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Eventos Makoto Yukimura - Mangaká da 14ª semana

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Antes de lerem o post, quero deixar claro que não traduzi essa entrevista. Os créditos vão para Pedro Bouça, que me poupou desse trabalho.

Fonte:
http://www.interney.net/blogs/maximumcosmo/2010/03/05/entrevista_makoto_yukimura_vinland_saga/

Também tem um tópico antigo meu sobre um dos mangás do Yukimura:
http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=102985&highlight=Vinland+Saga


Makoto Yukimura tem garantido seu espaço dentro do mercado de quadrinhos adultos desde que estreou com a série de ficção científica hard (leia-se, a vertente do gênero aonde as leis da ciência são seriamente respeitadas) Planètes, criticamente aclamada e que chegou a ganhar versão animada pelo estúdio Sunrise. Em 2005 ele deu uma guinada para os quadrinhos para garotos com a aventura histórica Vinland Saga, publicado inicialmente nas páginas da revista semanal Shonen Magazine. No entanto, a sua dificuldade em manter o ritmo semanal o fez levar a série para uma antologia mensal – e surpreendentemente não foi a Shonen Magazine Mensal, que já publica títulos de aventura como Kaiouki, de Masatoshi Kawahara, e Bakumatsu Medaka-Gumi, de Akinori Endo e Hajime Jinguchi; Vinland estaria em casa entre esses títulos e a Magazine mensal é a terceira revista mais vendida do mercado japonês. Mas, não: Yukimura levou a série para uma antologia voltada a leitores maduros, a Afternoon (a mesma de Blade: A Lâmina do Imortal, de Hiroaki Samura). Vinland, que conta a saga dos vikings que pisaram em continente americano, consolidou a aclamação crítica de Yukimura e o fez ganhar vários prêmios dentro e fora do Japão; não foi a toa que ele se tornou o convidado especial do maior evento de quadrinhos do mundo, o Festival de Angoulême, na França.


Como você se interessou pela saga da Vinland?

Eu queria fazer um mangá a respeito da renúncia à violência, porque detesto violência. Mas para falar da não-violência, é necessário abordar a violência. Então decidi falar sobre os vikings.

Os vikings são bastante violentos, mas também têm necessariamente outras características. No caso, sua natureza de navegadores e exploradores, capazes de viajar para muito longe e descobrir Vinland, que hoje é a América.

Você se inspirou em diversos textos antigos cuja origem não é muito bem definida. Quanto tempo durou seu trabalho de documentação?

Na verdade, não há muitas sagas islandesas traduzidas para o japonês. Portanto eu juntei tudo que fui capaz de encontrar e fiz muita pesquisa. Isso levou cerca de um ano.

Você tomou muitas liberdades em relação aos fatos mostrados nesses documentos?

No que diz respeito às datas de nascimentos, mortes, batalhas, quando foi a invasão da Inglaterra, etc., eu mantive as datas reais. Mas para detalhes mais pessoais, como a história e comportamento dos personagens, eu inventei tudo.

No seu primeiro mangá, Planètes, seus personagens tinham muitos questionamentos: sobre o espaço sideral, sobre eles mesmos, os sentimentos humanos... De certa maneira, Vinland Saga também propõe diversas questões sobre assuntos ligados à história, como a morte ou o desejo de vingança. Você gosta de fazer seus leitores pensarem?

Eu não procuro necessariamente fazer as pessoas pensarem. Eu quero que eles reflitam junto comigo, porque estes são questionamentos que eu próprio me faço. E eu gostaria que os leitores fizessem o mesmo. Por exemplo, compreender o que é um “verdadeiro guerreiro”. A palavra “guerreiro”, em si, é bastante clara, mas quanto se põe um “verdadeiro” antes, é bem mais complicada de definir. Gostaria que as pessoas se perguntassem o que é um verdadeiro guerreiro.

Sua vontade de se tornar mangaka, e, de certa maneira, de realizar Vinland Saga, surgiu graças a Hokuto no Ken, não é verdade?

Sim! Você conhece Kenshiro, o protagonista de Hokuto no Ken? Kenshiro é alguém que derrotou centenas de inimigos, mas nunca mostrou orgulho por suas vitórias, nunca se vangloriou de ter vencido um combate. Na verdade, é um personagem que preferiria jamais recorrer à violência, se possível ele gostaria de evitar as lutas. Mas como a história se passa em um mundo pós-apocalíptico, ele é obrigado a lutar para proteger os inocentes. Mas não é isso que ele quer. Por esse motivo que eu o acho um herói fantástico.

