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Literatura e Futebol

Melian

Período composto por insubordinação.
O título do tópico já diz (quase) tudo. Vamos comentar sobre os melhores textos literários que abordam, de alguma forma, o futebol, que vocês já leram. Para quem ainda não é 'iniciado' neste tipo de literatura, sugiro a leitura de "A eterna privação do zagueiro absoluto", de Luis Fernando Verissimo, que é um livro excelente.

Para começar...

Quem já falou comigo por, pelo menos, dois minutos, sabe que Literatura e Futebol são duas das minhas grandes paixões. Sabe que vou ao Mineirão, que xingo, que grito, que choro, que fico em êxtase, que fico deprimida, etc.

Tenho amigos que dizem que quando querem falar comigo, no msn, procuram, na lista de contatos, por alguém que use um nick que tenha alguma ligação com futebol ou livro.

Um amigo, certa vez, tomou um esporro de uma de suas amigas porque ela estava usando "Capitu" como nick e ele pensou que fosse eu. (Engano ainda mais justificado para quem sabe que eu amo Machado de Assis).

Hoje (18/01/2011, já que o texto deste tópico foi devidamente surrupiado do textinho do tópico homônimo que criei na Valinor), quando estava voltando do trabalho, acabei sendo surpreendida ao passar em uma banca de revistas (só para dar aquela olhadinha básica. Só para ficar babando nos gibizinhos da Marvel. Ok, eu dei uma espiadinha no encadernado de aniversário de 75 anos da DC :oops: ). Vi o trequinho da Bravo!, com o título "Literatura & Futebol", e, senti aquela empolgação boba, a empolgação que uma criança sente quando vê o presente nas mãos dos pais.

Ri com as caricaturas dos escritores, algumas, como sempre, impagáveis e inconfundíveis. Depois, li 'os melhores contos, poesias e crônicas sobre o esporte, por uma seleção de grandes autores brasileiros'. Só então, li, um por um, o nome dos escritores cujos textos compõem o livro. Na verdade, não li 'um por um', imediatamente. Procurei, em um primeiro passar de olhos, Luis Fernando Verissimo e Nelson Rodrigues, pela tradição desses escritores como cronistas de futebol. Quando vi que seus nomes figuravam entre os outros, procurei por um terceiro, que não encontrei, e, confesso, fiquei decepcionada.

Comprei o livro, mesmo assim. Cheguei em casa e, mesmo com uma dor de cabeça infernal, fui dar uma rápída olhada. Já li o livro, com exceção de três crônicas, que pulei, sem remorso. :lol: (mas voltarei nelas, outro dia qualquer).

A apresentação do livro, feita por Marcelo Moutinho, ficou bem interessante, uma vez que ele decidiu fazer uma pequena síntese da opinião de alguns escritores sobre o futebol, incluindo as opiniões negativas.

O destaque do livro fica, a meu ver, por parte de Clarice Lispector (botafoguense!) e sua provocativa e divertida crônica, em resposta a Armando Nogueira, que disse que trocaria uma vitória do Botafogo por uma crônica de Clarice sobre futebol.

Eu poderia falar, também, sobre o poema de João Cabral de Melo Neto :grinlove:, mas acho que não seria surpresa para ninguém, já que é de conhecimento geral que ele foi jogador - volante -do seu time do coração (América de Recife) e foi campeão estadual juvenil pelo Santa Cruz, em 1935, antes de jogar, de vez, para escanteio (com o perdão dos trocadilhos) os gramados.

Também acho interessante destacar a presença de textos de escritores que despontaram nos últimos anos (Geração de 90). Não consigo expressar tamanha felicidade que senti ao ver uma crônica do Tezza (mesmo que ele torça pelo Furacão :disgusti: ) no livro, assim como senti ao ver textos de: Flávio Carneiro, Marcelino Freire, Glauco Mattoso e Marcos Caetano.

Ah! Eu falei, no início do post, sobre a falta de um escritor no livro que me desapontou, né? Na verdade, são dois. O primeiro é Roberto Drummond. Pelo amor de Deus! Nem vou falar sobre as demais maravilhosas obras dele, mas falo sobre seu trabalho como cronista esportivo. Ele merecia, sim, que uma de suas crônicas fosse incluída no livro (e nem precisaria ser "Oração do Atleticano", "A cegueira da paixão", "Branca e preta é a minha pele", dentre outras. Poderia ser uma que ele falasse sobre futebol de modo geral, não sobre a sua (dele, e minha!) paixão em preto e branco: o Clube Atlético Mineiro).

