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[Lindoriel][E na escuridão aprisioná-los][L]

Lindoriel

Saurita Catita
EDIT 19/02/2013: ACHEI ESSA FANART MARAVILHOSA E VOU USAR COMO CAPA DA FIC!! :joy:

FANART NÃO ME PERTENCE, LINK ORIGINAL DO AUTOR AQUI:

http://gerwell.deviantart.com/art/The-Lord-of-the-Rings-352918407

attachment.php


OoOoOoOoOoOoO

NOTA: Minha versão sobre o que ocorreu com Sauron após a queda de Morgoth. Engloba desde a queda de Angband até a queda de Númenor (segunda era). Projeto ambicioso, rs.

Alguns podem achar que esse primeiro trecho do Sauron com o Morgoth ficou meio "gay" (rs), mas lembremos que a TM é um ambiente mais "puro", digamos assim, onde Aragorn pega na mão do Frodo ou beija a testa do Boromir (e o próprio Melkor usa jóias no cabelo, rs) e isso é plenamente "macho", rs. E também li recentemente que até a pessoa mais cruel e tirana, perto da morte, demonstra afeto; por isso esse Melkor aí todo "paternal" com o Sauron. Rs.

De qualquer forma, eu escrevo sim slash (aka fics com casais homossexuais rs) mas tirei o slash dessa por ser bem mais "épica" que as demais.

No mais, enjoy it! :D Espero que alguém goste!! :lol:


OoOoOoOoOoOoO

I - A queda de Angband

E eis que ali estava ele. Outrora o Vala mais poderoso, o ser mais magnífico de Eä, por desejo de independência fora renegado e colocado em condição torpe. Rotulado como um ser maligno, curtira ódio e rancor, terror e fraqueza, e naquele momento não era sequer sombra do que um dia fora.

Os Valar, finalmente, cercaram Angband, e iam pegá-lo novamente. Desta vez, ele tinha certeza de que não haveria perdão, como fora da primeira.

Não podia se esconder. Não podia fazer coisa alguma - apenas esperar. Estava na sua mais funda sala, em uma das masmorras, mas em breve certamente o procurariam ali. Sentou-se no chão e, de forma inesperada até mesmo para si, começou a chorar. Tapou os olhos com as mãos queimadas e enegrecidas, por mais que ninguém fosse ver... pois não havia ninguém presente. Queria, apesar de tudo, parar com aquilo antes de os Valar chegarem... uma vez que prometera, a si próprio, até o fim apresentar dignidade. Mesmo na prisão. Mesmo na morte.
"Morte...", pensou ele, enquanto as lágrimas ainda vertiam. Finalmente seria talvez atingido pela morte, aquilo que os homens mortais tanto temiam, e alguns ansiavam. Agora ele sabia como eles se sentiam no final de suas vidas...

Os homens, ao menos, tinham isto como "dádiva"... e ele, que teria uma talvez bastante ignominiosa e terrível? Talvez a pior de todas dentre toda a história de Arda...

Escutou passos. Ainda não eram os Valar. Era ele, Mairon, a quem os de fora chamavam de Sauron. Ele estava ali também...?
- Meu senhor... o senhor está aqui!

Envergonhado das próprias lágrimas, ele foi até Mairon e o olhou nos olhos. Como se não houvesse uma terrível guerra lá fora, o Maia prestou normalmente a reverência ante seu mestre, e lhe perguntou:

- Há algo que eu possa fazer pelo senhor...?

- Nada.

Esta única palavra, tendo sido dita como foi, demonstrava toda a falta de esperança que o Senhor do Escuro desenvolvera em si.

- Os Valar se aproximam, meu senhor...

- Sim, Mairon. Eles se aproximam, e nós... estamos encurralados, não é mesmo?

Um tênue e irônico sorriso se desenhou nos lábios daquele que um dia fora o mais poderoso dos Ainur. Sauron não sorriu, porém sustentou o olhar em direção a seu senhor.

- Se o consola, eu também serei pego. E provavelmente escravizado ou morto...

- Os Valar não escravizam. Eu já estive cativo em Valinor uma vez... não é do feitio deles.

- Mas matam.

- Provavelmente... e isto, se acontecer, será principalmente porque eu já tive a minha "chance" de reabilitação.

- Eles não me pegaram no primeiro cerco. Agora, é quase certo que peguem...

- Você cuidou de tudo quando eu estive preso... eu lembro!

E uma tênue boa lembrança tomou conta do coração negro de Morgoth... como se ali ainda houvesse capacidade de haver bons sentimentos.

- Eu cuidarei de novo, meu senhor.

- Mas Mairon... eles vão pegá-lo desta vez. Aprenderam a lição. Não podem deixar você solto de novo, dado que foi o comandante de Angband em minha primeira ausência, e não o deixarão reerguer tudo novamente.

- Meu senhor... eu lhe serei leal até o mais amargo fim. Isto eu lhe prometo.

- Receio que ele já está chegando...

- Pode até ser. Porém, o senhor sabe que meu principal atributo não está na força bruta... e sim na astúcia. Eu vencerei os Valar pela astúcia... meu senhor, mesmo quando tudo parecer perdido ou quando eu lhe parecer desleal... mesmo assim eu estarei ao seu lado, e por si trabalharei. Por favor, meu suserano e senhor, guarde estas palavras consigo, e acesse-as em sua memória mesmo nos piores momentos do cativeiro dos Valar. Não resista agora... eu resistirei pelo senhor. Na hora certa.

Um som de arrombamento de portas e portões foi ouvido. Morgoth podia sentir... dessa vez, eram os Valar chegando.

De forma quase instintiva, ele abraçou o corpo de Mairon, segurando em seus braços. Seu tenente gemeu de dor, pois mesmo enfraquecido seu senhor conseguia apertar bem forte.

- Mairon... isto vai me parecer vergonhoso aqui, no final de tudo, mas... eu estou com medo.

- Se me permite a ousadia, senhor... é porque o senhor colocou muito de seu próprio poder no corpo físico.

- Pode ser... eu falhei, não é mesmo?

- De certa forma, não. Pois eu aprendi uma lição muito grande disto, e com certeza ela nos será útil no futuro.

- Que futuro, Mairon...? Nós vamos morrer...!

- Lembre-se das minhas palavras, senhor... eu vencerei aos Valar pela astúcia. E lhe serei leal mesmo quando parecer desleal. Guarde-as, ó senhor.

Morgoth, que era muito mais passional que Sauron, apertou-o com ainda mais força contra si, e lhe disse afinal:

- Mairon, obrigado pelos serviços até agora... você foi esplêndido... se você fosse o senhor em meu lugar, com toda a certeza o fim não seria esse.

- Não diga uma coisa destas, ó senhor...! Que eu consigo não me posso comparar. Mesmo assim agradeço-lhe a consideração. Agora... está na hora de nos separarmos.

- Não... fique aqui comigo, ao menos até o final.

- Senhor... por favor, me escute...

- Não. Mairon...! Você para mim é quase como um filho...!

Os olhos de Morgoth voltaram a lacrimejar, por mais que ele tentasse segurar. Sauron quase sentiu piedade daquele senhor que um dia tanto adorara, nos dias da juventude sua e do mundo, e que agora decaíra tanto. Mesmo assim, num último esforço, ele saiu dos braços do Senhor do Escuro e se mantivera longe dele.

- Mairon...!

De uma única vez, vários Maiar e Valar invadiram a masmorra. E lá encontraram os dois piores inimigos de Arda, juntos afinal.
Manwë, em toda sua majestade, tomou a Angainor e a mostrou a Morgoth, o qual se encontrava impotente, encolhido de medo.

- Lembra dela, ó Morgoth Bauglir?

Era a corrente que o contivera por três eras. O esgar de terror era claro em seu rosto.
- Manwë...! Você... seria capaz de tamanha crueldade?

- Quem é você para falar em crueldade?!

E num brilho de poder intenso, numa força que, àquele instante, era muitas vezes maior que a do outro, Manwë o atou firmemente com a corrente forjada por Aulë. Morgoth, em desespero, urrou de dor e sofrimento.

Sauron foi tomado por inúmeros Maiar, bem como alguns Valar, como Eonwë. Ao contrário de seu senhor, ele não demonstrava sentimento algum; deixava-se prender sem resistência, também.

Sem mais palavras, Manwë ordenou que ambos fôssem levados de lá, para o supremo julgamento em Valinor.

- Vamos! Levem-nos! Mantenhamos ambos presos em salas diferentes, para que não confabulem um com o outro!

E rápido como chegaram, todos os Valar e Maiar auxiliares partiram, levando os senhores de Angband consigo, sem encontrar mais a resistência de quem quer que fosse: todas as criaturas de Angband remanescentes haviam fugido, ou se escondido em terror. Ninguém, àquela hora, estava do lado do Senhor do Escuro.

Ninguém, além da astúcia de Sauron, o qual, silencioso e aparentemente entregue e submisso aos Valar, maquinava planos em sua mente experimentada nas artimanhas da malícia e do embuste.