Thorfinn, o protagonista do seu mangá, é um personagem fantástico também. Mas, diferente de Kenshiro, ele está envolvido de forma muito mais pessoal, por conta do seu desejo de vingança. A sua personalidade vai evoluir no decorrer da história?

Isso é segredo! Eu não posso contar! (risos) Mas, basicamente, eu quero que Thorfinn se torne um bom homem, um grande homem devido às suas qualidades. Quando eu era mais jovem... Aliás, isso vale para todo mundo (risos). Quando a gente é mais jovem costuma falar palavrões sabendo que isso vai chocar as pessoas ao redor, mas fala assim mesmo. Às vezes eu também brigava, fazia coisas desse tipo. Acho que, quando somos mais novos, fazemos muitas coisas repreensíveis. Não sei se eu já me tornei um bom homem ou não, mas espero evoluir junto com Thorfinn e me tornar também um bom homem, como ele se tornará no decorrer do mangá.

Devido à sua personalidade forte, Thorfinn se põe ao serviço do homem que odeia na esperança de vingar seu pai. Para você, um ato como esse denota superioridade de caráter ou é um sinal de loucura?

É a prova de que ele é completamente maluco! (risos) Pessoalmente, não conseguiria me imaginar permanecendo junto do responsável pela morte do meu pai.

No entanto, se você estivesse no lugar dele, como reagiria?

Abriria um buraco no barco de Askeladd (risos). Mesmo que eu quisesse me vingar eu não peitaria Askeladd de frente, mas continuaria querendo me vingar. Por isso faria um furo no barco dele, mesmo sendo covardia.

No seu trabalho, a gente percebe que você está muito interessado na vida cotidiana e nos sentimentos das pessoas. Por outro lado, em Planètes, a maior parte dos personagens não é de origem japonesa. Você é atraído por culturas diferentes da sua?

Sim, as outras culturas me interessam bastante. Devido ao meu trabalho, eu passo o tempo todo trancado no meu apartamento em Tóquio, então tudo que se passa do lado de fora me fascina. Se estou aqui em Angoulême, é porque queria conhecer a França.

Então, você viajaria muito se tivesse tempo e oportunidade?

Sim! Eu quero dar a volta ao mundo. Se tiver tempo! (risos)

Passar de uma história de ficção científica pra outra ambientada no passado é uma mudança um pouco radical, não?

Visualmente, há uma grande diferença no que diz respeito à parte gráfica, porque passar de naves espaciais para aldeias vikings é mesmo uma mudança radical. Mas no que diz respeito aos personagens, suas emoções, sua história, a diferença não é assim tão grande.

Realmente. Para aprofundar um pouco a questão, pode-se dizer que, apesar da evolução tecnológica, o passado e o futuro não são assim tão diferentes?
Mesmo com as grandes diferenças tecnológicas entre o passado e o futuro, tal como eu os mostro em meus mangás, quando a gente pega os seres humanos em si e tira sua tecnologia, iPod, etc., eu acho que os humanos de 10.000 anos atrás e os seres humanos que viverão daqui a 10.000 anos são exatamente os mesmos.

Para terminar: depois de ter realizado uma série ambientada no futuro e uma no passado, e, se eu entendi bem a sua conferência, após aquela em que vai falar das amazonas(*), você pretende contar uma história passada na época atual?

(risos) Sim, como eu nunca fiz isso, eu gostaria de tentar pelo menos uma vez desenhar uma história contemporânea.


  • Trabalhos:


  1. Planètes
  2. Sayonara ga Chikai no de
  3. Vinland Saga



 

Anexos

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Última edição:
Ler as idéias desse cara me decepcionou um pouco mas, não muda o fato de que Vinland é um dos melhores mangás que li na vida numa ambientação que faz qualquer fã da cultura nórdica pirar. Vou dar uma olhada nos outros trabalhos dele, porque se forem do mesmo nível devem ser excelentes.
 
Andei lendo Planetes (ainda não terminei) e digo que pode ser até melhor que Vinland, não na parte artística, mas no enredo.
 
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