E para quem pensa que minha indignação é porque eu sou atleticana, não é. Também fiquei desapontada (feito um lápis esquecido no apontador) de não ter, no livro, "Declaração Alviverde (por um poeta atleticano)", do Leminski. Meu melhor amigo é torcedor do Coxa, e uma das coisas que colocamos na nossa lista de 'coisas para fazer antes de morrer' é que nós vamos a uma partida do Coritiba no Couto, quando eu for para Curitiba; e nós vamos a uma partida do Galo, no Mineirão, quando ele for para BH (no tópico 'original', eu coloquei 'vier' para BH. Eu sei, o 'vier' é tão wtf? Além disso, desse jeito, fica parecendo que eu vivo em BH, né?)
 
Ah então aqui não podemos deixar de falar sobre o deliciosamente fanático "Febre de Bola" do Nick Hornby!!

Bom quem acompanha meus posts por aqui sabe que ou fanzaço do Hornby, mas a verdade é que esse livro é simplesmente apaixonante para quem curte futebol. Somos apresentados a uma espécie de autobiografia encharcada de fatos futebolisticos!

Quem não usa campeonatos/derrotas/um penalti no fim do jogo contra o maior adversário para se lembrar de datas? Quem nunca contou alguma mentirinha para outra pessoa apenas para assistir/ouvir um jogo?

Vemos que nossa mania de achar aquele jogo na 2ª rodada (de 38) contra o penultimo colocado do campeonato estadual do Acre como ABSOLUTAMENTE importante, digno de cancelar compromissos?

Enfim... um livro de fanático para fanáticos! Ou melhor: de torcedor para torcedor!!
 
Nelson Rodrigues é insuperável. Pela sua caneta, qualquer partida de futebol ganha contornos épicos, como se ali, no gramado, o destino da humanidade estivesse em xeque. À sombra das chuteiras imortais e A pátria em chuteiras possuem as melhores crônicas sobre futebol que já li.

Carlos Drummond de Andrade também deixou-nos maravilhas sobre o futebol, tanto em poemas quanto em crônicas, a maioria reunidas no seu Quando é dia de Futebol.

Outro livro, também muito bom, Bola na rede: A Batalha do Bi, de Stanislaw Ponte Preta. Um relato das partidas no Brasil na Copa de 62, feito com a comicidade habitual de Sérgio Porto.

"... Voltou Pelé, e sinto informar que está na ponta direita, inteiramente sem função. Parece até o Tancredo Neves. Quem faz das tripas coração é o Garrincha, correndo pelo centro, mas não se pode negar que o time está meio apavorado. No entanto, isto é praticamente um jogo ganho. Deus queira que não me engane, pois não terei tempo de mudar estes escritos, antes de entregá-los ao homem que remete nossos trabalhos para o aeroporto... "*

* Sobre Brasil 0 x 0 Tcheco-Eslováquia
 
Ah então aqui não podemos deixar de falar sobre o deliciosamente fanático "Febre de Bola" do Nick Hornby!!

Bom quem acompanha meus posts por aqui sabe que ou fanzaço do Hornby, mas a verdade é que esse livro é simplesmente apaixonante para quem curte futebol. Somos apresentados a uma espécie de autobiografia encharcada de fatos futebolisticos!

Quem não usa campeonatos/derrotas/um penalti no fim do jogo contra o maior adversário para se lembrar de datas? Quem nunca contou alguma mentirinha para outra pessoa apenas para assistir/ouvir um jogo?

Vemos que nossa mania de achar aquele jogo na 2ª rodada (de 38) contra o penultimo colocado do campeonato estadual do Acre como ABSOLUTAMENTE importante, digno de cancelar compromissos?

Enfim... um livro de fanático para fanáticos! Ou melhor: de torcedor para torcedor!!

Esse tá na lista, também gosto de futebol e pelo que o pessoal fala, esse livro é um dos melhores sobre o tema...
 
Principalmente para os palmeirenses como eu, mas também para os gostam de conhecer as histórias do futebol, indico o livro Palmeiras Campeão do Mundo - 1951 de Fernando Razzo Galuppo.

Ver anexo 10335

Este livro conta os detalhes de uma das maiores conquistas de nosso futebol, após a desilusão pela perda da Copa do Mundo de 1950. Vale a pena conhecer.
 
Até hoje "Jogo Sujo: O Mundo Secreto da FIFA" se tornou a minha publicação preferida, já que a grande maioria dos livros de literatura futebolística são biografias de jogadores, treinadores e de clubes.
 
Sou fã de história da 2ª guerra e de futebol, se você é tambem, apenas leia este livro!

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Estou há mais de seis meses sem ler nada no segmento futebolístico. Sempre bom dar uma olhada nos comentários e sugestões de vocês.
 
