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[Lindoriel][E na escuridão aprisioná-los][L]

Verdade, tem esse trecho! :mrgreen: Mas na época q eu fiz, pensei em usar o termo "Morgoth" pela boca do Sauron pq assim ficaria mais claro ao Celebrimbor que o Sauron servia ao terror e não era "bonzinho", rsrsrsrs!! Só pra por mais terror ainda nele antes da tortura.

Já em Númenor ele só usa o termo "Melkor" justamente pq queria pagar de bonzinho rsrsrs!!

Abraços e obrigada por ler! :D
 
Obrigada pela review Chava ^^

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XI - O isolamento de Mairon

Por alguns segundos, o Maia não sabia o que pensar. Ainda não cria que havia perdido o Anel. Maquinalmente, passou a procurá-lo dentre os corpos caídos na batalha e em seu próprio "fána", mas foi em vão. Ele sabia: se sua mão estava sem o dedo, isso apenas significava que alguém se atraíra por seu anel de ouro e o capturara.

Em desespero, mesmo que apenas em "fairë", Sauron tomou as têmporas com as mãos e gritou. Perdera sua melhor essência, a qual colocara no Anel. Estava perdido. Tudo estava lá, a esperança de trazer a Melkor de volta, seu poder e força vital, tudo. Que faria?!

Nunca fora de seu perfil perder a calma e a racionalidade, mas perder o Anel era algo com o qual não contava. Perder o "fána", perder qualquer coisa, era ainda recuperável se tivesse o Anel. Mas sem ele... tudo, absolutamente tudo, estava perdido.

- Malditos Eldar! Malditos Edain! Tinham de ter-me tirado justamente o que mais precisava!

E ficou procurando, em desvairado ódio, quem havia descoberto seu segredo. Ninguém...! Ninguém nunca o descobrira! Nem mesmo em Númenor alguém sabia do real poder do Anel-mestre! Nem Celebrimbor nos tempos antigos soubera dele! Então... quem?!

Apenas um, dentre todos, sabia da funcionalidade do Um Anel. E ele não estava em Eä.

Melkor.

Seria possível que Melkor estava com ciúmes do poderio que ele, Sauron, adquirira após a queda do mesmo?! Será que pensava que, uma vez Senhor do Escuro, o Maia nunca mais retornaria o poder a seu anterior senhor?

"Não é possível...!", pensou de si para si. "Ele nunca poderia agir, preso no Vazio como está. Além do mais, sou o único que tem contato com ele...! Nem os Balrogs restantes, nem ninguém sabe onde e como Melkor está!"

Mas aquela semente de dúvida se plantara em seu espírito. Ora, se ele próprio conseguia penetrar no Vazio, o tal não era tão "intransponível" assim...!

No entanto, os Edain lutariam por Melkor? Tomariam a seu Anel para Melkor?! Como?! Bem... se ele saíra de Valinor para juntar-se a Melkor, por que não poderiam alguns Edain fazer o caminho contrário?

"Ele seria capaz de me atraiçoar dessa maneira?! Aquele a quem um dia ele chamara de filho?!"

A desconfiança da Escuridão tomava até mesmo os Senhores do Escuro; nenhuma afeição poderia ser realmente genuína dentro dela. Mas Sauron considerou a hipótese tão hedionda, que balançou a cabeça, transtornado.

"Não! Ele não faria isso. Eu fiz um templo a ele, eu fingi ser algo que não era para que os Valar me libertassem e eu pudesse salvá-lo, eu...! Não! Ele não me trairia dessa forma. Foi coisa dos Eldar! Mesmo sem saber do que é capaz meu Anel, algum deles - ou um Edain, que seja, se é que aqueles inúteis mortais são capazes de pensar o suficiente para tal com seus cérebros débeis - se sentiu atraído pelo poder que dele emanava, e quis me espoliar! Malditos! Ah, mas isto não fica assim!"

Injuriado, ferido como nunca antes, o Maia se refugiou somente em "fairë" na floresta de Dol Guldur, enquanto não podia fazer um novo "fána" a si. Resolveu esfriar a mente ali, enquanto fingia dar aos Edain e Eldar uma trégua. Observaria ao mundo mais uma vez, retraindo-se, deixando-se perder a batalha a fim de ganhar a guerra. E descobriria onde estava seu Anel, afinal de contas.

OoOoOoOoOoOoO

Mesmo desconfiando de Melkor no começo, Sauron tinha de dar satisfações a ele. Afinal de contas, havia-lhe reportado anteriormente que haveria uma enorme guerra contra a Última Aliança. E lhe devia explicações e resultados, caso contrário o Vala caído o esperaria em vão. Não podia fazer isso. Era leal, afinal de contas, apesar do coração negro.

Como o Anel, mesmo após ter sido tirado de si, ainda possuía muito poder, ele ainda podia fazer as visitas a Melkor - mesmo que somente em "fairë" - e um dia, após um tempo que parecia demasiadamente longo até mesmo para os Ainur sem ver a seu senhor, ele decidiu lá voltar.

Quando o Maia chegou, Melkor o olhou com tais olhos de felicidade, sendo Sauron seu único elo com o mundo físico em Arda, que o Maia até mesmo se sentiu em remorso por ter desconfiado que seu pai quisesse lhe roubar o Anel. Após as reverências corriqueiras, Sauron foi chamado para sentar-se com Melkor, como costumeiro, para contar-lhe o que estava ocorrendo na Terra Média.

- Você parece ter-se ausentado mais tempo que o habitual - ele disse, ainda sorrindo, a seu filho - Mas tudo bem, você deve ter estado muito ocupado lá. Agora me diga, como estão as coisas?

- Não vão bem... - e isso o Maia disse abaixando os olhos, diminuindo assim um pouco da alegria de seu senhor em revê-lo.

- Por que não...?

- Perdi a guerra e meu "fána" outra vez.

- Ah...! Mas Elrond e aqueles malditos Edain estavam assim tão fortes?

- Estavam, infelizmente. Me refugiei na floresta de Dol Guldur, planejando o que fazer em minha volta...

- Bem. Não fique muito preocupado. Por mais graves que as coisas possam estar assim, você tem seu poder concentrado naquele Anel de ouro, e não em Arda, como eu fiz. Assim pode se recuperar quantas vezes quiser.

Sauron tentou não demonstrar, mas sentiu ainda mais pesar. Melkor estava contando com o poder do Anel... e com a perda do mesmo, todos os planos ficavam ainda mais atrasados. Percebeu, ainda mais consternado, que seu senhor contava consigo... e se ele lhe relatasse sobre a perda do Um, tudo seria ainda pior. Como se já não bastasse estar preso há tanto tempo naquele Vazio... portanto, escolheu não contar a ele sobre a perda do anel, ao menos não por enquanto.

Relatou os principais acontecimentos da guerra, tentando sempre desviar-se de contar do final que ocorrera após a perda de seu corpo. Tomou os devidos cuidados para não revelar tudo que passara, e deixara a seu senhor contente por saber que ao menos Gil Galad e alguns da raça dos dúnedain haviam perecido na guerra. "Mais trabalho para Mandos", dizia Melkor ao ouvir as novas, entre um e outro sorriso de escárnio.

Todavia, reparou que seu filho, das vezes seguintes em que o fora visitar, apareceu ainda triste e com olhar apreensivo. Ora, sequer na queda de Angband ele se deixara levar pelo abatimento. Por que agora, em uma simples derrota, ficara daquela forma...?

Começou a ver, também, que o Maia não trazia mais o Anel-mestre na mão direita. Ao passo que o "fána" de Sauron apresentaria defeitos a partir de então, não mais podendo ser belo e com um dos dedos a faltar na mão (justamente o que Isildur lhe arrancara na ocasião de sua derrota), o "fairë" podia ainda apresentar a forma original, bem como todos os dedos nas mãos. No entanto, o Maia não podia simplesmente "inventar" uma imagem do Anel para que ela aparecesse em seu dedo, ou ainda colocar um Anel falso; não sem que Melkor percebesse ao menos. Logo, ele escolheu não usar nada naquela mão.

O que ele não esperava é que seu mestre percebesse tão rapidamente...

