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"Lucíola" (José de Alencar)

Estou lendo esse livro, porque é pré-requisito para um vestibular... Mas sabe que estou até gostando das descrições que José de Alencar faz?

O tempo no livro é quase sempre psicológico, com grandes usos de “flash-backs”. O Rio de Janeiro é o espaço físico onde se desenvolve o romance. O autor retrata a sociedade de sua época, quando o Rio de Janeiro era a capital do Império, apontando alguns aspectos urbanos negativos. José de Alencar era um forte crítico social. Paulo era um rapaz do interior, que foi para o Rio de Janeiro conhecer a corte. Poucos dias depois de sua chegada, um amigo de infância chamado Dr. Sá o leva à festa da Glória. Lá, Paulo percebeu a diferença existente entre sua vidinha provinciana e a vida luxuosa na corte. No meio da festa, porém, uma bela mulher chamou sua atenção. O que mais lhe impressionou nessa mulher foi o seu jeito de "ingênua castidade". Dr. Sá, entretanto, ao perceber o engano do amigo, explicou para ele que aquela mulher era uma prostituta de alto luxo. Mesma sabendo disso, ela não saiu de sua memória.

Fonte: Shvoong

É curioso como algo escrito há tanto tempo (há quase 200 anos!) ainda permanece ajustado a realidade hoje... Não os costumes, mas os valores... Parece que nos repetimos em pré-conceitos, por anos, anos e anos...

Alguém já leu?
 
Eu Li Amélie e gostei muito. José de Alencar é um dos meus escritores favoritos, embora o ache por vezes enfadonho na maneira que ele descreve objetos e lugares. Lucíola é poesia, prosa e realidade, uma delícia de ler. Lembro-me de uma parte em que ele narra um beijo entre Lucíola e Paulo, simplesmente lindo!

Lúcia tinha razão. Aqueles beijos, não é possível que os gere duas vezes o mesmo lábio, porque onde nascem queimam, como certas plantas vorazes que passam deixando a terra maninha e estéril. Quando ela colou a sua boca na minha pareceu-me que todo o meu ser se difundia na ardente inspiração; senti fugir-me a vida, como o liquido de um vaso haurido em ávido e longo sorvo.

Havia na fúria amorosa dessa mulher um quer que seja na rapacidade da fera.

Sedenta de gozo, era preciso que o bebesse por todos os poros, de um só trago, num único e imenso beijo, sem pausa, sem intermitência e sem repouso. Era serpente que enlaçava a presa nas suas mil voltas, triturando-lhe o corpo; era vertigem que vos arrebatava a consciência da própria existência, alheava va um homem de si e o fazia viver mais anos em uma hora do que em toda a sua vida.
 
Eu morro de vontade de ler, mas acabo sempre deixando para depois. Sabe que eu não odeio muito o Alencar, tenho até uma ótima impressão dele pelo Senhora. Vou ver se encontro em pocket ou algo assim :think:
 
[align=justify]Esse livro é bem característico do Romantismo brasileiro. É uma história que mexe bastante com a contrução do feminino, da mulher enquanto receptáculo da beleza e da quase divindade da musa. O marcante dessa obra é realmente o uso de uma personagem tão diversa como Lucíola para justamente explorar essa multiplicidade de significados e representações que a mulher tem para os românticos.
O fato de Lucíola ter um histórico de "mulher-da-vida" contrastando com seus anseios pessoais de casar-se e apaixonar-se, enfim, de viver um amor a moda romântica; é o que dá o tom ao livro, é o que faz a trama andar, se desenvolver. O escândalo, as aparências, o status da sociedade brasileira da segunda metade do século XIX como obstáculos a essa mudança de Lucíola, que, dando espaço para o amor (aquele belo e ideal amor romântico) tenta mudar o rumo de sua vida.
[/align]
 
Estou lendo Lucíola, ainda tentando entender o porquê do nome do livro, já que o nome da guria é Lúcia :think:

Eu não sei se José de Alencar tem o estilo de falar com o leitor, como é feito por Machado de Assis? Tem uma passagem a qual achei linda e o Alencar "Fala" com o leitor:

Mas, a senhora lê e eu vivia; no livro da vida ñ se volta,qdo se quer,a pág. já lida,p/ melhor entendê-la; nem pode-se fazer a pausa necessária à reflexão_Os acontecimentos nos tomam e nos arrebatam às vezes tão rapidamente q nem deixam volver um olhar ao caminho percorrido.