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"Desenganado pelos médicos, um cronista esportivo de oitenta anos, testemunha dos anos dourados do futebol brasileiro, tenta se reaproximar do filho com quem brigou há um quarto de século. Toda semana, em pescarias dominicais, Murilo Filho preenche com saborosas histórias dos craques do passado o abismo que o separa de Neto. Revisor de livros de autoajuda, Neto leva uma vida medíocre colecionando quinquilharias dos anos 1970 e conquistando moças que trabalham no comércio perto de sua casa, no bairro carioca da Gávea. Desde os cinco anos, quando a mãe se suicidou, sente-se desprezado pelo pai famoso. Como nos romances anteriores de Sérgio Rodrigues, há um contraponto de vozes narrativas. Entremeado com o relato principal, transcorre o livro que Murilo escreve sobre um extraordinário jogador dos anos 1960 chamado Peralvo, dotado de poderes sobrenaturais e que teria sido “maior que Pelé” se não tivesse encontrado um fim trágico. A alternância entre o realismo da história de Neto, seco e desencantado, e o realismo mágico da história de Peralvo sinaliza a perícia de Sérgio Rodrigues, um dos narradores mais habilidosos de sua geração. O personagem do velho cronista é o veículo de uma celebração da história do futebol raras vezes empreendida pela literatura brasileira. Murilo Filho, porém, é mais do que isso. Com atraso, como se tomasse um drible, Neto entrevê nas frestas da narrativa do pai - e o leitor, um pouco antes dele - um sombrio segredo de família e um episódio tenebroso dos porões da ditadura militar."
 
Com atraso, como se tomasse um drible, Neto entrevê nas frestas da narrativa do pai - e o leitor, um pouco antes dele - um sombrio segredo de família e um episódio tenebroso dos porões da ditadura militar

Esse livro parece ser muito bom!
 
Para quem gosta da parte mais tática-técnica do futebol tem o A Pirâmide Invertida, que é tipo uma bíblia da tática do futebol, com um foco histórico, desde os primórdios do esporte. Tenho, mas ainda não o li.
 
A única coisa que não recomendaria aqui nesse segmento é Washinton Olivetto. Como escritor ele é apenas um ótimo publicitário. Nada além disso.
 
Está para ser lançado em breve:
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Resenha da Editora​


Neste romance do jornalista e escritor brasileiro Xico Sá, a narração de um jogo de futebol, lance a lance e minuto a minuto, na perspectiva de alguém em campo – o goleiro –, mesclando-se a fragmentos de memória e inquietações desse personagem tão central em um time.

Em A falta, de Xico Sá, o protagonista é o camisa 1 de um time de futebol. Grande fã do esporte, tendo trabalhado muito tempo como jornalista esportivo, Xico mergulhou fundo nesse universo. No entanto, este romance literário vai além: não se trata apenas de um belo conjunto de referências históricas e futebolísticas, mas também conduz o leitor a temas mais humanos e subjetivos, como a pressão sobre atletas (e todos os profissionais dos quais se exige alta performance), a aproximação da aposentadoria, propósito, desejos e aspirações, paternidade, os relacionamentos e as frustrações acumulados ao longo de uma vida e, enfim, o amor.

“Xico Sá não é apenas o grande cronista do complexo afeto brasileiro sempre em rebuliço, é um romancista sensível e original – seu Big Jato é imenso, um dos grandes romances deste século. Neste A falta, o escritor vai além, articula, entre o sonho e a condenação do erro humano, um poderoso espelho a que todas e todos correspondemos. Um livro que, pela potência de sua simplicidade narrativa (a simplicidade narrativa que só algumas raras pessoas conseguem compor), envolve, instiga, comove.” - Paulo Scott

Sobre o Autor​

XICO SÁ nasceu no Crato, Ceará, em 1962. Começou a carreira de jornalista no Recife, e atuou muitos anos como repórter investigativo. Foi colunista da Folha de São Paulo, além de comentarista de programas de TV. Fez parte da bancada do programa esportivo “Cartão Verde” da TV Cultura, junto com o jornalista Victor Birner, o apresentador Vladir Lemos e o ex-futebolista Sócrates. Integrou também parte da bancada do “Saia Justa”, programa exibido pelo canal a cabo GNT e capitaneado por Mônica Waldvogel. Atualmente participa do programa “Amor e Sexo” da Rede Globo, apresentado por Fernanda Lima. Faz também parte do programa “Papo de Segunda”, no GNT, com Marcelo Tas, João Vicente de Castro e Leo Jaime, além de contribuir semanalmente com uma coluna na edição brasileira do jornal El Pais. É autor de diversos livros, incluindo Big Jato(2012) e Os machões dançaram(2015). A falta é seu primeiro romance no selo Tusquets.
 
A falta: Memórias de um goleiro parece ser um livraço! Pena que o preço tá bem salgado. Quarenta reais, na Amazon! 😱
 
O próximo da minha fila nesse gênero que devo ler até o final do ano é um sobre a Copa 42. É ficcional como tantos outros, mas gosto de ler obras do tipo "como seria se...." e ainda mais sendo de Copa do Mundo.

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