Um dia, o Vala caído disse a seu pupilo:

- Mairon... e aquele seu Anel-mestre, onde está? Não o usa mais?

O Maia baixou os olhos, não esperando ser interpelado de maneira tão direta. Mas logo respondeu:

- Eu o guardo num cofre, meu senhor... para que não chame a atenção dos demais.

O olhar que Melkor lhe direcionou deixou bem claro que ele não ficara satisfeito com a resposta...

- Chamar a atenção? De quem ele ia chamar a atenção, se o anel de chancela que lhe dei no início de seu serviço chama muito mais, possuindo uma grande pedra vermelha engastada em ouro e prata? Se for assim você não usa mais jóia alguma!

- O poder que ele emana... pode seduzir até as almas mais fortes, meu senhor.

- Almas mais fortes...? O que você quer dizer com isso?

E neste momento uma grande tensão se estabeleceu entre os dois Senhores do Escuro. Sauron percebeu que seu mestre de si desconfiava, e Melkor finalmente se deu conta de sua situação: estava totalmente nas mãos de Mairon a partir de então. Se ele quisesse, poderia causar sua glória... ou sua ruína. Tal dependência lhe causou pânico e terror. Impulsivo como era, não conseguiu esconder seus pensamentos:

- Mairon, você está guardando o Anel de mim! Pensa que eu posso cobiçá-lo para mim, pois sim!

O Maia se surpreendeu, não somente em ver como seu senhor percebera que ele mentia o tempo todo, mas também por um dia ter pensado que Melkor poderia tê-lo, de fato, cobiçado. Mas a expressão de seu senhor era tão terrível, que ele não pôde se conter:

- Não, meu senhor, eu...!

- Você não pode mentir para mim, não após todos os milênios que passou comigo! Eu o conheço bem, Mairon; quer você goste disso, quer não! Você quer o poder somente para si, e teme que eu o tome para mim, não é?

- Meu senhor...!

- Pois não me surpreenderia se você estivesse tentando me enganar com esse seu ar bajulador, como sempre fez com os Edain e Eldar! Pois a mim você não engana! Não vai me deixar sozinho aqui no Vazio! Se tentar fazer isto, o arrasto para cá e você nunca mais sai!

As palavras de Melkor continuariam a sair desordenadas, em ofensa a seu filho, porém quando ele finalmente percebeu a expressão do semblante de Sauron, parou.

O rosto do Maia se contorcia de dor, como se alguém o houvesse golpeado mesmo em sua alma indestrutível.

- Mairon...!

- O senhor tem razão por um lado. Eu menti. Mas não para ocultar o Anel do senhor, meu pai...!

E nesta hora até mesmo o Vala se surpreendeu, pois mesmo tendo aceitado a Sauron como seu filho, este raramente o chamava de "pai" em voz alta. Mas antes que pudesse replicar, ele continuou:

- Se eu o quisesse ocultar, teria ocultado desde o começo; desde Númenor, e não esperaria ter perdido sequer a meu primeiro corpo...! Mas não, o senhor é o único que soube de meu segredo!

- Então o que aconteceu com ele...?

- Eu o perdi, é isto, eu o perdi! Toda a minha desgraça vem daí!

E com esta frase, toda a dor, toda a ansiedade represadas pelo Maia transbordaram e seu mestre viu, enfim, que desta vez ele não mentia.

- Mas por que não me contou isso antes...?

- Pensei que já era tormento o suficiente para o senhor estar preso aqui e não quis aborrecê-lo! Mas se é para ser tomado por traidor...!

- Mairon...!

Subitamente, o Maia conseguiu retomar seu ar sério e impassível, mesmo diante de seu senhor. Olhou-o diretamente nos olhos e replicou enfim:

- Eu o perdi. Na guerra. Tomaram-no de meu dedo enquanto meu espírito vagava inconsciente. Mas eu o encontrarei; e tirarei o senhor daqui, meu pai, para que nunca mais desconfie de mim. Provarei meu valor por ações e não por palavras, já que é delas que o senhor necessita para me crer!

Sendo assim, ainda com o semblante impassível, Sauron beijou a mão de seu mestre, fez uma vênia formal a ele e anunciou sua partida.

- Até mais ver, meu pai!

E sem mais uma palavra, sem esperar réplica de Melkor, ele saiu do Vazio e voltou à Terra Média, somente em "fairë". O Vala ponderara sobre a dureza de suas palavras, mas não tinha mais como declarar isto a seu pupilo: era já tarde demais.

Quanto ao Maia, quando seu espírito enfim chegou a Dol Guldor, sentiu uma dor no peito que nunca antes sentira. Era semelhante àquele sentimento estranho, quando ainda na Primeira Era Melkor o admitira como seu pai¹, e no entanto aquele estranho sentimento era de afeição e lealdade; agora, era somente feito de trevas e dor.

Pela segunda vez, sem que pudesse controlar, Mairon chorou deliberadamente, pois seu senhor pensava que ele o traía. E escondeu-se no fundo mais recôndito de Dol Guldur, e lá sua dor e sua laceração continuaram por anos sem conta, seu "fairë" inerte, já não se importando com coisa alguma, esquecido de anel e guerra, esquecido até mesmo de seu pai, sentindo-se apenas como dor, e trevas, e vazio, e terror, e nada. Por muitas eras de homens assim permaneceu, até que um dia acordou, e percebeu que precisava voltar a agir.

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

¹É uma fic que vou fazer quando Melkor voltar da primeira prisão dos Valar. Nessa fic, surpreso ao ver como Sauron cuidara de Angband em sua ausência, ele finalmente o acolherá de forma "oficial" como seu filho.

Saurita com depressão, rsrsrsrsrs! Pois é, eles tinham que brigar uma hora, né? Eles sendo "dumal" a coisa não ia ficar "bonita" pra sempre.

Logo continuo! Beijos a todos e todas!
 
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Pequena correção: "Aeglos" era a lança de Gil-Galad. E Sauron também foi ferido por "Narsil" a espada de Elendil antes que aquele (Sauron) matasse os dois (sou um velho fã do rei dúnadan, por isto faço questão de lembrar os seus méritos).

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XII - A instituição dos Nazgûl

"Ele me abandonou..."

Este começou a ser o pensamento de Melkor, após tanto esperar no Vazio. Afinal de contas, após tudo que dissera ao Maia, ele bem que podia estar injuriado e decidir não mais resgatá-lo; de mais a mais, seria bem mais confortável ser Senhor do Escuro sozinho. E era isso que talvez Sauron houvesse feito...

"Eu fui um tolo. Estava totalmente nas mãos dele, e por isso mesmo não podia tê-lo ofendido daquela forma. De qualquer modo, como eu iria 'arrastá-lo até o Vazio' caso ele aqui me deixasse? Não posso sair por conta própria, pois nada me liga à Terra Média... e agora ele deve ter, realmente, me deixado. Que posso fazer...? Nada, a não ser esperar que ele ainda tenha boa vontade para comigo".

E foi isso que ele fez. Esperou, e esperou, e esperou; até que ele não apareceu. Até mesmo um Ainu ficaria cansado após tanto tempo e, já sem esperança, Melkor resolveu colocar-se novamente num estado de "hibernação", dormindo para que assim não sentisse o tempo passar.

Até a hora em que uma conhecida voz o acordou, sabe-se lá quanto tempo depois:

- Senhor...

- Hun...?

O Vala olhou para cima e pensou estar sonhando. Era Mairon.

- Hã...? Você... não desistiu de mim?

- Claro que não. Prometi tirá-lo daqui, e é isso que farei.

- Mairon...! Fico feliz em vê-lo aqui novamente!

E, após tanto tempo e tanta dúvida, o antigo Senhor do Escuro ficou feliz em ver que na verdade não fora abandonado.

- Venha. Conte-me o que está ocorrendo lá fora. Você já recuperou aquele seu anel?

- Infelizmente não, meu senhor. Desculpe-me.

- Ah, não... não há do que se desculpar! Na verdade... acho que fui muito duro com você da última vez em que nos vimos.

- Não. Eu devia ter-lhe prestado contas do que fazia, inclusive da perda do Anel. Mas agora já consegui pensar em algo para recuperá-lo.

- É...? E o que seria?

