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Marilena Chauí: Nova classe média é bobagem sociológica

ricardo campos

Debochado!
In Memoriam

"A suposta criação de uma nova classe média – anunciada pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e por Dilma Rousseff (PT), é uma ‘bobagem sociológica’, já que o que houve foi a ampliação da classe trabalhadora. É o que afirma a filósofa Marilena Chauí.


Por Renato Dias – publicado na Rede Democrática*



Ela analisa os descaminhos da democracia no Brasil, ataca o STF, diz que mídia manipula informação, controla a internet e frisa que Renan Calheiros é regra

A filósofa Marilena Chauí participou, participou, na última quarta-feira, 13, em Goiânia, da edição do Café com Ideias. O fórum é uma promoção do Centro Cultural Oscar Niemeyer, do Governo de Goiás. O evento é organizado pelo jornalista e professor Lisandro Nogueira.

Professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Marilena Chauí informa que existem duas classes no capitalismo [Burguesia e proletariado/classe trabalhadora]. Para ela, a classe média não teria função econômica, mas ideológica. “Como correia de transmissão das ideologias das classes dominantes. Até intelectuais pertencem, hoje, à classe trabalhadora”, dispara. “Técnica e ciência viraram forças produtivas”, analisa.

PERPLEXIDADE


A antiga classe média está apavorada, porque pela escolaridade ela não se distingue, provoca. “Pela profissão, menos ainda, ”atira. Ela está perplexa com a entrada da classe trabalhadora na sociedade de consumo, insiste. “Qualquer um pode andar de avião. Não tem mais distinção nenhuma”, ironiza. Cáustica, a ex-secretária de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo (1989-1992), sob a gestão de Luiza Erundina, define a classe média como “conservadora e autoritária”.
A professora denuncia os grandes conglomerados de comunicação. A mídia monopoliza a informação, avalia. “A discordância é vista (pela mídia) como discordância e atraso, portando perigosa”, explica. Segundo ela, há 10 anos, a mídia era um oligopólio. Hoje, quase atinge a dimensão de um monopólio”, informa. “Monopólio, mão única, ideologia da competência, interesses obscenos. A manipulação é contínua. É uma coisa nauseante”, discursa, em um tom de indignação.
Marilena Chauí afirma que a internet pode ser um fator de democratização do acesso à informação, mas também de controle. Ela aponta a suposta vigilância e controle dos equipamentos informáticos, com hegemonia dos Estados Unidos e do Japão.

NEOLIBERALISMO


Ligada ao PT, ela ataca o neoliberalismo. “O encolhimento do espaço público e o alargamento dos espaços privados.” Em uma crítica velada aos oito anos de gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso (SP), ela relata que o ‘remédio neoliberal’ seria um engodo.“Como mostram as crises da União Europeia e dos Estados Unidos”, explica. Especialista em Spinosa, a professora diagnostica a desmontagem do sistema produtivo da Europa.“A Europa é um parque jurássico e pode não conseguir se recuperar.”

A democracia é frágil no capitalismo contemporâneo, aponta. Ela exorciza o que define como ideologia da competência técnico-científica.“Um produto da divisão entre as classes sociais, sedimentada pelos meios de comunicação social e que invade a representação política”, teoriza. A filósofa diz que são imensos os obstáculos à democracia no capitalismo.“A democracia não se confina a um setor social apenas”, fuzila. O cerne da democracia é a criação de direitos e ser aberta aos conflitos, acredita.
Marilena Chauí condena ainda o mito da não violência brasileira. A imagem de um povo alegre, sensual, cordial seria invertida. “O mito é também uma forma de ação, cuja função é assegurar à sociedade a sua autoconservação. Ele encobre, substitui a realidade”, analisa. Para ela, com a hegemonia da cultura do mito a violência se restringiria à delinquência e à criminalidade, o que legitimaria a ação do Estado, via-repressão, aos pobres, às supostas classes perigosas.

“As desigualdades salariais entre homens e mulheres, brancos e negros, brancos e índios, e a exploração do trabalho infantil e de idosos são considerados normais”, discursa. “É no fiozinho da vida cotidiana que você vê o grau de violência da sociedade brasileira: você sabe com quem está falando?” analisa. A ex-secretária de Cultura do município de São Paulo afirma que a sociedade brasileira é autoritária.“O Supremo [STF] é a expressão máxima do autoritarismo”, provoca. “Nós precisamos de quase 30 anos para criar a Comissão Nacional da Verdade”. A CV surgiu em 2012. Ela cita como exemplo diferente a instituição da Comissão da Verdade da África do Sul, logo após o fim do Apartheid, regime de segregação social e racial. Ela culpa o sistema político do Brasil, que teria sido criado pelo general Golbery do Couto e Silva, bruxo da ditadura civil e militar (1964-1985).“Ninguém mexeu na estrutura política [deixada pelo regime militar]”, pondera.

