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Machado de Assis

A propósito, a resposta é a B. De nada, Maycom. Espero que ajude nos seus estudos

Season 6 Episode 3 GIF by Parks and Recreation
 
Eu gosto do outro tópico porque nele, se não estou enganada, fui chamada para falar sobre Casa Velha. Se eu estiver confundindo os tópicos, sorriam e acenem. :assobio:
 
Superlativos são perigosos.
Machado é bom... muito bom!
Mas o melhor de todos? Existe um "melhor de todos"?
Ingleses não diriam Shakespeare?
Italianos não diriam Dante?
Espanhóis não diriam Cervantes?
Gregos não diriam Homero?
Alemães não diriam Goethe?
Taí um joguinho legal, dá caldo pra um tópico próprio, alguém se habilita?
(Fico só imaginando uma versão regional disso: Paulistas não diriam Mario de Andrade? Alagoanos não diriam Graciliano? Paraenses não diriam Dalcídio Jurandir?, ad infinitum...)

Admito, no ensino médio tinha um preconceito enorme com Machado de Assis. Não porque ele fosse negro (naquele tempo nem sabia nem iria me importar com isto), mas na época de escola eu alimentava um ranço por tudo que fosse canônico e, pior, incensado pela academia e associado com a tralha didática.
Até que um dia, por feliz acaso, me peguei lendo uns contos dele numa edição porcaria da martin claret. Calou fundo um conto, bem despretensioso na verdade, onde o Machado, através de uma trama da qual não lembro direito, dava várias versões de um mesmo acontecimento utilizando-se de vários estilos (o nome do conto é "Um cão de lata ao rabo". Na medida em que fui lendo pude perceber toda genialidade do Machadão. Ele simplesmente antecipou o mote de um livro de Raymond Queneau, "exercícios de estilo", sendo que Queneau é considerado um expoente da literatura vanguardista experimental iniciada na metade do século XX!!!
Bah!, quem se importa? Machado é o melhor!
 
Quem é Alissolão, que já chegou de sola no tópico? :lol:
Sou macaco velho, Béla. O negócio é que só agora me cadastrei no fórum. Visito e "conheço" o povo daqui faz um bom tempo. Devido aos escrúpulos (não sou fã da obra de Tolkien, apenas admiro medianamente o trabalho do cara) evitei entrar antes. Agora, onde encontrar gente falando sobre literatura, animes e filmes na internet? Os blogs são geralmente muito restritos; as redes sociais, muito superficiais. O Valinor é mais que um fórum, é praticamente um serviço público brasileiro.
Aliás, muito prazer!
 
Sabe que eu percebi que nunca comentei sobre Machado no fórum? Este é mais um ator que eu conheci nos tempos de escola devido a leitura obrigatória. Cheguei a ler Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba e talvez mais algum livro.

Eis um ator que acabei abandonando depois das leituras obrigatórias. Talvez muito por terem me imposto a ler e acabei não tendo muito interesse em acompanhar depois. Gostei dos livros na época, mas nunca cheguei a fazer a releitura.

Sou macaco velho, Béla. O negócio é que só agora me cadastrei no fórum. Visito e "conheço" o povo daqui faz um bom tempo. Devido aos escrúpulos (não sou fã da obra de Tolkien, apenas admiro medianamente o trabalho do cara) evitei entrar antes. Agora, onde encontrar gente falando sobre literatura, animes e filmes na internet? Os blogs são geralmente muito restritos; as redes sociais, muito superficiais. O Valinor é mais que um fórum, é praticamente um serviço público brasileiro.
Aliás, muito prazer!
Bem vindo ao fórum.
 
Sou macaco velho, Béla. O negócio é que só agora me cadastrei no fórum. Visito e "conheço" o povo daqui faz um bom tempo. Devido aos escrúpulos (não sou fã da obra de Tolkien, apenas admiro medianamente o trabalho do cara) evitei entrar antes. Agora, onde encontrar gente falando sobre literatura, animes e filmes na internet? Os blogs são geralmente muito restritos; as redes sociais, muito superficiais. O Valinor é mais que um fórum, é praticamente um serviço público brasileiro.
Aliás, muito prazer!