- Meu senhor, provavelmente quem o roubou foi um dos Eldar ou Edain. Acredito que foi um dos Eldar, pois são mais espertos. Ademais, a vida longa deles os insta a atingir objetivos mais altos. No entanto, não deve ter sido um dos grandes, pois grande parte do poder da jóia ainda me é acessível.

- É? Pensei que você o perdera junto com o Anel.

- Não. Eu tenho grande parte do controle sobre ele ainda. O perigo é ele cair em mãos realmente fortes ou poderosas, como aquela tal de Donzela-Homem ou ainda algum Ainu. Isto sim seria uma desgraça...! Mas enquanto estiver nas mãos de algum inútil cuja mente não seja forte o suficiente para dominar o poder que o Anel tem... o Anel o dominará, em vez de ele ao Anel. O poder de um Ainu, ou seja o meu, não pode ser facilmente controlado por qualquer um que o use.

- Entendo.

- Pretendo armar um exército e aliciar a alguns servos meus para que vão em busca do Anel. Mas tenho um plano, meu senhor... um plano que instituí ainda nos últimos tempos. O senhor lembra que, antes da batalha contra o Exército da Última Aliança, eu disse ao senhor que havia poder suficiente para trazê-lo de volta a Arda?

- Sim.

- Pois então. Como eu disse anteriormente, tal poder ainda me é acessível. Logo, posso tomá-lo e trazer ao senhor de volta em forma física agora mesmo, caso o senhor deseje. O senhor quer...?

- Mas Mairon...! Não seria arriscado demais, com o Anel sumido e talvez com alguém passível de o controlar...? Não seria melhor encontrá-lo primeiro?

- Caso a pessoa que o tomou de mim tivesse possibilidade de dominar tal poder contido nele, certamente já o teria dominado. E de qualquer forma... foi com este objetivo que eu o fiz, não? De tirar o senhor daqui...

- Eu sei. Mas você sempre foi a favor de jamais se apressar...!

- É verdade. Mas se o senhor e eu agirmos em conjunto em Arda, talvez as coisas se saiam melhor...

Mairon baixou os olhos. Seu mestre foi até ele e o fez olhar em seus olhos.

- Seria muito bom voltar. Mas apenas com alguma segurança.

- Eu não quero mais que o senhor duvide de mim...! Não quero mais que pense que o deixarei sozinho aqui!

- Então é por isso que quer me trazer de volta agora...? E se usar demais o poder do Anel e o exaurir, ao ponto de sequer poder fazer um "fána" novo para si próprio?

- Não me importa. Se eu prometi trazê-lo de volta, tem de ser a qualquer custo, mesmo em detrimento de mim mesmo!

Melkor se admirou com a determinação de seu pupilo em cumprir com seu objetivo, sentindo-se ainda mais vexado por tê-lo acusado antes de traição... mas decidiu negar.

- Ache o Anel primeiro. Não é um pedido; é uma ordem.

O Maia sorriu, pois assim percebeu que seu senhor queria que ele próprio também tivesse alguma segurança.

- Se é assim que meu senhor deseja, assim será feito.

- Então está bem. Agora me diga, como vai encontrar o Anel?

- Há um problema com os demais anéis que criei com a ajuda de Celebrimbor na época. Ele me ajudou a criar anéis para dominar aos homens, aos elfos e aos anões; assim meu poder os controlaria através do Anel-mestre. No entanto, nunca consegui encontrar os anéis dos elfos. Creio que estão em poder de pessoas como Cirdan ou Elrond, mas nunca consegui vencê-los em batalha. Já tentei inúmeras vezes ler a mente de Galadriel, mas também não consigo. Também já tentei dominar a mente do imbecil a que chamam de marido dela, mas também não consigo.

- Parece que eles acumularam bastante conhecimento em suas longas vidas...

- É! Mesmo quando eu era Annatar e conseguia iludir aos artífices de Eregion, mesmo assim, na ocasião, ela, Gil Galad e Elrond nunca acreditaram em mim. E aquele era o disfarce mais belo e agradável que minha arte pôde inventar...!

- Ela é esperta. Sabe ler diretamente o coração, nunca a aparência.

- Pois sim... mas então, meus esforços tinham se direcionado portanto para os anões e homens. Os anões não têm jeito; são um povo deficiente, praticamente sem alma; um trabalhinho sujo e defeituoso, bem digno da rispidez e falta de refinação de Aulë. Mas os homens...! Ah, os homens! - e nesta hora Sauron sorriu com um prazer mórbido - Ilúvatar foi um tolo ao lhes dar a Dádiva e ao mesmo tempo uma sede incansável de conhecimento e poder. Como o tempo carnal deles em Arda é excessivamente curto, eles não o perdem: querem realizar as coisas já. E é este trunfo que vou usar para meus fins... assim como fiz com Ar Pharazôn em Númenor.

- Vai seduzir mais homens a seu serviço?

- Meu senhor, ainda há alguns númenorianos a meu serviço. Eu lhes dei vida eterna, mas em troca de suas autonomias; suas vidas não mais lhes pertencem, e em troca eu lhes tirei a Dádiva, deformando-os em seu propósito original. Vivem, mas não ganham vida; apenas existem.

- Você conseguiu realmente dar imortalidade física a alguns Edain?! - exclamou Melkor, mal acreditando no alcance que o poder de seu pupilo havia tomado.

- Sim. Mas como eu disse: eles não ganham mais vida. Apenas existem. Tudo tem um preço a eles, mas os tolos não sabem!

- E o que vai fazer com eles?

- Em troca da imortalidade eles fazem tudo. Tudo! Instituirei Nove comandantes, os quais vão me trazer o Anel de volta. Chamarei-os de Espectros do Anel, e dei-lhes os Nove Anéis alegando dar-lhes poder e imortalidade através deles, mas na verdade eu os controlo completamente quando eles os utilizam. São minhas marionetes, e estão a meu dispor. Enquanto isto, farei um novo "fána" para mim. E assim que eu reencontrar o Anel... vencerei os Eldar e Edain, e aí sim, meu senhor, poderei trazê-lo de volta para que reine em Mordor, a Terra Negra onde as sombras se deitam!

Melkor sorria maliciosamente ao ouvir os planos de terror e dominação de Sauron, já antecipadamente se sentindo como se fosse senhor de Arda.

OoOoOoOoOoOoO

Após algum tempo, finalmente o novo "fána" de Sauron estava pronto. Desta vez assumira a forma mais terrível que pudera, ao contrário do que fazia nos tempos de Annatar. Chamara aos Nove Portadores dos Anéis dos Edain, e lhes daria poder; mas este poder, como dito antes a Morgoth, vinha acompanhado de escravidão e perda de livre arbítrio.

Já com todos presentes, o Maia decidiu iniciar:

- Ouvi, ó Imortais, as palavras de Mairon, o Grande! Eu; sim, eu; lhes darei uma nova vida! Há um assunto confidencial que nunca foi revelando antes dentro de Eä, e que no entanto eu preciso deliberar com vocês!

Todos reverenciaram ao Senhor Supremo de Mordor, e em seguida ele continuou:

- Eu tinha um objeto valiosíssimo, de grande poder, que me foi roubado pelos malditos integrantes da Última Aliança entre os Eldar e os Edain! Vocês têm a vida eterna, mas graças ao poder que eu lhes conferi; caso tal poder se perca ou seja dominado por outra vontade, vocês a perderão!

Todos ficaram abismados no recinto; o medo da morte que Sauron instigara nos Númenorianos e nos demais Edain que o seguiram de uma forma ou outra, fizera com que aquilo os tornasse completamente temerosos.

Sauron viu o medo estampado no rosto deles e se sentiu satisfeito por dentro. Em seguida continuou:

- Senhores! Eu, que já lhes dei tantas dádivas, e continuo a dar, necessito de vossa ajuda agora. Tal objeto é um anel de ouro com os seguintes dizerem gravados nele:

"Ash nazg durbatulûk, ash nazg gimbatul,
ash nazg thrakatulûk, ash burzum-ishi krimpatul."

