learning that the author who introduced me to feminine spirituality and the hidden side of history abused children was horrifying in an existential kind of way.
When she finally came forward with her story, Greyland said,

[O]ne reason I never said anything is that I regarded her life as being more important than mine: her fame more important, and assuredly the comfort of her fans as more important. Those who knew me, knew the truth about her, but beyond that, it did not matter what she had done to me, as long as her work and her reputation continued.
I believe Moira Greyland. Her life matters more than any fiction.
 
achei bizarra a treta aparecendo agora na minha tl literária como se fosse novidade. é um troço que parece que todo mundo prefere empurrar para debaixo do tapete e por isso acaba que pouca gente sabe :eek:
 
Confiram: https://correiodofantastico.wordpress.com/2009/10/28/os-cacadores-da-lua-vermelha/


← A Sociedade do Sangue

Passatempo Correio do Fantástico/Editorial Presença →


Ver anexo 88132

Os Caçadores da Lua Vermelha


Publicado em Outubro 28, 2009 por Paulo J Fonseca






← A Sociedade do Sangue

Passatempo Correio do Fantástico/Editorial Presença →



Os Caçadores da Lua Vermelha


Publicado em Outubro 28, 2009 por Paulo J Fonseca



Marion Zimmer Bradley tem um séquito de seguidores.
Contudo, nem todos gostam de ler o que ela escreve. E isso não se deve ao texto, mas sim às histórias. Uma das principais criticas que é feita aos seus trabalhos está relacionada com o poder dado às mulheres…
Considero isso estranho!
Eu pelo menos nunca achei esse poder desproporcionado, e muito menos me senti aviltado por ele. È claro que esta crítica é feita principalmente por homens, o que nos poderia levar a pensar que Marion Zimmer Bradley é uma escritora feminista – que não é – ou que escreve livros para mulheres – o que está igualmente errado.
Mas sobre isso, voltaremos mais tarde em outros posts sobre a obra desta excelente escritora.
Por agora, trago-vos Caçadores da Lua Vermelha, onde homens e mulheres, têm os papeis equilibrados…
Os Caçadores da Lua Vermelha foi o primeiro livro de Fantástico que li. Um livro fininho! Um livro que devorei e li e reli tantas vezes quantas me apeteceu. Um livro que tem um lugar especial na minha estante!
Conta-nos a história de um terrestre – Dane Marsh – que é sequestrado por extraterrestres enquanto viajava a bordo do seu barco – o Seadrift – no Pacífico. O que é que isto tem de fantástico e novo?

Talvez nada… Mas a partir daqui Marion Zimmer Bradley arrasta-nos do Seadrift, ao mesmo tempo que Dane Marsh é levado pelos extraterrestres, e atira-nos para dentro de uma grande nave interestelar com todo o aparato e confusão que isso teria em nós se realmente tivéssemos tido a sorte de Marsh. Felizmente não tivemos – o que, por vezes, nos parece difícil de acreditar dada a intensidade do relato – e poderemos descontraídos – o que, também, nem sempre é possível pela mesma razão – ler o resto das aventura de um homem que no principio do livro nos diz que pensava já não haver mais aventuras.
Trata-se de uma narrativa extraordinária de comunhão, companheirismo e sobrevivência. No seu sequestro Marsh conhece os companheiros, seres inteligentes de outras espécies e raças espalhadas pelo universo que, como ele, haviam sido raptados dos seus mundos. Em conjunto ver-se-ão obrigados a esquecer as diferenças para lutar por aquilo que interessa a todos: sobreviver. E é só depois de uma tentativa de fuga falhada conhecem o destino: baterem-se pela vida com bravura num mundo desconhecido – a Lua Vermelha.
A Lua Vermelha é um mundo estranho. Depararão com vários sinais de uma civilização esquecida, mas é completamente desabitado. Apenas tem uma função: servir de palco para um jogo tenebroso em que o grande prémio é ficar vivo. Nesse jogo participa um povo misterioso – apenas conhecido como os caçadores – e Dane Marsh e os companheiros – a caça!
Conseguirão sobreviver?
Convido-vos a conhecerem este livro. Verão como valerá a pena….




