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Marconi não é o inventor do rádio

Fúria da cidade

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Fonte: http://www.sabereletronica.com.br/secoes/leitura_noticia/716

Marconi não foi o inventor do Rádio

História de Landell de Moura confirma a importância de transformar as invenções em produtos que beneficiem a sociedade

Um grupo de radioamadores lidera um movimento, cujo objetivo é fazer com que as escolas brasileiras reconheçam que o padre gaúcho Roberto Landell de Moura foi o inventor do rádio. Atualmente, os estudantes aprendem que o criador do veículo de comunicação foi o físico italiano Guglielmo Marconi. De acordo com os registros históricos, a iniciativa dos radioamadores faz justiça a Landell de Moura, que obteve a concessão de patente do rádio em 1901 no Brasil e nos Estados Unidos.

Mas porque Marconi é reconhecido como o inventor do rádio se Landell de Moura obteve a patente dez anos antes do italiano? “Provavelmente o fato de Marconi, que além de físico era empresário, ter levado a tecnologia aos consumidores de diversos países por meio de uma exitosa estratégia de comercialização do invento”, avalia a gerente de Promoção da Inovação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Diana Jungmann.

Enquanto Marconi teve habilidade para colocar seu produto no mercado, Landell de Moura não recebeu apoio para transformar o rádio em negócio. “Muito pelo contrário, Landell de Moura foi forçado a abandonar as experiências por ser religioso. Posteriormente, o mercado brasileiro teve que importar a tecnologia”, informa um dos idealizadores do Movimento Landell de Moura, o jornalista Hamilton Almeida. “O país, que poderia ser pioneiro nas telecomunicações, perdeu o bonde da história”, destaca.

ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO - A lição que se tira dessa história é que, mais do que patentear uma invenção, é preciso ter uma estratégia de proteção que dê, além de reconhecimento, retorno financeiro aos inventores. De acordo com Diana Jungmann, são vários os instrumentos que protegem o conhecimento e a patente é uma dessas opções. “Dependendo da invenção, temos momentos para usar cada ferramenta que existe hoje na legislação brasileira, como, por exemplo, o segredo de negócio.”

Mas a elaboração de uma boa estratégia de proteção do conhecimento exige de inventores e empresas o conhecimento dos mecanismos existentes. “As pessoas precisam ser informadas sobre as ferramentas disponíveis e devem proteger a invenção porque ela tem valor, não apenas proteger por proteger. Erros nessa questão podem sair muito caro”, alerta Diana.

Para divulgar informações sobre os mecanismos de proteção da propriedade intelectual e a importância de estratégias de proteção das inovações, é desenvolvido o Programa de Propriedade Intelectual para a Inovação na Indústria. Trata-se de uma iniciativa do IEL, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

GARANTIA JURÍDICA – O programa é importante porque o desconhecimento do sistema de propriedade intelectual está entre as causas da resistência de empresários e inventores em proteger suas criações no INPI. O assessor da Diretoria de Patentes do INPI, Julio César Moreira, explica que o papel da instituição é proteger e dar garantia jurídica à pessoa ou empresa que inventa algo. Segundo ele, muitos entram com pedido de patente e acham que o direito de proteção já foi concedido e não acompanham o processo de concessão da patente.

Outra obrigação do interessado, de acordo com Moreira, é verificar no mercado se outros estão usando o invento sem autorização. “É necessário o próprio interessado no produto ou marca prevenir o abuso de terceiros. O INPI oferece segurança jurídica ao detentor do invento, mas quem deve monitorar se o invento foi copiado indevidamente é o empresário ou inventor interessado”, explica Moreira.
 
Esse caso até lembra um pouco a discussão sobre quem seria os inventores do avião: Santos Dumont ou os irmãos Wright.

E como sempre quem teve mais recursos financeiros e agilidade pra divulgar seu invento acabou levando a melhor no quesito fama.
 
Esse caso até lembra um pouco a discussão sobre quem seria os inventores do avião: Santos Dumont ou os irmãos Wright.

E como sempre quem teve mais recursos financeiros e agilidade pra divulgar seu invento acabou levando a melhor no quesito fama.
Me veio justamente essa rincha na cabeça. Enquanto escolas americanas falam que os irmãos Wright inventaram o avião, as escolas brasileiras ensinam que foi Santos Dumont.

Fico me perguntando, a essa altura do campeonato que diferença isso faz?:think:
Fora claro o valor histórico para a sociedade...
 
A essa altura do campeonato não faz diferença alguma, vale a lição de ineficácia estratégica da qual os brasileiros sofreram por muito tempo (e em alguma medida, ainda sofrem).