A voz do Maia proferindo tais palavras era tão insidiosa, que a maioria presente não conseguia escutá-la sem sentir um tremor na espinha. Isto agradava ao Senhor de Mordor também; e portanto ele continuou:

- Vocês, os Nove que têm os Anéis do Poder destinados aos Edain, irão em busca deste Anel para mim. Caso o tragam, terão milênios sem conta de prosperidade e meu eterno favor! Mas se traírem a meu plano, quiserem tomar o Anel para si próprios ou ainda entregá-lo em mãos inimigas... meu braço irá buscá-los onde quer que estejam e os esmagará sem dó, com as artes da tortura que somente a Torre Negra conhece!

Ante tal ameaça, todos se curvaram perante seu senhor e juraram solenemente, sobre suas próprias armas, que trariam o anel de seu Senhor de volta.

Assim começava o reinado de terror dos Nazgûl, os Espectros do Anel.

OoOoOoOoOoOoO

Agora o Sauron se assumiu como "dumalzão" mesmo, sem disfarces, rsssss! Acho que em seguida já vou pular pro final da terceira era, pq acho que não acontece muita coisa entre isso e a Guerra do Anel... mas vou ter que reler a obra de Tolkien pra fazer os últimos capítulos da fic!

Beijos a todos e todas! Espero que estejam gostando!
 
Última edição:
Hein? Tá acabando??
Aaaahhh...
Mas to curiosa pra saber o final dessa história!

Ah, só um recadinho pro "gênio cricriativo" do Sauronho:

Ele acha que os anões são mal feitos, né?
Quero ver fazer melhor, filho!
 
Última edição:
Sabia que vc ia achar ruim da definição dele pros anões!! :lol: É que ele tinha raiva do Aulë como seu anterior senhorio, aí já viu... :mrgreen:

E tem um erro que só fui ver agora... li a parte dos Nazgûl em Contos Inacabados e vi que a Saurita só os utilizou MESMO no finalzinho, quando foi buscar o Anel no Condado, pq eles tinham limitações como espalhar terror mesmo sem ser vistos ou ainda não podiam passar pela água... e o que não faltava na TM até chegar no Condado era rio... rs.

Então vou ter que corrigir issaê pro próximo cap. Rs.

No mais, obrigada pela review!! ^^
 
XIII - O encontro com Sméagol

O tempo passou. Sauron concentrou seu poder e sua sombra em sua nova fortaleza em Dol Guldur. Havia uma sombra lá que não se sabia muito bem o que era, porém exasperava os moradores da Floresta das Trevas.

Utilizando de formas terríveis e de dominação ferrenhas, Sauron armava guerras e pestes contra os homens e elfos como quem joga um jogo, apenas por prazer. Até mesmo conseguira extinguir a linhagem de reis de Gondor - ou assim pensava ele, embora o ofício ainda ficasse em mãos de regentes. E com o tempo, de fato, distraíra-se e entretera-se tanto com seu poderio, que deixara a questão de Melkor um pouco de lado.

Ia visitá-lo vez por outra, e o mestre nada lhe falava sobre aquilo, mas sempre que o Maia lhe dizia que ainda não havia encontrado o Anel, ele lhe lançava um olhar de apreensão e ansiedade, como se através dele dissesse: "E eu vou ficar aqui até quando?"

Por isso, após pensar que já havia se refastelado bastante e já estava pronto a voltar a agir, Sauron colocou os Nazgûl em ação. Porém, percebeu que os mesmos, cujo poder emanava diretamente de sua vontade maligna, exalavam terror por onde passavam - principalmente quando se encontravam despidos do corpo físico. Portanto, não havia mesmo - como Melkor mesmo lhe dissera assim que ele próprio perdera o "fána" em Númenor - como fingir propósitos diferentes dos que na realidade tinha. O jeito era "guardar" os Nazgûl para tarefas locais e mandar como buscadores os homens mortais, os quais ainda não haviam sido física e espiritualmente corrompidos por seu poder.

Continuou recrutando homens em Harad e em Umbar, prometendo coisas que muitas vezes não cumpria. Após um longo tempo, porém, o Conselho Branco o expulsou de sua nova fortaleza em Dol Guldur, trazendo assim grande paz aos moradores da Floresta das Trevas.

No entanto, Sauron ruminou mais um tempo seus planos e enfim conseguiu voltar a Mordor, mesmo com toda a defesa que os dúnedain construíram para evitar que isto ocorresse. Voltou a Mordor e ainda tomou, através do Chefe dos Nazgûl, Minas Ithil a si, dando-a como prêmio aos Nazgûl, tanto para que vigiassem a entrada da terra por ali, como para barganhar por serviços prestados e dar a impressão de que podia ser generoso quando queria.

Havia, também, mais por capricho e demonstração de tirania do que a efeito de real utilidade, torturado Thráin e extirpado dele o último dos anéis dos anões. Cometera assim, no entanto, um enorme engano: deixara o anão sair agonizante porém vivo de suas masmorras, e isto no futuro lhe seria fatal.

Tudo isto custou-lhe muitas guerras, muitos séculos de paciência, muito tempo escondido apenas em "fairë", muitas gerações de homens a serem exterminadas, fosse pela guerra fosse pela idade e natural sina dos Edain. Mas ele podia esperar.

Mas Morgoth não estava mais disposto a esperar. Dava cada vez mais a entender que considerava a palavra de Sauron distorcida, pois se não o tirava dali, também não cessava em lhe dar esperanças. E isso irritou o ânimo impaciente do Vala, dado que quase três milênios eram demais até mesmo a um Ainu.

Então Sauron voltou a concentrar seus esforços nos Campos de Lis, onde, segundo lhe chegaram notícias, Isildur fora morto a flechadas por um grupo de orcs. Não esperava encontrar o Anel ali, mas algo lhe dizia que Isildur tinha maior chance de ser presa do Anel do que Elrond ou outro Elda.

Foi então que, tendo recêm ocupado Mordor e colocado sua forja maligna de Orodruin novamente em ação, recebeu a notícia de que havia um intruso que tentava entrar em Mordor.

- Que intruso? - perguntou ele, rispidamente, a seu mensageiro, pensando tratar-se de um Elda ou Adan de grande porte.

- É uma criatura pequena, de aspecto repugnante, mas pensei que seria bom trazê-lo, pois não é orc, não é conhecido das tropas, e não se sabe o que desejava fazer nas fronteiras de Mordor.

- Ora, matem-no logo. Se for pequeno e não parecer ter poderes mágicos demasiado fortes, pode ser executado tranquilamente. Deve ser um wose da floresta, pela descrição que me dá.

- Não é um wose, senhor. Não se parece com nada que já tenha andado sobre a terra. E de mais a mais, ele toda vez fala em "conseguir de volta seu precioso".

Aquilo exasperou Sauron. "Precioso". O que um ser daqueles faria em Mordor, procurando um "precioso"? E que diabos seria?

- Ora, tragam-no aqui. Vou eu mesmo saber o que é esse tal de "precioso", e após isso quem sabe ele possa morrer em paz.

Gollum foi trazido à presença do Rei. E quando viu os olhos ferozes e a expressão de terror que emanava dele, encolheu-se num canto.

- Não machucar nósssss, grande senhor! Nós só deseja o Precioso, é sim! Nada quer da Terra Negra, nada!

O Maia teve ímpetos de rir. E em seguida gargalhou. O som de seu riso de escárnio era tão horrível, que nem mesmo os seus intendentes suportavam escutar. Gollum então, começou a chorar como se algo lhe doesse.

- Não machucar nóóóóssss...!

- Acalme-se, pequeno idiota! Se rio, é justamente da sua insignificância! Ande, venha comigo! Preciso ter uma conversinha com você.

O antigo grado quis saltar e ir para longe, mas Sauron o tomou repentinamente pelos ralos cabelos da cabeça e o levou, ele mesmo, para a sala.

- Cale a boca, ou seu destino será ainda pior! É melhor não resistir ante as ordens do Senhor do Escuro!

Diante daquele comando feroz, Gollum simplesmente se encolheu novamente e seguiu a Sauron. Assim que a pesada porta foi trancada, o Maia mandou que ele subisse na mesa de tortura. Ainda relutante, ele assim o fez - e foi atado às correntes de aço pelo próprio Sauron. Ora, se o assunto fosse o Anel, era melhor que a criatura abjeta falasse dele somente a sim, mesmo que em lamentos de dor, e por isso não arriscava que outros estivessem consigo lá.