Share this:​


Relacionado

Talentos Fantásticos-CríticaEm "Autores Portugueses"
Larry Nolen na Dagon e no Correio do FantásticoEm "correio do fantastico"
Reviews/Recensões/CríticasEm "Cinema"






Sobre Paulo J Fonseca​

Escritor, leitor, apreciador do cinema e videojogos, admirador de artes digital e «ouvidor» de música. Gosto de divulgar tudo aquilo que me parece bom, tal como alertar para tudo aquilo que, parecendo bom, pode não ser tão bom assim.
Ver todos os artigos de Paulo J Fonseca →



Esta entrada foi publicada em Autores, Fantasia, Fantástico, Ficção Científica, Literatura, Literatura Fantástica, Livros, Romance. ligação permanente.



← A Sociedade do Sangue

Passatempo Correio do Fantástico/Editorial Presença →



7 respostas a Os Caçadores da Lua Vermelha




  1. Francisco Norega diz:

    Outubro 31, 2009 às 12:35 pm

    Por acaso nunca tinha ouvido falar deste livro da Marion. Li Darkover e gostei imenso, talvez um dia venha a ler este
    Abraço

    Responder



  2. nfonseca diz:

    Novembro 2, 2009 às 12:26 pm

    mmm… a MZB tem coisas boas e outras não tão boas. Este, que pode ser giro de um certo ponto de vista, empalidece perante muitos outros, até pelo “Foragidos do céu” da E-A. Mas por acaso é sabido que a autora, principalmente a partir de certa altura, começou mesmo a ter uma postura de feminismo activo através dos seus livros, e há quem comente que a tendência chegou para lá do razoável no fim da carreira.
    Abstenho-me, porque de facto só li toda a excelente/boa/razoável catrefa Darkover (da autora a solo, e com companhia – bom, faltaram-me um ou dois destes pois na época não havia Amazon e eu só os achava à venda em Cascais), ficando-me a faltar os das outras quatro ou cinco series, os stand-alones, as colecções de contos…*sigh*, um homem não chega para tudo
    O máximo que se pode dizer é que de facto, há uma certa relação entre as temáticas desenvolvidas nesta série e a tendência acima referida. Se foi a mais ou não e em que termos, é opinião que deixo para os que tiverem lido a obra toda.
    Nada disto, é óbvio, se relaciona com qualquer valorização dos movimentos feministas, globalmente considerados – um disclaimer necessário nos dias de hoje, onde aparece muito cegueta a opinar aos berros.
    Francisco, se já leste os Darkover, garanto que qualquer deles é melhor que este, escrito por ela e pelo marido em 73 (há uma sequela de 79, que ignoro se boa ou má ou sequer se por cá foi publicado, caso ainda estiveres interessado depois de ler este).
    Mas falar deste livro, que até pertence à segunda geração de titulos de FC “clonados” entre editoras, algo que hoje é já tradição certa (como, em réplica especulativa, é o Laran e os feudos familiares com os seus larans) tem a virtude de pelo menos por-nos a falar de MZB, o que é muito bom e faz sempre falta. Obrigado Paulo.

    Responder





  3. Francisco Norega diz:

    Novembro 3, 2009 às 12:17 am

    Bem, eu gostei imenso do primeiro volume do Darkover, mas para já foi o único que li. Se assim o dizes, então provavelmente lerei mais rápido os volumes seguintes da série Darkover do que este.
    Abraço

    Responder



  4. nfonseca diz:

    Novembro 5, 2009 às 12:06 am

    E para delinear o caminho da leitura, estes dois links são porreiros pois ajuda seguir as personagens e a história da sociedade Comyn:
    Cronologia: http://web.mac.com/scifione/orig/BOOKS/DARKOVER/darkover-chrono.htm
    ou ainda melhor:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Darkover_series
    Para mim os de leitura mais apetecida talvez sejam os do periodo “After the Comyn (Against the Terrans: The Second Age)”.
    Espero que gostes Francisco. O Darkover Landfall tb é giro, mas acredita que é muito mais engraçado de ler depois de sabermos tudo aquilo que será gerado por esses acontecimentos. Não deixa de ser uma sociedade tipo feudal (a não ser lá mais para o fim, mas mesmo assim…), mas os poderes conferidos pela mixigenação com os aliens autóctones dão um toque de originalidade muito porreiro a toda a série.

    Responder



  5. carla diz:

    Fevereiro 25, 2010 às 6:57 pm

    não gostei nada da m***a do livro.