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

Aí gente... se eu errei muito aí, me perdoem tá? Rsrsrs! Faz muito tempo que li o Silmarillion pela última vez. Mas esse tema, bem como a inteligência do Sauron pra fazer "coisas" (rs) me chamou a atenção e eu comecei esse plot.
Beijos a todos e todas!
 
Última edição:
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Bem escrita, inegavelmente, você leva jeito para a literatura. Os únicos "pecados" são "técnicos", os valar não participaram da Guerra da Ira, a qual durou 46 anos (se bem me lembro), o exército de Valinor, comandado por Eonwë, era composto por maiar e elfos aos quais se juntaram os Edain, liderados por Elros e Elrond, (se não me engano).

No mais, congrats!

PS: Curiosidade - Nenhum elfo da Terra-Média, fosse da estirpe que fosse, lutou ao lado do Exército do Oeste.

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Última edição:
Bem escrita, inegavelmente, você leva jeito para a literatura. Os únicos "pecados" são "técnicos", os valar não participaram da Guerra da Ira, a qual durou 46 anos (se bem me lembro), o exército de Valinor, comandado por Eonwë, era composto por maiar e elfos aos quais se juntaram os Edain, liderados por Elros e Elrond, (se não me engano).

Sabia não, rs!!

De qualquer forma, faz tempaço q li o Silma e nunca li todo o Contos Inacabados, logo... xD

De qqr forma, obrigada por ler ^^

Segundo cap, que será o julgamento do Melkor e a "embromation" do Sauron, será bem mais tenso! xD

Abraços!!

- - - Updated - - -

II - A condenação de Melkor e o perdão de Mairon

Após um longo período, Mairon abriu os olhos. A claridade de Aman feria-lhe os olhos, de uma forma que ele, antes acostumado com a escuridão perene de Angband, não podia suportar.

Quantos dias acordara e dormira ali? Quanto tempo se passara desde que o aprisionaram, junto de Melkor? Não sabia. Já não contava mais nada. E antes que o desespero se apossasse de si, colocava sua disciplinada mente para repetir a seguinte frase: "A vitória não tardará... e ela será minha".

Assim passaram-se os dias, meses talvez, quando enfim a porta de sua prisão foi aberta. Lá estava Eonwë, um dos Valar.

- Sauron, levante-se. Seu senhor, Morgoth, será penalizado agora. E você também.

Eonwë ordenou que alguns guardas soltassem parcialmente as correntes do Maia - mas apenas para que ele pudesse andar - e em seguida Mairon se levantou. No entanto, um esgar de terror e medo tomou sua face, e ele se prostrou perante o Vala.

- Perdoe-me, senhor, eu lhe imploro...!

- E por que pede perdão, se até outro dia servia a Morgoth Bauglir - e continuaria servindo, caso não houvéssemos prendido a ambos?

- Meu senhor...! Ele me iludiu...! Quando o mundo e eu éramos jovens, ele me prometeu poder, e posição superior...

- E não lhe deu? Não estava você apenas abaixo dele na hedionda hierarquia de Angband?

- Sim, mas porque após o conhecimento que ele me delegou eu não tinha para onde ir! Senhor... ele ameaçava a todos nós, inclusive a mim! E eu sabia que não teria o perdão dos Valar! Mas agora eu lhe imploro, por favor, perdoe-me! Agora que tenho esta chance, não vou decepcioná-los!

E após proferir tais coisas, Sauron curvou-se quase até o chão, derramando inclusive algumas lágrimas. Em seu espírito bom, Eonwë hesitou.

- Escute. Um dia, na juventude de Eä, você foi chamado de "Mairon, o Admirável". Não foi?

- Sim, meu senhor...! Mas ele... Morgoth... ele arruinou-me a vida, e tudo que eu podia ter de bom!

- Acalme-se. Eu vou conversar com Aulë, seu anterior tutor, e com Manwë. Apenas eles podem dar a palavra final no seu caso.

- Agradeço-lhe imensamente, meu senhor!

- Não me chame de "meu senhor", como fazia com Morgoth. Apenas Eru é senhor!

- Oh, sim...! Eu compreendo!

- Terei com eles e em breve lhe trarei o resultado do que foi deliberado.

- Abençoada seja sua clemência, senhor Eonwë!

E assim, Eonwë saiu da sala sem ver o brilho de malícia que surgiu nos olhos de Sauron, bem como o tênue sorriso de vitória cantada antes da hora.

OoOoOoOoOoOoO

Eonwë, Manwë e Aulë sabiam, em seus íntimos, que Morgoth não merecia mais uma chance. Já havia tido a sua, e mesmo assim saíra da prisão ainda pior. Já Sauron... ele jamais fora julgado ou capturado antes, e portanto eles não teriam como saber se ele merecia uma segunda chance.

- Ele era um excelente artífice - declarou Aulë - porém muito altivo. Penso que o poder lhe subiu à cabeça... arrisco-me a dizer que talvez tenha jeito.

Manwë replicou:

- Mas Sauron teve uma chance de se redimir, quando Morgoth foi preso pela primeira vez. E em vez disto, continuou se aprimorando nas artes da escuridão e não abandonou Angband!

- Sim, ele continuou - interpelou Eonwë - No entanto, ele sabia que Morgoth um dia seria liberto, e talvez temesse a ira dele quando isto acontecesse. Agora, Sauron sabe que o Senhor do Escuro não mais voltará. Ademais, se demos perdão a Morgoth uma vez, por que não podemos dar a ele...?

Manwë andou pela sala mais algumas vezes, e enfim declarou:

- Há um modo de saber se seu coração se corrompeu ou não. Ele pode passar neste teste e ser perdoado. No entanto... se não passar, é certo que não deve ser poupado.

- Qual teste? - exclamaram Eonwë e Aulë quase ao mesmo tempo.

- O teste das Silmarils - disse Manwë, e os outros dois entenderam imediatamente o que seu mestre desejava fazer.

OoOoOoOoOoOoO

Após algum tempo, Sauron viu Eonwë voltar para a sala onde estava preso. Olhou para ele, colocando em seus olhos a mais intensa expressão de súplica que podia, e o esperou falar.

- Sauron, eu deliberei com Manwë e Aulë, seu anterior senhor. Eles decidiram lhe dar uma chance...

Os olhos do Maia fulguraram por um instante, e em seguida ele sorriu.

- Serei-lhe eternamente grato, senhor Eonwë...!

- Acalme-se! Pois você ainda não está liberto.

- Não...?

- Precisará passar por um teste primeiro. Quem o aplicará será Manwë, e quem o julgará será ele também. Você está disposto a provar seu valor?

- Plenamente!

- Pois bem. Vamos, portanto. Está na hora de ir.

- Para onde, se me permite saber?

- Para seu teste. É agora.

Nesta hora, Sauron engoliu em seco, porém disfarçou. Aquilo estava indo rápido demais... e poderiam tentar pegá-lo numa armadilha. Porém, não tinha escolha.

Levantou-se, as mãos e pulsos ainda acorrentados, e seguiu a Eonwë. Não muito depois, estavam num salão amplo e bem iluminado. Estavam presentes Manwë, Aulë, Eonwë logicamente, e ainda Varda, a gloriosa Elentári, Senhora das Estrelas, a quem os elfos chamavam de Elbereth.

Por um momento, Sauron se sentiu tonto ante todo aquele esplendor. No entanto, logo ele pôde ao menos olhar no rosto dos Valar presentes. Menos no de Varda, em cujo semblante brilhava a luz de Ilúvatar, insuportável a quem vivera tantos anos na escuridão, tendo como luz apenas o fogo maldito das forjas de Angband.

Manwë tomou a palavra.

- Sauron, dou-lhe uma chance de reabilitação tão-somente porque Eonwë e Aulë, seu anterior tutor, me pediram. Eles depositaram confiança em você. Não os decepcione!

O Maia baixou os olhos em expressão submissa, e respondeu:

- Não os decepcionarei, senhor!

- Pois bem. Terá de fazer tudo que lhe for ordenado, a fim de ser liberto da condenação que Morgoth sofrerá. Você o fará?

- Sim, senhor Manwë.

- Está bem. Sob esta declaração, podemos começar. Tragam Morgoth!

Alguns guardas, todos Maiar que em tempos antigos eram companheiros de Mairon e àquela ocasião tinham um poder semelhante ao dele, trouxeram Morgoth acorrentado com Angainor. Estava pálido, em estado deprimente, claramente fraco a ponto de poder ser subjugado por Maiar e uma corrente. No entanto, ainda ostentava a coroa de ferro na qual duas Silmarils podiam ser vistas.

Ao ver Sauron, os olhos verdes do Vala caído se iluminaram por um instante, porém não passou disso... pois seu tenente não demonstrou nenhuma emoção ao vê-lo daquela forma.

Manwë tomou a palavra novamente:

- Sauron, você sabe que seu antigo senhor será imolado. Logo, esta é a última vez que vocês se vêem. Portanto... o que tem a dizer a ele?