RENAN CALHEIROS


Crítica, Marilena Chauí avalia que o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), [que abençoou os governos de Fernando Collor de Mello (1990-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995- 1998 e 1999-2002), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 e 2007-2010) e Dilma Rousseff (2011-2013] faria parte da ordem natural das coisas no Brasil. “A sua figura não é a exceção, mas a regra”, dispara. É uma coisa esquizofrênica, metralha. “Mas uma reforma política ampla poderia nos libertar.”

QUEM É MARILENA CHAUÍ


Personagem do Café com Ideias, Marilena Chauí é professora titular de Filosofia Política e de História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Nascida no município de Pidorama, Estado de São Paulo, no ano de 1941, ela é filha do jornalista Nicolau Chauí e da professora Laura de Souza Chauí. Marilena Chauí é da esquerda democrática e membro-fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT).
Ela possui graduação, mestrado e doutorado em Filosofia. A filósofa é autora de livros como O que é Ideologia, Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense, Convite à Filosofia; A Nervura do Real: Espinosa e a Questão da Liberdade. Mais: Simulacro e Poder – Uma Análise da Mídia (1996), Editora Fundação Perseu Abramo. Ela faz ainda a apresentação de A Invenção Democrática – Os limites da dominação totalitária (2011), Coleção Invenções Democráticas (Autêntica).

A professora de Filosofia da USP Marilena Chauí exerceu ainda o cargo de secretária de Cultura da Prefeitura de São Paulo na administração da prefeita Luiza Erundina, à época no PT. É eleitora de Lula e Dilma e crítica da mídia.
(*Fonte: Diário da Manhã.- Foto Capa: Fora do Eixo)"

Fonte:http://revistaforum.com.br
 
Eu li Convite À Filosofia, e achei relativamente razoável. Mas discordo de muitas das abordagens que a autora utiliza em relação à alguns apontamentos que faz. Quanto à nova classe média, é mesmo uma bobagem.
 
Associar o neoliberalismo (sic) à crise na Europa é sacanagem. Os países europeus estão com dívidas monstruosas por serem neoliberais? Conta outra :lol:
 
E para completar, notem que os países que estão bem são justamente os mais liberais.

Marilena Cahuí é uma máquina de gerar bobagens sociológicas.
 
Eu concordo com um argumento importante, que até estava teorizando mais ou menos isso com alguns colegas um dia, mas que parece ter sido colocado em segundo plano no texto:

Marilena Chauí disse:
“Como correia de transmissão das ideologias das classes dominantes. Até intelectuais pertencem, hoje, à classe trabalhadora”, dispara. “Técnica e ciência viraram forças produtivas”, analisa.

Essa é uma realidade. O antigo "pequeno burguês" transformou-se, no mundo contemporâneo, cada vez mais, num "alto proletário". Tenho um amigo que desistiu de carreira executiva ao perceber que, para subir altos graus na empresa, não precisaria ser muito ousado, sendo mais eficiente ser um adorador fiel da cartilha da mesma.

Até posições gerenciais médias-altas hoje em dia estão tomadas por uma "eficientização", uma certa taylor-fordização, um tratamento como máquina, como peças que devem provar serem o mais resilientes possível. Um conhecido meu, ultra bem pago, direto faz viagens do tipo viajar para um aeroporto na Suíça, pegar cero equipamento e embarcar, quase na mesma hora que chegou, de volta para o Brasil.

No meio acadêmico, muitos aqui devem conhecer a lógica "publish or perish", que obriga os pesquisadores a reciclarem seus achados em artigos menores para atingirem certas quotas.

Não que seja algo a se demonizar. até por que é muito fácil jogar pedra na vidraça quando você já sabe que vai precisar de comprar uma nova. É um momento histórico, faz parte até do aparelho ético da sociedade atual exigir que cada indivíduo, em sua posição, seja eficiente, trabalhador, competente, e mais ainda que isso seja mensurável.

Eu só digo que essa mensurabilidade é inexoravelmente falha para medir a criação. Não tem jeito de medir a criatividade, o produto intelectual, porque ele é, de certa forma, absoluto, irredutível. Então tem que aparecer outro paradigma por aí.
 
"
A mídia monopoliza a informação, avalia. “A discordância é vista (pela mídia) como discordância e atraso, portando perigosa”, explica. Segundo ela, há 10 anos, a mídia era um oligopólio. Hoje, quase atinge a dimensão de um monopólio”
Concordo

“As desigualdades salariais entre homens e mulheres, brancos e negros, brancos e índios, e a exploração do trabalho infantil e de idosos são considerados normais”,

Normal para um país com miopia social.

“O Supremo [STF] é a expressão máxima do autoritarismo”

Lula e Dilma têm sua parcela de culpa.Nomearam a maioria dos ministros do STF (Hoje). Os Ministros precisam voltar a normalidade e parar de se comportar como astros de TV.

“Nós precisamos de quase 30 anos para criar a Comissão Nacional da Verdade”.

E ninguém será condenado... Como estão dizendo por aí "Comissão da Meia-Verdade"
 

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