    Responder





  6. Albertino Ferreira diz:

    Janeiro 1, 2011 às 4:34 pm

    Um livro muito bom. Que, entre outras coisa, levanta a questão do individual e do colectivo na sociedade dos caçadores. Até que ponto somos seres individuais, como se releva na nossa sociedade, em que praticamente só ao eu é que se considera existir. Ou somos seres colectivos, membros de uma sociedade, sem a qual não fazemos sentido, um pouco como a sociedade das formigas.

    Responder



  7. Patrícia (Portugal) diz:

    Agosto 31, 2011 às 3:11 am

    O livro é brutalmente bom!
    Marion é uma escritora extraordinária.
    Não há palavras que descrevam o seu talento.

    Responder
Marion Zimmer Bradley tem um séquito de seguidores.
Contudo, nem todos gostam de ler o que ela escreve. E isso não se deve ao texto, mas sim às histórias. Uma das principais criticas que é feita aos seus trabalhos está relacionada com o poder dado às mulheres…
Considero isso estranho!
Eu pelo menos nunca achei esse poder desproporcionado, e muito menos me senti aviltado por ele. È claro que esta crítica é feita principalmente por homens, o que nos poderia levar a pensar que Marion Zimmer Bradley é uma escritora feminista – que não é – ou que escreve livros para mulheres – o que está igualmente errado.
Mas sobre isso, voltaremos mais tarde em outros posts sobre a obra desta excelente escritora.
Por agora, trago-vos Caçadores da Lua Vermelha, onde homens e mulheres, têm os papeis equilibrados…
Os Caçadores da Lua Vermelha foi o primeiro livro de Fantástico que li. Um livro fininho! Um livro que devorei e li e reli tantas vezes quantas me apeteceu. Um livro que tem um lugar especial na minha estante!
Conta-nos a história de um terrestre – Dane Marsh – que é sequestrado por extraterrestres enquanto viajava a bordo do seu barco – o Seadrift – no Pacífico. O que é que isto tem de fantástico e novo?

Talvez nada… Mas a partir daqui Marion Zimmer Bradley arrasta-nos do Seadrift, ao mesmo tempo que Dane Marsh é levado pelos extraterrestres, e atira-nos para dentro de uma grande nave interestelar com todo o aparato e confusão que isso teria em nós se realmente tivéssemos tido a sorte de Marsh. Felizmente não tivemos – o que, por vezes, nos parece difícil de acreditar dada a intensidade do relato – e poderemos descontraídos – o que, também, nem sempre é possível pela mesma razão – ler o resto das aventura de um homem que no principio do livro nos diz que pensava já não haver mais aventuras.
Trata-se de uma narrativa extraordinária de comunhão, companheirismo e sobrevivência. No seu sequestro Marsh conhece os companheiros, seres inteligentes de outras espécies e raças espalhadas pelo universo que, como ele, haviam sido raptados dos seus mundos. Em conjunto ver-se-ão obrigados a esquecer as diferenças para lutar por aquilo que interessa a todos: sobreviver. E é só depois de uma tentativa de fuga falhada conhecem o destino: baterem-se pela vida com bravura num mundo desconhecido – a Lua Vermelha.
A Lua Vermelha é um mundo estranho. Depararão com vários sinais de uma civilização esquecida, mas é completamente desabitado. Apenas tem uma função: servir de palco para um jogo tenebroso em que o grande prémio é ficar vivo. Nesse jogo participa um povo misterioso – apenas conhecido como os caçadores – e Dane Marsh e os companheiros – a caça!
Conseguirão sobreviver?
Convido-vos a conhecerem este livro. Verão como valerá a pena….




Share this:​


Relacionado

Talentos Fantásticos-CríticaEm "Autores Portugueses"
Larry Nolen na Dagon e no Correio do FantásticoEm "correio do fantastico"
Reviews/Recensões/CríticasEm "Cinema"






Sobre Paulo J Fonseca​

Escritor, leitor, apreciador do cinema e videojogos, admirador de artes digital e «ouvidor» de música. Gosto de divulgar tudo aquilo que me parece bom, tal como alertar para tudo aquilo que, parecendo bom, pode não ser tão bom assim.
Ver todos os artigos de Paulo J Fonseca →



Esta entrada foi publicada em Autores, Fantasia, Fantástico, Ficção Científica, Literatura, Literatura Fantástica, Livros, Romance. ligação permanente.



