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[Lindoriel]Começo do meu livro ainda sem título definido[L]

  • Criador do tópico Criador do tópico Lindoriel
  • Data de Criação Data de Criação

Lindoriel

Saurita Catita
Oeeeeee menineeees! o/

Depois de muito tempo, muito -q e muito yaoi, resolvo enfim escrever algo que não é fanfic. Fazia tempo que eu não escrevia um original.

Após terminar a minha terceira maior fanfic, a qual narra um monte de saurices e melkices totalmente yaoi, decidi me dedicar a esse projeto o qual tenho na cabeça desde o ano passado.

Pensei em escrever sobre a história de Inanna e Dumuzi, os quais são um dos casais (senão "o" casal) mais famosos, por assim dizer, na mitologia babilônica. Também peguei alguns elementos de Tolkien e coloquei na obra. Claro que troquei todos os nomes por nomes de deuses e personagens babilônicos, uma vez que não quero fazer plágio do professor... mas as referências aparecem pra quem conhece a obra.

Uma delas é obviamente o roubo das silmarili. Que não serão silmarili, claro. Será o cinto de Marduk, o filho do deus Enki, Marduk é identificado com Orion, o qual, por um acaso, tem uma constelação cujo cinturão tem três estrelas...

Marduk tentará recuperá-lo com Sarpanit, sua noiva, pois Enki não aceita o casamento de ambos por ela ser humana. Ironicamente, foi Enki quem criou os humanos e os salvou do dilúvio (sim, tem dilúvio na mitologia babilônica tbm, mas é meio diferente "daquele" do Genesis, uma vez que no Genesis tem um deus só e etc).

Sarpanit vai ser a "Lúthien da vez" porém humana, e além de recuperar praticamente sozinha o cinto de seu amado, ainda ganhará o status de deusa e imortal por ter feito tal façanha.

Inanna e Dumuzi, como já perceberam, são Sauron e Melkor. Só que heterossexuais. E bem diferentes do Sauron e do Melkor do legendarium, uma vez que Inanna é deusa da guerra mas também do amor. Na verdade se fossemos pegar ao pé da letra, Inanna seria mais uma Varda, por ser a rainha dos céus. Mas a correspondência não é 100% exata.

Assim como havia os deuses menores chamados de Igigi, os "maiar" por assim dizer. Em meu livro Inanna é uma "deusa menor" embora na mitologia oficial ela seja uma das maiores e mais poderosas deusas. Mas Sauron era maia, por isso fiz essa associação. E não esqueçamos que no legendarium Sauron toma tanto poder que se sobressai sobre todos os demais maiar. Assim será com Inanna na história.

Enfim. Sou muito prolixa, repito palavras e por isso não estranhem se houver algumas repetições. Críticas, fiquem à vontade.

PS: vai ter uns séquiço aí no meio, quem não gosta de ler coisas explícitas favor pular essa parte ou não ler a história.

PS2: não tenho título definido ainda. Sugestões são bem vindas.

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Prólogo

Esta é a história remota porém não totalmente esquecida do amor de Inanna e Dumuzi, dois dos dingir que um dia já andaram sobre a Terra, no meio dos homens. Na história deles houve guerra, houve sombra, houve dor, mas também houve alegria, luz, amor.

Tudo começou quando os dingir vieram a ser. Havia os maiores, que foram feitos para governar e dar forma ao universo; e os menores, que foram feitos para servir e ser orientados pelos maiores. Dentre eles havia um de grande poder, chamado Dumuzi; ele fora dotado dos dons de seus irmãos; grande beleza e sabedoria o coroavam, mas também muita sede de independência.

Houve muitos que quiseram ser seus seguidores dentre os menores, e ele os guiou. Porém, com o tempo seu poder tornou-se tanto, que ele quis direcioná-lo a propósitos que não eram os dos seus iguais.

Tudo que os demais criavam, ele queria moldar a sua maneira; e tudo que criava, queria apenas seu, em desejo possessivo. Passou portanto a ser repelido pelos demais, passando a partir daí a não lidar diretamente com nenhum de seus irmãos maiores.

A partir daí, aquela exclusão foi-lhe dando um sentimento de aversão. Criou-se então a raiva.

Dumuzi pensava estar a vingar-se daqueles que não o queriam como senhor possessivo que se tornava. E portanto passou a destruir a obra de seus irmãos maiores, e eles, bem como seus servos menores, passaram a fugir de sua fúria. Quanto mais fugiam, mais injuriado e com vontade de se vingar ele se sentia.

Mas ele não estava só. Quando ele se apresentava em seu poder, fervendo os oceanos e abrindo caminho na terra, uma das servas menores o observava.

Seu nome era Inanna, a serva do casal Anu e Antu. Assim que colocou os olhos em Dumuzi, guardou-o em seu coração e jamais o esqueceu.

-x-

No começo tudo era novo, e os dingir não tinham gênero definido, mas podiam tomar formas corpóreas de gêneros masculino ou feminino, conforme se verificou com o tempo. Alguns gostavam de assumir ambas, outros gostavam de assumir apenas uma. Dumuzi tomou a forma masculina, e continuou a reparar nos trabalhos de seus irmãos.