- Cale-se e me escute. Caso me responda direito, sairá vivo daqui. Caso responda mal, morre na hora. E eu não me importo em impingir uma morte lenta a minhas presas, pois isto me é divertido.

Gollum começou a chorar e gritar, "Soltar nós! Soltar nós!", mas Sauron o mandou calar a boca novamente.

- Caso você se comporte, não morrerá; pois pode ser mais útil vivo do que morto. Disseram-me que você tinha um tal de "precioso" que procurava. O que é ele?

Gollum hesitava em responder, pois temia que tentassem lhe tirar o mesmo caso ele o encontrasse novamente; a posse do anel era a ele muito mais importante, e se colocava para si tão forte, que nem mesmo o terror de Sauron o subjugou em primeira instância. Mas depois o Maia utilizou de suas formas de tortura, ferindo-o e ameaçando-o de feridas ainda maiores, e ele acabou por dizer.

A descrição deixou Sauron sem fôlego. Era o seu Anel sem sombra de dúvidas. Dourado, liso, deixava o mortal invisível quando utilizado. E com certeza, pela descrição dada, deformara ao tal de Gollum através dos anos de uso, bem como lhe dera, assim como os Nove deram aos Nazgûl, imortalidade física. Mas por outro lado se tranquilizou, pois se estivera nas mãos de tal criatura por séculos, não significava grandes perigos. No entanto, não estava mais...!

- Então você perdeu seu Precioso, hun? O que faria para consegui-lo de volta?

- Nós... nós faria tudo! Tudo, tudo! Meu precioso, brilhante e bonito, ajudava nós a pegar peixe bonzinho sem o peixe ver, é sim!

Sauron se ria no íntimo, pois o pobre ser mal entendia o poder que o Anel tinha sobre si. Para Gollum, era apenas uma jóia bonita que o deixava invisível - mas era do Anel que vinha toda a miséria de vida dele.

"E pensar que foi meu próprio poder que fez este serzinho repugnante viver tanto... ugh!", pensou ele, mal aguentando aquele papo de "peixe", "nós" e "precioso bonzinho".

- Gollum, eu posso lhe dar o Precioso de volta.

- Pode?!

- Posso. Mas veja, você tem de prestar um juramento sobre ele! Preciso de ajuda, pois eu também perdi meu Precioso.

- E o que é o Precioso do Mestre?

- É algo... que não é da sua alçada, nem da de ninguém dentro de Eä, exceto eu, os Nove Senhores meus vassalos... e meu Mestre. Mais ninguém. É um segredo nosso, mas se você me ajudar, eu o ajudarei. Veja, esses anéis, do tipo que você tinha... são tão fáceis de se conseguir encontrar!

- É, precioso? E como acha, como acha?

- Acalme-se. Para que eu encontre o seu Precioso, você vai ter de me responder direitinho o que eu perguntar.

Ansioso pela perspectiva de ter o Anel de novo em suas mãos, Gollum se comprometeu de maneira leviana e apressada:

- Nós responde, nós responde!

- Como você perdeu o seu Precioso?

Gollum então contou-lhe a história das adivinhas de Bilbo no escuro, e como Bilbo roubou-lhe o Anel, chamando=o de "Bolseiro". Nessa hora, Sauron sorriu, mas antes de cantar vitória ainda quis arrematar:

- Bolseiro... é alguém assim, como você? E como Déagol, o tal que você matou pra conseguir o Anel?

- É, é sim! Quer dizer... é parecido com nós, quando nós era jovem, é sim!

- E como você era quando jovem?

Sméagol então contou como era. E Sauron depreendeu que era um humano pequeno, sem maiores habilidades de guerra. Compreendeu então o estrago que o Um Anel poderia fazer caso portado por um mortal por muito tempo.

- Está bem. Sméagol, você vai ficar livre, porque me ajudou bastante. Mas lembre-se...! Se eu sequer desconfiar que você me trai, a ponta de meu dedo mínimo o esmagará sem piedade!

- Nós jura, Mestre da Escuridão...! Nós jura! - e Gollum jurava isso mais por medo das mãos negras e de apenas nove dedos de Sauron, dado o "fána" de terror que ele portava então, do que por anseio de conseguir de volta o "Precioso".

Portanto, mandou libertar o prisioneiro, para a surpresa de todos os presentes, dado que eles sabiam não ser Sauron alguém misericordioso. Compreenderam então que havia algum interesse no ser, mesmo que aparentemente ele nada pudesse oferecer a alguém do nível do Senhor do Escuro.

Ele foi liberto. E após isso, o Maia, sentado em seu negro trono, regozijou-se consigo próprio. Estava tão fácil...!

Mais tarde, fez uma reunião fechada com os Nove e lhes declarou enfim:

- Meus súditos. Agora não procuraremos mais ao Anel nos Campos de Lis. Procuraremo-nos no Condado, Terra dos Pequenos! É só mais um golpe... e os esmagaremos facilmente!

Os Nazgûl reverenciaram a seu senhor, o qual agora sentia praticamente o Anel voltando a suas mãos novamente.

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

Já imaginou a cara do Sauron quando soube que na verdade o Anel não estava nas mãos de nenhuma Galadriel ou nenhum Gandalf da vida?! RSSSSSS! Ele deve ter achado que o jogo tava ganho!

No mais, que enrolada básica no Melkinho ein! KKKKKKKKKK! Deixou ele lá quase três milênios só pra se sentir o dono da TM sozinho por mais tempo!

Logo continuo!

Beijos a todos e todas!
 
XIV - O impasse final

- Sério que o Anel passou séculos nas mãos de um pequeno ser sem maiores poderes?!

Sauron acenou que sim com a cabeça, um sorriso sarcástico em seus lábios. Melkor respondeu rindo de deleite.

- Pois vejam só! Estava fora de perigo esse tempo todo e nós aqui nos preocupando!

- Verdade! Mas o melhor é que o Anel volte o mais depressa possível para minhas mãos.

- Sei. E ele está na terra desses tais de Pequenos?

- Segundo o tal, sim, pois foi roubado por um igual a si. Agora está numa terra isolada, cheia daquelas criaturinhas fracas e tolas. Apenas uma pisadela e esmago aquela terra e obtenho o Anel de volta!

O Vala sorriu, e sentiu-se mais próximo do que nunca de voltar em forma física para Arda - mais ainda do que quando Sauron estava em Númenor e ainda tinha a posse do Anel.

- Agora escute, Mairon. Tenho alguns planos para quando a jóia já estiver em suas mãos. Escute-me. Não deixe para derrotar aos elfos e homens antes de me tirar daqui. Depois que eu retornar, vou até Mordor, essa terra que você disse estar sob seu domínio nos tempos atuais. Lá, trabalharemos e nos fortaleceremos em segredo, e somente depois nos revelaremos em todo nosso poder. Não é que eu o esteja subestimando, mas pelo que você disse, a aliança dos elfos e homens pode ser realmente terrível, e portanto creio que precisaremos de todo o poder possível para derrotá-los. O segredo será nosso aliado!

- O senhor... não tem receio de retornar e logo em seguida já entrar em guerra, podendo chamar a atenção dos Valar novamente?

- Ora! Após tanto tempo aqui parado, uma luta seria até boa! - e mesmo somente em "fairë", o Vala estalou os dedos das mãos, como demonstrando sua vontade de golpear ou esmagar - Ademais, com um "fána" novo e o Fogo Negro disperso de volta para mim - ou ao menos grande parte dele - as chances dos Valar me tomarem outra vez serão ínfimas. Não acha?

- Bem... o senhor decide, meu pai.

Melkor sorriu.

- Gosto quando me chama de "pai". Essa mania de "senhor" é muito chata!

O maia sorriu de volta, um pouco sem jeito.

- Tudo bem. Em breve terei o Anel nas mãos e então executaremos a todos os planos.

- É assim que se fala. Até mais ver, meu filho!

Sauron prestou-lhe, portanto, todas as reverências e voltou para Arda, para seu "fána" hediondo, o qual se encontrava em Mordor, e voltou a executar os planos de invasão ao Condado. E aparentemente eles pareciam ir bem... apenas por um "porém".

