OK, antes de começar, tenho que falar duas coisinhas.
Primeira: Ignorarei tudo o que foi dito pelo Oromë. Não que a visão dele seja inferior ou tenha menor valor que a minha. É só que ia ficar muito confuso e dispendioso tentar conciliar a minha visão e a dele (é, duas pessoas dificilmente pensam iguais, veja só. E isso não quer dizer que um foi mais amado por Deus que o outro), mas gostei muito de muitos dos pontos que foram por ele expostos. Isso significa que, apesar de tudo, é possível que eu acabe citando o posts dele
Segunda:
matheusrios, evite fazer posts duplos. Existe, no canto infeiror direito do seu post um botão chamado editar, que serve justamente para isso, para evitar a poluição visual, etc, etc, etc. Estamos conversados? Então vamos lá.
Não, não é verdade o que disseram sobre os homens não possuirem capacidade sub-criativa. Os homens também possuíam a capacidade sub-criativa, pois no livro O Silmarillion Tolkien diz que os nove Nâzgul eram todos homens, e que eles foram grandes reis, guerreiros e feiticeiros de seu tempo. E também o mais poderoso nâzgul era ninguém mais ninguém menos que o Rei dos Bruxos de Angmar. Então é claro que eles tinham a capacidade sub-criativa. O próprio Aragorn tinha um poder sobrenatural para a cura com as folhas de Athelas. Nenhuma erva possui um poder de cura tão grande quanto quando Aragorn as usava.
Algumas pessoas disseram nesse mesmo tópico que os homens que se tornaram feiticeiros foram influeciados pela malícia de Sauron e só conseguiram os seus poderes aprendendo magia negra. Mas isso não é verdade, nem todos os feiticeiros são malignos, uma vez que o próprio Gandalf se dizia um feiticeiro. Os homens possuiam uma capacidade sub-criativa muito pequena, que precisava ser desenvolvida. Alguns escolhiam o caminho do mal para aumentar os seus poderes, mas eu não duvido que se um dos hobbits que estavam na companhia de Gandalf pedisse para que ele os ensinassem a desenvolver os seus poderes ele o faria, uma vez que no livro "O Hobbit" Tolkien diz que os hobbits possuem pouco poder mágico.
Vamos lá. Os homens não tinham capacidade sub-criativa. Ponto. Esse era um dom inato dos filhos mais velhos, dos ainur e dos anões (quanto aos anões, não tenho plena certeza). Os homens, por sua vida breve tinham dentro de si uma inquietude, uma vontade de fazer tudo muito rápido, pois iam morrer logo. Essa inquietude muitas vezes era extrapolada em forma de grandes
inventos, engenhos, traquitanas, etc mas em nenhuma delas os homens colocavam o seu espírito, nenhuma delas era moldada de forma a se tornar algo inato a Arda e isso é a capacidade sub-criativa.
Aragorn possuía um resquício de energia sub-criativa. Não, eu não estou me contradizendo. Se formos analisar a linhagem de Aragorn ele era descendente dos reis de Gondor, que por sua vez, descendiam de Elendil, o Alto, que descendia de Silmarillië, que era filha do 4° rei de Númenor e, portanto, uma descendente de Elros, filho de um humano e uma elfa. Logo, Elros tinha uma pequena capacidade sub-criativa que ia minguando conforme ele (e seus descendentes) se reproduziam, uma vez que o sangue élfico ia ficando mais fraco.
Os nazgûl não eram, em sua totalidade, feiticeiros. De fato, o único que era sabidamente adepto dessas artes era o Rei-Bruxo. E, veja bem, bruxaria e feitiçaria são usadas, nesse coontexto, como sinônimos, significando uma mesma coisa: necromancia, que era a única "porta de acesso" dos homens à capacidade sub-criativa, utilizando a energia de um fëa separando-se do hröa.
Gandalf não era feiticeiro, muito menos era humano.
Hobbits eram homens evoluídos (biologicamente falando). Não tinham, portanto, capacidade sub-criativa. Essa magia a que você se refere deve ser aquela capacidade dos hobbits de sumirem rapidamente da vista das pessoas grandes, mas isso o próprio Tolkien explica, dizendo que somos muito lerdos
Dessa forma, como não possuíam capacidade alguma, os hobbits não tinham como aprender nada.
P. S: Beorn talvez não tenha conseguido os seus poderes através de Radagast, pois Beorn pode ser também um licantropo, ou seja, um homem que se transforma em animais (no caso, urso) uma vez que Tolkien diz que ele só podia se transformar em um urso. Mas ele pode ter sido transformado em um urso por Radagast ou ele foi mordido por um outro homem-urso. Troca-peles foi um termo que Tolkien usou para substituir licantropo, uma vez que o livro foi escrito para crianças.
Beorn e sua capacidade de mudar de forma só são citados n'O Hobbit. Convém lembrar que O Hobbit não é um livro que foi planejado inicialmente como integrante da "Saga do Anel", por assim dizer. Dessa forma, apresenta algumas inconsistências (Beorn uma delas).
Os Ainur, elfos e anões já nasciam com a capacidade sub-criativa, mas claro, eles já não nasciam tão poderosos como Galadriel era quando a Terceira Era estava terminando. No livro O Silmarillion, podemos ver que quando Galadriel foi para Doriath ela aprendeu com Melian, a Maia, a desenvolver os seus poderes e como se tornar uma pessoa sábia. Então é claro que a prática e o estudo ajudava a desenvolver o poder de um indivíduo.
