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Notícias Livraria Cultura fecha três lojas físicas

dermeister

Ent cara-de-pau
Jurava que tínhamos um tópico exclusivo para a crise da Livraria Cultura (como aquele da Saraiva), mas tudo que encontrei foram referências nos tópicos sobre assédio aos funcionários, e compra (e venda) da Estante Virtual.


Mas enfim, segundo essa matéria do Valor Econômico (mirror) ela está fechando três lojas grandes em shoppings, duas em SP e a única de Curitiba.

Essa do Shopping Curitiba era gigantesca antes de dar uma baita encolhida depois da crise. Chegamos a fazer vários eventos da Toca-PR nela, tinha um teatro muito prático dentro que serviu para um monte de eventos de outros grupos nérdicos curitibanos também (coisa como as palestras e mesas redondas do especial de 50 anos de Doctor Who em 2013 e eu lembro de ter participado de pelo menos um evento do Conselho Jedi PR lá).

Detalhes nessa matéria da Banda B:

Banda B disse:
Após nove anos e em crescente crise financeira, Livraria Cultura anuncia fechamento de unidade em Curitiba
A Livraria Cultura veio para Curitiba em 2011 e chamava a atenção pelos seus cerca de 3,1 mil m²

Por Redação com Folhapress em 04 de fevereiro, 2021 as 20h19.


A unidade da Livraria Cultura no shopping Curitiba, a única na capital do Paraná, irá fechar as portas. O coronavírus e as vendas online seriam os principais responsáveis pela crise financeira que levou à decisão.

A Livraria Cultura veio para Curitiba em 2011 e chamava a atenção pelos seus cerca de 3,1 mil m², ocupando um grande espaço em um dos shoppings mais tradicionais da cidade. As atividades em outras duas unidades, nos shoppings Villa-Lobos e Bourbon, um de seus principais cartões de visita em São Paulo, também foram encerradas na última semana, em meio a uma crescente crise financeira.

Em São Paulo, isso significa o fechamento de metade das unidades que a rede ainda tinha dentro de shoppings. Continuam ativas as lojas do Iguatemi e do Market Place, que está em reformas, e a instalada no Conjunto Nacional. A crise obrigou a rede a terminar suas operações em quatro cidades brasileiras nos últimos meses.

“Desde março de 2020, devido a todas as restrições impostas pela crise da Covid-19, iniciamos negociações com todos os nossos locadores para que tivéssemos condições comerciais adequadas à nova realidade e pudéssemos manter nossas lojas de maneira sustentável”, informou a empresa em nota. “Apesar dos esforços de todos os lados, o prolongamento da crise e a falta de previsibilidade nos fez tomar a decisão.”

A empresa vem enfrentando uma série de crises desde 2016, quando começou a preocupar parte do mercado editorial com indícios de problemas financeiros. Em 2018, após atrasos de pagamento a editores, a livraria entrou com um pedido de recuperação judicial.

No ano passado, com a chegada da pandemia, a crise da Cultura só aumentou. Em setembro, parte dos credores rejeitou mudanças no plano de recuperação judicial da empresa, com anuência do juiz responsável pelo caso. Um impasse judicial surgiu daí, e o risco de falência segue à espreita.

Além dessas unidades fechadas na última semana, a rede encerrou recentemente sua operação em três cidades -Brasília, Ribeirão Preto e Campinas, as duas últimas no interior paulista.

A nota da Cultura afirma que o coronavírus e as vendas online “trazem desafios adicionais para o modelo tradicional das livrarias a médio e longo prazo”. “Parte importante do faturamento das lojas vinha de eventos, noites de autógrafos, atividades culturais, gastronômicas e obviamente de contato social. Infelizmente, não acreditamos que tais atividades voltarão com força ainda em 2021.”

A nota afirma ainda que o plano da Livraria Cultura é voltar a ter lucro ainda neste ano para conseguir sair do processo de recuperação judicial e, por isso, revisa o funcionamento das lojas e serviços físicos, priorizando aqueles que trazem retorno a curto prazo. A rede promete lançar novos projetos em março e aumentar a integração dos meios digitais.

Assim como a Cultura, a Saraiva há anos também enfrenta uma série de crises e um processo de recuperação judicial. Só entre janeiro e novembro do ano passado, a rede fechou metade das 72 lojas que tinha no começo de 2020.
Fonte: https://www.bandab.com.br/nacional/...a-livraria-cultura-fecha-unidade-em-curitiba/ (mirror)
 
Frequentei muito essa unidade do Shopping Bourbon, enquanto morei em São Paulo, porque ficava bem perto de onde eu morava, na Avenida Francisco Matarazzo. Gostava bastante dessa livraria. Mas sabendo da crise da Cultura, já havia me perguntado quanto tempo ela iria durar. :(
 
O fechamento dessas livrarias infelizmente será igual ao que foi de cinemas tradicionais nos anos 80 e 90. Algo irreversível.
 
Acho que quando eu fui em São Paulo eu visitei essas duas unidades da Cultura. Essa do Bourbon tenho quase certeza que sim.