O brilhantismo técnico e científico só é validado e reconhecido se há suporte para ele.. O comentário do texto de que o inventor deve zelar pelo seu invento é mais significante em termos gerais, porque patentes são realizadas a todo momento sem que o responsável por ela seja tão zeloso, excetuando-se os casos em que tais patentes são realizadas por empresas, que de modo algum deixam de monitorar suas principais fontes de lucro - seu know-how.

Esse comportamento disciplicente (o que perdura), é fruto da desvalorização da produção técnica e científica no Brasil. Gradativamente mais valorizada, a produção de conhecimento no Brasil era relegada à tópicos acadêmicos que permaneciam esquecidos frente a importação de know-how - o que custa muito caro. Ao passo que as atenções para o conhecimento produzido aqui aumenta (principalmente em função dos adventos nos campos de tecnologia energética, agropecuária e em biomedicina), a valorização de patentes e a proteção pelo conhecimento aqui gerado vai se tornando maior.
 
Esse caso até lembra um pouco a discussão sobre quem seria os inventores do avião: Santos Dumont ou os irmãos Wright.

Acho que é importante ressaltar que já havia naquela época a idéia de uma máquina que pudesse voar por si só, sem a necessidade de haver algum gás para propulsioná-la para cima. Se foi os Irmãos Wright ou Dumont que realizou o primeiro vôo, isso não é importante para uma análise geral. O que realmente importa são dois fatos:

1. Santos Dumont realizou o seu vôo em uma feira internacional com milhares de pessoas assistindo (enquanto os Irmãos Wright realizavam seus experimentos numa fazenda, porém todos esses eram precisamente registrados).

2. Santos Dumont realizou o vôo com um avião com propulsão própria, sem necessidade de outro aparato externo que a fizesse levantar vôo (ao contrário dos Wright que usavam trilhos e catapultas, e em muitos de seus vôos os aviões não tinham motor).

No caso do rádio, já havia, também, a ideia de transmitir informação através de ondas eletromagnéticas. Os aparatos usados por Marconi, Landell de Moura, Oliver Lodge, Jagdish Bose, e entre outros, usavam informações teóricas de Hertz, Maxwell e Faraday; e para a construção do aparato em si, foram utilizadas várias patentes de Tesla, Edison (que eu, pessoalmente, duvido que seja realmente dele) , Calzecchi-Onesti e Branly.

O caso de Marconi e Pe. Landell: Landell construiu, documentou, e transmitiu para um publico em São paulo em Junho de 1900; e patenteou (nos EUA) em 1901. Marconi só consegui fazer uma transmição de voz em 1914. Maaaas o que aconteceu foi um descaso com o Brasil (não só das autoridades internacionais, como também a do nosso próprio povo que o chamava de "bruxo", "herege" e louco, e das autoridades brasileiras que negavam a ele cooperação, alegando que ele sofria de perturbações mentais). A patente atualmente é de propriedade de Nikola Tesla, que era dono da maioria das patentes usadas tanto por Marconi quanto por Landell.

Há várias disputas como essas. Uma dessas é o do Cálculo Diferencial, que muitos atribuem [acho a palavra certa é "culpam":lol:) a Newton e outras a Leibniz.
 
Última edição:
Praticamente cada país tem seu próprio inventor do avião, vide [ame]http://en.wikipedia.org/wiki/First_flying_machine[/ame]
 
Há várias disputas como essas. Uma dessas é o do Cálculo Diferencial, que muitos atribuem [acho a palavra certa é "culpam":lol:) a Newton e outras a Leibniz.
Li na Super uma vez de um fisico americano muito timido que tinha inventando uma teoria que anos depois Eisten viria a descobrir. O tal fisico postou ela em alguma revista e só...
:roll:
 
Se colocou numa revista, o mérito seria dele. A ciência funciona com "data de publicação".
 
Li na Super uma vez de um fisico americano muito timido que tinha inventando uma teoria que anos depois Eisten viria a descobrir. O tal fisico postou ela em alguma revista e só...
:roll:

[ame="http://en.wikipedia.org/wiki/Relativity_priority_dispute"]isso[/ame], acho que os EUA na época não eram o centro do mundo da física; e Einstein já conhecia Plank, Poincaré e Lorentz o que o ajudou Einstein a publicar ,em 1905, três teorias (relatividade, efeito fotoelétrico e movimento browniano) na mais conceituada revista de física da época. Se você analizá-las precisamente (não tirando o mérito de Einstein, pois a visão dele estava anos a frente das definições que haviam na época) as três são apenas "continuações" do que já se tinha publicado. A relatividade "é" uma interpretação singular das Transformações de Lorentz juntamente com alguns trabalhos de Henri Poicaré; o efeito fotoelétrico (pelo qual ele ganhou o Prêmio Nobel) já era previsto por Planck na sua teoria dos Quanta. E o efeito Browniano já tinha sido descrito (bem antiquadamente) por Robert Brown por volta de 1830. Mas Einstein deu um conceito novo, um interpretação sua do que seria e como se relacionaria tempo, espaço e massa.