Pode até ser, mas seria impossível para alguém sem muito poder sub-criativo desenvolver muito seus poderes. Coloquemos assim: Você nasce com um copo d'água com uma certa quantidade de água e não tem como enchê-lo. Se você usá-lo bem, você pode sobreviver por vários dias. Caso contrário você pode morrer logo. Mas não há como encher o copo. E, se houvesse uma maneira de enchê-lo, não haveria como aumentá-lo. Me fiz claro?
A mágica nas obras de Tolkien possui poucas diferenças em relação a mágica "comum" à qual estamos habituados, uma vez que em SdA vemos que Gandalf não podia lançar um feitiço sem material, como quando ele lançou jatos de fogo sobre os lobos e necessitou de algumas toras de madeira para fazê-lo. Também são necessários os comandos verbais e gestuais, como podemos ver na luta com o Balrog em Moria em que ele necessitou usar uma "palavra de Comando" para fechar a porta ou chacoalhar o seu cajado quando se utilizou da Chama de Anor.
É bem diferente. Uma coisa é você usar uma tora para fazer fogo. Nesse caso, a única coisa que falta é a energia de ativação (um faísca no caso). Outra coisa é você lançar raios da mão, fazer alguns gestos com uma varinha e matar alguém, etc. A "magia" em Tolkien é bem mais sutil.
Ora, como Aragorn possuía sangue élfico, é claro que ele tinha capacidade sub-criativa! Qualquer um sabe que mergulhar ervas curativas em água quente e lavar o ferimento com o ungüento é o suficiente para "estabilizar" qualquer ferida. O efeito da cura de Aragorn sobre Frodo foi bem maior do que somente estabilizá-la, uma vez que o livro explica que o hobbit não teria sobrevivido senão a ajuda de Aragorn. Ou seja, foi usado sim um pouco do poder de Aragorn enquanto ele curava Frodo e os outros enfermos de Minas Tirith, talvez inconscientemente. Não estou desmentindo o que disse, caro amigo, estou justamente salientando que os descendentes de Elros possuiam sim algum tipo de poder mágico, uma vez que possuíam sangue élfico, e que as demais raças humanas, como os bárbaros do sul, não possuiam nem poderiam atingir este tipo de poder, a não ser com uma pequena ajuda de Morgoth. Ou de Sauron.
Como já disse, tinha, mas era ínfimo. A diferença, talvez, é que Aragorn, por ter crescido em Valfenda, sabia usá-lo bem, mas só isso.
Todas as questões aqui abordadas são hipóteses e opiniões dos forumeiros, e nenhuma opinião pode ser considerada certa ou errada, a não ser que os próprios filhos de Tolkien venham até nos e se manifestem sobre o assunto.
É, mas um pouco de humildade é bom
Ela não é completamente diferente da magia à qual nós estamos habituados. Se não Tolkien não usaria termos como "encantamento", "magia", e "feitiço" em diversos de seus livros, principalmente o Hobbit e o Silmarillion. Não é necessário usar magia entre aspas, uma vez que no O Silmarillion ela é usada diversas vezes para designar o poder dos elfos. Não estou com o livro aqui agora, senão colocaria aqui a página para meu comentário ficar mais consistente, mas posso dizer que o estou relendo, e estou exatamente no capítulo "Beren e Luthien", e ele fala que o cão de Valinor, Huan, trouxe uma erva do campo a Luthien, e com ela curou Beren, que estava em grande necessidade, juntamente com os seus "dons de magia". Em várias outras partes do livro podemos encontrar esses termos, bem como em outras obras do professor.
Se fosse completamente diferente, Tolkien não usaria esses termos e a palavra sub-criatividade estaria ocupando o primeiro lugar nas palavras mais repetidas no livro. Se este é um termo errôneo para designar os elfos, a maneira de pensar de Tolkien é diferente da de muitas pessoas.
E ia ficar muito bonito um livro com, sei lá, 100 vezes as palavras "capacidade sub-criativa"... Você tem razão. Não é que Tolkien pensasse diferente. Ele só queria que seu mundo de fantasia fosse o mais verossímil possível. Isso pode parecer meio antitético, mas tirando uma coisa ou outra, você pode ver que é verdade.
O termo certo é capacidade sub-criativa. Foi citada pelo professor em uma de suas cartas. Vai discordar disso também?
Se o Fëa fosse completamente imutável, imagine só! Então você quer me dizer que Eru concendia muito poder a uns, e pouco poder a outros, e que ele discriminava suas obras? Pois eu vejo muita diferença no poder de Galadriel e no de Legolas. Ou seja, você está me dizendo que Eru, o equivalente ao Deus Biblíco, faz discriminação entre suas criações, pois para glorificar um e humilhar outros ele teria que gostar mais de um do que do outro.
Eru amava a todos igualmente, pois eram todos seus filhos. Está óbvio aí que entre os seres que possuíam a sub-criatividade, pode-se dizer que eles nascem todos com a mesma quantidade de poder, que ia se desenvolvendo enquanto ele crescia e aprendia a usá-lo e ia se tornando mais sábio. A razão de os elfos possuírem poder e os homens não, se deve ao fato de que eles não são da mesma raça, e os dons de uns compensam a fraqueza dos outros.
Com certeza Eru ama a todos igualmente, da mesma forma que o Deus cristão (em quem eu acredito, mas não vou levar a discussão pra esse lado, pois não é essa a discussão nesse tópico e nem nesse fórum). Mas para um Deus amar a todos ele teria que fazer todos iguais? Acho que não... Galadriel podia ser boa com sua "magia", mas Legolas era bom com o arco, Mathan era bom na forja, FIngolfin, na espada, etc. Isso não quer dizer que um era melhor que o outro. Só quer dizer que eles tinham habilidades diferentes