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Madame Bovary (Gustave Flaubert)

Itarillë

Usuário
Estou lendo esse livro, e o que mais me surpreende nele é que é muito real mesmo. Me identifico com muitas das coisas ditas nele, mesmo que ele tenha sido escrito há mais de 150 anos. É anacrônico por excelência.

E também, por ser considerado o primeiro do Realismo (o estilo na época ainda não era usado, ou quase nunca usado), então ele acabou por se tornar um livro sem aquele monte de estilismos que a gente encontra nos outros livros realistas.

PS: Foi mal se já existe um tópico igual no subfórum, mas eu usei o Pesquisar e não achei nenhum. Lavo minhas mãos! :aham:
 
Não tem não. Mesmo porque eu vi o tópico e pensei "Uouuu, algo diferente daqueles-livros-de-sempre". :grinlove:

Madame Bovary é fantástico principalmente por causa da Emma. No ponto de vista literário é uma peronagem brilhantemente desenvolvida. Ela tem necessidades, desejos, sentimentos de tudo quanto é tipo, o que a torna bem mais "real", digamos assim.

Um momento que eu nunca esqueço é quando ela joga florzinhas sobre o Carlos Bovary quando este está indo trabalhar. Esse momento é descrito de forma tão singela que não tem com ficar gravado.

É realmente lindo :grinlove:
 
Ana Lovejoy disse:
Não tem não. Mesmo porque eu vi o tópico e pensei "Uouuu, algo diferente daqueles-livros-de-sempre". :grinlove:

Madame Bovary é fantástico principalmente por causa da Emma. No ponto de vista literário é uma peronagem brilhantemente desenvolvida. Ela tem necessidades, desejos, sentimentos de tudo quanto é tipo, o que a torna bem mais "real", digamos assim.

Um momento que eu nunca esqueço é quando ela joga florzinhas sobre o Carlos Bovary quando este está indo trabalhar. Esse momento é descrito de forma tão singela que não tem com ficar gravado.

É realmente lindo :grinlove:

Eu adorei o livro. Tive mt pena do marido e da filha de Emma. O pobre coitado sempre se esforçava pra agradá-la e nada a satisfazia. Ele a divinizou até o último momento. Certamente Emma é uma personagem mt forte, determinada e ambiciosa, chegando mts vezes a ser egoísta pra conseguir o realizar seus sonhos. Eu considero Emma Bovary uma das personagens femininas mais marcantes da literatura.
 
Lady Undómiel disse:
Eu adorei o livro. Tive mt pena do marido e da filha de Emma. O pobre coitado sempre se esforçava pra agradá-la e nada a satisfazia. Ele a divinizou até o último momento. Certamente Emma é uma personagem mt forte, determinada e ambiciosa, chegando mts vezes a ser egoísta pra conseguir o realizar seus sonhos. Eu considero Emma Bovary uma das personagens femininas mais marcantes da literatura.

Emma é como todos nós: tem ânsias e muitas vezes não tem muitos "dedos" na hora de realizá-las. É uma mulher que poderia por alguns ser considerada a-que-sofre-por-nada, mas o mundo nos planta ilusões no coração através de muitos meios, e a gente quer realizá-los, muitas vezes não conseguindo distinguir o real do imaginário!

Ela é uma das minhas personagens preferidas. Maltratada e ao mesmo tempo a que maltrata, totalmente anti-maniqueísmo.

O Carlos dá muita pena sim, e a filha dela também (fiquei pensando depois que acabei, e isso foi ontem, como seria uma história que retratasse a vida de Berta), e o que fez isso com eles foram basicamente os desejos de Emma. Se ela tivesse se contentado com menos, ou não tivesse "alçado tanto vôo", quem sabe as coisas não poderiam ter sido melhores.

Outra personagem que me marcou foi o L'eureux. Ele engana até quem está lendo, pra depois dar aquele bote.

Ana Lovejoy disse:
Ela tem necessidades, desejos, sentimentos de tudo quanto é tipo, o que a torna bem mais "real", digamos assim.

Já li uma vez que o autor sentia a personagem de tal maneira, que quando ela se matou ele também sentiu o gosto do arsênico enquanto escrevia o trecho.

Além disso, se não me engano, quando perguntaram pra ele daonde ele tinha tirado um modelo tão convincente e complexo, ele disse: "Madame Bovary sou eu."

Acho que é isso que dá essa realidade toda a ela.

Enfim, nunca fui muito fã do Realismo, mas pra esse livro eu tenho que tirar o chapéu. É assustadoramente lindo.
 
Sim... sim.... tá aí um livro maravilhoso que me marcou muito... a Emma chega tão próximo de mim que as vezes me espanto... a obra é linda... envolvente interessante... tem todos os ingredientes para um livro perfeito... Ela realmente foi um pouco egoísta, mas acho que eu também seria... ela viu sua vida destruída por um casamento e tentou se libertar disso de qualquer maneira. Quem não faria o mesmo?....
 
Caramba, só mulheres por aqui!
Vou quebrar isso e dar uma opinião masculina sobre o livro!

Terminei de lê-lo ontem, depois de muitos percalsos que acabaram por me fazer gastar um mês para ler tudo.

Realmente é um livro fantástico! Não sou muito fã do Realimos, preferindo mais o estilo gótico e fantástico, mas Madame Bovary é uma leitura que desperta certos pensamentos, certos sentimentos.
Minha visão parece que foi diferente do pessoal aí de cima. Não vi Ema como a culpada de tudo, mesmo que ela tenha parte nessa culpa. Ela era gananciosa, mas tinha apenas a ganância comum daqueles que querem crescer e sonham com uma vida melhor, que necessitam de certa agitação na vida.

Carlos também foi muito culpado. Por mais que adorasse e amasse a mulher, Carlos era ingênuo demais e muito acomodado. Não entendia sua mulher, não compreendia suas necessidades, levava sua vida de médico, curando a todos, sem se dar conta da chaga aberta que tinha em casa. E era extremamente burro, afinal, quem é que deixa a mulher sair por aí, viajando com qualquer um sem desconfiar de nada?

Mas no livro não tem apenas os Bovarys. Tem muitos outros personagens tão marcantes quanto. Veja Hommais! Como eu odiei esse cara, desde sua primeira aparição!!! O típico interesseiro, que só se mostra amigo que lhe convém, mas que, assim que a maré muda, é o primeiro a recolher o barco e voltar pra casa!

E ainda tem uma passagem fantástica: o diálogo entre Rodolfo e Emma, que é permeado por trechos do discurso feito pelo representante do prefeito. Achei essa passagem fantástica! Por um lado as palavras de Rodolfo ludibriando Ema. Por outro lado (e ao mesmo tempo) as palavras do político ludibriando o povo. E ambos usando das mesmas técnica: elogios e exaltações, promessas e confições! Achei maravilhos como Flaubert compôs esse cenário e este diálogo!

Mas, apesar de ter adorado o livro, não gostei do final. Não sei bem ao certo o porquê, mas achei que
o envenenamento de Ema e sua morte formaram uma conclusão muito precipitada.
Claro que mostrou aquela coisa do tipo, ela queria sempre mais, mas se mostrou fraca quando foi necessário e acabou por se matar. Mas, mesmo assim, acho que ela merecia uma lição diferente ao fim. E ainda acho que ela deveria ter dado uns pegas no Justino.
Mas enfim, é o Realimos, né?
 

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