A própria mente de Sauron.

Agora, estando tão próximo de cumprir a seus objetivos, o Maia começou a pensar em todos aqueles milênios em que Melkor estivera preso no Vazio. Ele, Sauron, estivera como seu comandante e principal Senhor do Escuro. O Vala caído tornara-se, portanto, apenas uma figura coadjuvante e - por que não - quase submissa, apesar dos protocolos de reverências e demais vênias que ele cumpria quando ia vê-lo. Pois Melkor não tinha poder algum, enquanto Sauron comandava tudo e o Vala até mesmo dependia dele para saber o que ocorria em Arda.

Ora, com o Anel em mãos, não haveria mais desculpas para não trazer Melkor de volta à vida física no mundo. E trazendo-o, voltaria a ser o segundo em comando. Ele já não seria mais o Senhor do Escuro, e sim apenas um vassalo dele - por mais que ele o chamasse de "filho".

Aquilo o atormentava. Pois se no início fizera tantos esforços para que tal ato se concretizasse, agora dividia seu coração entre a lealdade a seu senhor e a sede pelo poder tão somente. Agora já não sabia mais se queria voltar a ser vassalo de Melkor... mas não tinha jeito: se não o trouxesse de volta a Arda, seria um traidor.

Outro temor seu era justamente o de Melkor, já no auge de seu poder, o dispensar sem mais nem menos, ou não se demonstrar grato. Mas ele... Melkor... sempre parecera ter alguma afeição por si, por mais estranho que esse sentimento na verdade fosse, vindo de quem vinha. Afinal, antes mesmo de Arda ser completamente formada, ele o admitira a seu serviço dando-lhe regalias que não dera antes a qualquer outro, e confiara em si como muitos outros não confiariam.

E então...?

- Então é confiar que ele continuará a me prezar como antes! - afirmou o Maia de si para si, decidindo afastar aquela ameaça da mente e convocar os Nazgûl para atacar à terra a qual denominavam Condado.

OoOoOoOoOoOoO

O ataque, embora parecesse simples, não seria; pois a terra que era o Condado, ironicamente, ficava próxima das antigas terras que pertenceram aos remanescentes dos númenorianos, e muito vigiada pelos dúnedain, alguns dos quais teriam poder para confrontar aos Nazgûl; e outra preocupação que começara a afligi-lo fora a presença de Mithrandir, o qual o expulsara anteriormente de Dol Guldur, acompanhado pelo poder de Elrond e Galadriel. Ademais, tomara a Pedra Vidente que antes se encontrava em Minas Ithil e passou a ver Orthanc, onde se encontrava Saruman, o Branco, chefe da ordem dos Istari, e percebera que ele já sabia de seu Anel e desejava tomá-lo para si. Riu em seu íntimo, pois Curunír era seu antigo conhecido da ordem de Aule, e agora eles se confrontavam mais uma vez. Deixou que a paciência e a astúcia agissem mais uma vez por si, e por Saruman soube mais que por muitas outras fontes.

Ora, por mais que Gandalf estivesse indo contra si, era só ele tomar ao Condado repentinamente e tomar a si o Anel, e tudo estaria sob controle. Após isto, trazer a Melkor novamente a Arda - e então planejar junto a ele a guerra. A guerra suprema que acabaria com a aliança dos Eldar e Edain de uma vez por todas, e com Melkor em seu poder máximo sequer os Valar juntos poderiam lhe confrontar.

Pensar no poder que seu senhor teria a partir de então lhe dava medo outra vez, mas ele decidiu esquecer disto. Concentrou-se em enviar aos Nazgûl em forma física, de modo a fazer a coisa mais em segredo que de outra forma, para irem até o Condado.

- Eles conseguindo adentrar ao Condado sem causar maiores alardes será algo fácil - pensou o Maia - pois assim que se apoderarem do Pequeno, será fácil extirpar dele o Um Anel. Ora, por mais que ele se debata e tente defendê-lo por si só; não terá forças para confrontar a qualquer de meus enviados. Bem...! Assim será.

Enviou aos Nazgûl, mas não sabia... que a invasão a uma terra indolente e aparentemente inofensiva como o Condado seria mais difícil do que ele pensava. Pois seus adversários se adiantaram em relação a si próprio, e reagiram - assim como ele - no mais profundo segredo.

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

Próximo cap será o último, com a Guerra do Anel e a Saurita perdendo o corpitcho de uma vez por todas! Rs!

Beijos a todos e todas!
 
XV - O final de uma era

Enfim chegou o tempo em que Sauron já não podia mais hesitar. Reuniu-se com os Nazgûl mais uma vez e os chamou ao combate.

- É chegada a hora! - disse ele - Agora, nada mais nos resta senão ir de encontro ao Anel e recuperá-lo. Como estamos na etapa final, não mais precisarão se esconder. Vão ao Condado abertamente em suas vestimentas corpóreas! Ninguém terá poder para detê-los estando todos juntos. Lembrem-se: o nome do Pequeno que detém o Anel é Bolseiro. Quando o encontrarem e recuperarem o Anel, matem-no. Não quero ninguém que tenha possuído o Um por tanto tempo ainda vivo.

Os Nazgûl fizeram uma reverência a seu senhor e em seguida partiram. O Maia os observou irem em seus cavalos e vestimentas negras, e disse de si para si:

- Enfim minha espera chega ao fim.

Em seguida foi até Barad-Dûr não somente para esperar, mas para vigiar as sendas de Mordor àquele momento decisivo.

OoOoOoOoOoOoO

Ao mesmo tempo em que enviou os Úlairi para o Condado, armou uma guerra em Osgiliath a fim de distrair os remanescentes dos Dúnedain em Gondor. No entanto, sua investida contra o Condado não fora tão frutífera... uma vez que chegaram-lhe notícias de que "Bolseiro" lá não mais se encontrava.

- O que...? Então o nome que aquele ser abjeto me deu era falso ou errado?!

- Talvez não, senhor - disse o mensageiro - Os seres daquele local são mortais, e portanto ele pode já ter morrido...

Nesta hora, Sauron se apercebeu de como era complicado lidar com o tempo dos mortais, tão mais limitado que o seu próprio.

- É verdade. Mas se não está em mãos de "Bolseiro", de quem estará?

Atordoado ao perder de vista o fio de uma trama que ele já considerava ganha, o Maia enviou mais mensageiros em busca dos Nazgûl e descobriu que os mesmos estavam a perseguir a um pequeno chamado "Bolseiro". Apesar de sentir alívio, o furor lhe tomou logo em seguida:

- E como ainda não capturaram a um verme como ele?!

Ninguém sabia explicar. Sempre alguma obra da providência fazia que ou o rastro dele se perdesse, ou ele fosse protegido de alguma forma. Era óbvio que estava com o Anel.

Ainda mais exasperado, Sauron mandou reforçar todas as fronteiras de Mordor e manteve sua própria vigilância mais ativa do que nunca.

Após algum tempo, soubera que os cavalos que dera aos Nove foram destruídos nas fronteiras de Valfenda. Então se apercebera do quão longe o inimigo havia ido.

- Ele entrou em Valfenda... ele tem auxílio de Elrond e dos dúnedain! Mas... como, como eu fui deixar isto acontecer?!

Nunca conseguira atacar a Valfenda com sucesso, e isso o revoltava em demasia. Portanto, nada lhe restava senão reforçar a Mordor o máximo que pudesse e tentar atacar com os Nazgûl mais uma vez, quando o tal "Bolseiro" se visse desprotegido.

O que mais lhe exasperava era pensar no que fariam com seu Anel caso caísse nas mãos de um dos grandes. Atrasara-se, infelizmente. Mithrandir podia estar já informado da posse do Anel, e caso ele, Sauron, houvesse atacado antes, quando o pequeno ainda estivesse no Condado, tudo estaria resolvido... agora as coisas estavam um pouco mais difíceis!

- Debalde! Se não há como atacar pelo solo, atacarei pelo ar!

E, com pressa, deu aos Nazgûl montaria alada. Não era tempo de economizar com recursos: tinha de lançar mão de todos os recursos possíveis para conseguir o Anel de volta.