- A única coisa que tenho a dizer... é que o renego completamente, até a reconstrução de Arda!

Os olhos de Morgoth vacilaram. Ele sentiu como se uma faca afiada lhe perfurasse o coração, e nenhum sofrimento impingido a si pelos Valar lhe feriria tanto.

- Mairon...!

Todavia, em sua mente Melkor lembrou das palavras de seu pupilo antes de serem capturados. Que mesmo quando parecesse desleal, seria leal... e venceria aos Valar pela astúcia, não pela força bruta.

Mas será que ele convenceria aos Valar de libertar a si, Melkor, também...?

Manwë continuou:

- Sauron, como você renega ao Senhor do Escuro, tem de fazer o que eu ordenar.

- Estou pronto para executar qualquer ordem, senhor!

- Pois bem. Eonwë o libertará das correntes que ainda lhe cingem as mãos e braços. A seguir, Aulë lhe oferecerá uma faca. Tome-a em mãos e com ela retire as duas Silmarils restantes da coroa de Morgoth.

Sauron não esperava que esta fosse a ordem de seu "teste", no entanto continuou não demonstrando emoção alguma. Foi até Eonwë, o qual o libertou, e em seguida tomou a faca de Aulë, fazendo uma reverência a ambos antes de enfim ir até Morgoth. Ainda sem esboçar emoção alguma, ele olhos nos olhos de seu anterior senhor e, primeiro uma e depois outra, retirou as Silmarils de sua coroa. Logo depois, tomou-as com as mãos. Nuas. E para a surpresa de todos na sala, inclusive de Morgoth, elas não o queimaram.

Um "oooohhh" de surpresa foi ouvido ecoar na sala, e até mesmo Manwë e Varda se demonstraram surpresos. Morgoth, por sua vez, foi tomado por um esgar de terror. Se as Silmarils não o queimaram, isso significava que Sauron estava, de fato, do lado dos Valar!

- Maldito Mairon, mil vezes maldito! Você me disse, me disse que seria leal até o fim, e agora me faz passar por isto!

Sem dar atenção a seu anterior mestre, bem como a seus clamores, o Maia leva as Silmarils em mãos para Manwë, não sem antes o reverenciar mais uma vez.

- Que tais jóias nunca mais sejam tocadas por mãos impuras outra vez! - declarou Manwë após receber as jóias em mãos, e um brado de júbilo foi ouvido no salão. No entanto, logo Manwë pediu para que todos silenciassem. Eles assim o fizeram, e ele continuou a falar.

- Sauron, se suas mãos não se queimaram pelas Silmarils, creio que maior teste de honestidade não pode lhe ser aplicado. Todos com espírito impuro que as tocaram se feriram, e você não. Portanto... Eu o declaro livre!

- Todas as línguas do mundo não seriam suficientes para que eu pudesse expressar a minha gratidão, senhor Manwë!

E ao dizer isto, o Maia prostrou-se até sua testa tocar o chão. Mas Manwë ainda tinha mais o que falar.

- Escute. Para que sua redenção seja completa, com esta mesma faca que porta, retire a coroa da cabeça de Melkor e a ate no pescoço dele, à guisa de coleira. Depois corte os cabelos dele e, enfim, mate seu "hröa" enterrando a faca em seu pescoço. Este corpo não lhe deve mais servir.

Esta ordem parecia ser demais para qualquer um naquele salão. Pois nem os Valar costumavam matar levianamente, e pensavam que seria duro para Sauron fazer isto com aquele que fora seu senhor por tantos séculos. Porém, ainda sem demonstrar emoção no semblante, o Maia foi até seu antigo senhor e fez o serviço mais "completo" ainda do que se lhe ordenara.

Ao chegar perto dele, cuspiu-lhe na face. E em seguida declarou-lhe a seguinte nota de repúdio:

- Maldito seja teu legado, Morgoth Bauglir, o que demovera Arda de seu propósito original! Maldito seja teu "fëa", que ainda vagará pelos confins do universo, sem perdão e sem cura! Maldito seja por tudo que me fizeste, ó Senhor do Escuro! Por ter desviado a mim e tantos outros de seus caminhos excelentes! Agora, no limiar de tua morte, eu o renego mil vezes, até a reconstrução de Arda!

Brados de júbilo foram ouvidos novamente. Enquanto isso, a faca de Sauron trabalhava, e ele retirou a coroa de Morgoth com a mesma, atou-a no pescoço dele e, sem delicadeza, cortou-lhe os longos cabelos rente, para causar-lhe vergonha. No final, Sauron ainda pôde ver uma lágrima rolar de um dos olhos verdes de seu anterior senhor.

Antes, porém, que o Maia pudesse brandir a faca contra o pescoço dele, Morgoth se pronunciou.

- Esperem! Não é dito que um moribundo tem sempre direito a uma última palavra...?

O salão ficou em silêncio de morte, como se de repente todos houvessem parado inclusive de respirar. Então Manwë falou:

- Fale, Morgoth. O que tem a dizer?

- Não lhes tomarei muito do tempo. Porém... quero dizer que vocês conseguiram realizar seu intento! Sempre prometi a mim mesmo que manteria minha dignidade até mesmo no final, no entanto... é difícil, e é difícil justamente porque vocês mandaram Mairon - que para mim jamais será Sauron - executar minha pena. Mairon, em quem eu confiei por milênios. Ele deve me matar... pois sim! Vocês conseguiram acabar comigo e com o resto de vontade de viver que eu ainda tinha. Pois sim. Mairon, se ainda tem alguma clemência, finalize logo isto. Deixe-me ir!

Ainda com o rosto petrificado, o Maia foi até seu anterior senhor, segurou o que ainda lhe restava dos cabelos, e disse, muito baixo, muito breve, numa vibração que apenas Melkor poderia escutar:

- Senhor... lembre-se agora e sempre: mesmo parecendo-lhe desleal, eu lhe sou leal. Até o fim...!

E, num movimento rápido, Sauron cravou a faca no pescoço de Morgoth. O sangue dele espirrou, e um esgar de nojo tomou conta de todos. O Maia executor, no entanto, permanecia com sua expressão de estátua de pedra.

O "fëa" de Morgoth lutou muito para se desfazer do "hröa", habituado que estava com a lida do mundo físico. Todavia, assim que viram o "fëa" dele se desprender, os Valar o tomaram, prenderam e jogaram através da Porta da Noite, no Vazio do qual nenhum ser, mortal ou imortal, homem ou Vala, poderia sair.

Durante tudo isto, Sauron permaneceu no salão do julgamento, a faca ainda cheia de sangue em suas mãos. Em seguida a depositou perto do "hröa" já morto de Morgoth, e foi limpar as mãos.

Logo, Manwë voltou, e junto de Aulë e Eonwë fez uma última declaração a ele.

- Sauron, você nos convenceu. Alguém ainda fiel a Morgoth jamais faria o que fez. No entanto, ainda não deve usar de seu antigo nome, "Mairon", pois o peso de seus erros ainda é grande. Você deve voltar para a Terra Média e esperar lá seu julgamento em liberdade. Se tiver um bom comportamento e auxiliar aos elfos e homens, quem sabe sua pena poderá ser mitigada! No entanto, se fizer qualquer movimento tentando recuperar o trabalho de seu anterior senhor... não será novamente perdoado!

- Compreendo plenamente, senhor. Agradeço pela chance que me dão.

- Viverá em solidão por uns tempos. Logo depois, poderá viver entre os homens e elfos e lhes ensinar coisas úteis. Se sua virtude for maior que seus anteriores pecados, provavelmente será plenamente perdoado.

- Não os decepcionarei, senhores.

Sendo assim, Sauron fez uma reverência aos Valar e foi, depois de um tempo, conduzido à Terra Média. Lá, ele não voltou seus olhos a Angband. Sequer voltou a procurar os servos remanescentes de Morgoth. Tomou a uma forma física parecida com a dos elfos, de cabelos louros e compridos, sempre atados atrás da cabeça. O fogo de seus olhos, porém, nada conseguiu extinguir ou diminuir.

Escolheu um local retirado para que ficasse com suas reflexões, e então tomou de dentro da própria roupa um anel. Era o anel de chancela que Morgoth lhe dera quando o nomeara seu principal tenente, e o qual ele guardara e conseguira esconder até mesmo após seu cativeiro em Valinor.

- Sim, meu senhor... - repetiu ele, de si para si - Eu não o traí, mesmo que tenha parecido infidelidade. Eu não o deixei, mesmo que o tenha despojado de seu "hröa". É melhor assim, meu senhor... pois é bom que agora se acostume a viver sem tanta dependência do "hröa". Agora o pior já passou... e o senhor não precisa mais temer as limitações de um corpo físico constante. Sim... Meu Senhor, enquanto o senhor aprende a conviver de novo somente com o "fëa", eu vou reerguer de novo o seu império... eu serei senhor e regente por um período, mas somente até encontrar um modo de passar pela vigilância dos Valar e trazê-lo de volta. Eu o reerguerei, como fiz em sua primeira prisão, embora agora o serviço esteja um pouco mais díficil... mas não recuarei!

