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Valeu pelos elogios, Mercúcio.
Na verdade, a minha perspectiva não deixa de ser histórica. O que eu não perco de vista é, tendo o referencial da Tradição, a nossa visão de Cristo que, para nós, tanto quanto era um profeta é DEUS. A partir daí eu nunca falo do 'Jesus histórico' como algo distinto do Crito, o Pantokrator, Rei do Cosmo. Pra mim o cristianismo consiste dessa dupla visão, a missão humana não existe sem a Divindade e esta se insere dentro da pregação do personagem histórico.
E é também por esses referenciais que, como a Loth colocou, certas coisas definidas depois, como a virgindade perpétua de Maria, a divindade do Espírito Santo, eu creio como fatos. Afinal, essas 'definições' nada mais eram que clarificações de verdades implícitas no Evangelho e na Tradição desde sempre. Claro que existe muita polêmica em torno do que é 'implícito', mas... seguindo o mesmo referencial, o da Tradição (reparem bem no 'T' maiúsculo), todas essas definições não foram atingidas fora de uma tradição teológica e de meditação espiritual de séculos, e não vieram do nada, mas também como uma resposta ao que era realmente 'novidade': as heresias, que, abalando o que foi sempre crido 'por todos, em todo lugar', conforme a fórmula de são Vicente de Lérins, era combatido conciliarmente. E baseada em novidades? Invenções? Não, baseando-se em um reflexão teológica e espiritual que se ancorava em uma Tradição de séculos.
Pro cristianismo das Igrejas de Alexandria, Roma, Constantinopla, Antioquia e Jerusalém, as maiores e mais importantes, os dogmas dos concílios eram dogmas muito antes da época de são Constantino. Os concílios apenas delimitavam, definiam, racionalizavam dentro de certos limites, o que foi sempre acreditado 'por todos, em todo lugar'.
Claro que romanos, ortodoxos e protestantes entenderão à sua maneira o sentido de 'Igreja católica' e mesmo 'heresia', mas só na Ortodoxia esse cânon tem grande autoridade teológica.
Na verdade, a minha perspectiva não deixa de ser histórica. O que eu não perco de vista é, tendo o referencial da Tradição, a nossa visão de Cristo que, para nós, tanto quanto era um profeta é DEUS. A partir daí eu nunca falo do 'Jesus histórico' como algo distinto do Crito, o Pantokrator, Rei do Cosmo. Pra mim o cristianismo consiste dessa dupla visão, a missão humana não existe sem a Divindade e esta se insere dentro da pregação do personagem histórico.
E é também por esses referenciais que, como a Loth colocou, certas coisas definidas depois, como a virgindade perpétua de Maria, a divindade do Espírito Santo, eu creio como fatos. Afinal, essas 'definições' nada mais eram que clarificações de verdades implícitas no Evangelho e na Tradição desde sempre. Claro que existe muita polêmica em torno do que é 'implícito', mas... seguindo o mesmo referencial, o da Tradição (reparem bem no 'T' maiúsculo), todas essas definições não foram atingidas fora de uma tradição teológica e de meditação espiritual de séculos, e não vieram do nada, mas também como uma resposta ao que era realmente 'novidade': as heresias, que, abalando o que foi sempre crido 'por todos, em todo lugar', conforme a fórmula de são Vicente de Lérins, era combatido conciliarmente. E baseada em novidades? Invenções? Não, baseando-se em um reflexão teológica e espiritual que se ancorava em uma Tradição de séculos.
Pro cristianismo das Igrejas de Alexandria, Roma, Constantinopla, Antioquia e Jerusalém, as maiores e mais importantes, os dogmas dos concílios eram dogmas muito antes da época de são Constantino. Os concílios apenas delimitavam, definiam, racionalizavam dentro de certos limites, o que foi sempre acreditado 'por todos, em todo lugar'.