Mas enfim. Uma pena... A Cultura é um espaço muito legal. Podia ficar horas ali dentro.
 
Eu frequento a Cultura de Poa desde 2003, quando inaugurou. Eu tinha recém começado o curso de Letras (2002). Até hoje vou lá pelo menos uma vez por mês (exceto durante o auge da pandemia)... Espero que não feche, porque se eu tiver de ir apenas à Saraiva, o Jeff Bezos vai me ganhar de vez (ô livraria ruinzinha hein!). :dente:
 
Eu frequento a Cultura de Poa desde 2003, quando inaugurou. Eu tinha recém começado o curso de Letras (2002). Até hoje vou lá pelo menos uma vez por mês (exceto durante o auge da pandemia)... Espero que não feche, porque se eu tiver de ir apenas à Saraiva, o Jeff Bezos vai me ganhar de vez (ô livraria ruinzinha hein!). :dente:
Bamboletras e Taverna estão te mandando um "oi, sumido".

Não frequento muito, por ser longe de onde eu moro, mas a Cultura é certamente a livraria mais completa de Poa. Eu gostava da FNAC também. De vez em quando aparecia um livro esgotado no meio da estante, e ainda por cima, a preço de banana... Lembro que comprei a edição da Companhia de "A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy" por R$ 5,90. Essa edição não se acha nem na Estante Virtual, e as edições antigas da Nova Fronteira estão custando mais de R$ 200,00...
 
Bamboletras e Taverna estão te mandando um "oi, sumido".
É que eu frequento muito o Iguatemi + Bourbon Country. Mesmo morando hoje em dia um pouco mais perto do Praia de Belas. Me criei no Iguatemi e prefiro ir praqueles lados de lá aos fins de semana. Antes da pandemia eu ia tipo um sábado sim, um sábado não.

Mas taí... Se a Bamboletras e a Taverna ainda existirem, posso dar um pulo por ali de vez em quando, depois que a situação normalizar. ^^
 
Mensagem recebida agora há pouco por Whatsapp, dias depois de ter feito compras na Cultura:

Olá Luis, tudo bem?
Aqui é Viviane, da Livraria Cultura.

Chegou alguns Livros que eu acho que você pode se interessar.

Posso te mandar algumas fotos?

Fiquei assim: o_O
Se vão spammar meu zapzap, quero mais é que vão à falência! :rofl:
 
tá virando moda spam de zap, esses dias coloquei uns produtos no carrinho do ecommerce das casas bahia e desisti da compra... no outro dia da manhã um vendedor (robô?) de lá me mandou um zap perguntando se eu queria fechar a tal compra
 
sobre a cultura tenho um carinho enorme por ela pois quando me mudei pra SP capital (2007) fiz uns cursos no edificio Conjunto Nacional e no térreo tem a livraria cultura mais charmosa aqui de SP com teatro e tudo o mais.
Tinha na época uns puffs que ficavam espalhados em uma rampinha e era o foco da galera dos escritórios para ler (cochilar) durante o almoço.
Comprei poucos livros lá pois na nossa amiga internet quase sempre é mais barato, usava lá pra folhear e depois comprar on-line.
Talvez esse seja um dos motivos da falência de tal empresa.

Na foto onde tem essa escada de madeira que o pessoal está sentado ficavam os diversos puffs.

1024px-Livraria_Cultura%2C_Avenida_Paulista%2C_S%C3%A3o_Paulo%2C_Brazil.jpg
 
sobre a cultura tenho um carinho enorme por ela pois quando me mudei pra SP capital (2007) fiz uns cursos no edificio Conjunto Nacional e no térreo tem a livraria cultura mais charmosa aqui de SP com teatro e tudo o mais.
Tinha na época uns puffs que ficavam espalhados em uma rampinha e era o foco da galera dos escritórios para ler (cochilar) durante o almoço.
Comprei poucos livros lá pois na nossa amiga internet quase sempre é mais barato, usava lá pra folhear e depois comprar on-line.
Talvez esse seja um dos motivos da falência de tal empresa.

Na foto onde tem essa escada de madeira que o pessoal está sentado ficavam os diversos puffs.

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Vai ser triste se essas imagens ficarem só na nostalgia. É uma excelente unidade deles.
 
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Reactions: fcm
eu nem moro mais no BR mas só de ler a manchete fui correndo ver se a de PoA está fechando. eu ia ficar bem triste caso fechasse.

Aliás, fun fact totalmente aleatório: a FNAC é francesa e segue uma empresa muito forte na França, no estilo 'lojas gigantes nas cidades e e-commerce que vende até a mãe'. Fui na Fnac semana passada e comentei com uma vendedora que costumava ter FNAC no Brasil mas com o Brasil se afundando lindamente ela resolveu sair, e eu fiquei triste porque gostava. Ela ficou surpresa. Não tinha nem ideia que jamais havia tido FNAC no Brasil. Eu comentei que não só tinha como era bem forte até.

Eu curtia muito a FNAC do Barra Shopping Sul.

Mas é isso aí como o Calib disse: O Bezos está destruindo as livrarias, uma por vez.

