Elessar Hyarmen
Senhor de Bri
Durante a campanha de Dilma Rousseff para a Presidência da República, o jornalista Ricardo Batista Amaral, então trabalhando na assessoria dela, ouviu a seguinte frase durante uma entrevista: “O mundo mudou, o Brasil mudou e eu mudei. Mas nunca mudei de lado.” A partir dessa declaração de Dilma, Amaral começou a pensar em contar a trajetória da presidente.
“Havia percebido que a imagem que as pessoas tinham dela havia sido formada a partir de três pontos: a luta contra a ditadura (enfatizada com a foto, então inédita, do interrogatório em 1970, que estampa a contracapa da publicação), a luta contra o câncer e seu papel como uma gestora forte e eficaz”, conta ele.
Dilma eleita, Amaral, que trabalhou um ano ao lado dela, tirou o time de cena. Passou o primeiro ano do governo dela entrevistando (cerca de 50 pessoas) e pesquisando, trabalho que resultou no livro A vida quer é coragem – A trajetória da primeira presidenta do Brasil. O jornalista político, mineiro radicado há quase 30 anos em Brasília, volta hoje a BH para noite de autógrafos na Livraria Mineiriana.
Amaral diz que seu trabalho passa ao largo de uma biografia não autorizada. “Não é um livro partidário, mas não escondo minha admiração por ela. Na verdade, trata-se de uma grande reportagem, que é como ganho a vida, pois traz o processo histórico que levou à eleição da primeira presidente do Brasil”, explica. O autor entrevistou familiares, amigos e companheiros de Dilma. No entanto, ela não foi procurada por Amaral. “Optei por manter certa distância em relação ao discurso oficial. Dessa maneira, deixei claro que esse livro traz a minha visão.”
Contexto A narrativa é cronológica. Na parte inicial, Belo Horizonte, onde Dilma começou sua militância durante a ditadura militar, tem destaque. “Esse período da história do Brasil é marcado por estereótipos. Não quis fazer julgamento de nada, e sim apresentar o contexto para que o leitor fizesse seu próprio juízo. Era necessário reconstituir o ambiente social, cultural e afetivo em que ela foi criada. Para mim, essa parte foi uma das mais prazerosas do projeto, pois sempre quis escrever sobre a minha cidade”, revela o jornalista.
Sobre esses primeiros anos de Dilma – da vida no Bairro São Pedro ao Colégio Estadual Central –, Amaral conversou com o compositor Márcio Borges, o cineasta Helvécio Ratton e o ex-deputado Nilmário Miranda, bem como o primeiro marido dela, Cláudio Galeno, que hoje mora na Nicarágua. Ele também entrevistou o segundo marido, o advogado gaúcho Carlos Araújo, companheiro de militância e de PDT.
“É importante os jovens entenderem que a vitória da Dilma não é um raio no céu azul. Mesmo que a Presidência não tenha sido seu objetivo, pois nunca havia pensado nisso até 2008, ela tem opções políticas muito claras desde jovem”, observa o autor. Amaral buscou como recurso narrativo entrelaçar dados da vida pessoal de Dilma Rousseff com a história do país nos últimos 50 anos. “Seja de maneira local, regional ou nacional, em todos os momentos ela teve participação na história brasileira”, lembra.
Para Amaral, a escolha de Dilma para suceder Lula não foi opção pessoal do ex-presidente, como muitos acreditam. “Acho que foi uma escolha natural, pois a contribuição dela para o governo Lula foi fundamental”, conclui.
Optei por manter certa distância em relação ao discurso oficial. Dessa maneira, deixei claro que o livro traz a minha visão
diz,Ricardo Amaral, jornalista
Fonte: http://www.divirta-se.uai.com.br/ht..._sessao=7&id_noticia=50665/ficha_agitos.shtml
__________________________________________________________________________________________________________________
Não sei se é exatamente aqui que posta este tópico ou se é na política.
Para os admiradores da Dilma, talvez seja um livro interessante de ter.