Percebeu que eles assumiam alianças entre si, alianças essas que com o tempo vieram a chamar de casamento. Também ele desejou o que foi denominado de "esposa", uma mulher para ser sua companheira e compartilhar a sua glória. Mas a essa altura as suas irmãs maiores já estavam receosas dele e de seu poder desordenado, e por isso as coisas não foram assim tão simples.

Primeiro ele reparou no esplendor de Nidaba, a divindade da sabedoria e do aprendizado; a luz brilhava em seu semblante, e Dumuzi considerou-se digno de desposá-la portanto.

Abordou-a num dia em que o céu brilhava e ela refulgia sob o brilho das constelações recém-criadas.

- Nidaba - declarou ele - bela você é dentre as belas, e grande é o seu poder. Torne-se minha esposa e assim dividiremos e multiplicaremos a minha e a sua glória.

Mas ela já estava, também, ciente dos excessos que Dumuzi cometia; e via muito de seu futuro obscuro e derrocada apenas em olhar a seu rosto.

- Que assim não seja, pois seu futuro é incerto, e sua glória nada mais é que o prelúdio de sua queda; estou destinada a outro. Tome cuidado para não cair ainda mais do que já caiu.

A raiva, então, tornou-se ainda mais intensa no espírito dele; e Dumuzi portanto perseguiu a Nidaba por muitos dias seguidos, mas ela não lhe deu atenção; fugiu dele e se refugiou com outros dingir buscando proteção. Assim sendo ela desposou Haia, o deus mercador.

Então Dumuzi passou a odiá-la e a querer destruir tudo que ela fazia. Onde havia sabedoria, ele plantava a ignorância; onde havia contenção e parcimônia, ele plantava desperdício e destruição; assim foi piorando sua reputação dentre os demais dingir.

Enfim sentiu-se atraído a Damkina, a qual tinha grandes poderes sobre a terra. Passou a reparar nela e a pediu em casamento também, como fizera antes com Nidaba.

- Damkina, vejo um belo futuro a si e gostaria de que fosse minha esposa, para que assim pudéssemos desfrutar juntos desse portento; pois eu gostaria de dar-lhe a glória que possuo e assim multiplicar nossos poderes.

Mas ela também o rejeitou, não querendo coisa alguma com o deus que já antes perseguira a Nidaba.

- Assim como Nidaba, meu destino é dizer-lhe não, pois também vejo em seu caminho derrocada e sombras, e se há glória em meu futuro, não é consigo que eu o terei.

Após mais aquela rejeição, Dumuzi sentiu-se ultrajado e pensou que os demais deuses tinham direito a tomar esposas, mas ele não; e a raiva subiu a seu espírito outra vez.

- Pois aquilo que não me é dado por direito, tomo-o pela força!

Agarrou portanto o corpo da deusa e o despiu, e tentou submetê-lo à sua luxúria à força; mas ela gritou por socorro e veio em seu auxílio Enki, a divindade das águas; e tendo ódio do aviltante ato que seu irmão tentava contra Damkina, o amaldiçoou e tirou-a do poder dele.

- Se ela não se dá a si por livre e espontânea vontade, não a force você. Desta forma, nenhuma quererá ser sua esposa! Afaste-se portanto de nós, e fique sozinho!

Dumuzi rangeu os dentes de dor e frustração; ainda pior ficou quando dias depois soube que Damkina aceitara a Enki como seu esposo. Que tinha ele de errado, sendo o mais belo e um dos mais sábios, e mesmo assim rechaçado por todos?

A partir daí afastou-se dos demais e decidiu construir a seu reino longe de tudo e todos. Passou a vestir somente preto, a pintar os olhos de preto e a ataviar os cabelos com jóias escuras; odiava o brilho das estrelas mas ao mesmo tempo as desejava para si, e tinha ainda mais ódio por não poder tê-las. Assim, observava ele por dias a fio a escuridão imaterial, daquilo que àqueles dias primordiais ainda não havia sido criado, e pensava que ela, a escuridão, era sua única consorte.

Após debater internamente com todas estas coisas, ia e sentava-se sozinho, sem ninguém, em seu trono escuro; e lá ficava, amando e odiando a solidão na qual fora colocado.

Tinha muitos servos, porém a maioria o servia por medo; muitos deles começaram a segui-lo antes de ele sofrer maledicência, e portanto a ele estavam presos mais pelo medo que por outra coisa. Algumas das entidades femininas o serviam sexualmente, mas passavam muito longe do que ele esperava de uma esposa anteriormente; por ora, seu espírito desistira de tomar a uma mulher como consorte, para não sofrer mais decepção. Tinha amantes, mas não se apegava a nenhuma delas. Já não sabia se seu destino um dia incluiria a algo que não fosse aquela solidão perene.

Até o dia em que, indo observar a escuridão, ele finalmente vira Inanna, a divindade das estrelas, a observar a mesma escuridão que ele tanto apreciava.

To be continued
 

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