E, tendo dito isto, calmamente, ele colocou o anel de chancela no dedo, como se ainda fosse intendente de Morgoth, e foi arrumar algo para fazer e descansar a mente, ao menos por enquanto, durante o período em que ainda não podia agir.

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

Genteeeee, fiz uma "senhora" lambança aqui hein! Rs!! Claro que não foi assim, mas imaginem os Valar colocando o Sauron pra matar o Melkor??

E de qualquer forma, por que será que as Silmarils não queimaram as mãos do Sauron, hein...?

Teremos a resposta mais tarde, rs!!

Beijos a todos e todas!
 
Gente, a partir daqui a fic dá uma "corrida", pois afinal, são milênios, né! Rs. Não dá pra explicar tudo detalhadamente - afinal nem o Tolkien fez isso. Só a Guerra do Anel detalhada já deu mais de mil páginas! Rsssss!

Então não se espantem caso a fic "pule" várias eras ou as descreva superficialmente, OK? Na fic, priorizarei a forja dos Anéis de Poder e a "engambelação" de Sauron em Númenor, mas não sei muito sobre essas épocas, portanto algumas coisas podem sair erradas.

No mais, enjoy it!

OoOoOoOoOoOoO


III - Um Anel para a todos governar

Muitos anos haviam se passado. Muitas vidas de homens iniciaram e findaram. Sauron passou muitos séculos sozinho, observando o mundo, os elfos, os principais poderes da Terra-Media e as forças que a regiam.

Havia, de fato, aprendido uma grande lição com seu mestre: o de não colocar poder demais no "hröa". E foi assim que fez. Usava o "hröa" somente quando estritamente necessário, habituando-se dessa forma ao uso do "fëa" muito mais do que seu antigo senhor fizera.

Esperou, propositalmente, que os séculos passassem. Assim, as gerações de homens esqueceriam do terror que ele impingira à Terra-Média anteriormente, e os elfos pensariam que ele estava distante ou exilado, ou mesmo preso. Tinha, afinal, a eternidade a seu favor...

Após um longo período de introspecção e estudo, ele descobriu qual era a forma mais útil de conseguir o domínio sobre vários povos, bem como vampirizar suas essências sem necessariamente gastar seu poder pessoal nisto, como Melkor fizera. Ora, se o anterior Senhor do Escuro houvesse direcionado seu poder não para Arda inteira, dispersando-o assim, mas sim para um reservatório o qual pudesse sempre acessar, teria feito a escolha certa... e nunca, jamais teria sido subjugado pelos Valar.

Vez ou outra, acariciava seu anel de chancela, do qual nunca se desfizera, para lembrar dos "bons tempos" em que ele era comandante de homens e exércitos, um senhor de grande poder. E pensava que muito em breve aquilo poderia ser verdade novamente...

Aos poucos, sabendo que principalmente as gerações dos homens teriam a Angband e a Morgoth, e consequentemente a si mesmo, como lendas antigas e não como ameaças reais, tomou uma forma agradável porém de aspecto forte e confiante, e se dirigiu ao sul e ao leste. Ali, então, suas habilidades de convencimento e astúcia começaram a agir... e ele passou a construir um novo império a si, no entanto em segredo. No começo parecera apenas um senhor que queria ordenar sua terra com disciplina e regras estritas, mas com o tempo instalara forjas, campos humanos de trabalho e até mesmo passara a convocar orcs para o antigo serviço que eles realizavam anteriormente, quando ele próprio ainda era servidor de Morgoth.

E por falar em Morgoth... Sauron, após muitos anos de deliberações internas e observações do mundo externo, conseguira conceber uma maneira de trazer a seu anterior senhor novamente para a Terra-Média.

OoOoOoOoOoOoO

Em Eregion, os artífices élficos aprimoravam suas técnicas de forja, bem como testavam novas técnicas em seus trabalhos. Sua fama se espalhava pelos quatro cantos da Terra-Média, pois o trabalho era deveras bem feito e divulgado pelos que o recebiam.

Houve uma época, no entanto, que os elfos passaram a reparar num homem louro, alto, com ar compenetrado, que chegara ao local e começara a observar o trabalho dos elfos, sem no entanto se envolver nele. Era quieto, pouco falava, porém tinha ar amigável e sorria quase sempre. Mesmo assim, sua expressão denotava seriedade e observação. Era mais alto que os elfos comuns, e ainda mais belo, o que fazia com que os habitantes do local pensassem ser ele um "ainu" ou algo assim. Sua presença simplesmente não podia passar desapercebida.

Apesar da aparência sem idade, nem jovem nem velha, seus olhos cor de âmbar apresentavam um conhecimento absurdo, de alguém que vivera eras e muito sabia e aprendera; um ar de que qualquer acontecimento não poderia lhe ser novo, tanto parecia que já vira.

Um dia, intrigados com toda aquela atenção contínua, Celebrimbor, o senhor do local, foi ter com o estranho porém interessante estrangeiro.

- Meu senhor, perdoe-me a intromissão. Mas o senhor vem de onde, e com qual finalidade?

O airoso homem fizera, então, uma reverência longa a Celebrimbor e lhe sorrira de maneira afável.

- Chamam-me Annatar, o Senhor das Dádivas¹.

- Hun...? O senhor... pertence ao povo dos elfos?

- Pertenço ao povo de Valinor, meu senhor. Sou um Maia artífice de Aulë, e na juventude do mundo já fui chamado de "O Admirável". Os Valar me mandaram aqui, pois a fama de Eregion cresceu a ponto de chegar na Terra Abençoada. Gostaria de ensinar-lhes algumas coisas, bem como aprender coisas que mesmo em Aman ainda não foram concebidas.

Celebrimbor abriu a boca em espanto. Realmente, no semblante daquele senhor Annatar havia algo de divino, de... mágico... parecia ser feito de matéria superior a de tudo que havia na Terra-Média. E em seus olhos... havia o fulgor de uma chama intensa, embora nem ele conseguisse definir de onde essa chama era.

- Senhor das Dádivas... perdoe-me a ousadia, mas por que o chamam assim?

- Porque, meu senhor, estou capacitado a oferecer grandes dádivas e presentes àqueles que estejam dispostos a me auxiliar.

O elfo o admirou ainda mais, e quis saber quais seriam esses "presentes"... no entanto, ficou em silêncio. Reparou em um anel na mão direita de Annatar, o qual tinha uma grande pedra vermelha e apresentava engaste de ouro e prata. Quase sem sentir, estendeu a mão para tocá-lo, mas Sauron retirou a mão do alcance dele imediatamente. Por um segundo, uma expressão de raiva, despeito e altivez toldou o belo semblante que ele ostentava no momento, porém essa impressão passou muito rapidamente. Em seguida, sorriu.

- Desculpe-me, senhor Celebrimbor... porém, esta jóia me é muito cara. Se quiser, posso ensinar-lhe a fazer outras semelhantes...

- Ah, sim... desculpe a mim, senhor Annatar! Eu... não pensei que o fosse ofender com este gesto...

- Está tudo bem. Sou apenas um pouco... "possessivo" com relação a este anel, pois sim? E por falar em anéis...

- Hun...?

- Já se ouviu falar, em Valinor, que certos "poderes" podem ser contidos em objetos. Isso é verdade?

- Sim, de certa forma.

- É porque... sabe, meu caro Celebrimbor, senhor de Eregion... imagine se todo o esplendor das raças pudesse ser depositado em certos objetos, para que assim fosse acessado a qualquer hora, mesmo em momento de necessidade? Quantas coisas belas e úteis não poderiam ser feitas com ele?

O sorriso de Annatar era realmente cativante, e seus olhos fulguravam. Mas havia algo de estranho mesmo naquele semblante agradável, que o elfo não sabia definir o que era... mas acabou relevando.

Nos próximos dias, Sauron, utilizando de um disfarce parecido com o que utilizara Melkor no início do mundo², trouxera muitas dádivas e conhecimentos que acumulara durante os milênios de sua antiga existência, porém camuflando-os como algo belo e fascinante. A maioria dos elfos começou a admirar e até mesmo a esperar a vinda dele para que lhes desse conselhos e lhes proferisse discursos agradáveis.

Não muito tempo depois, após muito trabalhar com Celebrimbor, ensinar-lhe muitas características físicas dos metais e das pedras preciosas, finalmente conseguira sua confiança a ponto de obter de si o conhecimento de como aprisionar a energia vital nos objetos, principalmente no ouro, que era um excelente condutor de energia. Com o tempo e com belas palavras, Sauron enfim persuadira a Celebrimbor a forjar anéis de acordo com sua comodidade: sete para os anões, nove para os homens e três para os elfos. Assim fizera ele, não sem antes muito ensaiar com outros anéis. No final de tudo, Sauron ainda pediu o mais completo segredo sobre aquela obra, uma vez que "intenções externas" poderiam destruir todo o trabalho feito até então.