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Além de Mithrandir, havia a preocupação com Curunír, o qual estava a se fortalecer cada vez mais em Orthanc e parecia querer tomar de si o poderio do Anel. Ele vinha, através da esperteza, tentando manter algum contato e exercer alguma influência sobre Curunír através da comunicação pelos palantíri, porém já o conhecia dos tempos de Aulë¹. Sabia que ele era teimoso e tinhoso, além do poder que havia em sua voz. Não adiantava usar da força com ele.

Um dia, recebera chamada no palantír e pensara que poderia obter vantagem em falar com Saruman. No entanto, ao tomar o mesmo, vira que quem estava do outro lado se assemelhava a um dos Edain, sendo no entanto bem menor do que os mesmos.

Era ele... o Pequeno estava com Curunír!

- Quem é você?!

- Sou... um hobbit.

O espanto de Sauron repentinamente transformou-se em alegria. Riu, e riu de maneira pérfida.

- Então você está aí...! Avise a Saruman² que em breve vou mandar buscá-lo!

Em seguida saiu do contato com o Palantír e, ainda em sua alegria pérfida, exclamou:

- Mago idiota! Acha que pode esconder ao Pequeno e a meu anel de mim, o senhor da Terra Média! Pois ele vai ver...!

Chamou imediatamente a um dos Nazgûl e o enviou até Orthanc para buscar ao Pequeno. Creu que a partir daí sua demanda finalizaria. Quase sentia-se com as mãos novamente no Anel... porém, os obstáculos eram ainda maiores e mais numerosos do que supunha o Senhor do Escuro.

OoOoOoOoOoOoO

Ao chegar em Orthanc, o Nazgûl não encontrou o Pequeno e ainda não tinha poderio o suficiente para invadir Orthanc. Logo, voltou a seu senhor para reportar as notícias, mas ele estava preocupado com mais um fator...

Mais uma vez o palantír lhe chamara. E desta vez, a surpresa não fora nada agradável.

Durante horas, Sauron se degladiou mentalmente com aquele que dizia ser herdeiro da linhagem de Isildur. Até mesmo lhe mostrara Andúril reforjada, e o Maia se assustou ao pensar que o Anel pudesse estar em posse dele... mas provavelmente não estava, dado que, caso estivesse, a guerra já estaria perdida para si.

Perdera o domínio sobre o palantír, porém reforçara a seus exércitos e armara guerra contra o Herdeiro de Isildur. Avançou com total poder contra aquela que um dia fora Minas Anor, e conclamou a ninguém menos que o Nazgûl senhor de Minas Morgul para capitanear ao enorme exército que se encaminharia para lá.

Havia mais uma peça do quebra-cabeças que ele, no entanto, não sabia decifrar. Algum tempo depois, um de seus oficiais lhe entregara alguns artefatos que encontrara em um prisioneiro da torre de Cirith Ungol. Havia sido uma espécie de guerreiro élfico que vencera a Laracna defendendo a um companheiro seu, e arrasara a todos dentro de Cirith Ungol, libertando assim ao companheiro.

Aquele mistério insolúvel o assustara e enfurecera ainda mais. Socou com força o apoio de braço de seu trono e bradou:

- Guerreiro élfico?! Cirith Ungol?! Como vocês, imbecis, deixam entrar a um guerreiro élfico desse porte aqui dentro?!

- Deve ter sido quando o Senhor de Minas Morgul saiu para a guerra contra Gondor...!

- Não interessa! Temos guardas o suficiente para lutar contra um soldado élfico e contra um pequeno rato! Vocês definitivamente não prestam pra absolutamente nada!

Respirou fundo e se acalmou. Ainda havia a batalha em Minas Tirith e... uma última cartada que utilizaria, caso nada mais desse certo.

- Dê essas coisas aqui. Eu as guardarei em meu poder e utilizarei quando me aprouver.

O guarda assim fez, e Sauron apelou novamente para sua racionalidade e para seu poder de manipulação, justamente quando a força bruta falhava. Como fazia em seus tempos de Annatar, o Belo.

OoOoOoOoOoOoO

A batalha de Minas Tirith fora perdida, apesar de todo o tormento que o Maia causara no Regente através do palantír que este por sua vez detinha consigo. Mithrandír fizera bem o serviço outra vez... logo, lhe restava somente a última cartada.

Chamou a seu mensageiro particular, um dos quais ele seduzira para seu poder ainda nos tempos de Númenor, e lhe dera poder e vida além da medida dos anos comuns. Ele viera à horrenda presença de seu senhor e o reverenciara.

- Meu fiel arauto. Ouvi que os Senhores do Oeste estão vindo até aqui nos incomodar, não é mesmo...?

- Sim, meu senhor.

- É uma pena, mas terei de pisar neles como se pisa num inseto aborrecido. Você vai fazê-los sofrer um pouquinho antes que os esmaguemos... se seu serviço for bem feito e completo, terá o mais alto posto que meu reino puder dar a um homem de confiança...

Sauron, portanto, deu-lhe instruções. Deveria barganhar por algumas terras - uma ninharia, segundo o Maia - em troca do dono daqueles artefatos - justamente a espada do Oeste e a malha de mithril - e então veria se o tal soldado élfico e o pequeno rato lhes eram valiosos...

Em seu retraimento, o plano de Sauron era justamente o de dar impressão de segurança - mesmo estando numa situação delicada, sem saber quem eram os intrusos, como haviam adentrado a Mordor e se o Pequeno que adentrara Mordor tinha o Anel ou se era outro pertencente àquela raça abjeta. Mesmo assim, para subir seu valor automaticamente, manteria-se com seu valor ao máximo.

OoOoOoOoOoOoO

Enfim o momento de confrontação entre o mensageiro denominado "Boca de Sauron" e dos Senhores do Oeste se iniciara. O Maia observava tudo atentamente; vira que os Senhores do Oeste mantinham a outro daqueles Pequenos consigo ("Colonizaram o Condado?", pensava o Maia consigo mesmo, em sua mente que somente sabia raciocinar em termos de domínio e nunca de amizade, ainda mais de um povo a si tão insignificante e abjeto), surpreendera-se com a negativa de Mithrandír em barganhar com seu mensageiro - embora a consternação pela suposta captura dos donos dos artefatos fosse óbvia em seu semblante.

O Herdeiro de Elendil também estava presente, e quando vira que não havia alternativa, soltara o exército de orcs, homens, trolls, Nazgûl e todas as demais criaturas de Mordor em cima dos Senhores do Oeste.

A guerra certamente estaria ganha, caso o plano deles não fosse totalmente diferente do que o Senhor do Escuro previa.

Repentinamente, no meio da batalha, ele sentira a presença do Um Anel, o qual fora colocado e reivindicado dentro de suas próprias terras. Então seu olho vigilante percebeu a presença de um Pequeno, justamente na borda das Sammath Naur, as forjas onde outrora ele fizera o Um Anel. Ele usava o mesmo em seu dedo, mas no mesmo instante a mente de Sauron percebeu as intenções dos inimigos: algo que ele nunca antes sequer cogitara em seus pensamentos obscuros.

Eles planejavam destruir o Um Anel. O Pequeno, no entanto, não conseguira se desfazer do objeto que, pelo visto, já começava a turvar-lhe a mente por completo.

Viu, também, o serzinho asqueroso o qual torturara e do qual obtivera a localização do Condado, o tal de Smágol; ele também se degladiava pela posse do Um e investira contra aquele que devia ser "Bolseiro", apenas para tomá-lo para si outra vez.

A Demanda estava por um fio. Se o Um Anel caísse no fogo, Sauron não teria mais salvação.

Em seu desespero, gritou pelos Nazgûl, aproveitando-se do impasse pelo qual os dois passavam em Orodruin.

- Peguem-no! Peguem-no, ele está com o Anel-mestre bem debaixo de nossos narizes!

Os Servidores do Anel partiram imediatamente, indo atrás dos hobbits em Orodruin, porém Gollum fora mais rápido: tomara o Um Anel junto com o dedo de Frodo e caíra nas forjas enfim, enquanto se regozijava com sua presa.

