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MAGOS, BRUXAS E FEITICEIROS: o Bem e o Mal na Literatura de Fantasia

Rosana Rios

Usuário
<div align="right"> <img style="margin: 5px; width: 145px; height: 150px; float: left" src="images/stories/rosana_rios.jpg" alt="rosana_rios.jpg" title="rosana_rios.jpg" width="145" height="150" /><em>They brought me her heart. I know it was hers &ndash; no sow&rsquo;s heart or doe&rsquo;s would have continued to beat and pulse after it had been cut out, as that one did.</em><br /> <strong>Neil Gaiman &ndash; Snow, Glass, Apples</strong><br /> </div> <p> &nbsp; </p> <div align="center"> <strong>Nota: se voc&ecirc; n&atilde;o leu O M&aacute;gico de Oz e Wicked, vai encontrar spoilers neste artigo.</strong><br /> </div> <p>&nbsp;</p><div align="justify"> &nbsp;&nbsp; &nbsp;Personagens praticantes de magia aparecem em hist&oacute;rias da tradi&ccedil;&atilde;o oral desde que o mundo &eacute; mundo. Muito antes que Harry Potter voasse em sua vassoura nas aulas de v&ocirc;o de Madame Hooch em Hogwarts, feiticeiros e feiticeiras j&aacute; andavam &agrave;s voltas com palavras de poder, encantamentos, vassouras e caldeir&otilde;es nos mitos e contos de fadas, as narrativas ancestrais que deram origem ao que hoje chamamos de Literatura.<br /> &nbsp;&nbsp; &nbsp;E, embora nessas hist&oacute;rias antigas os bruxos e bruxas tenham sido retratados com frequ&ecirc;ncia como personagens malignos, nem sempre isso aconteceu. Bem antes de a ideia de &ldquo;Mago do Mal / Mago do Bem&rdquo; ser personificada em Voldemort / Dumbledore, temos feiticeiras odiadas como Med&eacute;ia e Circe (mitologia grega), magos nefastos como o tio de Aladim (1001 Noites), e bruxas terr&iacute;veis como a madrasta de Branca de Neve (Irm&atilde;os Grimm); mas encontramos tamb&eacute;m magos benignos como Merlin nos mitos do Ciclo Arthuriano ou Gandalf&nbsp; na obra de J. R. R.Tolkien, e bruxas amb&iacute;guas como a da tradi&ccedil;&atilde;o oral russa, Baba-Yag&aacute;, que se apresenta ora com um aspecto maligno, ora com um aspecto maternal.<br /> &nbsp;&nbsp; &nbsp;O arqu&eacute;tipo da bruxa, ali&aacute;s, &eacute; caracterizado por essa ambiguidade: sua origem pode estar em antigas religi&otilde;es matriarcais, em que se venera a Deusa, a Grande M&atilde;e, que tanto pode doar vida como tir&aacute;-la. H&aacute; in&uacute;meros exemplos em variadas mitologias (Inanna, Ishtar, Astart&eacute;, Ceridwen), mas uma das figuras mais arquet&iacute;picas nesse sentido &eacute; a deusa Kali, do Hindu&iacute;smo &ndash; deusa da morte mas tamb&eacute;m da vida, terr&iacute;vel por&eacute;m necess&aacute;ria &agrave; manuten&ccedil;&atilde;o da exist&ecirc;ncia. Essa dualidade vai permear as figuras liter&aacute;rias que s&atilde;o suced&acirc;neos do arqu&eacute;tipo da M&atilde;e-Bruxa-Deusa atrav&eacute;s dos s&eacute;culos (seja em figuras femininas ou masculinas, devemos notar) e que s&atilde;o descritas como praticantes de magia, feiti&ccedil;aria, bruxaria &ndash; machos ou f&ecirc;meas. </div><div align="justify"> </div><p align="justify"> &nbsp; </p> </ br> Leia Mais...
 
De fato, é interessante levarmos em conta que as noções de Bem e Mal sempre foram muito superficiais entre os pagãos antigos. Isso foi ruindo conforme a doentia dualidade cristã foi se-nos impondo.

Com relação às bruxas, não é preciso de muito para ver que foram "demonizadas" na Europa pela Igreja, com o intuito de destruir o paganismo e isntaurar a nova religião. Assim, os deuses pagãos foram demonizados junto com seus sacerdotes e druidas. Mas as bruxas e seus feitiços, poções cntinuaram presentes de forma clandestina nessas sociedades.

Mas foi difícil atacar as crenças populares pagãs, que sobrevivem até hoje. E quem vai dizer que não conhece nenhuma boa velhinha com um bom conhecimento em ervas, chás que curam várias doenças e males?
O que? Sua avó é assim? Pois é... eis nossa bruxa, com o melhor do respeito e admiração que sinto por essas boas velhinhas.
 