No final de todo o processo, Sauron já havia persuadido praticamente todos os elfos locais a seguirem suas palavras. Eles o viam praticamente como um deus, uma referência superior a qual nunca tiveram antes.

No entanto... um dos anéis seria feito em segredo. Não com os elfos, que após observar a todo o processo de forja dos Anéis de Poder anteriores Sauron já sabia como fazê-los sem a ajuda de mais ninguém.

OoOoOoOoOoOoO

Houve uma época em que o Senhor Annatar passou a se ausentar de Eregion, e portanto os artífices élficos se sentiram quase "órfãos". Precisavam de alguém que lhes guiasse, pois de forma gradual Sauron dominara de tal forma as atividades do local, que sem ele os artífices sentiam-se desorientados.

Num dia, no entanto, Celebrimbor teve um estranho pressentimento... e olhou em direção ao leste. Seu coração pesou... mas ele não sabia por que.

Enquanto isso, Sauron, já despido da insígnia de Annatar e envergando sua vestimenta de Feiticeiro Negro, rumou para o centro das Montanhas da Perdição, onde ficava a forja principal de sua nova terra e fortaleza. Lá, suportando a um calor que apenas um Espírito do Fogo como ele poderia suportar, tomou sua energia vital e a direcionou toda a um simples porém inteiriço Anel de Ouro. Toda sua força de vontade foi colocada ali, bem como um poder semelhante ao de seu "hröa". Como as Palavras criavam, decidiu criar em Palavras a sua vontade de dominar a todos os Povos Livres a partir de então através dos Anéis de Poder.

"Três Anéis para os Reis-Elfos sob este céu,
Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,
Nove para Homens Mortais, fadados ao eterno sono"


Foi isto o que Sauron primeiro proferiu, para consagrar a mente dos Povos Livres ao seu poder; em seguida, desejou direcionar seu poder para o Anel de Ouro.

"Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam."


Era aquela a Terra da Escuridão, onde se encontrava; Mordor, a terra onde escolhera vingar Angband e a derrota de Melkor, seu senhor. Ali era desenvolvido seu novo poderio, e ali também seria feito um novo sistema de dominação... que englobaria a tudo e todos na Terra Média sem no entanto tirar as forças vitais de Sauron.

Feito isso, gravou no Um Anel os seguintes ditames, na Negra Língua de Mordor:

"Um Anel para a todos governar, Um Anel para encontrá-los,
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los"


Na Escuridão, onde ele finalmente poderia retomar o Elemento Morgoth para si e direcioná-lo para novos trabalhos, bem como tomar a energia vital dos homens, elfos e anões... a fim de lhes dominar por completo. E assim... ao dominá-los através do Anel Mestre, captaria a energia necessária para tirar a Morgoth do Vazio onde o instalaram.

"Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam"

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

¹Acho que o original é "Senhor dos Presentes", mas achei mais bonito colocar "Senhor das Dádivas".

²Em "O Conto de Adanel" Melkor aparece como uma entidade de grande poder e esplendor, e também se autodenomina como "Aquele que traz presentes"; penso que Sauron provavelmente sabia desse disfarce que ele tomou na ocasião, e por isso usou até um nome parecido para fazer alusão aos "presentes" que daria.

Sauron causando de novo, rssssss!

De qualquer forma, fiz a fic com Sauron usando os Anéis de Poder justamente para trazer a Morgoth, seu senhor, de volta. Por isso, ele seria fiel a Morgoth "até mesmo após o fim".

Como ele não podia lutar contra os Valar na ocasião da queda de Angband, ele teria de "sossegar o facho" e se fingir de bonzinho, só pra continuar "causando". E foi exatamente o que ele fez.

Coloquei os Anéis de Poder como uma estratégia para conseguir trazer a Morgoth de volta porque poder "in loco" Sauron conseguiria de outras formas; teria de haver um propósito maior do que simplesmente "poder" para os Anéis existirem. Claro, ele não queria gastar o "hröa", porém o mesmo não precisaria ser utilizado "toda hora" na TM.

Aaaaaah, e ainda tem a questão das Silmarili: por que elas não queimaram as mãos de Sauron? Simples: como, no fundo de seu coração, ele fazia toda aquela "farsa" não por si, mas para "salvar" a Melkor, esse ato de "altruísmo" (um dos únicos em se tratando de Sauron, rs) fez com que as jóias não o reconhecessem como "mau" naquele momento. Puro golpe de sorte, pois ele não contava com isso. Tem inclusive um trecho onde Tokien diz que "Enquanto Morgoth continuava, Sauron não buscou sua própria supremacia, mas trabalhou e manipulou para outro, desejando o triunfo de Melkor, a quem no começo ele adorou." Ou seja, a única parcela de "bondade" de Sauron se devia, de fato, a ele ter alguma devoção ao Melkor, e não somente servir a si. Usei isso pra compor a história.

Na verdade, sou meio "fascinada" por isso de "fidelidade extrema" de servos a seus patrões; fidelidade por afinidade mesmo, não por força bruta. Principalmente quando são "vilões", para que de certa forma isso demonstre que eles têm algo de bom no coração. Rs!

E aí, ficou legal? Rs!

Espero que sim!

Beijos a todos e todas!
 
AVISO: Contém cenas de tortura e violência. Leia por sua conta e risco.

No mais, enjoy it!

OoOoOoOoOoOoO


IV - A Morte de Celebrimbor

Batidas desesperadas na porta. A Senhora Galadriel, a qual se encontrava em atividades caseiras com suas aias, ordenou que vissem quem era.

- É Celebrimbor, senhora.

- Mande-o entrar, portanto!

O artífice entrou, esbaforido, o rosto num terror indizível.

- Senhora...! Venho a vós para pedir um conselho a si, que é conhecida como a mais sábia dentre as senhoras élficas!

- Diga. Em que posso ajudá-lo?

- Annatar...! Ele... ele enganou a todos os artífices élficos de Eregion!

- Como assim...? Aquele senhor louro, bajulador, que dizia-se enviado pelos Valar?

- Ele mesmo...! Senhora, ele nos enganou!

- Sente-se um pouco. Beba um pouco de água. Aias, tragam água para que Celebrimbor beba!

Elas trouxeram, e o artífice bebeu, o coração ainda batendo sem parar. Quando a taquicardia cessou um pouco, ele conseguiu falar:

- Senhora Galadriel... ele se fez de nosso amigo.

- Eu nunca confiei nele. Nem Celeborn, meu esposo, e ninguém de minha família. Como soube que ele os enganou?

- Ele...! Ele nos enganou, pois nos fez forjar diversos anéis para colocar poder neles... mas houve um que ele forjou sozinho...!

- Como assim?

- Sim! Senti uma energia terrível, maléfica, vinda do leste... e vi, em minha mente, que Annatar fez um anel que é dele, e o usará para ler nossos pensamentos e controlar nossas ações...!

- Celebrimbor, como pôde confiar nele...? Aquele fogo em seu olhar era tão suspeito!

- Perdoe-me, senhora Galadriel...!

E, chorando, o artífice tomou as mãos da senhora e respeitosamente as beijou, sem que nada nesta terra pudesse lhe consolar.

- Acalme-se - disse ela - Diga, quantos anéis são?

- Dezenove. Três para o povo élfico, sete para os anões e nove para os homens.

- Ele foi esperto...! Ao espalhar anéis para todos os povos livres, ele os dominaria com sua vontade!

- Sim...

- Os anéis ainda estão com você?

- Sim, estão.

- Pois bem. Pertenço eu ao povo élfico, portanto poderia portar a um destes anéis.

- A senhora se ofereceria...?

- Eles devem ter algum poder criativo, não?

- Sim, senhora. Eu os forjei para isto: cura e benfeitorias.

- Pois bem. Não o utilizarei, porém ficarei com um deles em meu poder. Para os outros... teremos de encontrar portadores confiáveis entre os elfos. Terão de ser pessoas de grande controle, uma vez que não podem ser utilizados enquanto este senhor Annatar portar o Um Anel.

- E a senhora tem algum portador em vista?

- Nenhum. Isto deve ser deliberado com o tempo. No entanto, peço-lhe, Celebrimbor... que deixe estes Anéis comigo. Eu e Celeborn arrumaremos portadores a eles. Quanto a você... proteja-se em Eregion! Mandarei mensagens a todos os senhores élficos que conheço, caso você precise de ajuda. E da próxima vez... hesite em confiar em qualquer senhor desconhecido de sorriso fácil que aparecer em suas terras!

- Agradeço o conselho e peço-lhe perdão mais uma vez pela insensatez!

Curvando-se ante a bela senhora, Celebrimbor saiu dos domínios de Galadriel e Celeborn¹ como se um enorme peso lhe houvesse saído das costas. Porém, o pior ainda estava por vir...