Claro que essas análises são bem fáceis hoje, já que tudo está pronto.

Veja como Einstein trabalha :lol::
[nomedia="http://www.youtube.com/watch?v=7laHxv4vIcw"]YouTube- Family Guy Einstein vs God[/nomedia]
 
Última edição:
Industrial, você lembra qual é a teoria citada? Imaginando que seja a relatividade especial, vale um parênteses: no começo do século passado, vários pesquisadores (como Poincaré e Lorenz) já suspeitavam de algo "estranho" no eletromagnetismo, mas só o Einstein que conseguiu juntar as peças e realmente entender o que realmente estava acontecendo e que as transformações de Lorenz eram algo bem mais genérico do que inicialmente proposto.
 
Na minha preguiça de dar refresh no tópico antes de responder, acabei repetindo o comentário do Finwë. Ooops. Só não vou editar meu post anterior porque é feio.
 
Achei, na verdade ele antecipou os trabalhos de Einstein e Max Planck.
Breve resumo:
Josiah willard Gibbs, nasceu um 1839 e morou sua vida toda ao lado da universidade de Yale. Onde lecionava Fisica e Matematica.
Entre 1876 e 1878, escreveu uma série de trabalho geniais sobre termodinamica, resumidos num volume de nome Sobre o Equilibrio de Substancias Heterogeneas. Mostrou que a entropia (a tendencia de todas as coisas ao caos), podia ser escrita estatiscamente e aplicada em todas as coisas, de atomos a galaxias. E que quando levada ao valor máximo, fazia o sistema voltar ao equilibrio (como um quarto de tão bagunçado voltasse a ficar em ordem). A descoberta era genial, mas o Timido Gibbs decidiu publica-la numa revista editada pelo seu cunhado, [...] Desconhecida até em Connecticut.Ninguém leu, ninguém ficou sabendo.
[...]
De novo em 1901, escreveu um trabalho sobre comportamento das particulas atomicas. De novo, ninguém leu e em 1902-04, mas mesmas ideias seriam descobertas por Albert Eistein. Gibbs poderia ter ganho o Premio Nobel, mas morreu em 1903 quase desconhecido.

Bill Bryson, autor de Uma Breve história de quase tudo, o descreveu como: "o mais brilhante desconhecido da história"

Super interessante Edição 228 Julho 2006
tinha esquecido:dente:
 
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Legal Industrial! Fui procurar a biografia dele na Wiki e dei de cara com essa frase dele: "A mathematician may say anything he pleases, but a physicist must be at least partially sane." Isso basta para eu começar a gostar do sujeito *risos*
 
No caso do avião não se questiona o feito de Dumont que de forma muito inteligente fez a demonstração da primeira máquina que verdadeiramente foi capaz de voar sem nenhuma intervenção externa pra decolar numa grande vitrine mundial repleta de testemunhas que é a cidade de Paris.

Só que sempre alguém que se considera o inventor daquilo que foi apenas a base pra determinado invento acontecer, quer aparecer e buscar o reconhecimento como no caso do irmãos Wright.

Um dos casos que mais gera discussão e não se chega a consenso nenhum é justamente tentar levantar quem é de fato o verdadeiro inventor do computador.

Há quem considere por exemplo que a máquina mecânica de calcular do inglês Charles Babbage capaz de armazenar alguns bits de dados seja a verdadeira precussora do que chamamos de computador. Já outros so reconhecem somente máquinas que sejam elétricas que usavam relés eletromecânicos e outros somente a era eletrônica tendo a válvula como meio de armazenamento e processamento e assim vai.

A máquina analítica de Babbage em pleno século 19 era algo além do seu tempo. Sem usar eletricidade era considerada uma máquina fantástica pros padrões da época e que ele jamais conseguiu completar de tamanha a complexidade que era em concebe-la.
 
Última edição:
Acho que o computador não teve um inventor fixo, foi um copia de cá, melhora de lá até aparecer o ENIAC.

E enfim, muita desvalorização do conhecimento técnico-científico brasileiro.

E quanto às descoberta como relatividade e cálculo, a ciência (aquilo que se descobre) não é passível de proteção como a tecnologia (aquilo que se inventa), e ainda bem que é assim.
 
O comentário anterior vale para a maioria das invenções modernas -- dada a contribuição do corpo de conhecimento existente, é difícil encontrar um marco específico.

Agora sendo chato: se eu fosse escolher um computador moderno "prático", entre os primeiros exemplares computacionalmente completos, escolheria o Z3. Não apenas por ser anterior ao ENIAC mas também por usar programas armazenados em fitas perfuradas. Era por a fita com o programa e rodar, ao contrário do ENIAC que exigia reprogramação (ligando e desligando zilhões de cabos) a cada novo programa.
 

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