← A Sociedade do Sangue

Passatempo Correio do Fantástico/Editorial Presença →



7 respostas a Os Caçadores da Lua Vermelha




  1. Francisco Norega diz:

    Outubro 31, 2009 às 12:35 pm

    Por acaso nunca tinha ouvido falar deste livro da Marion. Li Darkover e gostei imenso, talvez um dia venha a ler este
    Abraço

    Responder



  2. nfonseca diz:

    Novembro 2, 2009 às 12:26 pm

    mmm… a MZB tem coisas boas e outras não tão boas. Este, que pode ser giro de um certo ponto de vista, empalidece perante muitos outros, até pelo “Foragidos do céu” da E-A. Mas por acaso é sabido que a autora, principalmente a partir de certa altura, começou mesmo a ter uma postura de feminismo activo através dos seus livros, e há quem comente que a tendência chegou para lá do razoável no fim da carreira.
    Abstenho-me, porque de facto só li toda a excelente/boa/razoável catrefa Darkover (da autora a solo, e com companhia – bom, faltaram-me um ou dois destes pois na época não havia Amazon e eu só os achava à venda em Cascais), ficando-me a faltar os das outras quatro ou cinco series, os stand-alones, as colecções de contos…*sigh*, um homem não chega para tudo
    O máximo que se pode dizer é que de facto, há uma certa relação entre as temáticas desenvolvidas nesta série e a tendência acima referida. Se foi a mais ou não e em que termos, é opinião que deixo para os que tiverem lido a obra toda.
    Nada disto, é óbvio, se relaciona com qualquer valorização dos movimentos feministas, globalmente considerados – um disclaimer necessário nos dias de hoje, onde aparece muito cegueta a opinar aos berros.
    Francisco, se já leste os Darkover, garanto que qualquer deles é melhor que este, escrito por ela e pelo marido em 73 (há uma sequela de 79, que ignoro se boa ou má ou sequer se por cá foi publicado, caso ainda estiveres interessado depois de ler este).
    Mas falar deste livro, que até pertence à segunda geração de titulos de FC “clonados” entre editoras, algo que hoje é já tradição certa (como, em réplica especulativa, é o Laran e os feudos familiares com os seus larans) tem a virtude de pelo menos por-nos a falar de MZB, o que é muito bom e faz sempre falta. Obrigado Paulo.

    Responder





  3. Francisco Norega diz:

    Novembro 3, 2009 às 12:17 am

    Bem, eu gostei imenso do primeiro volume do Darkover, mas para já foi o único que li. Se assim o dizes, então provavelmente lerei mais rápido os volumes seguintes da série Darkover do que este.
    Abraço

    Responder



  4. nfonseca diz:

    Novembro 5, 2009 às 12:06 am

    E para delinear o caminho da leitura, estes dois links são porreiros pois ajuda seguir as personagens e a história da sociedade Comyn:
    Cronologia: http://web.mac.com/scifione/orig/BOOKS/DARKOVER/darkover-chrono.htm
    ou ainda melhor:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Darkover_series
    Para mim os de leitura mais apetecida talvez sejam os do periodo “After the Comyn (Against the Terrans: The Second Age)”.
    Espero que gostes Francisco. O Darkover Landfall tb é giro, mas acredita que é muito mais engraçado de ler depois de sabermos tudo aquilo que será gerado por esses acontecimentos. Não deixa de ser uma sociedade tipo feudal (a não ser lá mais para o fim, mas mesmo assim…), mas os poderes conferidos pela mixigenação com os aliens autóctones dão um toque de originalidade muito porreiro a toda a série.

    Responder



  5. carla diz:

    Fevereiro 25, 2010 às 6:57 pm

    não gostei nada da m***a do livro.

    Responder





  6. Albertino Ferreira diz:

    Janeiro 1, 2011 às 4:34 pm

    Um livro muito bom. Que, entre outras coisa, levanta a questão do individual e do colectivo na sociedade dos caçadores. Até que ponto somos seres individuais, como se releva na nossa sociedade, em que praticamente só ao eu é que se considera existir. Ou somos seres colectivos, membros de uma sociedade, sem a qual não fazemos sentido, um pouco como a sociedade das formigas.

    Responder



  7. Patrícia (Portugal) diz:

    Agosto 31, 2011 às 3:11 am

    O livro é brutalmente bom!
    Marion é uma escritora extraordinária.
    Não há palavras que descrevam o seu talento.

    Responder
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.404,79
Termina em:
Back
Topo