OoOoOoOoOoOoO

Alguns dias haviam se passado. Os anéis dos anões e dos homens Celebrimbor guardara em Eregion, uma vez que ainda decidiria a quem doá-los, quando repentinamente, o senhor Annatar voltara de seu "exílio". Desta vez, envergava uma roupa negra com borlas douradas, lembrando cinzas em brasa. Estava terrível, belo e terrível como a erupção sem controle da lava de um vulcão enfurecido. No entanto, não demonstrava irritação em seu rosto. Apenas apontou para o elfo, e ordenou a seus asseclas:

- Prendam-no.

Um esgar de terror tomou conta do artífice, e ele tentou lutar. Em vão. Sauron aproximou-se dele e, num sorriso pícaro, lhe disse:

- Seria melhor ter-se deixado levar sem resistência, Celebrimbor. Já que se mostrou contra mim, sua pena será ainda maior.

O elfo começou a gritar em desespero. Alguns vieram socorrer-lhe, porém foram mortos pela guarda pessoal de Sauron, a qual não era pequena. O Maia sorriu e disse aos que sobraram vivos:

- Este é apenas o começo. Venham atrás de Celebrimbor - e seu destino será ainda pior!

Apavorados, nenhum dos sobreviventes pôde reagir. Ficaram paralisados onde se encontravam. Os guardas amarraram e amordaçaram Celebrimbor, e após isto o levaram em condições abjetas para Mordor, onde seria cruelmente interrogado.

OoOoOoOoOoOoO

Aos poucos, Celebrimbor acordou de seu desfalecimento. O trajeto até Mordor fora tão terrível, e seu pavor tão grande, que ele perdera a consciência. Estava acorrentado numa das masmorras de Barad-dûr, e não sabia o que o esperava.

O horror tomou conta de seu coração outra vez, quando vários orcs apareceram com facas afiadas e sorrisos amarelos.

- Aqui está...! O elfinho, pobrezinho, achou que o Senhor Mairon o acolheria...! Pobre tolo!

E todas as vozes riram e guincharam loucamente, enquanto Celebrimbor respirava em grandes haustos, ansioso. Todavia, passos ecoaram pela masmorra. Passos pesados, imponentes. E Sauron entrou na sala, munido de alguns instrumentos em suas mãos.

- Deixem-no comigo.

Todos se prostraram ante o Senhor do Escuro e, sem uma palavra, saíram do recinto. Antes de saírem todos, no entanto, o elfo pôde escutá-los dizer: "Se o Senhor Mairon o torturará pessoalmente, é porque a coisa é séria...!"

A porta de ferro foi pesadamente trancada por Sauron, o qual, ainda em seu passo calmo porém certeiro, em sua força indiferente e silenciosa, aproximou-se de Celebrimbor afinal.

- Lembra deste anel, o qual você cobiçou no primeiro dia em que veio falar comigo?

Era o anel com a pedra vermelha, engastado em ouro e prata. Celebrimbor lembrou dele imediatamente.

- Mas eu não o cobicei, eu...

- É o anel de chancela que Morgoth me deu quando eu era seu tenente.

O artífice não podia acreditar no que estava ouvindo. Morgoth...! Aquele nome terrível!

- Você... intendente de Morgoth?!

- Sim. Sempre fui e sempre serei o principal intendente dele.

- Mas...! Você então é... Gorthaur...!

Nesta hora, Sauron não conteve um sorriso. E seus olhos de fogo, os quais estavam terrivelmente acesos em malícia naquele momento, fitaram a Celebrimbor.

- De muitos nomes me chamam. Gorthaur, Sauron, até mesmo Annatar... Celebrimbor, eu não menti pra você. Não totalmente. Já fui maia de Aulë. Já fui chamado de "O Admirável" na juventude do mundo. E hoje chamam-me ainda, em minha própria terra, a meu mando, de Tar-Mairon, o senhor admirável. Pois não é admirável que eu tenha enganado até mesmo a vocês...?

E então um riso baixo foi ouvido vindo dele. Celebrimbor não podia acreditar que havia caído justamente nas garras de Sauron!

- E você...! Como, como escapou do Julgamento dos Valar?!

- Pobres tolos... acham que eu me redimi! Libertaram-me. É esta a paga dos que têm piedade. A de serem destruídos! Ora! Piedade...! Este com certeza não é um de meus defeitos...!

E ainda sorrindo foi até o elfo. Passou-lhe de leve uma faca no rosto, ao que ele fechou os olhos em terror novamente. Sauron voltou a falar:

- Pensou que o mal vinha apenas em forma de orcs e trolls...? Em formas terríveis e grotescas...? Como vocês são idiotas! É só tomar um disfarce bonito e educado, que vocês já acham que é boa pessoa!

- O que deseja de mim, Gorthaur...?!

- Acalme-se. Eu não estou com pressa. Você está?

Tudo isto Sauron proferia sem alterar nem um pouco a modulação de sua voz, demonstrando assim um sangue frio que poucas vezes antes Celebrimbor vira em alguém.

- Eu ainda sou fiel a Morgoth. De todos com quem lidei até hoje, ele foi o único a quem senti vontade de ser leal. Foi o único que admirei de fato. O único para quem trabalhei além de mim mesmo. O único a quem posso dizer que amei, que adorei como a um deus, o único que conseguiu tocar a meu coração duro e frio como um diamante. E mesmo eu amando a meu senhor... sabe o que fiz com ele?

- O... o que...?

- Eu o matei.

Uma descarga de medo tomou todo o corpo de Celebrimbor, e ele involuntariamente tremeu.

- E o senhor chama isso de "amar"...?

- Eu precisei fazer isto... precisei, para que em seguida ele pudesse voltar com mais força ainda. E é isso que vai acontecer! Mas você... tem de me ajudar. Eu fiquei sabendo... que você foi procurar aquela senhora Noldo, aquela tal de Donzela-Homem. Foi mesmo...?

- Por que isto lhe compete, Gorthaur...?!

- Porque ela vive se intrometendo em meus negócios! Ela e aquele tolo de Doriath, Celeborn, completamente submisso à esposa! Até parece que não tem vergonha...

- O que deseja de mim...?

- Quero meus anéis. Só isso. Diga-me onde eles estão, e sairá livremente daqui. Contanto que não traia a meu segredo!

- Para que você os quer...?

- Não lhe interessa. Apenas me dê os anéis.

- Gorthaur, eles não lhe pertencem!

- Mas é claro que pertencem. Sem mim, vocês, inúteis artífices élficos, jamais conseguiriam forjá-los! Ande, dê-me os anéis!

- Não!

Pela primeira vez, os olhos de Sauron apresentaram uma grande fúria. Mas seu semblante ficou quase imóvel. Em seguida proferiu, ainda em voz calma:

- Celebrimbor, eu não estou aqui para discutir legitimidade sobre os Anéis de Poder. Eu apenas os quero. E ou você me dá, ou sofre as consequências. Onde estão meus anéis?

- Não direi nem que morra...!

- Ah, é assim...?

Sem demonstrar nenhuma emoção, Sauron foi até um alicate de metal que havia ali perto, e sem cerimônia apertou um dos dedos do elfo. O artífice apertou os olhos de dor, mas não gritou.

- Ainda não está bom? Que tal assim...?

O Maia apertou ao dedo de Celebrimbor até que o alicate o arrancou fora. O elfo enfim gritou de dor, enquanto o sangue pingava de sua mão então incompleta. O rosto de Sauron continuava frio como pedra.

- Então? Ainda temos nove dedos nas mãos. E mais dez nos pés. Não me custa arrancar um por um, devagarinho, até você dizer onde estão os anéis. Isso sem contar que você tem outras partes do corpo com as quais posso brincar. E como eu lhe disse anteriormente, não estou com pressa... a diversão pode durar horas e eu não me canso. Não se preocupe...

Celebrimbor continuou em silêncio. Sauron, lentamente, continuou seu trabalho até arrancar todos os dedos do elfo. Até quebrar seus braços. Até quebrar-lhe as pernas e, enfim, conseguir saber onde estavam os Nove e os Sete. Mas sobre o paradeiro dos Três o elfo nada disse, mesmo quando Sauron esmagou-lhe a cabeça com um instrumento de tortura especialmente cruel. Assim morreu Celebrimbor, e assim Sauron não soube do paradeiro dos Três.

Abandonou a sala ensanguentada, limpando as mãos cheias de sangue num pano branco que alguns servos lhe ofereceram assim que saiu dela. Ainda sem emoção no rosto, disse de si para si:

- Ele não disse. Mas eu recuperarei os Três, mesmo que tenha de laborar por mais três eras.

E assim foi calmamente até sua sala, como se ao torturar e matar Celebrimbor houvesse feito a coisa mais corriqueira do mundo.

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

¹Algumas versões dizem que Galadriel e Celeborn moravam em Lindon, outras em Eregion. Aí eu sei lá... rs. Galadriel e Celeborn na Segunda Era parece ser um tema beeeem confuso... sobre o qual nem o Tolkien tinha um consenso definido.

Sauron MUITO psicopata nessa fic! Mas tá chegando a parte que mais vou gostar de fazer: Númenor! Rssss!