Neste momento, muitas coisas aconteceram. Sauron perdeu, junto com o Um Anel, o melhor de sua essência. Seu "hroa" desintegrou-se, Barad-dûr desabou, e em seguida toda Mordor, bem como seus servidores e alicerces, passaram ao caos e à destruição. Os Nazgûl se desfizeram junto com a destruição de Orodruin, bem como o exército que antes quase saía vitorioso contra os Senhores do Oeste se mostrava completamente perdido e desordenado.

O espírito de Sauron, no início em dor e desespero, partiu com um grito lancinante de descrença; não podia ser o seu fim. Não podia ser o final de seu poderio sobre a Terra Média; mas era assim. Dessa vez sem poder se refazer em "fána" ou "hroa" outra vez, saiu a vagar em vergonha e fraqueza, sem ter para onde ir, sem um décimo do poder que um dia já tivera como Mairon, o Feiticeiro Necromante discípulo de Melkor; ou ainda como Senhor da Terra Média; ou como o Senhor do Templo de Númenor.

Quanto a Melkor, esperou indefinidamente no Vazio por notícias do Maia ou de quem quer que fosse, e nunca as recebeu. Ninguém sabia como ir ao Vazio seguramente além de Sauron, e ninguém se arriscaria a fazê-lo, muito menos por ele. Transtornado, o Vala caído pensou que o Maia estava bem sem ele, e tristemente voltou a "dormir", para não sentir o tempo passar... e assim dormiu, de forma indolente, por eras e eras...

...até a chegada do tempo das Dagor Dagorath.

FIM

OoOoOoOoOoOoO

¹Ao que tudo indica, Sauron era Maia de Aule, e o Saruman também era; logo, eles deviam se conhecer dessa época.

²Saruman era o nome mais conhecido de Curuníe entre os Edain, e como o hobbit estava mais pra Edain do que pra outra coisa... rsssss.

Ficou meio abrupto o fim, né?

De resto, foi um dos capítulos mais difíceis de fazer, pois resumir a Guerra do Anel em um único capítulo é osso, rsrs.

Obrigada a quem acompanhou! Quem sabe um dia faço uma das Dagor Dagorath e do Melkor saindo do Vazio junto com o Sauron... mas aí vai ser osso, rs!

Beijos a todos e todas!
 
Já li as duas primeiras partes, tenh oque ler o resto, muito legal.

Apesar de não imaginar nunca Melkor chorando ou tendo algum afeto por Sauron, mesmo assim a história está interessante.

Gostei do "a quem os elfos chamam de Elbereth" :lol::lol::lol: eu ri demais nessa parte, ficou muito Silmarillion like
 
1. Achei fenomenal o jeito que a história começou, dando a perspectiva de Melkor. O cenário pintado logo de cara realmente foi realmente tenso, com o inevitável fim chegando aos poucos, sem nenhuma esperança.

2. Melkor:

a. Não gostei de Melkor tão emotivo/choroso/sentimental com Sauron, enquanto Sauron ficou todo calculista e manteve sempre o seu plano. Após sua queda em Utunmo, Melkor manteve a calma e as aparências, e por longos tempos enganou “todo mundo” e assim conseguiu uma segunda rodada de terror. Ou seja, ele também era bem calculista, persuasivo e astuto.

b. Ele provavelmente já esperaria uma traição de Sauron. Já que é dito que ele não entendia a misericórdia e perdão (e por isso deixava de calcular isso nos seus planos), ele também não deveria conhecer nem entender muito de lealdade, logo, acho que ele deveria sempre ter pé atrás com todo mundo. Ele já havia sido traído pela Ungoliant.

c. Se Melkor deixasse se levar por uma forte emoção, não acho que seria um “amor” por Sauron, mas muita raiva turbinada por seu grande orgulho.

3. Sobre Melkor espalhar muito de seu poder sobre a terra-média, eu não vejo isso como um “erro”. Eu acho que ele teve que fazer isso, porque apesar de ser o mais poderoso, ele era um só. Não adiantou muito ser o mais poderoso e estar sozinho contra vários outros valar em Utunmo, daí ele deve ter percebido que espalhar o poder seria uma tática melhor. De certa forma, o “erro” de Sauron foi ter concentrado o poder no Um Anel, quando o item foi destruído, ele foi destruído junto... O que quero dizer é que nenhuma estratégia foi errada... bom, talvez a de se prender num corpo, mas acho que “gastar poder” fazendo dragões e trolls foi um acerto.

4. Gostei da atenção aos detalhes (tipo chamar de Mairon)

5. Apesar da segunda chance, Melkor foi punido da primeira vez que foi pego. Sauron não deveria ter sido permitido aguardar o julgamento em liberdade, a menos que fosse julgado no Brasil. Pelo que li, ele acabou fugindo antes de ir a Aman.

6. Sempre achei que Sauron era moreno, e Melkor loiro (não sei se li, ou foi tudo da minha cabeça mesmo).

7. Você escreve bem simples e objetivo, bom para manter atenção durante a leitura e deixar a mente “pedindo mais”

8. Gostei da explicação da não queima das Silmarils. Dá pra fazer muitas discussões em cima só disso. Faz pensar... Sauron e os Balrogs não precisavam servir a Melkor. Eles os fizeram porque escolheram. Isso é interessante se você pensar a respeito!!!

9. Uma dica: Celebrimbor visitando Sauron (ou Galadriel visitando Celebrimbor) ficou parecendo muito simples. Seria mais legal se Calebrimbor convidasse Sauron, ou o inverso, deixando o evento todo mais pomposo, mostrando que ambos eram muito importantes, grandes senhores. Sobre a conversa deles, já que está sendo resumida estilo Silmarillion, é melhor descrever a conversa do que colocar as falas, acho que encaixa melhor na narrativa, deixando pra citar só as falas mais cruciais, como a fala de Feanor para Melkor em O Silmarillion.

10. A tortura de Celebrimbor foi muito legal.

11. Legal também a parte dos anéis. Eu sempre achei que o pessoal já usava os anéis, e depois Sauron criou o um Anel. Mas vejo que ele teve que lutar pelos 16 e só depois passou os anéis. Isso pode parecer pouco, mas faz muita diferença. Depois que Sauron fez guerra declarada contra os elfos, o pessoal devia ter desconfiado né...

12. Agora estou lendo a parte que ele vai pra Numenor, está sendo a melhor até agora. Mas já escrevi muito, depois comento o resto.
 
Obrigada de novo pelos comments! o/

5. Apesar da segunda chance, Melkor foi punido da primeira vez que foi pego. Sauron não deveria ter sido permitido aguardar o julgamento em liberdade, a menos que fosse julgado no Brasil. Pelo que li, ele acabou fugindo antes de ir a Aman.

Na versão original do professor ele prometeu ao Eonwe que ia se redimir, e o pobre acreditou... ele ia ser julgado em Aman, mas acabou não indo pro julgamento... deu uma enrolada básica.

Já na fic eu fiz essa "lambança" (inclusive com as silmarils, as quais tiveram destino bem diferente no Silma) que obviamente não tem nada que ver com a obra original, mas acabei fazendo. Rs!

Sobre o Melkor sentimental, culpe a mim por eu ser de peixes, ascendente em peixes tbm. Uu kkkkkkkkkkkkk

E ainda sobre esse assunto, fiz uma fic onde ele (o Melkor, rs) queria muito casar e ter um filho, mas ninguém queria casar com ele após o imenso "barraco" que ele armou. Mas ele queria um filho e por isso pegou o Sauron para tal. Ainur não podiam ter filhos biológicos, somente Melian o fez porém admitindo um corpo de elfa para poder casar com um elfo e ter a Lúthien. Os outros acho que não tinham filhos... rs.

Mas o Melkor queria (na fic), e queria um filho Ainu, aí ele pegou o Sauron pra pato. Rs.

E espera mais um pouquinho que o Sauron vai deixar a máscara da racionalidade cair também, rsssssss!

(e vai ter barraco entre os dois também).

Chega de spoiler! :mrgreen:
 
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Não tem mais continuação? O que Sauron ficou fazendo? Pra onde foi? E como foi que reuniram tudo outra vez antes da Batalha Final?
 
Teria que fazer uma continuação com as Dagor Dagorath, mas eu não sei se teria inspiração para tanto, uma vez que há pouco material sobre isso... rs.
 

Valinor 2023

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