Adorei! Realmente são coisas que estão de tal forma infiltradas na nossa cultura que simplismente a achamos normal. É que nem com os dragões, qunado fala-se neles logo imagina-se um ser malévico, nunca um bom dragãozinho que acende fogueiras e lareiras no frio:D

Interessante foi a respeito da branca de neve, até que faz sentido, vai ver que é por isso que o zangado não gostava dela, ele já desconfiava.

Chamar alguém de bruxa ou de dragão é uma ofensa, sinceramente se me chamasem de bruxa ficaria contente afinal sou alguém de grande poder, e se me chamassem de dragão ótimo sou um ser magnífico e símbolo de proteção.
 
Muito bom artigo! Gostei muito, parabéns :D

Bem, não gosto muito dessa coisa de história contada sobre outro ponto de vista. Tenho um livro cá em casa, que não sei se está editado no Brasil, chamado "O Último Anel" de Kiril Yeskov (clique aqui para a página do livro da editora portuguesa] que conta a história do Anel sobre o ponto de vista dos derrotados, os orcs de Mordor (Mordhor no livro). É horrivel, repugnante e tudo o mais. Posso estar a ser conservador, mas acho que esse tipo de livros carregam até um pouco de desrespeito ao autor.

Mas, pronto, como já disse, o artigo está muito bom.
 
acho q não é um desrespeito... não considerar a visão dos outros sobre um aspecto de forma diferente é mais como uma ignorancia (não querendo ofender logico) (A ignorância não mede o quanto você desconhece, mas sim o quanto você é preso a suas verdades.) O trabalho do autor deve logico ser preservado, mas preservar não significa proibir ou rejeitar o ponto de vista dos outros sobre a obra , penso q isso só enriquece ainda mais... se essa releitura das histórias for boa,tudo bem, se não for não precisamos critica-los, pois o q é ruim para uns pode ser bom para outros,(mas como se trata de um gosto cada um tem o seu) o jeito é se apegar aquilo q vc gosta XD

Não digo que seja um desrespeito total, disse só que, ás vezes, carrega um pouco de desrespeito. No caso desse livro que indiquei, é uma autor russo, e aposto quanto quiserem, que em parte, ele se sentiu ofendido por Mordor e as Terras Selvagens na Terra Média se encontrarem no Leste. É bem provável, até porque ele próprio fala da aliança do ocidente como um grupo de bárbaros, numa espécie de contra-ataque.

Acerca dos livros mencionados, não posso falar, mas mesmo assim, nao gosto muito dessas ideias x)
 
Última edição:
Amei esse texto e a forma como fala das bruxas, feiticeiras e dos personagens místicos em geral.:hihihi::joy:
 
Acerca dos livros mencionados, não posso falar, mas mesmo assim, nao gosto muito dessas ideias x)

Você não gosta porque as obras de Tolkien são bem dualistas, maniqueístas como já disseram aqui. Então, esse 'olhar pelo outro lado' desperta, claro, inquietude não só pelo nosso amor às obras mas pela forma como esse 'lado' aparecerá: sempre como 'mal'.

Em histórias mais humanas, subjetivas eu diria, dá pra olhar de forma diferente, gostar de uma história sem precisarmos de um anti-herói ou vilão como astro da versão original. Questão de perspectiva...
 
Esse artigo muito bom mostra sem perceber, ou até percebendo a percebendo, a perfeição de Tolkien que de já esplicou em livros, apendices etc, o porque de cada personagem... até Gandalf ao falar de Smigol esplicando a Frodo que até ele tem uma razão de ser, um papel e que pode ser necessário... Sempre que leio algo fico a procurar detalhes, saber mais e Tolkien foi o unico escritor que me completou (no sentido de responder a muiltas perguntas) a perguntas sem respostas mas é o mistério necessário para abrilhantar mais aida suas obras... sei que aqui não se fala tão somente de Tolkien mas senti necessidade de espor o que esse artigo me passou... amo e aprecio a muitos escritores, muitos mesmos, mas Tolkien pra mim é o escritor dos escritores!
 
Eu não sei se vocês leram a trilogia as fronteiras do universo de Phillip Pullman, mas lá tem uma parte que fala uma coisa bem interesante a respeito do bem e do mal é somente um ponto de vista, pois toda ação forma um ponto de divergencia que pode prejudicar muitos outros, como no caso do texto do post, fala desse ponto que diverge... agora acho que eu estou divergindo... bom mas o fat de falar de bem e mal é muito relativo, era isso que eu queria dizer!!! rssss8-O:blah:
 
Leiam:

-Para uma Genealogia da Moral
-Além do Bem e do Mal - Prelúdio de uma Filosofia do Futuro
-Assim falava Zaratustra - Um Livro para Todos e para Ninguém
-Aurora
-Ecce Homo
-O Anticristo - Ensaio de uma crítica do Cristianismo

Todos do Nietzsche.
 

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