Beijos a todos e todas!
 
Nossa, mas que Sauron filho da mãe! Bem o que eu esperava dele!

Nunca gostei dele, mas essa fic tá ótima! Só quero ver se ele terá sucesso em trazer Morgoth de volta!

Parabéns pelo trabalho, Lindoriel! Você descreveu o funcionamento dos Anéis com inteligência, e soube dar vida aos personagens, principalmente a Melkor. Morri de pena dele, pois sempre acreditei que ao menos alguma coisa boa ainda existia em seu coração

No aguardo da próxima parte! ;).
 
.

Bem escrita, inegavelmente, você leva jeito para a literatura. Os únicos "pecados" são "técnicos", os valar não participaram da Guerra da Ira, a qual durou 46 anos (se bem me lembro), o exército de Valinor, comandado por Eonwë, era composto por maiar e elfos aos quais se juntaram os Edain, liderados por Elros e Elrond, (se não me engano).

No mais, congrats!

PS: Curiosidade - Nenhum elfo da Terra-Média, fosse da estirpe que fosse, lutou ao lado do Exército do Oeste.

.

Tirando o tempo para a preparação e transporte das tropas do Oeste, mesmo assim, mais de 40 anos que dura a guerra de Ira é um duração assombrosa, na prática, é questionável o poder monumental dos vindo do Oeste
 
Ana, obrigada pela review! :D

Realmente, o Melkor, sendo bem mais passional que o Sauron, com certeza tinha ainda algo de bom. Já o Sauron... :dente:

Em breve continuo!!
 
É por esse motivo que eu consigo gostar dele e ter piedade dele...
Nossa, quer me ver feliz? Me mande uma fic onde ele se arrepende de verdade e se reergue para ajudar Arda, como ele devia ter feito desde sempre. Mas nunca achei nada semelhante...

E não há de que pelo review, Lindoriel. ^^
Aguardando curiosa a próxima parte!!!! :)
 
Nossa... essa seria fantástica! xD

Mas ainda não pensei em um plot assim... já pensei em plots onde Sauron e Melkor têm um caso (:lol: é sério!! :lol:) mas Melkor arrependido ainda não pensei não...

:mrgreen:

Tou pensando, ao ir na "vibe" da MC Ungoliant e do MC Melkor, em fazer uma fic do Sauron usando o Palantír como webcam pra falar com o Saruman!! :lol:
 
Claro! Tá vendo só: Ideias surgindo! :)

Mas ele seria um daqueles traficantes ao melhor estilo "Lívia" da novela das 9, não é? Refinadíssimo, aparentemente livre de qualquer suspeita por conta daquele estilo refinadíssimo e daquela cara de britânico "quero-meu-chá-servido-pontualmente-às-17h"
 
:lol:

Ele que sabotava a maconha erva da quarta sul pro Saruman ficar doidão!! :lol:

Nossa, já arrumei o que fazer com o resto da minha noite de sábado!! :lol:
 
Teu estilo se parece excessivamente com o de Sydney Sheldon... A ponto de deixar de ser original.

O texto está bem escrito, mas Morgoth nunca chorou ou amou alguém, ele só odiara tudo, pois tudo era descartável pra ele. Mesmo Sauron. E utilizas o "você" nas locuções de Sauron a Morgoth. Sendo Sauron subalterno o Morgoth, ele só poderia tratá-lo por tu, senhor, vossa senhoria, vossa majestade e por aí vai.

- - - Updated - - -

E, apesar de Sauron e Morgoth possuir um "fogo do olhos", isso não é algo depreciativo. Aulë, Varda, Eru Ilúvatar, Fëanáro Curufinwë, Finwë, Míriel, Eu e todos os Noldor possuem essa característica também.
 
O elfo deixou review!! :dente:

Mas elfo, no caso do Morgoth e do Sauron, quis fazer algo como se eles realmente tivéssem uma relação de "pai e filho", digamos assim... por mais que o Morgoth e o Sauron fossem osso duro de roer. xD

E quanto ao "você"... bom, posso ter me descuidado em alguns pontos, porém creio que em outros não, dado que usei terceira conjugação justamente para que Sauron tratasse a Morgoth de SENHOR, a qual é terceira conjugação assim como "você", que na verdade é "vossa mercê" e no começo era MUITO mais formal que o "tu" - na verdade, até tempos mais recentes, o "tu" era EXTREMAMENTE INFORMAL, enquanto que o "você" era bem mais formal.

Em países de língua espanhola o "tú" ainda é informal e o "usted" é formal. Mal se usa "usted" no espanhol informal.

De qqr forma, obrigada ae por ler a fic!! :D
 
O elfo deixou review!! :dente:

Mas elfo, no caso do Morgoth e do Sauron, quis fazer algo como se eles realmente tivéssem uma relação de "pai e filho", digamos assim... por mais que o Morgoth e o Sauron fossem osso duro de roer. xD

E quanto ao "você"... bom, posso ter me descuidado em alguns pontos, porém creio que em outros não, dado que usei terceira conjugação justamente para que Sauron tratasse a Morgoth de SENHOR, a qual é terceira conjugação assim como "você", que na verdade é "vossa mercê" e no começo era MUITO mais formal que o "tu" - na verdade, até tempos mais recentes, o "tu" era EXTREMAMENTE INFORMAL, enquanto que o "você" era bem mais formal.

Em países de língua espanhola o "tú" ainda é informal e o "usted" é formal. Mal se usa "usted" no espanhol informal.

De qqr forma, obrigada ae por ler a fic!! :D



Conheço a origem de "você", melhor que tu a conheces. Todo Elda pesquisa a fundo cada palavra de cada idioma que aprende.
 
V - A captura de Sauron

Após a morte de Celebrimbor e a descoberta de onde estavam os Sete e os Nove, Sauron iniciou sua caçada aos anéis. Alguns dos anéis dos anões foram destruídos, no entanto os dos homens foram plenamente recuperados. Ao perceber que a mente dos anões não era inclinada à manipulação como a dos homens, Sauron voltou sua atenção para os Nove. E principalmente, para os Três ainda perdidos.

Reuniu milhares de homens, orcs e demais criaturas obscuras e os ordenou para desolar Eregion em busca de quem lhe trouxesse os Três Anéis élficos. Desconfiava que ao menos um deles estava com a Senhora Galadriel, e os demais deveriam estar com Elrond ou Gil Galad, os quais o repeliram quando ele se apresentara como Annatar. No entanto, não ousou confrontá-los abertamente; sabia não ter poderio para tal e, sendo uma mente bastante prática e racional, sabia separar ego e vaidade do que realmente lhe poderia ou seria útil.

Com palavras de persuasão e convencimento, torcendo as intenções e colocando-se no lugar de "salvador" e taxando os elfos e senhores fiéis de traição e opressão, Sauron conseguiu muitos aliados. Porém, havia uma hoste a qual ele cobiçava e não conseguia conquistar: Númenor.

Ora, os homens de Númenor eram descendentes dos Primogênitos, tendo como ancestral Eärendil, bem como tinham parentesco longínquo com Elrond Meio-Elfo. Quando ele próprio atacara Eriador em busca dos Anéis, os númenorianos lhe combateram, e lhe causaram bastante trabalho. Nada seria mais reconfortante para seu senso de orgulho que corromper aquele povo tão próspero!

Mas ainda era cedo. A vida dos homens era demasiado curta, mas ele, Maia imortal, podia esperar o quanto desejasse ou precisasse. Enquanto fortificava seus exércitos e suas tropas, fazendo cada vez mais raças de homens o seguirem e jurarem fidelidade, e cada vez mais Sauron sentia-se senhor dos homens, um deus negro na Terra como Morgoth um dia fora.

OoOoOoOoOoOoO

O Rei Ar-Pharazôn estava furioso. Pois então havia quem rivalizasse em majestade com o Herdeiro de Eärendil?!

- Quem é esse tal de Sauron, e como ele ousa se proclamar Rei dos Homens?! Enquanto eu viver, não deixarei que outro senão eu ostente este título!

Um dos conselheiros do rei tentou acalmar seu ânimo exaltado e impaciente:

- Meu senhor, ele é um Ainu poderoso e imortal, mais forte que os elfos, e dizem que foi intendente de Morgoth!

- Não importa! Acaso não temos nós sangue élfico correndo nas veias? Acaso nosso ancestral ainda não vive, sendo ele próprio guardião da Silmaril que foi retirada da Coroa de Morgoth eras atrás?! Não me importa que classe de ser esse tal de Sauron ostente, eu vou torná-lo meu vassalo!

Todos os conselheiros, arautos e demais membros da corte do rei achavam aquilo um exagero... que ele estava já com fumos de muita, muita grandeza...! Porém, de nada adiantava contrariá-lo.

Com o tempo, Ar-Pharazôn juntou os melhores dentre seus homens e partiu para a Terra-Média. Assim que chegaram notícias das tropas de Númenor aos ouvidos de Sauron, ele se riu e disse de si para si:

- Mas que tolos! Desejam enfrentar a mim, o Senhor do Escuro, a céu aberto! Pois bem... vamos ver quem levará a melhor neste embate!