Parece um misto de Giuseppe com algum usuário antigo daqui que pediu exclusão há mais de dez anos :lol:
 
Confesso que só depois de adulto criei interesse pela obra do Machadão. Gosto daqueles edições pocket da L&PM. Tipo essa aqui que eu comprei numa banca. 71BnZHovlvL.jpg
 

Se interessar a alguém, um longo texto que faz um apanhadão geral sobre a questão da cor do Machadão, o que dizem seus biógrafos, o que diziam seus contemporâneos, e não chega a lugar nenhum, mas o que importa aí é o percurso :hihihi:
 

Calma, não deixaremos de ler Machado só por causa da lista da Fuvest​




Retrato de Machado de Assis
Retrato de Machado de AssisImagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Estive de férias durante as últimas semanas. Acompanhei por cima certas discussões que rolaram nos meios literário e editorial durante esses dias. Uma delas foi a da decisão da Fuvest de colocar apenas mulheres entre as leituras indicadas para as provas dos anos de 2026, 2027 e 2028.

A escolha se tornou pública no início de dezembro. A discussão engrenou na segunda quinzena do mês. Entre cartas abertas, um punhado de argumentos razoáveis e a habitual gritaria, uma choradeira me deixou encucado: a de que pessoas não leriam mais um Machado de Assis ou um Lima Barreto simplesmente porque esses autores ficaram de fora da lista do vestibular.

Se alguém só lê um Graciliano Ramos, para pegar outro nomão, a fim de sacar qual é a resposta certa numa determinada questão de alguma prova, estamos muito mal. E estamos mesmo muito mal. Muita gente encara a leitura dessa forma: uma obrigação enfadonha para, quem sabe, tirar uma nota legal.


Essa leitura dirigida para uma finalidade específica, acertar um teste que averiguaria o que alguém entendeu de um livro, me parece o oposto da leitura aberta e repleta de possibilidades que a literatura proporciona. A interpretação da arte não deve ser encarada assim, como algo bem fechadinho. Lê Machado — ou Lima, ou Graciliano — buscando por meras respostas para gabaritar uma prova? Tenho pena de você.

Quem, no entanto, se desesperou pensando que ninguém mais lerá alguns de nossos clássicos porque eles deixarão de ser cobrados num vestibular durante alguns anos, pode ficar tranquilo. A formação de leitores e o possível interesse pela obra de grandes escritores vai muito além da preparação para se fazer uma prova ou outra.

Podem apostar: há milhares brasileiros que amam Machado independentemente da relação — talvez de ódio — que nutriram com o Bruxo durante os anos escolares.

A decisão da Fuvest automaticamente jogou alguma luz em nomes como o de Nísia Floresta, que assina "Opúsculo Humanitário", de 1853. Também intensificou os holofotes que já iluminavam autoras como Conceição Evaristo e, com uma força menor, gente importante que segue na ativa. Falo da moçambicana Paulina Chiziane, recém-premiada com o Camões, e da angolana Djaimilia Pereira de Almeida, vencedora do Oceanos de 2019. Clarice e Lygia, incontornáveis, seguem em cima do palco do vestibular.

A tendência é, sim, que leitores, pesquisadores e editores deem mais atenção à obra dessas artistas. Com o tempo, talvez tenhamos a oportunidade de mergulhar nesses nomes e discutir o espaço que ocuparam ou ocupam na literatura brasileira e a pertinência de seus trabalhos para nossos dias. É sempre mais produtivo quando o debate acontece olhando a fundo o que há nos textos de cada autor ou autora.

E não se enganem. Também virão as leituras pouco entusiasmadas, que mais afastam do que aproximam os estudantes de ótimos livros. Enquanto isso, os homens que fazem parte do nosso cânone literário seguirão reverenciados entre aqueles que apreciam a literatura, não há razões para se preocupar.

Deveríamos mesmo é pensar em como fazer com que mais leitores mergulhem em livros pelo simples prazer da leitura, do exercício intelectual, não pela obrigação de acertar um teste numa prova qualquer.

 

Que vídeo maravilhoso!
O comentário que ele faz sobre a passagem da ópera do Marcolini, que discutíamos no outro tópico, sobre Shakespeare como um grande plagiário, opondo à valorização do gênio o trabalho intelectual e a apreensão crítica da tradição... coisa linda.
 

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