Cânon de São Vicente de Lérins disse:"Perguntando eu com toda a atenção e diligência a numerosos varões, eminentes em santidade e doutrina, que norma poderia achar segura para distinguir a verdade da fé católica da falsidade da heresia, eis a resposta constante de todos eles: quem quiser descobrir as fraudes dos hereges nascentes, evitar seus laços e permanecer íntegro na sadia fé, há de resguardá-la, sob o duplo auxílio divino: primeiro, com a autoridade da lei divina e segundo com a tradição da Igreja católica.
Ao chegar a este ponto, talvez pergunte alguém: sendo perfeito como é o cânon das Escrituras e suficientíssimo por si só para todos os casos, que necessidade há de se acrescentar a autoridade da interpretação da Igreja?
A razão é que, devido à sublimidade da Sagrada Escritura, nem todos a entendem no mesmo sentido, mas cada qual interpreta à sua maneira as mesmas sentenças, de modo a se poder dizer que há tantas opiniões quantos intérpretes. De uma maneira a expõe Novaciano, diversamente Sabélio, Donato, Ário, Eunômio, Macedônio; de outra forma Fotino, Apolinário, Prisciliano; de outra, ainda, Joviniano, Pelágio, Celéstio ou Nestório.
Portanto, é necessário que, em meio a tais encruzilhadas do erro, seja o sentido católico e eclesiástico o que assinale a linha diretriz na interpretação da doutrina dos profetas e apóstolos.
E na própria Igreja Católica deve-se procurar a todo custo que nos atenhamos ao que, em toda a parte, sempre e por todos foi crido, pois isto é próprio e verdadeiramente católico, como o diz a índole mesma do vocábulo, que abarca em geral todas coisas.
Ora obtê-lo-emos se seguirmos a universalidade, a antigüidade e o consenso. Isto posto, seguiremos a universalidade se professarmos como única fé a que é professada em todo o orbe da terra pela Igreja inteira; a antigüidade, se não nos afastarmos do sentir manifesto de nossos Santos Padres e antepassados; enfim, o consenso, se na mesma antigüidade recorrermos às sentenças e resoluções de todos ou quase todos os sacerdotes e mestres.
O que fará, de acordo com isto, um cristão, se vir que uma pequena parcela da Igreja se desgarra da comunhão universal da Fé? Que há de fazer senão preferir a saúde do corpo inteiro à gangrena de um membro corrompido?
E que fará se o contágio da novidade se esforçar por devastar não já uma parcela, mas toda a Igreja Universal? Neste caso, todo o seu empenho será o de apegar-se à antiguidade, a qual não pode já ser vítima de enganos de novidade alguma.
E se na antiguidade mesma se descobrir o erro de duas ou três pessoas, ou até de alguma cidade ou província? Então o católico se esforçará a todo custo para opor à temeridade ou ignorância de uns poucos, os decretos, se os houver, de algum Concílio universal, celebrado por todos na antiguidade.
E se, finalmente, surgisse uma questão, sem que o nosso cristão católico tenha algum destes auxílios a seu alcance? Então procurará um modo de investigar e consultar, comparando-as entre si, as sentenças dos maiores, daqueles que mesmo vivendo em lugares e tempos diversos,por haver perseverado na fé e na comunhão de uma mesma Igreja Católica, foram tidos por mestres confiáveis; e o que eles, não um ou dois somente, mas todos à uma em consenso unânime, abertamente, repetidamente, persistentemente, houvessem sustentado, escrito, ensinado, – isso tenha ele entendido que há de crer sem dúvida alguma"
(S. Vicente de Lérins, apud Sigfrido Huber, Los Santos Padres / Sinopsis desde los tiempos apostólicos hasta El siglo sexto, Ediciones Desclée, De Brouwer, Buenos Aires: 1946, tomo II, p. 335-338).
Claro que romanos, ortodoxos e protestantes entenderão à sua maneira o sentido de 'Igreja católica' e mesmo 'heresia', mas só na Ortodoxia esse cânon tem grande autoridade teológica.
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