Todavia, quando chegaram os homens de Númenor perto da fortaleza de Barad-Dûr, Sauron viu o esplendor daqueles homens. E viu que eles não eram parecidos com os demais mortais, porém tinham o brilho dos Eldar em seus olhos ferozes. E chegaram a si notícias de que seus aliados estavam recuando, com medo da ferocidade daqueles homens que eram tão superiores a si próprios.

- Maldição! Bando de covardes! Tenho apenas duas alternativas... ou envio meus exércitos contra eles, sob o risco de exaurir e destruir minhas tropas a ponto de depois ser demasiado difícil de recuperá-las... ou...

Enquanto o Senhor do Escuro pensava em uma alternativa para aquele embate, um de seus mensageiros declarou que havia arautos do rei de Númenor na frente de Barad Dûr.

- O que eles dizem?

- Dizem que querem o senhor lá, e que jure fidelidade ao Rei Ar-Pharazôn.

Os demais servos da escuridão riram-se, pensando que era um disparate um mero mortal exigir isto de Sauron, porém... de maneira incompreensível, o Senhor do Escuro aceitou.

- Eu vou. Fiquem aqui e cuidem de tudo enquanto eu não voltar.

Todos se surpreenderam. Mas Sauron tomou de uma de suas vestimentas mais simples e foi ao encontro de Ar-Pharazôn.

O Rei de Númenor, bem como seus arautos, menestréis, soldados e demais membros de exército, assistiram admirados a vinda de um homem louro, mais alto que os demais, e ainda mais belo e majestoso de porte e aparência que os Eldar. Os olhos dele brilhavam com um fogo intenso e constante, e aquilo por um instante os intimidou.

Todavia, o Rei não se demonstrou amedrontado. Assim que aquele homem estranho parou em frente a si, ele, pensando ser um dos mensageiros de Sauron, o indagou afinal:

- E então? Onde está o Senhor do Escuro? Ele vem ou se esconde de medo perante o poder de Númenor?

Olhando para baixo em expressão supostamente submissa, Sauron replicou:

- Meu senhor e rei, medo o Senhor do Escuro tem e não oculta. Pois ele não esperava que a força e a frota de Númenor fosse assim tão bela e altiva, nem que ultrapassasse tanto assim em poder a sua própria. Pois nem bem os Eldar têm, muitas vezes, força semelhante à vossa. Porém, o Senhor do Escuro não se oculta perante vós. Eis-me aqui, ó Majestade dentre os Homens, descendente magnífico de Eärendil! Presto-lhe juramento com tudo que sei, possuo e sou!

Sendo assim, aquele homem que parecia quase divino ajoelhou-se perante Ar-Pharazôn e abaixou a cabeça em sinal de obediência e submissão. O Rei estranhou, pois não pensava que aquele era Sauron.

- É você o Senhor do Escuro?! Com uma aparência tão... élfica?!

Sauron quis rir no íntimo, pois justo ele, que odiava os Eldar do fundo de seu coração negro, estava a ser comparado com um deles. Mas não demonstrou esse sarcasmo e conteve sua língua ferina, colocando em si um disfarce de cordeiro e mansidão:

- Meu senhor, nem tudo que falam a meu respeito é verdade. Isto, porém, o senhor só poderá averiguar com seus próprios olhos... pois nada que eu disser poderá ser de mais efeito do que a experiência que o senhor puder vivenciar.

Não só o Rei, mas todos os demais Númenorianos esperavam um ser terrível, de aspecto repugnante e fala dura e cortante. E lhes aparecia um homem gentil, sem apresentar resistência, oferecendo-lhes fidelidade e falando de forma afável.

Mesmo assim, Ar Pharazôn não confiou nele de cara.

- Amarrem-no nos punhos e levem-no à frente do cortejo!

Nesta hora, Sauron vacilou:

- Levar...?

- Sim, ora! Você vai conosco a Númenor!

- Mas... meu senhor, eu tenho homens e afazeres em minha terra...!

- Não me importa! Se me jurou fidelidade, é comigo que vai!

O Maia parou para pensar por alguns instantes. Aquele rei parecia ser mesmo bastante impulsivo e arrogante... parecia gostar de ostentar vitórias e títulos, nomes e orgulho, mais do que "fazer a coisa certa" propriamente dita. Poderia trabalhar bem a cabeça dele... pois conhecia o modo de agir dos orgulhosos e impulsivos graças aos anos sem conta que servira a Morgoth, e sabia obter deles o que desejava. Portanto... mais uma vez, sua vitória viria através da astúcia.

- Não me apetece deixar minhas terras e meus homens... no entanto, se meu rei me ordena... que posso fazer eu?

Levantando-se assim, Saurou deixou-se atar nas mãos e foi levado à frente do cortejo, com Ar Pharazôn ostentando o prisioneiro Ainu a todos. Ninguém acreditava que o Rei havia conseguido capturar a um adversário de tal monta, mas mesmo assim lhe prestaram honras várias vezes.

Sauron foi na frente do Rei no barco, como se fosse um troféu de caça. Não falou, não demonstrou enfado ou agitação, nem ansiedade. Apenas seguiu viagem sem demonstrar vontade alguma.

Alguns diziam-lhe coisas maliciosas como "Aí está resumido o poder de Sauron, o Grande!", mas não passava disso. Pois seus olhos ainda fulguravam de maneira intensa, e sua presença era quase divina, lembrando vagamente que um dia ele fora Ainu de Valinor. E todos pensavam que ele somente tinha aquelas amarras nas mãos porque queria, pois se fosse de sua vontade, se desfaria delas imediatamente.

Mas não se desfez. E chegou em Númenor atado nelas, e todos os homens, mulheres, donzelas e damas, crianças e velhos, letrados e incultos, saudaram Ar Pharazôn, o qual capturara àquele que tanto mal fizera aos Homens e aos Elfos. Era realmente algo digno de nota e honra!

Assim que chegaram no palácio do rei, pensaram sobre o que fazer com o prisioneiro.

- Eu o tomarei como meu valete pessoal - disse Ar Pharazôn, olhando a Sauron de cima a baixo, ainda não acreditando que ele era o Senhor do Escuro, dada a sua forma gentil e nobre de agir e sua falta de agressividade - Nenhum rei antes teve a um Maia como servo, logo, eu terei! E todos saberão e me reverenciarão!

Deram, portanto, vestes de linho simples a Sauron, como eram as dos servos comuns do rei, e ele as vestiu. E retiraram dele todas as arrecadas, e jóias de ouro e prata, e insígnias que ele ostentava quando era Senhor de Mordor. Apenas duas ele pediu para que ficassem com ele...

- Meu Senhor e Rei, sei que o senhor é clemente e compreensivo. Eu lhe darei toda e qualquer joia que tenha em meu poder, e com muito agrado, porém pediria apenas que estas duas me fossem mantidas.

O Rei as observou atentamente. Eram dois anéis. Um deles era feito de ouro e prata, com uma pedra vermelha engastada nele. O outro... era um simples e liso anel dourado, sem enfeite algum.

- Qual a razão de querer ficar com elas?

- Esta aqui - e nisto Sauron falava do anel com a pedra vermelha - é um anel que eu ganhei quando ainda era senhor de homens e exércitos. Me traz muitas boas lembranças... e esta - desta vez referia-se ao Um Anel, dourado e liso - tem um significado importante... foi quando trabalhei com os elfos em Eregion, e eles me deram este anel em sinal de aliança... infelizmente fui traído por eles, mas gosto de guardar a este anel como sinal de que, um dia, os elfos demonstraram bondade para comigo...

As palavras de Sauron soaram como as de alguém que estava sendo espoliado de tesouros importantes, guardados mais no coração que no plano material. E seu olhar, embora ainda fulgurante, mostrava tamanha expressão de piedade, que nem o rei pôde resistir a ele.

- Ora, e o que dirão de um Rei que leva como espólio de um homem até mesmo jóias baratas e pequenas como estas?! Jóias com as quais as nossas crianças brincam diariamente, e não nos importamos?! Deixem-no com estes anéis, se são tão importantes assim para ele.

- Eu lhe serei eternamente grato, meu senhor...!

Sendo assim, Sauron se prostrou ao Rei mais uma vez, e beijou-lhe o anel de chancela da mão direita. O Rei se agradou muito desta atitude, como o Maia já esperava, e o colocou para trabalhar para si.

Foi neste dia que se iniciou a Ruína de Númenor.

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

Pra quem leu "A História sem Fim", repara que esse Sauron está bem a cara da Xayíde né! Acho os dois personagens extremamente parecidos na personalidade...

No mais, próximos capítulos vão ter engabelação pesada! Te cuida Númenor! Rssss!

Beijos a todos e todas!
 
Última edição:
Engambela pesada, é?

Aguardando pra ver isso!

Saurita Catita tocando o terror em Numenô... hauhauhauha
 

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