Aqui na França (eu JURO que não quero soar pedante falando isso) as livrarias de bairro são muito legais - já vi umas assim em PoA e espero que elas não sejam devoradas pelo capitalismo selvagem - por deixarem bilhetes escritos à mão pelos donos e/ou funcionários (talvez até clientes, não sei) nas capas dos livros com uma pequena recomendação sobre como o livro é, a quem ele vai agradar, como ele tocou a pessoa, etc. Também já vi uma livraria com a proposta de livro-surpresa: são livros completamente escondidos em um papel pardo de forma que tu não tenha como adivinhar que livro tem dentro. Só o que tu consegue ver é o preço, uma recomendação escrita à mão no próprio papel pardo que esconde o livro, e claro o quanto ele pesa.

Tem uma livraria minúscula em PoA em frente ao Moinhos que tem os bilhetes, e a TAG faz mais ou menos, de uma forma diferente, essa coisa do 'surpreenda-me'. Acho isso tudo tão simpático.
 
#RIP Cultura. O fim de uma era. Eu frequentava a Cultura aqui de Poa desde a inauguração. Deu pra ir sentindo a coisa degringolar aos poucos, a loja perder espaço e cada vez ter menos variedade de acervo, etc. Mas ainda não se compara a nenhuma Saraiva da vida, que só vende best-seller, autoajuda e livros técnicos enfadonhos (Direito, Administração... argh). :flag:
 
Sim. Há poucos meses, estive na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. E era nítido o estágio de decadência. Era mesmo questão de tempo...
 
A água já estava acima da linha da cintura há tempos. Infelizmente bateu a asfixia no limite máximo da ponta do nariz.
Mais um entrar nas nossas listas de saudade :(.
 

A história da livraria Cultura se confunde com a história do País. Nasceu justamente depois do pós-guerra como uma biblioteca circulante de livros estrangeiros. Ideia da filha de imigrantes judeus da Alemanha, Eva Herz, que fugiu do nazismo que queimava livros.

Quando a Rua Augusta era o polo da moda paulistana, ela se mudou para o Conjunto Nacional e passou a vender livros brasileiros com um novo sócio, o filho Pedro, de onde se expandiu, ganhou carisma, viveu o período conturbado da ditadura, censura, perseguições, exílio.

Logo virou ponto de encontro e descontentamento de acadêmicos, escritores, jornalistas, poetas que se reuniam aos sábados para vislumbrar a volta da democracia e o fim da censura. Pedro parecia um homem fechado, de poucas palavras, mas nada disso: era sério, revoltado e obsessivo, porém amigável. Queria popularizar o livro. Queria que as pessoas de um país com baixo índice de leitura lessem.

Atravessou como todo empreendedor as diversas crises de uma economia caótica. A inflação comia os sonhos pelas bordas, inviabilizava o mercado editorial. Então, veio o milagre. Na redemocratização, o conhecimento, ou melhor, o livro se tornou objeto de consumo.

Coleções como Primeiros Passos e Cantadas Literárias explodiram nas vendas. Editoras correram atrás do atraso e publicaram enfim livros antes censurados. Veio o fenômeno da autoajuda. Veio o barateamento da editoração e, enfim, o Plano Real.

Com o dólar barato, a pequena livraria se expandiu. Lançar livro nela era sinal de prestígio. As noites de autógrafo eram concorridas, filas imensas. Por vezes tinham três lançamentos no mesmo dia.

Ocuparam o espaço em frente do gigantesco Cine Astor. Passou a ter três andares numa arquitetura belíssima com um teatro (Eva Herz), café, ala infantil. Não cabia em si. Entrou no e-commerce. Ocupou outros espaços do Conjunto Nacional: uma loja apenas para livros da Companhia das Letras, do Instituto Moreira Salles, outra para livros de línguas, outra para o público geek, e a antiga loja para livros de arte. Chegou a administrar as duas salas de cinema abaixo, o antigo Cinearte.

O consumo desenfreado da estabilização da economia levou a inauguração de shoppings. E cada um tinha de ter uma livraria, a essa altura chamada de megastore. Abriram uma filial espetacular no Recife Velho, e não satisfeitos, abriram tempos depois outra na cidade. Abriram no Rio, Porto Alegre, lojas gigantes, com o conceito de tornar o espaço de venda de livro um passeio familiar. Passou a ter 15 lojas.

A ambição deu um passo em areia movediça. Vieram a Amazon, Submarino, o e-book, o dólar alto e a desorganização do Estado. Grandes redes de livraria faliram, como Siciliano, Saraiva, Fnac, e lá fora a Barnes & Noble americana, e a Waterstones inglesa, que chegou a ter 283 lojas.

A regra do mercado mudou. As grandes quebravam, as pequenas cresciam. Uma era se foi. É difícil fazer negócios no Brasil. É difícil planejar, atrever. Alguns apontam a ambição desmedida do grupo. Mas em todo sonho tem a intervenção de delírios. Seria maravilhoso se a expansão desse certo. Ninguém torceu contra. Porém, vivemos o milênio de grandes transformações.
 

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