Essa citação do livro é uma explicação do José para quando Paulo
vê diante de si Lucia nua.Na hora Paulo não sabe como reagir pelo susto que levou XD
Tb me assustei, afinal, José descreve a guria como um anjo e de repente tchã está toda pelada e "quente".

Fugindo um pouco do assunto, qts vezes tem uma situação que nos deixam sem chão que nem sabemos como agimos...Como escreveu José, na vida é ali, o agora e foi, diferente no livro que podemos ler e reler uma situação inusitada para melhor compreendê-la. Assim, no livro podemos ter n interpretações dos acontecimentos, no entanto, na vida real o entendimento é só um, qdo estamos vivendo a situação...depois, bem depois, que as ideias vão para o lugar e pensamos de como poderíamos ter se comportado de uma forma melhor..ou não. :seila:


Estou no comecinho do livro, curtindo :traça:
Só estou com pena da Lucia, nota-se como é triste por não ter uma família =(
 
Faz tanto tempo que li este livro... Eu era adolescente quando li. E foi por livre e espontânea vontade que peguei na biblioteca pública. Lembro de ter gostado. Ao contrário de Senhora que me deu irck!
 
Curti a reflexão do Alencar:

"Era um livro muito conhecido-A dama das camélias.Ergui os olhos para Lúcia interrogando a expressão de seu rosto. Muitas vezes Lê-se, ñ por hábito e distração, mas pela influência de uma simpatia moral q nos faz procurar um confidente de nossos sentimentos, até nas páginas mudas de um escritor.Lúcia teria, como Margarida, a aspiração vaga para o amor?""

Muitas vezes a gente se vê compartilhando do mesmos sentimentos de tal personagem, isso é bem bacana :joy:

Tb fiquei com vontade de ler "A dama das camélias"!

Não sei como acabou a história da Margarida com o Armando na história,A dama das camélias, mas deve ter sido um final mais feliz do que para Lúcia =/
 
Lucíola é um excelente livro. Além de marcar traços sociais muito característicos da época em que foi escrito, apresenta uma história cheia de emoção e conflitos em decorrência de um amor quase impossível. Vale a pena ler :sim:
 
Roubei o livro da minha irmã que nunca gostou de ler e só comprou por obrigação, mas li por espontânea vontade. Aliás, acho que a espontaneidade na leitura de clássicos é a melhor coisa pra diminuir a birra que as pessoas tem com eles. Não acho muito interessante isso de fazê-lo "à força". Eu, particularmente, adoro a maioria... mas talvez o fato de nunca ter sido obrigada a ler esses livros tenha me ajudado bastante a não ter algum trauma.

Enfim, o começo é um pouco lento, mas logo consegui pegar o ritmo da leitura e gostei dela. Nunca li "Senhora", mas pelo visto... tenho medo o_O Mas como sou curiosa, algum dia o faço.
 
Eu li esse livro na adolescência, lembro que me causou forte impressão. Hoje em dia não aprecio muito as obras que representam o romantismo, porém carrego boas recordações dessa leitura.
 
Sempre tive vontade de ler mais sempre ia deixando pra depois, esse mês finalmente comprei e está prontinho em cima da cabeceira pra ser lido...Alencar também é um dos meus autores preferidos, gosto do jeito como detalha as sensações dos personagens e dos lugares, dele já li Iracema, Cinco Minutos, a Viuvinha e Senhora (o melhor..rs), também são ótimas leituras. :)
 
Sou muito fã do José de Alencar e já li vários livros dele. Lucíola é um ótimo livro, mas sempre confudo ele na minha mente com A dama de camélias, as tramas são um pouco parecidas. Tenho que lâ-lo novamente, para relembrar.
 
Re: "Lucíola" (José de Alencar)

Desculpem "ressuscitar" o tópico, mas eu gostava muito da trama de "Luciola"... porque colocava a uma prostituta como personagem principal... sem contar que no século XIX, a maioria das prostitutas devem ter "surgido" da forma que Lucia "surgiu"... a maioria não acordava um belo dia e pensava "Vou me tornar prostituta".

Numa época em que "moça de familia" se "guardava para o casamento" e mesmo mulher casada não tinha muito direito a vida sexual sem ser para reprodução, e onde as prostitutas eram "mal necessário" porém "execradas", quem fazia a divisão de papéis eram os homens.
 

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